terça-feira, 19 de março de 2013

Vida Fatal - Capítulo 32


Cena 1/ Hospital/ Sala de espera/ Interno/ Noite
OTÁVIO: Ele deve ter ingerido a comida ou a bebida envenenada sem saber que ela estava envenenada. Mas quem faria isso?
LARISSA: Vamos combinar que naquela festa tinha mais inimigos do seu Ramiro do que amigos. Doutor, o senhor tem certeza desse veneno?
MÉDICO: Sim. Foi encontrado neocicuta no organismo dele. Se vocês quiserem enterrar o corpo, ele já pode ser liberado. Nós já assinamos o atestado de óbito e a autópsia.
(Guilherme se aproxima)
GUILHERME: O que aconteceu?
LARISSA: Seu tio faleceu.
GUILHERME: O quê?
MÉDICO: Ele sofreu um ataque cardíaco causado por envenenamento.
GUILHERME: Meu tio foi envenenado?
OTÁVIO: Sim, durante a festa. E nós estamos pensando na possibilidade de ele ter sido assassinado.
LARISSA: Ou seja, alguém pode ter colocado veneno na bebida ou comida dele.
MÉDICO: Bom, qualquer dúvida, vocês podem me chamar. Com licença.
(O médico sai)
GUILHERME: Foi você. Você matou meu tio.
OTÁVIO: Eu não fiz nada. Você que tinha motivos para fazer isso.
LARISSA: Chega.

Cena 2/ Mansão Albuquerque/ Cozinha/ Interno/ Noite
CELINA: Ok, meu filho. Obrigada por avisar. Beijos.
(Celina coloca o celular na mesa)
CELINA: O Ramiro faleceu.
GONÇALA: Ele teve o que mereceu.
CELINA: Como você pode dizer uma coisa dessas? Ele era nosso patrão.
GONÇALA: Ele era uma merda de patrão.

Cena 3/ Casa de César/ Sala/ Interno/ Noite
CÉSAR: Quando aquele velho começou a ter um troço naquele projeto de palco, eu me diverti tanto.
LUCÉLIA: Tomara que ele não tenha resistido ao ataque.
CÉSAR: Claro que não. A morte é a próxima fase daquele caquético.
LUCÉLIA: Será que alguém nos viu?
CÉSAR: Não. Nós estávamos muito bem escondidos e ninguém ia descobrir nossas identidades atrás daquelas máscaras. Fique calma. Nós conseguimos.

Cena 4/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia

Cena 5/ Cemitério/ Interno/ Dia
PADRE: E que a alma de Ramiro Albuquerque encontre um lugar confortável no Reino dos Céus.
(Otávio e Celina jogam flores em cima do caixão de Ramiro)

Cena 6/ Cemitério/ Interno/ Dia
JULIANA: Não fique assim, pai.
GUILHERME: Eu perdi minha tia e agora perdi meu tio.
JULIANA: O senhor vai para casa agora?
GUILHERME: Vou para a mansão do tio Ramiro. O advogado dele já está lá, pronto para abrir o testamento.

Cena 7/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Dia
(Larissa, Otávio, Celina e Guilherme estão sentados. Na frente deles, está o advogado de Ramiro)
ADVOGADO: Hora de abrir o testamento. Para minha governanta Celina, eu deixo todos os móveis da minha mansão. Para meu sobrinho Guilherme, eu deixo um quarto do meu dinheiro.
GUILHERME: Só essa mixaria?
ADVOGADO: É o que diz aqui. Para Larissa, minha grande, admirável e respeitável amiga, eu deixo meu carro e para Otávio, meu braço direito, eu deixo minha mansão, a empresa Áureo Mineração e o resto do meu dinheiro.
(Guilherme levanta-se)
GUILHERME: O quê? Eu que merecia a empresa, a mansão e o dinheiro, que sou sobrinho dele.
ADVOGADO: Mas o patrimônio foi entregue para Otávio.
GUILHERME: Faça bom proveito, Otávio. Mais tão proveito, que no final de tudo, não sobre nada desse patrimônio.
(Guilherme sai)

Cena 8/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Alternando Noite e Dia

Cena 9/ Apartamento de Pedrosa/ Quarto/ Interno/ Dia
(Pedrosa mexe em Thais)
PEDROSA: Acorda. Acorda.
THAIS: O que é, Pedrosa?
PEDROSA: Nós iremos viajar
THAIS: Como?
PEDROSA: Thais; pensa o seguinte. Eu roubei o cofre daquela empresa. Nós temos que sumir daqui, antes que alguém descubra o roubo e suspeite de mim.
THAIS: Entendi.
PEDROSA: Então, arrume suas coisas. Nós partiremos hoje a noite.

Cena 10/ Faculdade/ Sala de aula/ Interno/ Dia
JÉSSICA: Amiga, não estou conseguindo cortar essa folha com sua tesoura.
JULIANA: Deixa-me tentar.
(Roberta aparece)
ROBERTA: Jéssica, porque você não usa seus dentes para roer a folha, sua capivara sertaneja?
(Roberta ri e sai)

Cena 11/ Apartamento de Guilherme/ Sala/ Interno/ Dia
GUILHERME: Aquele velho deixou todo o patrimônio dele para o Otávio. Desgraçado. E eu que pensei por ser sobrinho, ia ganhar tudo aquilo.
FÁTIMA: Não fique assim. Ainda tem aquela negociação, esqueceu? Eu tenho certeza que o Otávio irá assinar o documento e aí, tudo o que o Seu Ramiro deu a ele por meio do testamento, vai para o seu nome.
GUILHERME: Não esqueça que eu só caso com você, se o Otávio assinar mesmo esse documento. Foi o que combinamos.
FÁTIMA: Ele vai assinar.
GUILHERME: Velho caduco. Ainda bem que morreu. Não fez mais do que a obrigação: a obrigação de morrer. Que ele vá para o Inferno.
FÁTIMA: Falando em ir, é melhor você ir para a empresa.

Cena 12/ Faculdade/ Escadaria/ Interno/ Dia
JULIANA: Eu só acho que você deveria revidar os comentários da Roberta.
JÉSSICA: Você sabe que eu prefiro ignorar.
JULIANA: Mas isso não está adiantando. Imponha-se em relação a ela. Acabe com essas provocações sem graça. Dê um basta nisso.

Cena 13/ Áureo Mineração/ Espaço da Presidência/ Interno/ Dia
(Guilherme entra)
GUILHERME: A Rose ainda não chegou.  O pior é que eu preciso pegar alguns relatórios na segunda gaveta para mostrar ao desgraçado do Otávio.
(Guilherme abre a gaveta e encontra diversas cartas. Ele abre as cartas e lê)
GUILHERME: Quem diria?
(Rose se aproxima)
ROSE: Seu Guilherme? 
(Guilherme vira-se para Rose com as cartas na mão)
GUILHERME: Então, você era amante do meu tio Ramiro, não era; Rose?
(Congela em Rose)

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