quarta-feira, 6 de março de 2013

Vida Fatal - Capítulo 23


Cena 1/ Rua/ Interno/ Dia
LARISSA: O que você quer? Veio pedir dinheiro depois de tantos anos?
(Alberto ri)
ALBERTO: Você acha mesmo que eu vim te chantagear usando a informação de que o Sérgio é meu filho? Você continua bastante engraçada, Larissa. Desde a época da faculdade.
LARISSA: O que você quer?
ALBERTO: E pelo visto, continua bastante zangada também. Eu vi você passando pela rua e decidi te chamar para conversar. Uma forma de relembrar e rir dos velhos tempos. Aceita meu convite?

Cena 2/ Restaurante/ Interno/ Dia
LARISSA: Como anda a sua vida depois da faculdade?
ALBERTO: Bastante monótona. A vida me deu um calote no amor, mas para compensar tanto sofrimento, me deu um emprego maravilhoso e de salário espetacular. Sou engenheiro eletrônico.
LARISSA: Ah é? Que legal. Pelo menos, posso ter a certeza que você não vai me chantagear tão cedo em troca de dinheiro.
ALBERTO: E como anda a sua vida?
LARISSA: Parada também. Estou voltando a fotografar junto com uma amiga minha, a Paula. Ela trabalha em um estúdio fotográfico e estou pensando em montar o meu.
ALBERTO: Que ótimo, mas quando fiz aquela pergunta, quis saber de você e o Otávio.
LARISSA: Estamos separados, mas não quero falar sobre isso. Tudo aconteceu tão de repente.
ALBERTO: Separados? Se eu soubesse disso, não teria deixado o caminho livre para vocês dois. Continuaria namorando você e deixaria ele chupando o dedo. O meu maior defeito é essa extrema bondade que me consome.
( Os dois riem)
ALBERTO: Eu era bastante apaixonado por você na faculdade, mas quando percebi que você amava o Otávio de verdade, preferi deixar o caminho livre para vocês dois. Abri tanto que abri mão até do meu filho.
LARISSA: Você não tem vontade de conhecer o Sérgio?
ALBERTO: Vontade eu tenho, mas não tenho coragem de chegar até ele e me comportar como se ele fosse um desconhecido para mim. Acho que ainda não estou preparado.
LARISSA: Eu só tenho a agradecer pela sua compreensão naquela época. É bem difícil um homem entender que o coração da sua amada pertence a outro.
ALBERTO: Nesse caso, parece que o outro te fez sofrer muito. Você tem certeza que não quer me contar o motivo que causou o fim do seu casamento?
LARISSA: Uma mulher apareceu no nosso caminho e o Otávio acabou se envolvendo com ela.
ALBERTO: Ou seja, ele te traiu.
LARISSA: Sim, o Otávio me traiu.
(Alberto levanta e tira Larissa da cadeira, levantando-a)
ALBERTO: Eu não vou cometer o mesmo erro de te deixar sozinha novamente. Precisando de mim, pode me chamar.
LARISSA: Obrigada.
(Alberto abraça Larissa)

Cena 3/ Faculdade/ Sala de aula/ Interno/ Dia
PROFESSOR: Vocês têm que conhecer os principais elementos da tabela periódica, juntamente com suas principais características, como raio atômico, eletro positividade, eletro negatividade e afinidade eletrônica. Na página seguinte, tem um exercício básico. Resolvam-no agora.
(Juliana e Sérgio ouvem um barulho)
SÉRGIO: O que foi isso?
JULIANA: Acho que foi meu celular.
(Juliana abre a bolsa)
JULIANA: Recebi uma mensagem
SÉRGIO: De quem?
JULIANA: Do Pedrosa. Ele diz aqui que amanhã vai contar sobre o nosso relacionamento para o meu pai. Estamos perdidos, Sérgio.
Cena 4/ Faculdade/ Sala de aula/ Interno/ Dia
ROBERTA: Olha lá o casal prodígio.
CARLA: Roberta, trata de esquecer isso e se concentra no exercício.
ROBERTA: Não dá, mas eu já sei o que eu vou fazer para acabar com o namoro dos dois.
CARLA: Roberta, Roberta.
ROBERTA: Eu tenho certeza que esse plano não vai falhar.

Cena 5/ Mansão Albuquerque/ Quartinho de César/ Interno/ Dia
(Lucélia está se vestindo e César está deitado, sendo coberto por um lençol)
LUCÉLIA: Agora tenho que ir, antes que o Ramiro chegue da empresa.
CÉSAR: Não vai esquecer o nosso pacto nem vai me abandonar.
LUCÉLIA: Impossível.
CÉSAR: Amanhã você vem me fazer uma visita?
LUCÉLIA: Quem sabe.
(Lucélia sai)
CÉSAR (para si): Que mulher gostosa.

Cena 6/ Áureo Mineração/ Espaço da presidência/ Interno/ Dia
(Rose está sentada. Guilherme se aproxima da secretária)
GUILHERME: Meu tio está?
ROSE: Seu Ramiro acabou de sair.
GUILHERME: Ok.
(Guilherme está saindo, quando Rose o interrompe)
ROSE: Você sabia da última?
GUILHERME: Fofoca é?
ROSE: Otávio se separou da esposa.

Cena 7/ Áureo Mineração/ Sala de Guilherme/ Interno/ Dia
GUILHERME (para si): Droga. Eu avisei tanto para Larissa reatar com o Otávio, mas ela preferiu me desafiar. Ela não sabe com quem está lidando. Qualquer hora, eu conto para o Otávio que o Sérgio não é filho dele, aí eu quero ver qual vai ser a reação daquela pateta. A Larissa não sabe o que a espera.

Cena 8/ Mansão Albuquerque/ Cozinha/ Interno/ Dia
RAMIRO: Onde está a Lucélia?
GONÇALA: Não sei não, senhor.
RAMIRO: Ah, Gonçala, sua patroa morreu, sabia? E ela te defendia tanto.
GONÇALA: Eu sinto bastante por isso.
RAMIRO: Não sinta nada. (Pausa): Melhor, sinta bastante medo de mim, pois agora que a sua patroa defensora está no céu, eu não vou te deixar em paz. Qualquer falha, você já sabe, não é? Vai para a rua.
(Ramiro sai)
GONÇALA (para si): Monstro

Cena 9/ Casa de Paula/ Quarto de Paula/ Interno/ Dia
(Paula, vestida de pijama, se levanta da cama)
PAULA: Dormi demais.
(Paula desliga o ar-condicionado e percebe a câmera ao lado do objeto)
PAULA: Um micro câmera? Mas o que ela estava fazendo aqui?

Cena 10/ Casa de Paula/ Quarto de Thais/ Interno/ Dia
(Paula entra)
PAULA: Foi você que colocou essa câmera no meu quarto?
THAIS: O quê? Ficou doida? Por que eu faria isso?
PAULA: Não sei. Me explica você.
THAIS: Por que você sempre joga a culpa de tudo em cima de mim? Eu não sei o que essa câmera estava fazendo no seu quarto, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Agora, você poderia me dar licença, porque eu estou precisando trocar de roupa.
PAULA: Claro. Mas saiba que eu vou descobrir quem fez isso.

Cena 11/ Faculdade/ Refeitório/ Interno/ Dia
BRUNO: E a verdade é essa: eu estou apaixonado pela Jéssica.
SÉRGIO: E a Jéssica sabe disso?
BRUNO: Sabe sim. Nós nos beijamos na entrada da faculdade hoje cedo.
SÉRGIO: E a Carla? Ela sabe desse seu novo amor?
BRUNO: Esse é o problema. Eu não sei como contar isso a ela.
SÉRGIO: Não conta. Inventa uma história qualquer e termina com ela.
BRUNO: Mas se eu não contar agora, vai ser pior quando ela descobrir mais tarde.
SÉRGIO: Aí é com você. Aproveita que ela está se aproximando e termina logo.
(Bruno sai da mesa e se aproxima de Carla)
CARLA: Eu quero falar com você. Estou com saudades de te namorar.
BRUNO: Eu também preciso falar com você. Carla, eu quero terminar com você.
CARLA: O quê? Mas como? Por quê?
BRUNO: Porque não dá mais. Esse namoro não tem mais progresso. Eu não estou sendo feliz nele.
CARLA: Eu te amo, Bruno. Não faz isso com a gente.
BRUNO: Você é uma garota especial. Por isso. Merece um cara melhor do que eu. Acabou.
(Bruno sai)

Cena 12/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Alternando-se entre Dia e Noite

Cena 13/ Mansão Albuquerque/ Quartinho de César/ Interno/ Dia
(Lucélia entra. César já está na cama, esperando por ela)
CÉSAR: Até que enfim.
(César puxa Lucélia, que cai na cama. Eles se beijam)

Cena 14/ Mansão Albuquerque/ Jardim/ Interno/ Dia
(Celina está passando pelo jardim, quando passa pelo quartinho de César)
CELINA: Que gemidos são esses?
(Por uma brecha na parede, Celina vê Lucélia e César transando)
CELINA: Lucélia e César?

Cena 15/ Mansão Albuquerque/ Jardim/ Interno/ Dia
(Otávio estaciona seu carro na frente da mansão e sai)

Cena 16/ Mansão Albuquerque/ Cozinha/ Interno/ Dia
(Celina está verificando as panelas, quando Lucélia entra)
CELINA: Entrando pela cozinha? 
LUCÉLIA: Não é da sua conta. Volte ao trabalho.
CELINA: Como estava com o César? Se divertiu muito com ele?
LUCÉLIA: Como é?
CELINA: Não adianta posar de boa moça para mim, não. Eu vi tudo. Você na cama com o César se divertindo como uma criancinha de quatro anos que ganha um pirulito. Ele é bom de cama?
LUCÉLIA: Olha aqui, sua velha caquética, é melhor você ficar na sua, senão eu faço a sua caveira para o Ramiro. Eu te jogo na rua.
CELINA: Não adianta me intimidar. Eu não tenho medo de você.
(Lucélia pega no braço de Celina)
LUCÉLIA: É melhor ter. Esqueceu que eu sou a mulher do seu patrão? Qualquer reclamação, eu te jogo na rua da margura sem dó nem piedade.
(Otávio chega à cozinha e pega no braço de Lucélia, que larga o braço de Celina)
OTÁVIO: Larga o braço da minha mãe.
LUCÉLIA: O carinha que me humilhou naquela bosta de cemitério. Sua humilhação não serviu de nada. Estou aqui: linda, rica, poderosa e só no sapatinho, sendo patroa da velha da sua mãe.
OTÁVIO: Olha como você fala com minha mãe.
(Lucélia se solta de Otávio)
LUCÉLIA: Eu falo com essa velha caduca do jeito que eu quiser, porque eu posso. Eu sou a mulher de Ramiro Albuquerque agora. Tudo o que eu mando, agora é lei. É só eu piscar os olhos, que eu mando essa idosa caquética para o olho da rua.
(Otávio volta a pegar no braço de Lucélia)
OTÁVIO: Você acha mesmo que tem voz nessa casa? Minha mãe trabalha aqui há anos. Eu tenho certeza que o que ela diz é levado mais a sério pelo seu Ramiro do que as baboseiras que você diz. E você? É quem? É o quê? Você não passa de uma ninfetinha do Ramiro, que ele usa para comer até se esbaldar.
LUCÉLIA: Chega. Cala essa boca maldita.
OTÁVIO: A maldita aqui é você.
LUCÉLIA: Você está me machucando.
OTÁVIO: Olha que eu posso te machucar mais. Você quer sentir o peso da minha mão?
(Congela em Lucélia)

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