terça-feira, 31 de julho de 2012

Capítulo 17 de Vida nas Mãos

Continuação imediata do capítulo anterior.

CENA 1 /MANSÃO FELISBERTO /QUARTO DE GREGÓRIO/ INTERIOR /DIA

Ana está terminando de desfazer as malas.

Ana – Ah, Cafundonópolis do Norte... Enfim voltamos! Tudo está saindo como planejei! Em breve as coisas vão voltar ao seu lugar e tudo vai ser como deveria ter sido...

Carolina entra de repente no quarto.

Carolina – O que você disse, mãe?
Ana – (assustada) Eu? Nada não, minha filha. Tava dizendo que vamos ser muito felizes aqui nessa cidade.
Carolina – Ah mãe! Eu não quero ficar aqui! Não tem nada pra fazer! Não tem shopping, não tem nada!
Ana – Minha filha, aproveite para conhecer um pouco essa cidade, pra ficar em contato com a natureza. Com o tempo você vai se acostumar e até gostar.
Carolina – Credo, mãe! Eu nunca vou gostar daqui!

Carolina volta para seu quarto.

Ana – Essa foi por pouco! Não quero que ninguém descubra...


CENA 2 /MANSÃO FELISBERTO /QUARTO DE EVANDRO /INTERIOR /DIA

Evandro tira do bolso o bilhete que o menino lhe entregou na estrada e lê novamente.

Evandro – (lendo) “Evandro, seja bem vindo de volta! Você precisa saber da verdade. Jussara lhe deixou um filho!”

Evandro – Minha Jussara... Você nunca saiu do meu coração! Nunca mais tive outra mulher e nem pretendo ter. Você foi e vai ser a única mulher da minha vida... Preciso investigar essa história! Será que minha amada me deixou um filho mesmo? Será possível?

Nesse momento, Gregório surge no quarto de Evandro, que rapidamente coloca o bilhete no bolso de novo.

Gregório – (curioso) Evandro, o que está fazendo? O que você colocou aí no bolso?
Evandro – (disfarçando) Nada, meu irmão. Apenas o telefone do nosso amigo Felício.
Gregório – Ok! Mas, seu amigo! Eu não tenho amigos aqui nesse fim de mundo!
Evandro – Você não tem amigos nem aqui, nem em lugar nenhum, não é mesmo?
Gregório – Hahaha. Não tenho culpa de não encontrar alguém do meu nível!
Evandro – Gregório, você tem que ser um pouco mais sociável...
Gregório – Ih, lá vem você com essa besteira de novo... Tchau, Evandro! Vou resolver umas coisinhas...

Gregório sai do quarto de Evandro, batendo a porta.


CENA 3 /CASA CACHORRINHO /SALA /INTERIOR /DIA

Aurélia está deitada no sofá coberta de cremes no rosto e rodelas de pepino nos olhos. Lázaro está limpando os vidros da janela.

Lázaro – Aurélia, meu amor, você não acha que está exagerando? Imagina se nossos eleitores me vêem aqui? O que vai ser de minha carreira política?
Aurélia – Ninguém vai ver, Lázaro! E se virem, qual o problema? Vão ver que você é um homem trabalhador! Hahaha

Nesse instante, a campainha toca.

Lázaro – Amorzinho, atenda a porta, por favor. Estou muito ocupado.
Aurélia – Tá louco, Lázaro! E estragar meu tratamento de beleza? Vá você que não faz nada mesmo!

Lázaro vai atender a porta.

Lázaro – (sorrindo) Meus filhos, Emiliano e Evaristo! Quanta saudade! Que surpresa é essa? Não sabíamos que vocês chegariam, senão teríamos preparado alguma coisa especial.

Pai e filhos se abraçam na porta.

Evaristo – Nem era pra preparar, meu pai! Queria mesmo fazer uma surpresa!
Emiliano – Isso mesmo, pai!

Aurélia levanta correndo pra abraçar os filhos.

Aurélia – Meus filhos, queridos! Como é bom ver vocês de volta! Sejam bem vindos!

A família inteira se abraça.

Emiliano fica com o rosto cheio dos cremes que sua mãe estava usando. Lázaro, Aurélia e Evaristo começam a rir.


CENA 4 /CASA DAS POMBINHAS /EXTERIOR /DIA

Gregório vem chegando ao local onde 25 anos atrás era a Casa das Pombinhas. O local encontra-se abandonado.

Gregório – Hahaha. Isso aqui me traz grandes lembranças... Foi aqui que tudo começou!

Gregório se aproxima da casa.

Gregório – O local está um pouco abandonado. Claro, sem minha presença aqui, nada seria o mesmo! Eu fiz muita falta mesmo! Hahaha

Gregório consegue entrar na Casa das Pombinhas. Vai verificando o local.

Gregório – É... Apesar do tempo, o local ainda é adequado. Vou falar com aquele idiota do Evandro e acho que encontramos o local. Espero que ele não venha com sentimentalismo barato! Que idiota!


CENA 5 /TRIBO NAPOINARA /OCA PRINCIPAL /DIA

Grande Matriarca está fazendo suas orações, quando Yuri chega.

Yuri – Grande Matriarca! Chamou índio Yuri?
Grande Matriarca – Chamei sim, meu filho. Quero ter uma conversa com você!
Yuri – Pode falar, Grande Matriarca! Mim tá ouvindo.
Grande Matriarca – Índio Yuri, meu filho! Você é um índio especial! Não é como os outros!
Yuri – Mim índio especial? Mim não entende, Grande Matriarca!
Grande Matriarca – Índio Yuri será preparado para ser o novo cacique da tribo Napoinara!
Yuri – (espantado) Novo cacique?


CENA 6 /CASA CACHORRINHO /SALA /INTERIOR /DIA

Aurélia – Meus filhos, como vocês estão mudados! Como passaram esse tempo na capital?
Lázaro – Isso! Contem-nos as novidades!
Evaristo – Eu estou formado em arquitetura.
Lázaro – Mas que maravilha, meu filho! Então você vai poder ajudar a realizar meu sonho de fazer melhorias nessa cidade!
Aurélia – Lázaro, não me venha com conversa fiada! (virando-se para Emiliano) E você, meu filho, também é um arquiteto? Quem sabe médico, advogado?
Emiliano – Detetive, mãe!

Lázaro e Aurélia se espantam.

Aurélia – Detetive? Mas, que raios você vai fazer com essa profissão aqui na cidade?


CENA 7 /MANSÃO FELISBERTO /COZINHA /INTERIOR /DIA

Evandro, Ana e Carolina estão tomando o café da tarde quando toca a campainha.

Ana – (levantando) Deixa que eu atendo!


CENA 8 /MANSÃO FELISBERTO /SALA /INTERIOR /DIA

Ana vai em direção à porta. É Felício e Mariana.

Felício – Muito boa tarde, dona Ana! Sou Felício Randone e essa é minha filha Mariana!
Mariana – Boa tarde, dona Ana!
Ana – Não precisam me chamar de "dona"! Chamem apenas de Ana! - rindo
Felício – Se a senhora prefere, muito bem então, dona Ana, digo, Ana!
Ana – E sem "senhora" também! Meu cunhado Evandro fala muito de vocês! Parece que são grandes amigos, não é? Pois entrem! Estamos tomando café. Estão servidos?

Ana, Felício e Mariana entram.

Mariana – Obrigada, Ana, mas não precisa!

Evandro chega.

Evandro – Meu amigo Felício! Que prazer tê-lo em minha casa!

Evandro e Felício se abraçam.

Evandro – O que traz meu grande amigo em minha casa?

Felício – Preciso conversar com você, Evandro. Esta é minha filha Mariana, acho que já lhe apresentei.

Evandro estende a mão e cumprimenta Mariana.

Evandro – Muito prazer, Mariana!
Mariana – O prazer é meu, seu Evandro.
Evandro – Só Evandro, por favor! Sem formalidades! Eu e seu pai somos grandes amigos!

Carolina entra na sala.

Ana – Vejam, essa é minha filha Carolina!

Felício – Muito prazer, Carolina!
Mariana – Oi Carolina, tudo bem com você?

Carolina – (seca) Boa tarde pra todo mundo!

Carolina sobe as escadas correndo em direção ao seu quarto.

Ana – (constrangida) Nossa! Que vergonha! Não liguem! Minha filha é assim mesmo!

Felício – Tudo bem! É a idade, não é mesmo?

Todos riem.

Gregório chega em casa.

Gregório – (gritando) Que bagunça é essa aqui na minha casa?

Todos se viram em direção à porta. Os olhares de Gregório e Mariana se encontram novamente.

Congela em Gregório encantado.

FIM DO CAPÍTULO.

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