quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Penúltimo Capítulo de Pulo do Gato

CENA 01 / INTERIOR / GALPÃO ABANDONADO / TARDINHA

CALIXTO – (ao cel) Eu tô aqui no galpão, amor. Tu não tava na cadeia?
TEREZINHA – (off, ao cel) Dei um jeito de escapar. Tô toda quebrada! Mas que história é essa do Gilberto estar aí contigo?
CALIXTO – Corre pra cá que eu te conto.

Terezinha joga o celular roubado no lixo e vai para o galpão.

CORTA PARA:

CENA 03 / INTERIOR / GALPÃO / TARDINHA

Terezinha chega ao galpão e vê Gilberto sendo chutado por Calixto. À medida que chega perto demais, dá um tapa na cara de Calixto.

TEREZINHA – Tá maluco, seu idiota? Batendo no meu irmão, que não pode se defender?!
CALIXTO – É divertido, ué!
TEREZINHA – Vai ser divertido quando eu cortar a sua cabeça fora, traste! (P/GILBERTO) Meu irmão, você está bem?
GILBERTO – (Mal) Se entreguem pra polícia... Por favor...

Terezinha se controla para não chorar.

TEREZINHA – Fica tranquilo, Gilberto. Vai dar tudo certo.
CALIXTO – Tá toda machucada por quê?
TEREZINHA – A Selma, me deu uma surra na cadeia. Ela deu um jeito de invadir a cela e me espancar.

Gilberto ri. Terezinha fica constrangida.

CALIXTO – E o que vamos fazer, Terezinha?
TEREZINHA – (Se afastando) Vamos pedir resgate para o Estevão. Pede cento e cinquenta milhões, pra ontem, numa conta na Suíça. (PAUSA) Mas precisava ter sequestrado o Gilberto pra isso?!
CALIXTO – Ele podia colaborar com a Selma na hora de prestar depoimento à polícia.
TEREZINHA – Nisso você tem razão. Gilberto está tetraplégico, mas não mudo.

Terezinha olha para Gilberto.

CORTA PARA:

CENA 03 / INTERIOR / DELEGACIA / TARDINHA

O delegado grita euforizante.

DELEGADO – Conseguimos uma rastreação!
ESTEVÃO – E da onde é?!
DELEGADO – Na verdade não é do local exato, mas conseguimos uma ligação direta para o telefone do sequestrador.
SELMA – Então vamos logo!

O delegado, Selma e Estevão vão, junto com várias viaturas, atrás do telefone que Terezinha jogou no lixo.

CORTA PARA:

CENA 04 / INTERIOR / CONSTRUTORA / ESCRITÓRIO / TARDINHA

Zyrah pega Lurdinha pelos cabelos e a puxa para si. Antônio tenta intervir, mas Zyrah atira e Patrícia grita.

ANTÔNIO – Tá gritando por que, sua vadiazinha?! É por sua culpa que estamos nessa situação!
LURDINHA – Pelo amor de Deus, Patrícia, faz alguma coisa!
PATRÍCIA – O que você quer, Zyrah?!

Zyrah joga Lurdinha no chão e agarra Patrícia, a beijando a força.

ZYRAH – Eu sempre te amei, Patrícia, desde que eu te vi pela primeira vez com o idiota do Thraso. Mas você me deu um golpe, sua puta, me roubou toda a mercadoria pra fugir rica pro Brasil e me deixar na mão! Mas eu voltei pra buscar você e cobrar a minha dívida!
PATRÍCIA – Quanto você quer?! Eu pago, tudo!
ZYRAH – Já pagou parte... Sabe, quando você fugiu no helicóptero, deixou a senha da conta conjunta da família cair e eu peguei. Rapei tudo, Patrícia!
ANTÔNIO – (avança p/ Zyrah) Seu ladrão! Agora eu tô na miséria!

Zyrah atira em direção a Antônio, que desvia.

ZYRAH – Ela pode pagar o resto da dívida me servindo como escrava até o fim da vida. O que acham dessa ideia?!

Lurdinha faz que não com a cabeça e Antônio não pensa duas vezes:

ANTÔNIO – Leva essa puta pra África! Vadia, safada!

Zyrah arrasta Patrícia pelos cabelos com uma arma na cabeça.

ZYRAH – Vamos sair pelos fundos, meu amor. De lá, vamos viver juntinhos no conforto da minha casa na Holanda! E, para pagar o resto do que me deve, terá que me servir como escrava para o resto de sua vida.

Patrícia grita de desespero e é levada embora. Antônio começa a chorar e é consolado por Lurdinha, que também está chorando.

LURDINHA – (PAUSA) Vou esperar umas duas horas e vou prestar queixa, tá, papai?
ANTÔNIO – Obrigado, minha filha... Muito obrigado...

Os dois choram um nos braços dos outros.

CORTA PARA:
CENA 05 / EXTERIOR / BAR / TARDINHA

Victor Hugo está bebendo e chorando na mesa do bar. É quando Laura Dagmar passa ao seu lado e vê o seu sofrimento.

L. DAGMAR – Victor Hugo?
V. HUGO – Dagmar?! Mas...
L. DAGMAR – Longa história, vários detalhes... Então, como está o Tomásvaldo?
V. HUGO – (limpando as lágrimas) Bem... Bem...
L. DAGMAR – Por que você está chorando?
V. HUGO – Eu não tava chorando, era só um cisco...
L. DAGMAR – Tava chorando sim.
V. HUGO – Não estava.
L. DAGMAR – Estava.
V. HUGO – (se levanta, com raiva) Não estava!

Ao se levantar, a cerveja cai nos peitos de Laura Dagmar. Constrangido, ele pega um guardanapo e os limpa.

V. HUGO – Desculpa, Laura, eu...

Ao perceber que ele está limpando os peitos de Laura Dagmar, Victor Hugo se aproxima cada vez mais dos lábios dela e acabam se beijando.

CORTA PARA:

CENA 06 / INTERIOR / HOTEL / QUARTO / TARDINHA

Tom acaba de chegar de uma corrida na orla da praia quando se depara com Maria Gilderoy sentada à beira da cama. Ela o vê e Tom se assusta.

M. GILDEROY – Calma Tom, só queria te desejar sucesso antes de ir embora.
TOM – (assustado) Você vai embora?!
M. GILDEROY – Vou... Arrumei um dinheiro e estou indo embora para sempre da sua vida. É uma pena você não me amar do jeito que eu te amo, mas, fazer o quê?
TOM – (pausa) É... Fazer o quê? Mas então, vai pra onde?
M. GILDEROY – Las Vegas. Vou ser dona de um cassino lá.
TOM – Mas e a Show Delícia?
M. GILDEROY – (sorrindo) Com quem você acha que vai ficar?

Maria Gilderoy tira um documento de dentro de uma pasta e entrega para Tom. Ele lê o documento e, meio sem graça, assina o papel.

M. GILDEROY – Uma dica para arrumar ótimos dançarinos: os aborde em pontos de ônibus.

Maria Gilderoy vai embora e Tom fica com o papel nas mãos.

CORTA PARA:

CENA 07 / INTERIOR / CONSTRUTORA / ESCRITÓRIO / NOITE

Lurdinha dá um calmante para o seu pai e pega a bolsa.

LURDINHA – Vou ligar pro Tom e ir pra delegacia junto com ele pra fazer o boletim.
ANTÔNIO – (triste) Eu... Eu vou arrumar as coisas aqui na construtora e ir pra casa...
LURDINHA – Te espero lá.

Lurdinha abraça o pai e vai embora. Logo depois, Antônio começa a guardar papeis na sua pasta e desligar as luzes do escritório. A luz acende do nada. Antônio fica assustado e a desliga novamente, mas a luz acede de novo. Assustado, ele ouve o som de um vaso quebrar e olha para onde veio o barulho. Ao ver, ele fica catatônico:

LAURA – Olá, meu amor.

Laura mostra uma faca para Antônio.

CORTA PARA:

CENA 08 / EXTERIOR / GALPÃO / NOITE

Estêvão, Selma, o delegado e os policiais saem das viaturas e cercam o galpão.

DELEGADO – Bem, pela ligação feita por aquele celular que achamos no lixo, é aqui o lugar onde Gilberto está malocado.
SELMA – E, provavelmente, junto com a Terezinha.

O delegado pega um megafone e o põe na boca.

DELEGADO – (gritando) Calixto, acabou, a polícia cercou o galpão, você não tem mais escolhas. Liberte o Gilberto agora, ou vamos invadir tudo!

Estêvão fica apreensivo.

CORTA PARA:

CENA 09 / INTERIOR / GALPÃO / NOITE

Terezinha, Gilberto e Calixto ouvem tudo e ficam perplexos.

CALIXTO – Mas que palhaçada é essa?! Como descobriram que a gente tá aqui?!
TEREZINHA – Não importa, Calixto... Você ouviu o delegado: a polícia cercou a gente, cacete!
CALIXTO – E agora, o que a gente vai fazer?!

Terezinha anda de um lado para o outro, preocupada.

TEREZINHA – Acho melhor a gente soltar o Gilberto.
CALIXTO – Tá louca?! Mas aí a gente vai ser preso!
TEREZINHA – Não! Não estou, Calixto! A única pessoa louca aqui é você, que teve a audácia de sequestrar o meu irmão e ainda por cima bater nele!
CALIXTO – (pega Terezinha pelos braços) Foi pela gente, Terezinha...
TEREZINHA – Já que você não vai soltar, eu solto.

Terezinha pega uma serra elétrica, que estava no canto de uma parede ao fundo do galpão e a liga, indo em direção às correntes de Gilberto. Mas Calixto puxa o cabelo de Terezinha e a serra elétrica cai no chão bem perto dos pés de Gilberto.

TEREZINHA – Tá maluco?!
CALIXTO – (com raiva) Você não vai soltar ninguém, Terezinha! Você vai lá fora e vai fazer um acordo com os polícia! Anda, vai!
TEREZINHA – (se debatendo) Me solta, seu merda, corno, frouxo! Eu não gosto de você, nunca gostei e NUNCA VOU GOSTAR, AGORA ME LARGA, MERDA!

Calixto empurra Terezinha. A serra elétrica, como está ligada, acaba indo em direção aos pés de Gilberto, que não pode se mover. Calixto pega Terezinha e a empurra para o lado oposto a Gilberto. A serra se aproxima mais e mais. Terezinha corre para pegar a cerra, mas Calixto lhe dá um chute na barriga.

CALIXTO – Vamos ver se esse filho falso morre de verdade.

A serra está a MILÍMETROS do pé de Gilberto. É quando Terezinha consegue passar por Calixto e pega a cerra. Calixto puxa uma arma e atira. Sangue vai à cara de Gilberto. Ele berra.

CORTA PARA:

FIM DO CAPÍTULO 29

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