quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Roleta Russa - Penúltimo Capítulo


Cena 1/ Quartinho de Marieta/ Interno/Dia
MARIANA: Você me roubou?
MARIETA: Naquele tempo eu estava realmente grávida do José, mas eu tinha perdido o bebê no parto. O seu pai estava tão feliz que eu não sabia o que dizer a ele sobre a perda do bebê. Então eu vi você nos braços da sua mãe biológica e roubei.
MARIANA: Eu não estou acreditando nisso. Você é uma bandida. Eu te odeio, eu tenho nojo, vergonha de você.
MARIETA: Filha, não fala isso.
MARIANA: Você não é minha mãe. Dan, me tira daqui. Eu não quero mais ficar aqui.
DANIEL: Tudo bem.
MARIANA: E quanto a você, me esquece. Eu nunca mais quero olhar na tua cara, Marieta.
(Mariana e Daniel saem)

Cena 2/ Carro/ Interno/ Dia
DANIEL: Você não vai perdoar a Marieta?
MARIANA: Nunca. Ela me roubou, Daniel. Você sabe o que é isso?
DANIEL: Sei. Você se esqueceu que minha vó me roubou também? Mas eu a perdoei.
MARIANA: Mas é diferente, pois a dona Yolanda não te abandonou quando criança. Minha vida foi baseada em mentiras, falsidades. Só teve uma coisa boa nessa história: nós não somos irmãos, ou seja, podemos ser felizes juntos. Eu te amo, Daniel.
DANIEL: Eu tenho uma idéia para comemorar nosso retorno.
MARIANA: O que?
DANIEL: Em alguns minutos, você saberá.

Cena 3/ Casa de Lucidio/ Cozinha/ Interno/ Dia
JULIANA: Não toca em mim. Eu vim apenas para te dar esse recado. Para de ficar me ameaçando.
LUCIDIO: Eu te conheço, garota. Se você veio até minha casa, é porque você está afim de pôr a mão na massa e se sentir mulher. Mas eu te juro que não vai doer nada.
(Lucidio se aproxima de Juliana. Rapidamente, a garota pega uma faca e aponta para o velho)
JULIANA: Se você der mais um passo, eu te furo.
LUCIDIO: Você não teria coragem de fazer uma crueldade dessas com um idoso tão indefeso.
(Lucidio agarra Juliana, que o corta com a faca no braço)
LUCIDIO: Meu braço, sua vadia.
(Lucidio e Juliana ouvem a porta ser arrombada. Juliana corre)
LUCIDIO: Que barulho é esse?
POLICIAL: É a polícia e o senhor está preso por aliciamento de menores e tentativa de estupro.
(O policial põe as algemas em Lucidio e o coloca na viatura. Através do espelho, Lucidio dá um sinal de beijo para Juliana e uma piscada)

Cena 4/ Studio Design/ Corredor/ Interno/ Dia
(Guilherme entra e é seguido por Ronaldo)
RONALDO: Seu Guilherme, eu estava mesmo precisando falar com o senhor.
GUILHERME: Fez as fotos da Sabrina?
RONALDO: Não.
(Guilherme para no corredor e vira-se para Ronaldo)
GUILHERME: Como não?
RONALDO: Ela tem um mamilo no meio dos seios.
GUILHERME: E daí? Melhor ainda, que as chances das fotos serem um sucesso aumentam.
RONALDO: Mas, é porq...
GUILHERME: Não tem mais e meio mais. Volte a mansão da Sabrina e faça as fotos. Só apareça na minha frente com essas fotos em mão.
(Guilherme entra na sala e fecha a porta na cara de Ronaldo)

Cena 5/ Quarto de hotel/ Interno/ Dia
(O celular de Cleber toca)
CLEBER: Alô. Oi Rabelo, tudo bem?
(PAUSA)
CLEBER: Como assim preso?
(PAUSA)
CLEBER: Desculpe, Rabelo, mas não vai adiantar nada. O juiz foi claro quando disse que não iria adiar a audiência por intervenção nenhuma.
(PAUSA)
CLEBER: Desculpe a indelicadeza, mas o problema é seu. Quem mandou seu cliente ser um traficante de drogas?
(Cleber desliga o celular)
CLEBER: Deu tudo certo, Debora. Nossa vitima está presa. O Leonardo não aparecerá naquela audiência de jeito nenhum.
(O casal ri)

Cena 6/ Igreja/ Interno/ Dia
(Daniel e Mariana entram)
MARIANA: Você quer marcar a data do nosso casamento?
DANIEL: Sim, pra que esperar? Nós nos amamos e já enfrentamos diversas barras juntos. Temos que Sr felizes, temos que nos casar.
MARIANA: Mas e o pedido que todo noivo tem que fazer a sua noiva? Não vai ter?
DANIEL: Mariana, você aceita se casar comigo?
MARIANA: Aceito.
(O casal se beija e é interrompido por um padre)
PADRE: Em que posso ajudar o casal apaixonado?
DANIEL: Nós queremos marcar a data do nosso casamento. Pode ser amanhã?
PADRE: Casamento para amanhã?
DANIEL: Sim. Nós queremos nos casar o mais breve possível.
PADRE: Deixe-me ver. (Abre a agenda): Vocês estão com sorte, hein? Pode sim.
DANIEL: Perfeito. (para Mariana): Amanhã nós nos casamos, meu amor.
(O casal se beija novamente)

Cena 7/ Mansão de Sabrina/ Atelier/ Interno/ DiA
(Ronaldo entra e encontra Sabrina, triste)
RONALDO: Dona Sabrina?
SABRINA: Ronaldo? O que veio fazer aqui? Pensei que não queria mais me fotografar.
RONALDO: Está redondamente enganada. Tire essa roupa, faça poses bonitas e vamos que vamos.
SABRINA: Sério? Mas espera que eu preciso disfarçar o mamilo.
RONALDO: Nada disso. Deixe o mamilo bem visível. Ele será o elemento principal dessas fotos. Está pronta?
SABRINA: Sempre estive pronta.
(Sabrina tira o roupão e começa a posar para a câmera)

Cena 8/ Restaurante/ Interno/ Dia
AMANDA: Obrigada, Lucas, por tudo. Se não fosse você, eu acho que minha filha não estaria comigo agora. Graças a você, eu ganhei a guarda dela e aquele pedófilo que queria abusá-la foi preso.
LUCAS: Não precisa agradecer, afinal o mérito foi todo seu. Eu que agradeço a você por ser a primeira pessoa a me fazer advogar.
AMANDA: Imagina.
(PAUSA. Lucas olha fixamente para Amanda)
LUCAS: Eu te amo, Amanda. Nesses dias que eu passei com você, eu comecei a sentir algo que eu nunca senti por ninguém: amor de verdade.
AMANDA: E você me fez sentir uma mulher realizada, Lucas.
(Amanda e Lucas se beijam)

Cena 9/ Casa de Ronaldo/ Externo/ Dia
(Ronaldo chega na calçada de casa e vê Carlos próximo a porta)
RONALDO: Carlos? O que você está fazendo aqui?
CARLOS: Fui expulso por aquela família idiota. Eu não tenho onde ficar. Deixa eu ficar aqui, Ronaldo. Você é minha única salvação.
(PAUSA)
RONALDO: Está bem. Eu deixo, mas é bom você começar a procurar emprego, porque eu não vou ficar sustentando marmanjo.
(Ronaldo abre a porta e eles entram)
RONALDO: E daqui a três meses, se você não tiver empregado, eu te coloco pra fora daqui.
CARLOS: Fica tranqüilo, mano. Se eu passar uma semana nesse muquifo que você chama de casa, já vai ser muito.

Cena 10/ Mansão de Antonio/ Sala/ Interno/ Dia
ALBERTO: O que está acontecendo com essa família, hein?
ANTONIO: Problemas, meu pai. Problemas, inclusive, que o senhor poderia compartilhar comigo.
ALBERTO: Como assim?
ANTONIO: Pai, o senhor acha que eu sou cego? O senhor acha que eu não enxergo esse aparelho que está no seu ouvido direito?
ALBERTO: Filho, eu não queria te dizer nada, mas...
ANTONIO: Eu sei, pai. O senhor está surdo desse ouvido. O senhor poderia ter falado comigo desde o começo. Para que ficar escondendo?
ALBERTO: Vergonha, filho. Da mesma maneira que você tem vergonha das suas orelhas de abano, eu tenho vergonha do meu ouvido surdo.
(A campainha toca. Antonio se levanta do sofá e atende)
ANTONIO: Marieta?
MARIETA: Oi. Tudo bem?
ANTONIO: Que surpresa.
(Alberto se levanta)
ALBERTO: Vou deixar vocês a sós.
(Alberto sobe as escadas)
MARIETA: A Mariana está aí?
ANTONIO: Sim, mas a primeira coisa que ela disse quando chegou é que não quer falar com você.
MARIETA: Primeira? Ela disse outras coisas?
ANTONIO: Sim. Amanhã, ela e Daniel irão se casar.
MARIETA: Meus filhos, se casando?
ANTONIO: O Daniel exigiu sua presença, e eu exijo também.
MARIETA: Me perdoa por tudo que eu fiz?
ANTONIO: Perdôo. Eu sei que você está arrependida. Eu vejo isso nos seus olhos.
MARIETA: Estou arrependida e continuo apaixonada por você, Antonio. Mas eu prefiro não insistir nesse assunto, afinal, você já está casado com a Diana. Estou indo.
ANTONIO: Espera.
(Antonio pega no braço de Marieta e a beija)

Cena 11/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia seguinte

Cena 12/ Igreja/ Interno/ Dia
(Daniel está no altar e Antonio está ao seu lado)
ALBERTO: Acalme-se meu neto. Vai dar tudo certo.
DANIEL: A Mariana está demorando demais.
ALBERTO: Mas essa demora é normal. E não se preocupe, porque o Antonio está com ela ou você se esqueceu que é seu pai que vai trazê-la ao altar?
DANIEL: Claro que não. Mas o nervosismo não passa. Quero me casar logo e aproveitar bastante a noite de núpcias.
(Enquanto isso, na entrada da igreja, Marieta chega e Diana vê)
DIANA: O que você está fazendo aqui?
MARIETA: Vim ao casamento dos meus filhos.
DIANA: Filhos que não são seus filhos, já que a Mariana foi roubada.
MARIETA: Lave sua boca quando for falar da Mariana. Licença.
(Marieta vai ao altar falar com Daniel)
MARIETA: Bom dia, filho. Bom dia, Alberto.
DANIEL: Oi, mãe. Que bom que você veio. Estou muito feliz.
(Daniel e Marieta se abraçam)
MARIETA: Só acho que a Mari não vai gostar de me ver aqui.
DANIEL: Claro que vai.

Cena 13/ Tribunal/ Interno/ Dia
JUIZ: Já faz mais de trinta minutos e o seu Leonardo Alcântara não aparece.
CLEBER: Meritissimo, acho mais prudente começarmos a partilha de bens e cancelar o nome do Leonardo no testamento.
DEBORA: Isso mesmo, tanto é que o Leonardo foi preso por tráfico de maconha, não é Dr. Rabelo?
RABELO: Meritissimo, espere mais um pouco.
JUIZ: Não dá. Irei seguir sua orientação, Dr. Cléber. O nome do seu Leonardo Alcântara será retir...
(Leonardo abre a porta da sala onde está ocorrendo a audiência)
LEONARDO: Espere. Estou aqui, Meritissimo.
DEBORA: Mas como?
LEONARDO: Surpresa ao me ver, dona Débora? Quem terá uma surpresinha aqui é a senhora.
DEBORA: Meritissimo, eu exijo o cancelamento desse energúmeno do testamento do meu marido. Ele não tem motivos para ganhar alguma coisa do Medeiros.
LEONARDO: Ao contrário do que a senhora pensa, eu tenho motivos de sobra para participar dessa partilha de bens, afinal, eu sou filho legítimo de André Medeiros.
DEBORA: O que?
LEONARDO: Veja esse exame de DNA? Está vendo esse nome POSITIVO no final do exame? Pois é, dona Débora, esse nome é a prova viva e concreta de que eu sou filho do Dr. André Medeiros.

Cena 14/ Casa de Ronaldo/ Quarto de Carlos/ Interno/ Dia
(Carlos está guardando as roupas que usou no dia anterior. Em uma delas, ele acha o papelzinho que deixou cair do cofre de Antonio. Ele lê o papel e se surpreende)
CARLOS: Eu não acredito que o Antonio tem um cassino. Pior, um cassino clandestino. Realmente, esse papelzinho não poderia ser melhor.
(Carlos pega o celular)
CARLOS: Alô, é da policia? Eu queria fazer uma denúncia contra Antonio Albuquerque.
(PAUSA)
CARLOS: O motivo? Ele mantém um cassino clandestino em funcionamento na saída da cidade. Anotem o endereço.

Cena 15/ Mansão de Antonio/ Sala/ Interno/ Dia
(Mariana desce as escadas)
ANTONIO: Você está linda, Mariana.
MARIANA: Obrigada.
ANTONIO: Vamos?
MARIANA: Sim
(Uma equipe policial entra na sala da mansão)
POLICIAL: O senhor é Antonio Albuquerque?
ANTONIO: Sim
POLICIAL: O senhor está preso por manter um cassino clandestino em funcionamento. Queira nos acompanhar a delegacia, por favor?
MARIANA: Mas, como assim? Hoje é dia do meu casamento, seu policial. Meu sogro não pode ir preso.
POLICIAL: Tanto pode que ele vai.
MARIANA: Eu vou com você, seu Antonio.
ANTONIO: Nada disso. Você fica aí. As coisas serão rápidas. Eu ligarei para o meu pai, ele pagará a fiança e voltarei para te levar a igreja. Confie em mim.
MARIANA: Tudo bem.
(A policia coloca Antonio na viatura e parte)

Cena 16/ Igreja/ Interno/ Dia
(No altar, estão Daniel e Marieta. Alberto chega)
ALBERTO: Tenho uma noticia não muito agradável para dar.
DANIEL: O que aconteceu, vô?
ALBERTO: Seu pai acabou de ser preso. Descobriram sobre o cassino.
DANIEL: O que?
MARIETA: Mantenha a calma, filho.
ALBERTO: Eu estou indo a delegacia soltá-lo. Vocês fiquem aí.
(Alberto sai)
DANIEL: Eu não vou ficar aqui de jeito nenhum. Vou a mansão ver se a Mariana está lá. A senhora vem comigo, mãe?
MARIETA: Não filho. Eu fico aqui, controlando os convidados.
(Daniel sai. Em seguida, Marieta sai da igreja pela sacristia e pega um táxi)

Cena 17/ Casa de Ronaldo/ Sala/ Interno/ Dia
CARLOS (para si): A essa hora, o Antonio deve estar na delegacia. Ai, ai. Impossível não me amar.
(A campainha toca e Carlos atende)
CARLOS: Marieta?
MARIETA: Foi você que denunciou o Antonio, não foi?

Cena 18/ Mansão de Antonio/ Sala/ Interno/ Dia
(Mariana está sentada, quando Nathalia aparece)
MARIANA (levantando-se): Nathalia?
NATHALIA: Oi, sua desgraçada. Estava sentindo minha falta?
MARIANA: O que você está fazendo aqui?
NATHALIA: Cadê o povo daqui? Esqueci, todos devem estar na igreja e o broxinha do Antonio está na cadeia.
MARIANA: Vai embora.
NATHALIA: Por quê? Está com medo de mim?
MARIANA: Eu já disse que não tenho mede de você.
NATHALIA: Será mesmo?
(Nathalia saca um revolver e aponta para Mariana)
MARIANA: Larga essa arma, Nathalia.
NATHALIA: De jeito nenhum, sua vadia. É hoje que eu te mato, sua maldita.

Fim do capitulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário