terça-feira, 26 de março de 2013

Vida Fatal - Capítulo 37


Cena 1/ Bordel/ Interno/ Noite
LARISSA: Você sabe onde fica a sala do seu Cebola?
ALBERTO: É aquela ali.
(Alberto aponta para uma porta)

Cena 2/ Bordel/ Sala de Cebola/ Interno/ Noite
(Larissa bate na porta e entra)
LARISSA: Com licença. Posso entrar?
CEBOLA: Fique a vontade.
(Larissa senta-se)
LARISSA: Antes de tudo, eu quero me apresentar. Sou Virna Magalhães e pretendo trabalhar aqui.
CEBOLA: Antes, você precisa passar por uma seleção.
LARISSA: A Norma não havia me dito que precisava passar por essa seleção.
CEBOLA: Norma?
LARISSA: Sim, eu vim aqui por recomendação dela
CEBOLA: Por que você não me disse antes? Se for por recomendação da Norma, já se considere contratada. Pode começar amanhã mesmo.
LARISSA: Muito obrigada, seu Cebola. A Norma é uma amiga e tanto.
CEBOLA: Ela era uma das melhores garotas que a boate tinha. Ela satisfazia todos os clientes. Todos queriam passar a noite com ela.
LARISSA: Realmente, a Norma bate um bolão.

Cena 3/ Apartamento de Adriana/ Sala/ Interno/ Noite
ADRIANA: Quer jantar agora?
(Pausa)
ADRIANA: Quer jantar, Otávio?
OTÁVIO: Desculpe. Eu estava pensando naquela festa do seu Ramiro e no assassinato dele. Estou pensando em abrir um processo investigativo.
ADRIANA: Processo?
OTÁVIO: Sim. Muita gente merece saber o que aconteceu naquele dia e quem o matou.
ADRIANA: Se isso for te fazer bem.
OTÁVIO: Irá me fazer muito bem. A propósito, você esteve na festa do seu Ramiro?
ADRIANA: Claro que não. Eu estava indisposta naquele dia. Por que a pergunta?
OTÁVIO: Nada. Esquece.
(Otávio sai)
ADRIANA: Droga. Eu tenho certeza que a Larissa deu com a língua nos dentes. E para piorar, o Otávio quer abrir o processo investigativo. Ódio, se esse processo for aberto, ele descobrirá tudo.

Cena 4/ Bordel/ Interno/ Noite
ALBERTO: Como foi lá?
LARISSA: Fui contratada. E para sua informação, me chamo Virna.
ALBERTO: Eu não acredito que você fez isso.
LARISSA: Foi a única maneira que eu encontrei para descobrir mais a fundo o passado da Adriana, quer dizer, Norma.
(Karinne se aproxima)
KARINNE: Alberto? É você?
ALBERTO: Karinne.
(Karinne puxa Alberto e o abraça)
KARINNE: Quanto tempo. Estava morrendo de saudades. Nunca mais veio me ver.
ALBERTO: Minha vida mudou bastante. Tive que dar um tempo nessas visitas ao bordel.
KARINNE: Mas parece que você veio matar as saudades.
ALBERTO: Vim trazer a Virna. Ela vai trabalhar aqui também, com você.
(Larissa cumprimenta Karinne)
LARISSA: Prazer, Karinne. Eu sei muito sobre você.
KARINNE: Ah é? E por quem?
LARISSA: Minha grande amiga Norma me contou algumas coisas sobre você.
KARINNE: Você é amiga da Norma? E como ela está?
LARISSA: Muito bem. Ela me indicou aqui como trabalho e pediu para que eu te procurasse. Eu quero que você me ensine a entender o funcionamento daqui. Eu era garota de programa do Calçadão. Eu quero saber se muda muita coisa trabalhar aqui.
KARINNE: Fique tranqüila. Eu te ensinarei a trabalhar aqui. Você começa quando?
LARISSA: Amanhã. Amanhã você me ajuda? Podemos conversar um pouco mais sobre o trabalho aqui e sobre a Norma.
KARINNE: Claro. Eu estou louca para saber como minha amiga Norma está.

Cena 5/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia

Cena 6/ Áureo Mineração/ Sala da presidência/ Interno/ Dia
(Rose entra)
ROSE: Posso entrar?
GUILHERME: Por quê?
ROSE: Tenho uma notícia. Acharam o carro e o corpo de Pedrosa na beira de uma estrada.
GUILHERME: O quê?
ROSE: Isso mesmo que o senhor ouviu.
GUILHERME: Então, o Pedrosa morreu? Bem feito. Quem mandou roubar a mineradora? Ele teve o que mereceu.

Cena 7/ Delegacia/ Interno/ Dia
DELEGADO: O processo investigativo foi aberto. Você tem algumas suspeitas?
OTÁVIO: Sim. Têm o Guilherme, que trabalhava no setor de contabilidade da empresa e sempre quis a presidência da mineradora. Tem o César, que era motorista do seu Ramiro e era amante da Lucélia, que possui motivos para matar seu Ramiro, porque ela nunca o amou e o traía com César. E desconfio do Pedrosa, que era o braço direito do Guilherme. Mas ele viajou recentemente para algum lugar que ninguém sabe.
DELEGADO: Pelo menos, nós temos um ponto de partida. Guarda Malaquias?
(Malaquias aparece)
MALAQUIAS: Sim?
DELEGADO: Pegue sua equipe e vá à busca das câmeras de segurança existentes em torno da mansão de Ramiro Albuquerque.
MALAQUIAS: Sim senhor.

Cena 8/ Faculdade/ Sala de aula/ Interno/ Dia
PROFESSOR: Comecem a praticar o exercício da página 102 da apostila azul.
ROBERTA: Capivara gótica, você poderia me ajudar nessa questão?
(Pausa)
ROBERTA: Caipira gótica, além de retardada ficou surda também?
(Jéssica levanta-se e sai da sala)

Cena 9/ Delegacia/ Interno/ Dia
DELEGADO: Já de volta, Malaquias?
MALAQUIAS: Sim. Estão aqui alguns dos vídeos da câmera de segurança no dia que Ramiro Albuquerque deu a festa.
(Delegado coloca o vídeo e assiste. Passado alguns minutos, ele pausa uma imagem)
DELEGADO: Ora, ora, ora. Pelas fotos que Otávio deixou com a gente, esses do vídeo parecem ser Lucélia e César pulando o muro.

Cena 10/ Faculdade/ Interno/ Dia
(Jéssica abre a porta com um extintor de incêndio na mão)
JÉSSICA: Acabou. Chega Roberta.
(Jéssica abre o extintor e joga o conteúdo do extintor em Roberta. Todos riem. Jéssica sai da sala)
ROBERTA: ÓDIO!
(Roberta sai da sala)

Cena 11/ Casa de César/ Sala/ Interno/ Dia
(Alguém bate na porta e César atende)
OFICIAL DE JUSTIÇA: Assine aqui.
CÉSAR: Mas o que é isso?
OFICIAL DE JUSTIÇA: Assine.
(César assina e o oficial de justiça entrega uma correspondência. O oficial sai)
LUCÉLIA: Que correspondência é essa?
CÉSAR: Tem uma equipe policial investigando a morte do Ramiro.
LUCÉLIA: Não me diga que...
CÉSAR: Isso mesmo. Estão nos chamando para depor na delegacia de homicídios. Estão desconfiando que a gente possa ter matado o Ramiro.
(Congela em Lucélia)

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