Cena 1/ Mansão de Antonio/ Portaria/ Externo/ Dia
MARIANA: Morta?
ANTONIO: Isso. A morte da Marieta já faz dois meses
completos. Mas o que você gostaria de tratar com ela?
MARIANA: É... A Marieta queria... É... Ela me chamou
para passar um tempo aqui na mansão.
ANTONIO: Como?
MARIANA: Eu sou de Olinda também e a Marieta era
colega da minha mãe. Quando a Marieta soube que eu queria vir ao Rio de Janeiro
em busca de novas oportunidades de emprego, ela me ofereceu abrigo aqui na
mansão. Agora, sem ela aqui, não tenho para onde ir. Mas não tem problema. Eu
me viro.
ANTONIO: A Marieta nunca me comentou isso. Confesso
que estou surpreso com essa atitude solidária dela.
MARIANA: Bem. Estou muito surpresa com essa notícia.
Meus pêsames.
ANTONIO: Obrigado. Mariana é esse seu nome não é?
MARIANA: Sim.
ANTONIO: Pois bem. Mariana, você gostaria de morar
aqui na mansão por um tempo?
MARIANA: O senhor está falando sério?
ANTONIO: Sim. Você gostaria?
MARIANA: Sim. Claro. Obrigada pela oportunidade.
ANTONIO: Entre, por favor.
(Mariana e Antonio entram na sala da mansão. Diana se
levanta.)
DIANA: Quem é essa mulher, Antonio?
ANTONIO: Diana, essa mulher se chama Mariana e ela vai
passar um tempo aqui com a gente. (Para Severina): Severina, venha aqui na
sala, por favor.
(Severina entra)
ANTONIO: Severina, leve a Mariana para um quarto. Ela
será nosso hóspede por um tempo.
SEVERINA: Claro. Me acompanhe, Mariana.
(Mariana e Severina sobem a escada)
DIANA: Que história é essa de essa menina passar um
tempo aqui com a gente? Você a conhece?
ANTONIO: Para falar a verdade, não. Mas parece ser uma
menina boa. Ela era colega da Marieta.
DIANA: O que? Essa Mariana é amiga da Marieta? Está na
cara que é outra interesseira que está querendo se aproveitar da tua compaixão
para roubar nossa fortuna.
ANTONIO: A Marieta prometeu abrigo para essa menina e
ela não sabia da morte da Marieta. Eu não poderia enxotá-la. Está decidido. Ela
fica, Diana. Caso ela seja uma pessoa de más intenções, com o tempo
descobriremos.
(Antonio sai)
Cena 2/ Studio Design/ Sala de Guilherme/ Interno/ Dia
(Ronaldo bate na porta e depois entra)
RONALDO: Chamou, seu Guilherme?
GUILHERME: Chamei. Sente-se.
(Ronaldo senta)
RONALDO: O que aconteceu?
GUILHERME: Ronaldo, eu não quero ser intransigente com
você, mas quem você pensa que é para se dar ao luxo de dispensar uma cliente do
naipe de Sabrina Andrade?
RONALDO: Seu Guilherme, eu não trabalho com fotos de
cunho pornográfico. A Dona Sabrina quer posar nua. Me diga se é coerente uma
mulher de 45 anos querer posar nua e aparecer pelada em capas de revistas
masculinas.
GUILHERME: Eu não quero saber se é coerente ou não. O
que eu quero saber agora é se você tem amor a esse emprego.
RONALDO: Claro que tenho.
GUILHERME: Maravilha. Então você vai voltar à mansão
da Sabrina e irá fazer as fotos que ela quer que sejam feitas, ok?
RONALDO: Mas, seu Guilherme, eu não trabalho com isso.
GUILHERME: Você tem razão. Você trabalha para mim e eu
quero que você faça qualquer tipo de foto. Desde aquelas mais leves e
comportadas àquelas de cunho erótico, ok? Você volta a fazer as fotos da
Sabrina?
RONALDO: Volto sim. Pode ficar tranqüilo. Eu faço
essas fotos, mesmo a contragosto.
Cena 3/ EUA/ Restaurante/ Interno/ Dia
(Saulo chega ao restaurante e senta-se na mesa onde
está Nathalia.)
SAULO: Bom dia
NATHALIA: Bom dia. Tudo bem?
SAULO: Estou
levando. Meu banco está me dando um pouco de trabalho, mas as coisas são assim
mesmo.
NATHALIA: Eu
marquei esse encontro com você para te agradecer pelo o que você fez por mim.
Obrigada, de coração.
SAULO:
Imagina. Era minha obrigação prestar ajuda a uma pessoa que eu prejudiquei.
NATHALIA: Sabe
que às vezes eu fico me perguntando: com tantos homens que poderiam me
atropelar, logo você, um brasileiro, que me atropelou? Acho que isso é obra do
destino.
SAULO: Quem
sabe, né?
NATHALIA: Me
conta mais da sua vida, do seu banco. É bom ser um empresário?
SAULO: É
ótimo. Tem tantas vantagens. A gente se sente mais independente, sabe como é?
NATHALIA: Acho
que sim. Continue.
(A conversa segue
fora de áudio)
Cena 4/ Centro
de Pesquisas/ Recepção/ Interno/Dia
ANTONIO: Bom
dia, Laila.
LAILA: Bom
dia, seu Antonio. Eu estava mesmo precisando falar com o senhor.
(Laila pega
algumas papeladas na gaveta)
LAILA: Aqui estão uns documentos importantíssimos que o senhor precisa assinar urgentemente.
(Laila entrega
os documentos para Antonio)
ANTONIO:
Obrigado. Mais alguma coisa?
LAILA: Sim. É
melhor o senhor tomar cuidado com o seu Carlos. Sempre que o senhor não vem
para o Centro, ele invade a sua sala. Eu o já peguei aí dentro mais de uma vez.
Eu acho que ele está de olho no cofre.
ANTONIO: No
cofre?
Cena 5/ Ceron
Cosméticos/ Sala de Leonardo/ Interno/ Dia
(Leonardo está
fazendo desenhos de alguns rótulos. Débora entra)
LEONARDO: Oi,
bom dia. Porque não bateu na porta?
DEBORA: Eu não preciso. Sou a dona dessa empresa.
DEBORA: Eu não preciso. Sou a dona dessa empresa.
LEONARDO:
Desculpe. Eu não sabia. Você deve ser Débora Medeiros.
DEBORA: Sim,
sou eu. E você é o Leonardo Alcântara, acertei?
LEONARDO:
Acertou. Prazer, dona Débora.
(Leonardo
estende a mão)
DEBORA: Você
acha que eu vou te cumprimentar garoto. Eu não sou hipócrita. Me responda. Que
relação você tem ou teve com o Medeiros?
LEONARDO: Relação? Porque a senhora quer saber disso?
LEONARDO: Relação? Porque a senhora quer saber disso?
DEBORA: Porque
de uma forma surpreendente, seu nome apareceu no testamento do meu marido. Eu
quero encontrar alguma explicação para ele cometer esse ato de solidariedade
com você.
Cena 6/ Mansão
de Antonio/Quarto de Mariana/ Interno/ Dia
(Mariana está
tirando as roupas da mala. Daniel entra no quarto)
DANIEL: Licença.
MARIANA: Oi,
tudo bem?
DANIEL: Tudo.
Sou Daniel e você deve ser a garota que vai passar um tempinho com a gente.
MARIANA: Sou
eu mesma; Prazer, me chamo Mariana.
DANIEL: Só vim
te desejar boas vindas. Não se preocupe. Você será bem tratada aqui, por todos
nós. E se não for, me avise, que eu faço questão de te defender.
MARIANA:
Obrigada pela confiança, Daniel. Você é um rapaz muito gentil.
DANIEL: Você
parece ser uma garota bem legal. Saiba que você ganhou um amigo aqui dentro.
Qualquer dificuldade, me chame, que eu te ajudo.
MARIANA: Você
também ganhou uma amiga.
(Mariana torce
o pé e cai sobre os braços de Daniel. Eles trocam olhares. Daniel e Mariana se
beijam.)
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