segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fim dos Tempos - Capítulo 6



Cena 1 – Rua, dia
(Hellen acelera o carro na intenção de atropelar Ianne, mas ela desvia, caindo no chão)
Ianne: Seu doido, não olha pra onde... (Hellen nesse momento coloca a cabeça pra fora do carro e Ianne se levanta) Você?
Hellen: Sim, eu.
Ianne: Qual é a sua, hein? Eu poderia me vingar de você por ter feito isso, maluca
Hellen: Ah é? E o que você vai fazer? Pegar uma chave de grifo da bolsa e sair correndo atrás de mim ameaçando me bater igual aquela mulher da novela? (ela ri)
Ianne: Não. Eu poderia ligar pra policia, você tentou me matar. Mas não quero confusão
Hellen: Querida. Eu jamais seria presa, sabe por que? Porque eu sou rica, RICAAAAAAAA. Obrigada, Carolina Ferraz.
Ianne: eu ainda acredito na justiça
Hellen: Ai que papo chato. Fique ai com o seu desejo de fazer justiça, porque agora eu vou encontrar com o meu NOIVO. Bye bye baby (ela parte com o carro)
Ianne: (falando sozinha) O pior que se tratando de Brasil, essa louca ai não deixa de ter razão. Era perigoso eu denuncia-la e a policia prender a mim
Cena2 – Prédio Factos and factos, sala Julio, dia
Ana: Júlio, não discuta as minhas ordens. Eu sou tão dona dessa revista quanto você. E se eu disse que essa jornalistazinha está demitida, é porque está
Cibele: Eu posso saber o motivo da demição
Ana: Essa capa sobre o apocalipse, faça-me o favor. A Factos and Factos sempre trabalhou com assuntos sérios e reais e não com ficções cientificas e lendas da humanidade. Ainda entrevistou meu filho e colocou-o no meio dessa ladainha
Cibele: O suposto apocalipse no fim desse ano não é apenas uma lenda, uma ficção. E como você viu, o seu filho, que é um astrônomo de sucesso, crê fielmente nessa hipotese.
Ana: O mundo não vai acabar, querida. O que vai acabar é a nossa revista se ela continuar publicando essas matérias chulas
Júlio: Ana, você está exagerando.
Cibele: olha, pra mim deu. Agora é eu que me demito dessa empresa. Ana, você pode me tirar o emprego, mas não o meu diploma, a minha inteligência, minhas mãos e meus pés. E a senhora, ou melhor, você pode ter certeza que  você ainda ouvirá falar muito de mim. Vou arrumar minhas coisas agora mesmo, depois eu acerto os meus direitos. Adeus (Cibele sai)
Júlio: Você acabou de demitir a melhor jornalista dessa revista
Ana: Se essa é a melhor, nem quero imaginar a pior
Cena3– CAF (Centro de Astronomia de Furacolândia),  meio dia
(Henrique observa o céu com o telescópio, quando de repente, se lembra de Ianne)
Henrique: Por que será que eu não consigo esquecer essa garota? Quer saber, vou atrás dela
(A porta bate, ele abre. Hellen)
Hellen: (beijando ele) Oi meu amor, vamos almoçar.
Henrique: amor, infelizmente agora não dá. Tenho uma reunião urgente com uns astrônomos da faculdade do Rio
Hellen: Mas é horário de almoço
Henrique: Pois é, mas eles marcaram agora, não queria. Faz o seguinte, a gente janta juntos na sua ca...
Hellen: Faz o seguinte? Me esquece tá? Cansei dos seus bolos, da sua falta de atenção comigo, tá pensando que eu sou o que? Olha, tchau (ela sai)
Henrique: Hellen, espe... Desculpa Hellen. (Henrique arruma suas coisas, tranca o CAF e sai)
Cena4-  Comunidade praiana de Furacolândia , casa da Ianne, tarde
(Ianne chega em casa)
Maria: Filha, chegou bem na hora. O almoço está na mesa
Ianne: Não to com fome mamãe. Oi papai
Zé: Você sem fome depois de chegar da rua filha? Isso sim é o fim dos tempos
Ianne: vocês nem vão acreditar. Uma louca no sinal, avançou o carro sobre mim, quase me atropela?
Maria: Mas o que? Quem é essa zinha? Você ligou pra policia? Ai meu Deus, você quebrou alguma coisa? Vamos no posto de saúde filha
Ianne: Não mãe, tá tudo bem, eu só cai. E deixa isso pra lá, ela é rica, jamais seria presa. Fim
Maria: Mas isso é um absurdo
Zé: Isso é Brasil Maria
Ianne: Quer saber, eu vou dar uma volta pela praia, quem sabe meu apetite volta. Até
Cena5-  Mansão Truhlar, Garagem, tarde
(Ana chega de carro com o motorista Pedro. Os dois saem)
Pedro: Então meu amor, quando nos encontraremos de novo?
Ana: Ei, não diz isso aqui. As paredes tem ouvidos. E não me pergunte quando será o proximo encontro, você sabe que não é facil
Pedro: eu to louco pra ter nos meus braços novamente. Me dá um beijo rápido aqui, dá
Ana: você é louco... disfarça, olha o Carlos chegando de carro
(Carlos estaciona o carro e sai)
Ana: Meu amor, olha, chegamos juntos
Carlos: e onde você estava?
Ana: eu fui na Factos and Factos resolver uns probleminhas. Vamos entrar?
Carlos: vamos
(Os dois saem de braços dados. Ana olha disfarçadamente pra trás e pisca pro Pedro, que sorri)
Cena6-  Comunidade praiana de Furacolândia, píer, tarde
(Ianne observa o mar, pensando em Henrique. Quando de repente, ele aparece)
Henrique: Eu também adoro observar o mar, pensar na vida, nos amores...
Ianne: (surpresa) você aqui? Como me achou?
Henrique: esqueceu que você me disse que morava aqui na comunidade praiana? Algumas pessoas me informaram onde era sua casa, mas nem precisou eu ir até lá, porque te encontrei aqui
Ianne: o que você quer comigo hein?
Henrique: eu quero te pedir desculpas em nome da minha... da minha noiva. O que ela fez não foi legal e...
Ianne: você fala do copo de suco que ela jogou em mim ou do quase atropelamento?
Henrique: quase atropelamento? Como assim?
Ianne:  sua noiva hoje me viu no sinal, avançou o carro sobre mim e quase me atropelou
Henrique: sério? Gente, ela passou dos limites. Olha Ianne, eu ia te falar ontem que eu tinha uma noiva, mas ai ela apareceu. E eu não tenho culpa...
Ianne: não precisa se explicar, você realmente não tem culpa. Mas de qualquer forma, não quero ter nenhum tipo de relação com você. Pertencemos a mundos diferentes
Henrique: o que você está dizendo? Isso é preconceito sabia? Não é porque eu sou de uma classe social mais alta que a sua, não significa  que eu não possa ser seu amigo. Eu sei escolher as minhas amizades e não é dinheiro que irá definir quais serão elas. Olha, eu já pedi desculpas em nome dela, era só isso. Já vou
Ianne: não, espera... Me desculpa, você tem razão. Você é uma ótima pessoa, não tem que pagar pelos preconceitos dessa sociedade
Henrique: eu te desculpo, com uma condição. Que você aceite andar de lancha comigo. O meu pai tem uma ancorada aqui perto. Vamos
Ianne: não sei se devo
Henrique: então não tem desculpas
Ianne: tá, tudo bem. Vamos... eu também nunca andei de lancha, confesso que adorei a ideia
(Henrique sorri pra ela e os dois vão em direção até a lancha)
Cena7 – Prédio Factos and factos, sala Cibele, tarde
Pablo: como assim te demitiram?
Cibele: é isso mesmo. Aquela nojenta da Ana, achou surreal a historia sobre o apocalipse na capa da revista e me demitiu
Pablo: poxa, eu não vou conseguir trabalhar aqui sem você. Quer saber? Eu vou lá agora me demitir também
Cibele: Own meu amigo (abraçando ele) Não precisa fazer isso não, eu estou bem e conformada. E depois eu vou me reerguer, você vai ver. Eu penso em escrever agora sobre relações familiares, crimes. Quero abrir a minha propria redação
Pablo: tudo bem, mas assim que você abrir sua redação, vou querer trabalhar com você. Posso até ser o faxineiro
Cibele: para seu bobo. Claro que você irá trabalhar comigo, mas pra ser o vice-presidente. Você é um grande amigo, sabia?
Pablo: (fala baixinho) eu queria ser mais que isso
Cibele: o que você disse?
Pablo: eu... eu disse que você também é uma grande amiga
Cibele: bem, já peguei minhas coisas. Até mais ver meu amigo e boa sorte aqui
Pablo: boa sorte pra você também. Você vai conseguir (os dois se abraçam)
Cena8 – meio do Mar, tarde
Ianne: cara, que sensação boa de andar de lancha. Parece que eu to voando.
Henrique: fecha os olhos e abre os braços
Ianne: rs, ok
(Ianne faz o que Henrique pediu. Ele aciona o piloto automático e vai até ela, abraçando-a por trás, a lá ‘’titanic’’. Rola um clima entre os dois)
Ianne: é... agora só falta tocar My Heart Will Go On
(os dois riem. Logo depois reparam algo estranho)
Ianne: Henrique, olha como o tempo fechou de vez. Parece que já é noite. Acho melhor a gente voltar
Henrique: estranho, porque hoje não estava previsto chuva por essas bandas. Bom, é melhor a gente voltar mesmo
Cena9-  Comunidade praiana de Furacolândia, casa da Ianne, tarde
Maria: (na janela) Zé, olha pro céu... Parece que vai cair uma tempestade.
Zé: e cadê Ianne que não chega?
Maria: da última vez que chuveu forte, perdemos a nossa casa, lembra? Sorte que o prefeito daquela época era generoso e nos deu essa
Zé: é, só que essa casa é bem mais frágil que a outra. Se der um temporal, nem sei o que será de nós
Maria: vira essa boca pra lá Zé... e cadê minha filha que não chega, meu Deus.
Cena10 - meio do Mar, tarde
(Ianne e Henrique estão voltando pra costa, mas a chuva começa. O mar começa a ficar agitado e pra piorar a lancha encalha)
Ianne: Ai meu Deus, o que houve?
Henrique: deixa eu ver aqui... Ianne, o combustivel acabou. Não tem como andar mais. Estamos presos no meio desse mar, precisamos de ajuda
Ianne: você disse que essa tempestade não estava prevista pelos meteorologistas né?
Henrique: não, ao contrário. Eles preveram sol pro resto da tarde
Ianne: então... então só pode ser um sinal... um sinal do apocalipse.
(Ianne começa a chorar desesperadamente, Henrique tenta consola-la. A tempestade piora, o mar ser agita mais ainda e uma onda gigante se forma ameaçando virar a lancha)
HENRIQUE E IANNE CONGELAM
 

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