Cena 1/
Quartinho de Marieta/ Interno/Dia
MARIANA:
Você me roubou?
MARIETA:
Naquele tempo eu estava realmente grávida do José, mas eu tinha perdido o bebê
no parto. O seu pai estava tão feliz que eu não sabia o que dizer a ele sobre a
perda do bebê. Então eu vi você nos braços da sua mãe biológica e roubei.
MARIANA: Eu
não estou acreditando nisso. Você é uma bandida. Eu te odeio, eu tenho nojo,
vergonha de você.
MARIETA:
Filha, não fala isso.
MARIANA:
Você não é minha mãe. Dan, me tira daqui. Eu não quero mais ficar aqui.
DANIEL: Tudo
bem.
MARIANA: E
quanto a você, me esquece. Eu nunca mais quero olhar na tua cara, Marieta.
(Mariana e
Daniel saem)
Cena 2/
Carro/ Interno/ Dia
DANIEL: Você
não vai perdoar a Marieta?
MARIANA:
Nunca. Ela me roubou, Daniel. Você sabe o que é isso?
DANIEL: Sei.
Você se esqueceu que minha vó me roubou também? Mas eu a perdoei.
MARIANA: Mas
é diferente, pois a dona Yolanda não te abandonou quando criança. Minha vida
foi baseada em mentiras, falsidades. Só teve uma coisa boa nessa história: nós
não somos irmãos, ou seja, podemos ser felizes juntos. Eu te amo, Daniel.
DANIEL: Eu
tenho uma idéia para comemorar nosso retorno.
MARIANA: O
que?
DANIEL: Em
alguns minutos, você saberá.
Cena 3/ Casa
de Lucidio/ Cozinha/ Interno/ Dia
JULIANA: Não
toca em mim. Eu vim apenas para te dar esse recado. Para de ficar me ameaçando.
LUCIDIO: Eu
te conheço, garota. Se você veio até minha casa, é porque você está afim de pôr
a mão na massa e se sentir mulher. Mas eu te juro que não vai doer nada.
(Lucidio se
aproxima de Juliana. Rapidamente, a garota pega uma faca e aponta para o velho)
JULIANA: Se
você der mais um passo, eu te furo.
LUCIDIO:
Você não teria coragem de fazer uma crueldade dessas com um idoso tão indefeso.
(Lucidio agarra
Juliana, que o corta com a faca no braço)
LUCIDIO: Meu
braço, sua vadia.
(Lucidio e
Juliana ouvem a porta ser arrombada. Juliana corre)
LUCIDIO: Que
barulho é esse?
POLICIAL: É
a polícia e o senhor está preso por aliciamento de menores e tentativa de
estupro.
(O policial
põe as algemas em Lucidio e o coloca na viatura. Através do espelho, Lucidio dá
um sinal de beijo para Juliana e uma piscada)
Cena 4/
Studio Design/ Corredor/ Interno/ Dia
(Guilherme
entra e é seguido por Ronaldo)
RONALDO: Seu
Guilherme, eu estava mesmo precisando falar com o senhor.
GUILHERME:
Fez as fotos da Sabrina?
RONALDO:
Não.
(Guilherme
para no corredor e vira-se para Ronaldo)
GUILHERME:
Como não?
RONALDO: Ela
tem um mamilo no meio dos seios.
GUILHERME: E
daí? Melhor ainda, que as chances das fotos serem um sucesso aumentam.
RONALDO:
Mas, é porq...
GUILHERME:
Não tem mais e meio mais. Volte a mansão da Sabrina e faça as fotos. Só apareça
na minha frente com essas fotos em mão.
(Guilherme
entra na sala e fecha a porta na cara de Ronaldo)
Cena 5/
Quarto de hotel/ Interno/ Dia
(O celular
de Cleber toca)
CLEBER: Alô.
Oi Rabelo, tudo bem?
(PAUSA)
CLEBER: Como
assim preso?
(PAUSA)
CLEBER:
Desculpe, Rabelo, mas não vai adiantar nada. O juiz foi claro quando disse que
não iria adiar a audiência por intervenção nenhuma.
(PAUSA)
CLEBER:
Desculpe a indelicadeza, mas o problema é seu. Quem mandou seu cliente ser um
traficante de drogas?
(Cleber
desliga o celular)
CLEBER: Deu
tudo certo, Debora. Nossa vitima está presa. O Leonardo não aparecerá naquela
audiência de jeito nenhum.
(O casal ri)
Cena 6/
Igreja/ Interno/ Dia
(Daniel e
Mariana entram)
MARIANA:
Você quer marcar a data do nosso casamento?
DANIEL: Sim,
pra que esperar? Nós nos amamos e já enfrentamos diversas barras juntos. Temos
que Sr felizes, temos que nos casar.
MARIANA: Mas
e o pedido que todo noivo tem que fazer a sua noiva? Não vai ter?
DANIEL:
Mariana, você aceita se casar comigo?
MARIANA:
Aceito.
(O casal se
beija e é interrompido por um padre)
PADRE: Em
que posso ajudar o casal apaixonado?
DANIEL: Nós
queremos marcar a data do nosso casamento. Pode ser amanhã?
PADRE:
Casamento para amanhã?
DANIEL: Sim.
Nós queremos nos casar o mais breve possível.
PADRE:
Deixe-me ver. (Abre a agenda): Vocês estão com sorte, hein? Pode sim.
DANIEL:
Perfeito. (para Mariana): Amanhã nós nos casamos, meu amor.
(O casal se
beija novamente)
Cena 7/
Mansão de Sabrina/ Atelier/ Interno/ DiA
(Ronaldo
entra e encontra Sabrina, triste)
RONALDO:
Dona Sabrina?
SABRINA:
Ronaldo? O que veio fazer aqui? Pensei que não queria mais me fotografar.
RONALDO:
Está redondamente enganada. Tire essa roupa, faça poses bonitas e vamos que
vamos.
SABRINA:
Sério? Mas espera que eu preciso disfarçar o mamilo.
RONALDO:
Nada disso. Deixe o mamilo bem visível. Ele será o elemento principal dessas
fotos. Está pronta?
SABRINA:
Sempre estive pronta.
(Sabrina
tira o roupão e começa a posar para a câmera)
Cena 8/
Restaurante/ Interno/ Dia
AMANDA:
Obrigada, Lucas, por tudo. Se não fosse você, eu acho que minha filha não estaria
comigo agora. Graças a você, eu ganhei a guarda dela e aquele pedófilo que
queria abusá-la foi preso.
LUCAS: Não
precisa agradecer, afinal o mérito foi todo seu. Eu que agradeço a você por ser
a primeira pessoa a me fazer advogar.
AMANDA:
Imagina.
(PAUSA.
Lucas olha fixamente para Amanda)
LUCAS: Eu te
amo, Amanda. Nesses dias que eu passei com você, eu comecei a sentir algo que
eu nunca senti por ninguém: amor de verdade.
AMANDA: E
você me fez sentir uma mulher realizada, Lucas.
(Amanda e
Lucas se beijam)
Cena 9/ Casa
de Ronaldo/ Externo/ Dia
(Ronaldo
chega na calçada de casa e vê Carlos próximo a porta)
RONALDO:
Carlos? O que você está fazendo aqui?
CARLOS: Fui
expulso por aquela família idiota. Eu não tenho onde ficar. Deixa eu ficar
aqui, Ronaldo. Você é minha única salvação.
(PAUSA)
RONALDO:
Está bem. Eu deixo, mas é bom você começar a procurar emprego, porque eu não
vou ficar sustentando marmanjo.
(Ronaldo
abre a porta e eles entram)
RONALDO: E
daqui a três meses, se você não tiver empregado, eu te coloco pra fora daqui.
CARLOS: Fica
tranqüilo, mano. Se eu passar uma semana nesse muquifo que você chama de casa,
já vai ser muito.
Cena 10/
Mansão de Antonio/ Sala/ Interno/ Dia
ALBERTO: O
que está acontecendo com essa família, hein?
ANTONIO:
Problemas, meu pai. Problemas, inclusive, que o senhor poderia compartilhar
comigo.
ALBERTO:
Como assim?
ANTONIO:
Pai, o senhor acha que eu sou cego? O senhor acha que eu não enxergo esse
aparelho que está no seu ouvido direito?
ALBERTO:
Filho, eu não queria te dizer nada, mas...
ANTONIO: Eu
sei, pai. O senhor está surdo desse ouvido. O senhor poderia ter falado comigo
desde o começo. Para que ficar escondendo?
ALBERTO:
Vergonha, filho. Da mesma maneira que você tem vergonha das suas orelhas de
abano, eu tenho vergonha do meu ouvido surdo.
(A campainha
toca. Antonio se levanta do sofá e atende)
ANTONIO:
Marieta?
MARIETA: Oi.
Tudo bem?
ANTONIO: Que
surpresa.
(Alberto se
levanta)
ALBERTO: Vou
deixar vocês a sós.
(Alberto
sobe as escadas)
MARIETA: A
Mariana está aí?
ANTONIO:
Sim, mas a primeira coisa que ela disse quando chegou é que não quer falar com
você.
MARIETA:
Primeira? Ela disse outras coisas?
ANTONIO:
Sim. Amanhã, ela e Daniel irão se casar.
MARIETA:
Meus filhos, se casando?
ANTONIO: O
Daniel exigiu sua presença, e eu exijo também.
MARIETA: Me
perdoa por tudo que eu fiz?
ANTONIO:
Perdôo. Eu sei que você está arrependida. Eu vejo isso nos seus olhos.
MARIETA:
Estou arrependida e continuo apaixonada por você, Antonio. Mas eu prefiro não
insistir nesse assunto, afinal, você já está casado com a Diana. Estou indo.
ANTONIO:
Espera.
(Antonio
pega no braço de Marieta e a beija)
Cena 11/
Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia seguinte
Cena 12/
Igreja/ Interno/ Dia
(Daniel está
no altar e Antonio está ao seu lado)
ALBERTO:
Acalme-se meu neto. Vai dar tudo certo.
DANIEL: A
Mariana está demorando demais.
ALBERTO: Mas
essa demora é normal. E não se preocupe, porque o Antonio está com ela ou você
se esqueceu que é seu pai que vai trazê-la ao altar?
DANIEL:
Claro que não. Mas o nervosismo não passa. Quero me casar logo e aproveitar
bastante a noite de núpcias.
(Enquanto
isso, na entrada da igreja, Marieta chega e Diana vê)
DIANA: O que
você está fazendo aqui?
MARIETA: Vim
ao casamento dos meus filhos.
DIANA:
Filhos que não são seus filhos, já que a Mariana foi roubada.
MARIETA:
Lave sua boca quando for falar da Mariana. Licença.
(Marieta vai
ao altar falar com Daniel)
MARIETA: Bom
dia, filho. Bom dia, Alberto.
DANIEL: Oi,
mãe. Que bom que você veio. Estou muito feliz.
(Daniel e Marieta
se abraçam)
MARIETA: Só
acho que a Mari não vai gostar de me ver aqui.
DANIEL:
Claro que vai.
Cena 13/
Tribunal/ Interno/ Dia
JUIZ: Já faz
mais de trinta minutos e o seu Leonardo Alcântara não aparece.
CLEBER:
Meritissimo, acho mais prudente começarmos a partilha de bens e cancelar o nome
do Leonardo no testamento.
DEBORA: Isso
mesmo, tanto é que o Leonardo foi preso por tráfico de maconha, não é Dr.
Rabelo?
RABELO:
Meritissimo, espere mais um pouco.
JUIZ: Não
dá. Irei seguir sua orientação, Dr. Cléber. O nome do seu Leonardo Alcântara
será retir...
(Leonardo
abre a porta da sala onde está ocorrendo a audiência)
LEONARDO:
Espere. Estou aqui, Meritissimo.
DEBORA: Mas
como?
LEONARDO:
Surpresa ao me ver, dona Débora? Quem terá uma surpresinha aqui é a senhora.
DEBORA:
Meritissimo, eu exijo o cancelamento desse energúmeno do testamento do meu
marido. Ele não tem motivos para ganhar alguma coisa do Medeiros.
LEONARDO: Ao
contrário do que a senhora pensa, eu tenho motivos de sobra para participar
dessa partilha de bens, afinal, eu sou filho legítimo de André Medeiros.
DEBORA: O
que?
LEONARDO:
Veja esse exame de DNA? Está vendo esse nome POSITIVO no final do exame? Pois
é, dona Débora, esse nome é a prova viva e concreta de que eu sou filho do Dr.
André Medeiros.
Cena 14/
Casa de Ronaldo/ Quarto de Carlos/ Interno/ Dia
(Carlos está
guardando as roupas que usou no dia anterior. Em uma delas, ele acha o
papelzinho que deixou cair do cofre de Antonio. Ele lê o papel e se surpreende)
CARLOS: Eu
não acredito que o Antonio tem um cassino. Pior, um cassino clandestino.
Realmente, esse papelzinho não poderia ser melhor.
(Carlos pega
o celular)
CARLOS: Alô,
é da policia? Eu queria fazer uma denúncia contra Antonio Albuquerque.
(PAUSA)
CARLOS: O
motivo? Ele mantém um cassino clandestino em funcionamento na saída da cidade.
Anotem o endereço.
Cena 15/
Mansão de Antonio/ Sala/ Interno/ Dia
(Mariana
desce as escadas)
ANTONIO:
Você está linda, Mariana.
MARIANA:
Obrigada.
ANTONIO:
Vamos?
MARIANA: Sim
(Uma equipe
policial entra na sala da mansão)
POLICIAL: O
senhor é Antonio Albuquerque?
ANTONIO: Sim
POLICIAL: O
senhor está preso por manter um cassino clandestino em funcionamento. Queira
nos acompanhar a delegacia, por favor?
MARIANA:
Mas, como assim? Hoje é dia do meu casamento, seu policial. Meu sogro não pode
ir preso.
POLICIAL:
Tanto pode que ele vai.
MARIANA: Eu
vou com você, seu Antonio.
ANTONIO:
Nada disso. Você fica aí. As coisas serão rápidas. Eu ligarei para o meu pai,
ele pagará a fiança e voltarei para te levar a igreja. Confie em mim.
MARIANA:
Tudo bem.
(A policia
coloca Antonio na viatura e parte)
Cena 16/
Igreja/ Interno/ Dia
(No altar,
estão Daniel e Marieta. Alberto chega)
ALBERTO:
Tenho uma noticia não muito agradável para dar.
DANIEL: O
que aconteceu, vô?
ALBERTO: Seu
pai acabou de ser preso. Descobriram sobre o cassino.
DANIEL: O
que?
MARIETA:
Mantenha a calma, filho.
ALBERTO: Eu
estou indo a delegacia soltá-lo. Vocês fiquem aí.
(Alberto
sai)
DANIEL: Eu
não vou ficar aqui de jeito nenhum. Vou a mansão ver se a Mariana está lá. A
senhora vem comigo, mãe?
MARIETA: Não
filho. Eu fico aqui, controlando os convidados.
(Daniel sai.
Em seguida, Marieta sai da igreja pela sacristia e pega um táxi)
Cena 17/
Casa de Ronaldo/ Sala/ Interno/ Dia
CARLOS (para
si): A essa hora, o Antonio deve estar na delegacia. Ai, ai. Impossível não me
amar.
(A campainha
toca e Carlos atende)
CARLOS:
Marieta?
MARIETA: Foi
você que denunciou o Antonio, não foi?
Cena 18/
Mansão de Antonio/ Sala/ Interno/ Dia
(Mariana
está sentada, quando Nathalia aparece)
MARIANA
(levantando-se): Nathalia?
NATHALIA:
Oi, sua desgraçada. Estava sentindo minha falta?
MARIANA: O
que você está fazendo aqui?
NATHALIA:
Cadê o povo daqui? Esqueci, todos devem estar na igreja e o broxinha do Antonio
está na cadeia.
MARIANA: Vai
embora.
NATHALIA:
Por quê? Está com medo de mim?
MARIANA: Eu
já disse que não tenho mede de você.
NATHALIA:
Será mesmo?
(Nathalia
saca um revolver e aponta para Mariana)
MARIANA:
Larga essa arma, Nathalia.
NATHALIA: De
jeito nenhum, sua vadia. É hoje que eu te mato, sua maldita.
Fim do capitulo
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