quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vida Fatal - Capítulo 59


Cena 1/ Delegacia/ Sala de visitas/ Interno/ Dia
OTÁVIO: É o que eu irei fazer, Larissa. Eu irei investigar tudo isso, eu irei atrás da verdade.
LARISSA: Se você pretender ir ao bordel onde ela trabalhava, eu tenho o endereço aqui, gravado na minha cabeça.
OTÁVIO: Eu quero sim.

Cena 2/ Faculdade/ Sala de aula/ Interno/ Dia
(Todos estão sentados. Sérgio entra na sala, Juliana levanta-se e o beija)
JULIANA: Amor, poderia se sentar agora?
SÉRGIO: Por quê?
JULIANA: Eu quero ser a única a ficar em pé nesse momento. Por favor.
(Sérgio senta-se. Roberta e Carla entram na sala, vêem Larissa e sentam-se. Juliana sobe na mesa e fica em pé sobre ela)
JULIANA (batendo palmas): ATENÇÃO, ATENÇÃO. PRESTEM ATENÇÃO AQUI, POR FAVOR. Eu quero dar um recado.
CARLA (cochichando): O que será que ela está querendo?
ROBERTA: Não faço a mínima idéia.
JULIANA: Vocês sabem que nesses últimos dias fiquei ausente da faculdade devido aquele acidente que sofri durante a aula de laboratório. Um acidente, que descobri horas depois, que foi provocado propositalmente pela nossa querida colega Roberta e sua comparsa Carla.
ROBERTA (levantando-se): Mas isso é uma calúnia.
JULIANA: Calúnia nada. Você armou para cima de mim, sim. Mas eu como eu havia te dito, eu tenho métodos mais práticos para resolver tudo isso. Galera, vocês sabiam que a nossa querida colega Roberta tem AIDS?
(Todos olham para Roberta e comentam entre si)
ROBERTA: Isso é mentira dela.
JULIANA: Mentira coisa nenhuma. É verdade sim. Temos uma aidética na sala e ninguém sabia, não é? Vocês já pensaram na idéia de que poderiam ter tocado em alguma ferida ensangüentada da Roberta? Cuidado, minha gente, se duvidar, todos nós aqui estamos contaminados por esse vírus maldito que a Roberta trouxe até nós.
ROBERTA (aos prantos): Para com isso, para, para. Você não sabe de nada.
(Roberta se direciona até a porta da sala, mas é interceptada por Juliana, que sai de cima da mesa e fica de frente a soropositiva)
JULIANA: Gostou? Isso é para você pensar duas vezes antes de armar para cima de mim.
(Roberta empurra Juliana e sai)

Cena 3/ Áureo Mineração/ Refeitório/ Interno/ Dia
RENATO: Você acha mesmo que a Adriana pode ser essa pessoa tão maquiavélica e dissimulada?
OTÁVIO: Não sei, cara. Mas, tudo o que a Larissa disse se encaixa, passou a ter sentido, entende?
RENATO: E o que você pretende fazer agora?
OTÁVIO: Descobrir a verdade.

Cena 4/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Dia
ADRIANA: Não acredito que você veio até aqui para dizer que sua afilhada está com leucemia. Que comovente.
LUCIANA: Você é muito fria, Adriana. Como você consegue se agüentar, hein?
ADRIANA: O que um dinheiro não faz, não é?
LUCIANA: Eu fico muito preocupada com você, sabia? Você é doente.
ADRIANA: Alguém perguntou sua opinião? Quer um conselho, Luciana? Em vez de ficar enchendo meu saco, por que você não vai puxar o saco da sua afilhada leucêmica? Iria estar me fazendo um favor.
LUCIANA: Tudo bem. Já que você prefere assim. Agora, quando estiver precisando de mim, não venha me consultar nem me pedir ajuda.
ADRIANA: Vai embora, vai. Insuportável.
LUCIANA: Eu tenho pena de você. Apenas.
(Luciana sai)

Cena 5/ Delegacia/ Refeitório/ Interno/ Dia
(Brutus e César estão sentados lado a lado)
CÉSAR: Pronto?
BRUTUS: Pronto.
(César se levanta e empurra Brutus, que cai)
CÉSAR: Cansei de dividir a cela com você, seu podre. Você acha mesmo que é o machão dessa delegacia?
BRUTUS: Desgraçado.
(Brutus empurra César, que cai. Os outros presos que estavam no refeitório começam a brigar entre si. Brutus e César aproveitam a distração dos presos e guardas e saem do refeitório. Eles passam por um corredor e avistam a porta de saída, sendo vigiada por um policial. Brutus saca o canivete.)
POLICIAL: O que estão fazendo aqui? Voltem para o refeitório. Guarda Andrade. Guarda Andrade.
BRUTUS: Cala a boca.
(Brutus crava o canivete no peito do policial, que cai. César pega a chave que está no bolso do policial e abre a porta. Brutus e César saem da delegacia)

Cena 6/ Áureo Mineração/ Espaço da presidência/ Interno/ Dia
(Paula entra)
PAULA: O Renato está ocupado?
ROSE: Não.
PAULA: Eu queria falar com ele. Tem como?

Cena 7/ Áureo Mineração/ Sala de Renato/ Interno/ Dia
(Renato está sentado. Paula entra)
RENATO: Paula? Aconteceu alguma coisa?
PAULA: Aconteceu. Sou eu, Renato, a verdadeira Paula.
RENATO: Como?
PAULA: Renato, eu tenho algo para te contar. Aquela mulher que está em casa nesse momento não é a Paula, ou seja, não sou eu. É a Thais.
RENATO: Olha, eu não estou entendendo nada.
PAULA: Eu estava em um hospício porque a Thais me jogou lá. A Thais, desde o dia do nosso noivado, está se passando por mim e enganando a todos.
RENATO: Você está me dizendo que você é a Paula e aquela mulher com quem eu me noivei é a Thais?
PAULA: Eu sei que está muito confuso, mas eu quero que você venha comigo. Eu tenho um lugar para te mostrar.

Cena 8/ Condomínio Jatobá/ Corredor/ Interno/ Dia
(Jéssica bate na porta da casa de Bruno. Ele atende)
JÉSSICA: Bruno, nós precisamos conversar sobre ontem a noite.
BRUNO: Acho melhor não.
JÉSSICA: Por favor.
BRUNO: Você ainda não entendeu que eu não quero falar com você?
(Bruno fecha a porta na cara de Jéssica, que fica com os olhos marejados)

Cena 9/ Delegacia/ Cela de Larissa/ Interno/ Dia
LARISSA: E como faremos para fugir?
MONTANHA: Nós precisamos parar na solitária juntas.
LARISSA: Mas como?
MONTANHA: Brigando durante o banho de sol. Quer motivo melhor do que esse?

Cena 10/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Noite

Cena 11/ Bordel/ Interno/ Noite
(Adriana passeia entre as pessoas. Ela se depara com Cebola)
CEBOLA: Ora, ora. Se não é a Norma, a melhor garota de programa que eu já estive aqui. Bateu saudade?
ADRIANA: Podemos dizer que sim.
CEBOLA: Quer relembrar os velhos tempos. O cano está abandonado desde quando você saiu. Não quer dar uma palhinha dançando pole dance?
ADRIANA: Acho melhor não.
CEBOLA: Então, fique a vontade.
(Cebola sai. Adriana dá um sorriso sarcástico e se direciona até a porta do bordel)

Cena 12/ Bordel/ Externo/ Noite
(Otávio estaciona seu carro na frente do bordel e sai do carro. Adriana sai da boate e o vê)
ADRIANA: O que o Otávio veio fazer aqui? Droga.
(Adriana entra no bordel)

Cena 13/ Bordel/ Interno/ Noite
(Adriana se aproxima do balcão)
ADRIANA: Eu quero uma garrafa de bebida alcoólica bastante forte e uma caixa de fósforos.
(O barman entrega a garrafa e a caixa de fósforos a Adriana. Ela vai até o sistema de luz da boate e desliga a luz. Ela liga o celular, disca alguns números e leva o celular ao ouvido)
ADRIANA: Alô. Otávio? Amor, você poderia vim em casa. Aconteceu uma coisa bastante desagradável. Tentaram nos assaltar.
(Ao mesmo tempo em que fala no celular, Adriana despeja a garrafa de álcool nos fios de sistema de luz e, depois, acende o palito de fósforo e joga nos fios. Adriana sai correndo)

Cena 14/ Bordel/ Externo/ Noite
OTÁVIO (com o celular ao ouvido): Alô, alô, Adriana? 
(Otávio põe o celular no bolso)
OTÁVIO: Acho que desligou.
(Otávio caminha em direção ao bordel, que explode, matando todos que estavam dentro, exceto Adriana, que havia saído por uma porta de segurança)
(Otávio cai no chão, desacordado, devido ao impacto da explosão)
(Congela em Otávio desacordado)

Nenhum comentário:

Postar um comentário