Continuação
imediata do capítulo anterior.
CENA
1 /MANSÃO FELISBERTO /QUARTO DE GREGÓRIO/ INTERIOR /DIA
Ana
está terminando de desfazer as malas.
Ana
– Ah, Cafundonópolis do Norte... Enfim voltamos! Tudo está saindo
como planejei! Em breve as coisas vão voltar ao seu lugar e tudo vai
ser como deveria ter sido...
Carolina
entra de repente no quarto.
Carolina
– O que você disse, mãe?
Ana
– (assustada) Eu? Nada não, minha filha. Tava dizendo que vamos
ser muito felizes aqui nessa cidade.
Carolina
– Ah mãe! Eu não quero ficar aqui! Não tem nada pra fazer! Não
tem shopping, não tem nada!
Ana
– Minha filha, aproveite para conhecer um pouco essa cidade, pra
ficar em contato com a natureza. Com o tempo você vai se acostumar e
até gostar.
Carolina
– Credo, mãe! Eu nunca vou gostar daqui!
Carolina
volta para seu quarto.
Ana
– Essa foi por pouco! Não quero que ninguém descubra...
CENA
2 /MANSÃO FELISBERTO /QUARTO DE EVANDRO /INTERIOR /DIA
Evandro
tira do bolso o bilhete que o menino lhe entregou na estrada e lê
novamente.
Evandro
– (lendo) “Evandro, seja bem vindo de volta! Você precisa saber
da verdade. Jussara lhe deixou um filho!”
Evandro
– Minha Jussara... Você nunca saiu do meu coração! Nunca mais
tive outra mulher e nem pretendo ter. Você foi e vai ser a única
mulher da minha vida... Preciso investigar essa história! Será que
minha amada me deixou um filho mesmo? Será possível?
Nesse
momento, Gregório surge no quarto de Evandro, que rapidamente coloca
o bilhete no bolso de novo.
Gregório
– (curioso) Evandro, o que está fazendo? O que você colocou aí
no bolso?
Evandro
– (disfarçando) Nada, meu irmão. Apenas o telefone do nosso amigo
Felício.
Gregório
– Ok! Mas, seu amigo! Eu não tenho amigos aqui nesse fim de mundo!
Evandro
– Você não tem amigos nem aqui, nem em lugar nenhum, não é
mesmo?
Gregório
– Hahaha. Não tenho culpa de não encontrar alguém do meu nível!
Evandro
– Gregório, você tem que ser um pouco mais sociável...
Gregório
– Ih, lá vem você com essa besteira de novo... Tchau, Evandro!
Vou resolver umas coisinhas...
Gregório
sai do quarto de Evandro, batendo a porta.
CENA
3 /CASA CACHORRINHO /SALA /INTERIOR /DIA
Aurélia
está deitada no sofá coberta de cremes no rosto e rodelas de pepino
nos olhos. Lázaro está limpando os vidros da janela.
Lázaro
– Aurélia, meu amor, você não acha que está exagerando? Imagina
se nossos eleitores me vêem aqui? O que vai ser de minha carreira
política?
Aurélia
– Ninguém vai ver, Lázaro! E se virem, qual o problema? Vão ver
que você é um homem trabalhador! Hahaha
Nesse
instante, a campainha toca.
Lázaro
– Amorzinho, atenda a porta, por favor. Estou muito ocupado.
Aurélia
– Tá louco, Lázaro! E estragar meu tratamento de beleza? Vá você
que não faz nada mesmo!
Lázaro
vai atender a porta.
Lázaro
– (sorrindo) Meus filhos, Emiliano e Evaristo! Quanta saudade! Que
surpresa é essa? Não sabíamos que vocês chegariam, senão
teríamos preparado alguma coisa especial.
Pai
e filhos se abraçam na porta.
Evaristo
– Nem era pra preparar, meu pai! Queria mesmo fazer uma surpresa!
Emiliano
– Isso mesmo, pai!
Aurélia
levanta correndo pra abraçar os filhos.
Aurélia
– Meus filhos, queridos! Como é bom ver vocês de volta! Sejam bem
vindos!
A
família inteira se abraça.
Emiliano
fica com o rosto cheio dos cremes que sua mãe estava usando. Lázaro,
Aurélia e Evaristo começam a rir.
CENA
4 /CASA DAS POMBINHAS /EXTERIOR /DIA
Gregório
vem chegando ao local onde 25 anos atrás era a Casa das Pombinhas. O
local encontra-se abandonado.
Gregório
– Hahaha. Isso aqui me traz grandes lembranças... Foi aqui que
tudo começou!
Gregório
se aproxima da casa.
Gregório
– O local está um pouco abandonado. Claro, sem minha presença
aqui, nada seria o mesmo! Eu fiz muita falta mesmo! Hahaha
Gregório
consegue entrar na Casa das Pombinhas. Vai verificando o local.
Gregório
– É... Apesar do tempo, o local ainda é adequado. Vou falar com
aquele idiota do Evandro e acho que encontramos o local. Espero que
ele não venha com sentimentalismo barato! Que idiota!
CENA
5 /TRIBO NAPOINARA /OCA PRINCIPAL /DIA
Grande
Matriarca está fazendo suas orações, quando Yuri chega.
Yuri
– Grande Matriarca! Chamou índio Yuri?
Grande
Matriarca – Chamei sim, meu filho. Quero ter uma conversa com você!
Yuri
– Pode falar, Grande Matriarca! Mim tá ouvindo.
Grande
Matriarca – Índio Yuri, meu filho! Você é um índio especial!
Não é como os outros!
Yuri
– Mim índio especial? Mim não entende, Grande Matriarca!
Grande
Matriarca – Índio Yuri será preparado para ser o novo cacique da
tribo Napoinara!
Yuri
– (espantado) Novo cacique?
CENA
6 /CASA CACHORRINHO /SALA /INTERIOR /DIA
Aurélia
– Meus filhos, como vocês estão mudados! Como passaram esse tempo
na capital?
Lázaro
– Isso! Contem-nos as novidades!
Evaristo
– Eu estou formado em arquitetura.
Lázaro
– Mas que maravilha, meu filho! Então você vai poder ajudar a
realizar meu sonho de fazer melhorias nessa cidade!
Aurélia
– Lázaro, não me venha com conversa fiada! (virando-se para
Emiliano) E você, meu filho, também é um arquiteto? Quem sabe
médico, advogado?
Emiliano
– Detetive, mãe!
Lázaro
e Aurélia se espantam.
Aurélia
– Detetive? Mas, que raios você vai fazer com essa profissão aqui
na cidade?
CENA
7 /MANSÃO FELISBERTO /COZINHA /INTERIOR /DIA
Evandro,
Ana e Carolina estão tomando o café da tarde quando toca a
campainha.
Ana
– (levantando) Deixa que eu atendo!
CENA
8 /MANSÃO FELISBERTO /SALA /INTERIOR /DIA
Ana
vai em direção à porta. É Felício e Mariana.
Felício
– Muito boa tarde, dona Ana! Sou Felício Randone e essa é minha
filha Mariana!
Mariana
– Boa tarde, dona Ana!
Ana
– Não precisam me chamar de "dona"! Chamem apenas de Ana! - rindo
Felício
– Se a senhora prefere, muito bem então, dona Ana, digo, Ana!
Ana
– E sem "senhora" também! Meu cunhado Evandro fala muito de vocês!
Parece que são grandes amigos, não é? Pois entrem! Estamos tomando
café. Estão servidos?
Ana,
Felício e Mariana entram.
Mariana
– Obrigada, Ana, mas não precisa!
Evandro
chega.
Evandro
– Meu amigo Felício! Que prazer tê-lo em minha casa!
Evandro
e Felício se abraçam.
Evandro
– O que traz meu grande amigo em minha casa?
Felício
– Preciso conversar com você, Evandro. Esta é minha filha
Mariana, acho que já lhe apresentei.
Evandro
estende a mão e cumprimenta Mariana.
Evandro
– Muito prazer, Mariana!
Mariana
– O prazer é meu, seu Evandro.
Evandro
– Só Evandro, por favor! Sem formalidades! Eu e seu pai somos
grandes amigos!
Carolina
entra na sala.
Ana
– Vejam, essa é minha filha Carolina!
Felício
– Muito prazer, Carolina!
Mariana
– Oi Carolina, tudo bem com você?
Carolina
– (seca) Boa tarde pra todo mundo!
Carolina
sobe as escadas correndo em direção ao seu quarto.
Ana
– (constrangida) Nossa! Que vergonha! Não liguem! Minha filha é assim mesmo!
Felício
– Tudo bem! É a idade, não é mesmo?
Todos
riem.
Gregório
chega em casa.
Gregório
– (gritando) Que bagunça é essa aqui na minha casa?
Todos
se viram em direção à porta. Os olhares de Gregório e Mariana se
encontram novamente.
Congela
em Gregório encantado.
FIM
DO CAPÍTULO.
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