quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ESTRELA DO MAR – CAPITULO 22


CENA1: TARDE – CIDADE DE CAMOCIM  – MUSEU

A professora pressiona Denise para que diga onde esta Larissa
DENISE: Ela deve estar por aqui, ela me disse que ia descansar aqui fora.
Uma aluna corre até a professora
LARA: Professora, professora, o Felipe empurrou o Marquinhos que bateu o nariz no banco do ônibus e esta sangrando.
PROFESSORA: Ai meu Deus! Eu disse que essa brincadeira de empurrar ia dar nisso
A professora entra no ônibus para socorrer o aluno.
Denise está prestes a entrar no ônibus, quando vê Larissa correndo pelo estacionamento.
DENISE: Até que enfim, eu estava muito preocupada.
LARISSA: A professora notou minha falta?
DENISE: Sim, eu disse que você estava com dor de cabeça, ia compra um remédio e ficar no ônibus, mas ela ligou para o motorista e...
A professora vê Larissa pela janela do ônibus e vai até ela furiosa
PROFESSORA: Larissa onde você estava? Por que saiu sem avisar?
LARISSA: Me desculpe. Eu tive uma dor de cabeça terrível e fui procurar uma farmácia para comprar um remédio
PROFESSORA: E onde esteve esse tempo todo?
LARISSA: Bem, do lado da farmácia tinha uma praça e eu decidir ficar lá descansando um pouco. Me sentei debaixo de uma arvore, estava tão fresquinho que acabei pegando no sono, acho que foi o efeito do remédio
PROFESSORA: E a dor passou?
LARISSA: Que dor? Ah a dor de cabeça, claro, passou sim, esse remédio foi ótimo.
PROFESSORA: Olha,você não podia ter saído sem avisar, eu quase morri de preocupação
LARISSA: Desculpe
PROFESSORA: Eu vou ter que contar para sua mãe, e você ficará sem recreio o resto da semana, agora vá para o ônibus
LARISSA: Sim senhora
Larissa entra no ônibus.
DENISE: O Marquinhos está bem?
PROFESSORA: Sim, não foi nada serio. Agora entre no ônibus que não vejo a hora desse passeio terminar
Denise e a professora entram no ônibus. 

CENA2: TARDE – FORTALEZA – RUA

Beatriz e Cesar estão andando pela rua
CESAR: Não esta cansada? É melhor voltarmos para o hotel
BEATRIZ: Não, eu quero andar mais um pouco.
CESAR: Mas estamos andando pela cidade desde que saímos da delegacia, o que você espera encontrar?
BEATRIZ: A minha filha
CESAR: Isso é loucura, nem sabemos se ela esta nessa cidade
BEATRIZ: Provavelmente está, se ela fugiu do cativeiro deve estar andando por aí, perdida.
CESAR: Olha mesmo que ela esteja por aqui, não vamos reconhece-la, ela era apenas um bebê quando foi tirada de nós
BEATRIZ: Eu vou reconhece-la, sei que vou
Beatriz para de andar e começa a chorar. Cesar a abraça
CESAR: É melhor voltamos para o hotel, você precisa descansar.
Cesar faz sinal para um taxi. Eles entram no carro.



CENA 3: TARDE – ÔNIBUS

Os alunos estão voltando para vila. Denise está sentada ao lado de Larissa

DENISE: O que você fez?
LARISSA: Fui à delegacia e denunciei o Júlio e a Malena por estarem escondendo a Estrela
DENISE: O que? Não acredito que você fez isso
LARISSA: Mas fiz.
DENISE: Você sabe que eles não estão escondendo ela
LARISSA: Mas eles não chamaram a policia, o juizado ou qualquer outra autoridade quando a encontraram. Isso era o certo a se fazer
DENISE: Isso vai dar problemas. O que o delegado disse?
LARISSA: Que vai mandar uma assistente social e um policial à vila para verificar o caso
DENISE: E o que vai acontecer com a Estrela?
LARISSE: Acho que vão leva-la para um abrigo, e por mim, tomara que seja um bem longe daqui.

CENA 4: NOITE – FORTALEZA – CASA DE VALÉRIA – COZINHA

Iago chega em casa e encontra sua tia Jaqueline, na cozinha preparando doces
IAGO: Boa noite tia, minha mãe está em casa?
JAQUELINE: Não. Ela deu uma saída, mas disse que não demora.
Iago observa as panelas com creme no fogão
IAGO: Pra que isso tudo?
JAQUELINE: Estou treinando. Vou trabalhar numa confeitaria e quero dar uma relembrada em antigas receitas
IAGO: Posso experimentar um pouco?
JAQUELINE: Claro. Depois me diga o que achou?
Iago pega uma colher e começa a experimentar os cremes para recheio, as tortas e um pudim caramelizado
IAGO: Simplesmente divino
JAQUELINE: Que bom, se você gostou acho que os clientes vão gostar também.
IAGO: Com certeza, eles vão adorar.

CENA5: NOITE – FORTALEZA – HOTEL

Beatriz sai do banho. Cesar esta terminando de falar ao telefone
BEATRIZ: Com quem estava falando?
CESAR: Com a Carla, estou morrendo de saudades.
BEATRIZ: Ora, chegamos aqui ontem.
CESAR: Mas nunca fiquei tanto tempo longe dela. Falando nisso, acho que devemos voltar para o Rio amanhã
BEATRIZ: Amanhã? Mas e a busca pela Isabela?
CESAR: A polícia está cuidando disso
BEATRIZ: Mas...
CESAR: Amor, não faz sentindo ficarmos aqui andando pelas ruas, não vamos encontrar nada assim
Beatriz aparenta estar decepcionada
BEATRIZ: É eu sei, mas achei que poderia voltar para casa com ela ao nosso lado
CESAR: Não se preocupe, vamos encontra-la, mas no momento o melhor que temos a fazer é voltar para casa
BEATRIZ: Está bem. Voltamos para o Rio amanhã.

CENA6: MANHÃ – RIO DE JANEIRO – EMPRESA GOLTZ  - SALA DE DIOGO

Diogo chega ao escritório e encontra Milton o esperando 
MILTON: Olá doutor, preciso falar com o senhor.
DIOGO: Sim, o que foi agora?
MILTON: Esse material novo que compraram é de péssima qualidade, e o engenheiro simplesmente desapareceu da obra.
DIOGO: Olha, esqueçam o engenheiro, qualquer problema que tenha vocês precisam vir falar comigo. Agora o que há de errado com o material?
MILTON: É de péssima qualidade. O aço não é puro, o cimento demora demais para secar, e deixa a massa rala demais.
DIOGO: Ora, se a massa está rala coloquem menos água. 
Milton se irrita
MILTON: Eu sei muito bem a quantidade de água que é necessário, não queira me ensinar a trabalhar.
DIOGO: Olha só, eu entendo que vocês estavam acostumados com um tipo de material e vai levar um tempo ate se adaptarem ao novo
MILTON: Quer dizer que as próximas remessas de material serão desse mesmo?
DIOGO: Sim, fechamos parceria com um novo fornecedor, de modo que terão que se acostumar
MILTON: Eu não conheço esse material, nunca tinha ouvido falar dessa marca, mas pela minha experiência acho que ele não é adequado para uma obra desse porte.
DIOGO: Senhor Milton, o senhor mesmo acabou de dizer que não conhece o material então não coloque empecilhos, apenas faça o seu trabalho você está sendo pago para isso não é?
MILTON: Ok, entendo. Não vou mais incomoda-lo
Milton sai chateado.

CENA 7: MANHÃ – VILA DE PESCADORES – PAPELARIA

Danilo entra na papelaria e dirige-se ao balcão
DANILO: Uma cartolina branca, cola e uma caixa de tinta guache.
O vendedor vai buscar as coisas que Danilo pediu
Denise se aproxima
DENISE: Voltou pra escola?
DANILO: Hã? Oi. Não, é para um trabalho da Catarina. Como você está?
DENISE: Bem. Vim comprar umas coisas para trabalho escolar também
DANILO: Como está a Larissa?
DENISE: Se importa com ela?
DANILO: Claro. Não estamos mais juntos, inclusive eu já estou namorando outra pessoa, mas isso não significa que não ligo para ela, eu a conheço desde criança
DENISE: Ela está meio revoltada ainda. Você está namorando a Estrela?
DANILO: Sim
O funcionário entrega o pedido de Danilo, e ele efetua o pagamento.
DANILO: Eu tenho que ir, preciso levar isso para Catarina na escola
DENISE: Está bem, tchau
Danilo segue para a porta. Denise o chama
DENISE: Danilo espere, eu tenho que te contar uma coisa.

CENA8: MANHÃ – RIO DE JANEIRO – CASA DE ARNALDO – SALA

Celine acorda e encontra Arnaldo na sala, com uma expressão alegre.
CELINE: Bom dia, não foi pro escritório ainda?
ARNALDO: Vou daqui a pouco. Tenho ótimas noticias
Celine se anima
ARNALDO: Fechei contrato com quatro grandes empresas que querem abrir escritório no novo edifício
CELINE: Que maravilha
ARNALDO: E parece que já tem mais duas empresas interessada. Acho que vamos inaugurar o edifício com todas as salas alugadas
CELINE: Isso é ótimo amor, então nossa situação financeira vai melhorar?
ARNALDO: Sim, acredito que e breve vamos nos livrar das dívidas e colher os lucros desse novo empreendimento.
Celine abraça Arnaldo
CELINE: É a melhor noticia que podia me dar. Você sabe que não gosto dessa vida de privações
ARNALDO: Eu sei, mas em breve vou poder bancar todos os luxos outra vez.

CENA 9: MANHÃ – FORTALEZA – DELEGACIA – SALA DO DELEGADO RAMIREZ

Yuri chega à sala do delegado Ramirez. Ele aparenta estar apreensivo.
RAMIREZ: Bom dia
YURI: Bom dia senhor. Ainda não entendi o que vim fazer aqui
RAMIREZ: Nada de mais, só quero lhe fazer algumas perguntas.
YURI: Sobre?
RAMIREZ: Sobre a casa onde você morava, na Avenida Flores do Campo.
YURI: Ah!Sim, mas já fazem mais de dez anos que vendi essa casa.
RAMIREZ: No cartório ela ainda consta no seu nome. Você tem os documentos da venda?
Yuri fica pensativo
YURI: Acho que não. Naquela época eu passava por uma situação delicada, acho que vendi só de boca mesmo.
RAMIREZ: Se lembra quem foi o comprador?
YURI: Era um rapaz que tinha acabado de chegar na cidade, não lembro o nome dele
RAMIREZ: O senhor mencionou uma situação delicada,pode contar o que houve
Yuri aparenta estar meio constrangido
YURI: Bem, na adolescência eu me envolvi com uns amigos errados que acabaram me levando ao mundo das drogas. Quando esse rapaz apareceu, eu estava desesperado por dinheiro, já tinha vendido todos os moveis, então acho que nem me preocupei com a documentação
RAMIREZ: E o comprador, não quis que a compra fosse legalizada?
YURI: Não, acho que não.
RAMIREZ: Você morava sozinho?
YURI: Sim. Meu pai faleceu quando eu tinha 15 anos, foi quando me envolvi com as drogas. Fiz minha mãe sofrer muito e cinco anos depois ela tambémfaleceu, aí me afundei de vez.
O delegado percebe que Yuri está muito emocionado
RAMIREZ: O senhor parece recuperado agora
YURI: Sim, graças a Deus. Eu fui preso por furto e na cadeia ingressei num programa de recuperação para drogados. Eu estava decidido a mudar de vida, e com muito esforço consegui me livrar do vicio. Hoje sou casado, tenho um filho e nem álcool eu bebo.
RAMIREZ: Fico feliz, não são todos que conseguem se livrar do vicio.
YURI: Sim, vi muitos amigos morrerem.
RAMIREZ: Deixa eu te fazer mais uma pergunta, você sabia que a sua casa tinha um quarto subterrâneo?

CENA 10: MANHÃ – VILADE PESCADORES – PAPELARIA

Danilo estava prestes a sair da papelaria, quando Denise o chama dizendo que algo para contar.
DANILO: O que foi?
DENISE: Eu não devia te contar, afinal a Larissa é minha prima e confia em mim, mas eu não concordo com o que ela fez e...
DANILO: O que a Larissa fez?
DENISE: Bem ela... ela....
DANILO: Pelo amor de Deus Denise, fala logo.
DENISE: Ela denunciou seus pais para polícia.
DANILO: O que?
DENISE: Isso mesmo que você ouviu. Ontem na cidade ela foi a delegacia e acusou seus pais de estarem mantendo uma garota menor de idade de forma ilegal
DANILO: Ela não fez isso
DENISE: Sim, ela fez, mas, por favor, não diga que eu te contei.
DANILO: Claro, mas o que vai acontecer agora?
DENISE: Pelo o que a Larissa disse, o delegado vai mandar um policial e uma assistente social à sua casa e acho que vão levar a Estrela para um abrigo até que se descubra de onde ela veio.
Danilo assume uma expressão de nervoso
DANILO: Não posso deixar isso acontecer
Danilo sai correndo da loja

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