terça-feira, 4 de dezembro de 2012

ESTRELA DO MAR – CAPITULO 21


CENA1: MANHÃ – CIDADE DE CAMOCIM  - ESTACIONAMENTO DO MUSEU

Larissa acaba de despistar a professora e corre pelo estacionamento até a saída.
Larissa se senta em um ponto de ônibus e segura o papel com o endereço da delegacia.

CENA 2: MANHÃ – RIO DE JANEIRO – OBRA

Silvio, um operário procura Milton.
SILVIO: Esse material que compraram é muito ruim, o cimento fica ralo demais e demora muito a secar, além disso, o aço entorta com facilidade.
MILTON: Já me disseram isso, mas não posso fazer nada, temos que trabalhar com esse material mesmo.
SILVIO: Todos estão reclamando, está muito difícil trabalhar assim.
MILTON: O engenheiro era para ter vindo ontem, mas não apareceu. Se ele vier hoje comunico o problema, enquanto isso volte ao trabalho.
Silvio volta insatisfeito

CENA 3: MANHÃ – CIDADE DE CAMOCIM – DELEGACIA

Larissa entra na delegacia. Um policial a atende
POLICIAL: Pois não?
LARISSA: Eu queria fazer uma denuncia
POLICIAL: Sobre o que?
LARISSA: Um casal que encontrou uma menina menor de idade perdida e está com ela de forma ilegal
POLICIAL: Certo. Conte o que sabe
LARISSA: A garota foi encontrada naufragando no mar em cima de uma jangada. Ela é super esquisita e não se lembra de nada. 
POLICIAL: E esse casal não avisou a policia nem tentou encontrar os pais da garota?
LARISSA: Não, eles não avisaram a ninguém e mantem a garota com eles.
POLICIAL: Ok. Vou chamar o delegado e fazer o boletim de ocorrência.

CENA 4: MANHÃ – CIDADE DE CAMOCIM  – MUSEU

Os alunos continuam a excursão pelo museu. A professora se aproxima de Denise
PROFESSORA: Cadê a Larissa? Faz tempo que não a vejo
Denise fica nervosa
DENISE: Eu acho que ela foi ao banheiro
PROFESSORA: Ok, vou lá ver se ela esta bem.
DENISE: Não.
PROFESSORA: O que foi? 
DENISE: Na verdade ela não está no banheiro
PROFESSORA: Então onde ela está?
DENISE: Ela foi lá fora
PROFESSORA: Lá fora? Como assim? Ela não poderia ter saído do museu
DENISE: Bem, é que ela estava com dor de cabeça e me disse que ia procurar uma farmácia para comprar um remédio e depois ia falar com o motorista pra ficar descansando no ônibus.
PROFESSORA: Ela não podia ter feito isso. Se ela estava passando mal, devia ter vindo falar comigo.
A professora pega o celular e liga para o motorista
PROFESSORA: Alô Jonas, foi alguma aluna aí pedir para ficar no ônibus.
Denise aparenta estar muito nervosa
PROFESSORA: Não? Ok, obrigada Jonas.
A professora desliga o celular
PROFESSORA: Ele disse que não viu nenhuma aluna lá fora
DENISE: Bom, então eu não sei, mas ela deve aparecer logo
PROFESSORA: Espero que sim. É por isso que não gosto de tirar os alunos da escola, se acontecer alguma coisa a responsabilidade é toda minha.
A professora sai furiosa.

CENA 5: MANHÃ – FORTALEZA – DELEGACIA – SALA DO DELEGADO RAMIREZ

Beatriz acaba de contar que ficou grávida e não sabia de quem era o bebê
BEATRIZ: Era uma situação difícil, eu já não amava mais o Fernando, mas se o filho que eu esperava fosse dele achei que devia tentar manter o casamento, por isso decidir esperar o bebê nascer para tomar uma decisão.
RAMIREZ: O que o senhor achava disso tudo?
CESAR: Eu desejava mais do que tudo que o bebê fosse meu e que pudéssemos ficar juntos
RAMIREZ: Suponho que esse bebê seja a menina desaparecida.
BEATRIZ: Sim, quando ela nasceu foi o dia mais feliz da minha vida, a partir daquele momento Isabela era minha razão de viver
RAMIREZ: Nesse momento como estava seu relacionamento com o Fernando?
BEATRIZ: Razoável. Eu amava o Cesar, disso não tinha duvidas, mas o Fernando era tão carinhoso comigo e com a Isabela que não conseguia pedir uma separação.
RAMIREZ: Fizeram um exame de DNA?
BEATRIZ: Quando a Isabela estava com oito meses, finalmente decidi fazer o exame.
RAMIREZ: Contou ao Fernando?
BEATRIZ: Não, o exame foi feito com o Cesar, se desse negativo eu saberia que o pai era o Fernando.
CESAR: Mas deu positivo. Isabela é minha filha, e eu queria ficar com ela e com a Bia.
BEATRIZ: Foi difícil pedir a separação, o Fernando não entedia.
RAMIREZ: Você contou que ele não era o pai da criança?
BEATRIZ: Eu não tive coragem, não consegui assumir que tive um caso com o melhor amigo dele. Eu insisti que precisávamos dar um tempo na relação e ele saiu de casa.
CESAR: Foi o momento mais delicado da minha vida. Fernando me procurou desesperado porque a Bia queria a separação e eu não podia contar que tinha um caso com ela e que o bebê que ele pensava ser dele era na verdade meu. Eu me sentia um lixo.
BEATRIZ: Ficamos alguns meses nessa situação ate que um dia...

CENA 6: LEMBRANÇA DE BEATRIZ – CASA – SALA

Beatriz entra em casa com o bebê no colo. Cesar entra logo atrás carregando varias sacolas. Eles riem felizes
CESAR: Ainda acho que devíamos ter comprado aquela bicicletinha
Beatriz coloca Isabela no carrinho de bebê
BEATRIZ: Cesar! Ela mal consegue andar, como acha que vai usar uma bicicleta?
CESAR: Ah, mas era tão linda, eu quero dar a ela tudo o que puder.
BEATRIZ: Já vi que você vai mima-la demais
Cesar abraça Beatriz
CESAR: Vou minar vocês duas, porque as amo demais.
Cesar beija Beatriz.
Fernando sai do quarto e flagra os dois
FERNANDO: O que significa isso?
Beatriz e Cesar se assustam.
BEATRIZ: Fernando? O que faz aqui?
FERNANDO: Vim ver  minha filha e como não tinha ninguém em casa, eu fui descansar um pouco enquanto esperava.
CESAR: Você ainda tem a chave?
BEATRIZ: A culpa é minha. Eu sempre me esqueço de mandar trocar a fechadura
FERNANDO: Será que podem me explicar o que significa tudo isso? Vocês dois estão tendo um caso?
Cesar fica ao lado de Beatriz
CESAR: Sim, nos estamos juntos.
Fernando aparenta estar confuso e com raiva
FERNANDO: Há quanto tempo vocês estão juntos?
BEATRIZ: Fernando eu posso explicar
Fernando grita. Beatriz começa a chorar
FERNANDO: Há quanto tempo?
CESAR: Há mais de um ano
FERNANDO: Então vocês me traíram? Meu melhor amigo e minha esposa juntos há mais de um ano? 
BEATRIZ: Fernando eu...
FERNANDO: Eu fui feito de idiota esse tempo todo?
Fernando soca a mesa
BEATRIZ: Eu ia te contar, eu...
FERNANDO: Como puderam fazer isso?
CESAR: Eu posso explicar eu...
FERNANDO: Não tem o que explicar.
Fernando pega os enfeites da mesa e joga na parede. Isabela começa a chorar
BEATRIZ: Fernando, por favor, está assustando a criança.
FERNANDO: Eu quero a minha filha
BEATRIZ: O que?
FERNANDO: Isso mesmo, vou pedir a guarda dela. Eu não vou deixar minha filha ser criada por uma vadia
BEATRIZ: Não pode fazer isso
FERNANDO: É claro que posso. Ela é minha filha
CESAR: Não, ela não é. Isabela é minha filha

CENA 7: MANHÃ – FORTALEZA – DELEGACIA – SALA DO DELEGADO RAMIREZ

Beatriz está chorando muito. Cesar lhe entrega um lenço
RAMIREZ: Acalme-se
O delegado pede que um policial traga um copo com água
BEATRIZ: Ele ficou tão furioso
Cesar pega a água e entrega para Beatriz
RAMIRES: Se acalme primeiro, depois você continua falando.

CENA 8: MANHÃ  – FORTALEZA – CASA DE VALERIA - SALA

Jaqueline entra feliz na casa da irmã
VALERIA: Então como foi?
JAQUELINE: Consegui o emprego
Valeria abraça Jaqueline
VALERIA: Que ótimo. Parabéns
JAQUELINE: Eu estou tão feliz
VALERIA: Que bom que essa confeitaria é aqui pertinho
JAQUELINE: É, mas acho que já está na hora de eu voltar para minha casa, já te dei muito trabalho.
VALERIA: De jeito nenhum. Não vou deixar você ficar naquela casa sozinha
JAQUELINE: O combinado era que eu ficaria aqui somente por uns dias
VALERIA: Mas Jaqueline, não tem cabimento você voltar para aquele lugar, as lembranças do Matias estão por toda a parte
JAQUELINE: Não me importo com isso, mas o lance da distancia até a confeitaria pode mesmo ser um problema.
VALERIA: Está vendo, o melhor que você tem a fazer é ficar aqui
Jaqueline fica pensativa
JAQUELINE: É talvez eu fique por mais um tempo, não estou mesmo incomodando né?
VALERIA: É lógico que não
JAQUELINE: Está bem, mas agora que vou trabalhar vou ajudar com as despesas da casa.
VALERIA: Não precisa
JAQUELINE: É a condição para eu ficar
VALERIA: Aí, está bem, com você não adianta discutir mesmo.

CENA 9: MANHÃ – FORTALEZA – DELEGACIA – SALA DO DELEGADO RAMIREZ

Beatriz acaba de contar ao delegado que Fernando ficou furioso ao saber que a menininha que ele julgava ser sua filha, era na verdade filha de seu melhor amigo Cesar.
RAMIREZ: E o que aconteceu depois?
BEATRIZ: Ele saiu furioso e não tive noticias dele por uns dois dias, mas aí numa quinta-feira quando fui buscar Isabela na creche ela não estava mais lá
Beatriz começa a chorar de novo
CESAR: Fazia dois meses que a Bia tinha começado a trabalhar e por isso colocou a menina na creche
RAMIREZ: E como deixaram a garota sair?
CESAR: Disseram que o Fernando foi busca-la, a professora entregou porque achava que ele era o pai dela
BEATRIZ: A culpa foi minha, eu não avisei na creche que ele não poderia mais busca-la. A culpa foi toda minha
Cesar segura as mãos de Beatriz
CESAR: Procuramos como loucos, avisamos a polícia, contratamos detetives particulares, mas de nada adiantou. Nunca mais tivemos noticias do Fernando e da Isabela.
BEATRIZ: Mas nunca perdi a esperança, e agora sinto que estou perto de encontra-la
RAMIREZ: Faremos o possível para isso
CENA 10: TARDE – VILA DE PESCADORES – CAIS

Júlio e Danilo estão arrumando a coisas no barco para pescarem. Estrela chega com uma cesta
ESTRELA: Oi, a Malena pediu para eu trazer o lanche de vocês.
Danilo pega a cesta e dá um beijo em Estrela
DANILO: Obrigada amor
ESTRELA: Coloquei uma coisa especial para você
DANILO: Hmm! O que é?
ESTRELA: Chocolate
DANILO: Oba, adoro chocolate
ESTRELA: Eu também. Foi o primeiro presente que você me deu, lembra?
DANILO: Claro, eu lembro de cada minuto que passo ao seu lado
Danilo beija Estrela. Júlio observa do barco

CENA 11:  TARDE – CIDADE DE CAMOCIM – MUSEU

Os alunos saem no museu e seguem para o estacionamento.
PROFESSORA: Entrem no ônibus em ordem e sem bagunça
Alguns garotos estão brincando de empurrar uns aos outros
PROFESSORA: Ei Felipe, eu disse sem bagunça
A professora segura o braço de Denise
PROFESSORA: Onde está a Larissa?

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