terça-feira, 5 de março de 2013

Vida Fatal - Capítulo 22


Cena 1/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Dia
OTÁVIO: Conversar? Tudo bem.
LARISSA: Vamos até o gabinete, então.
OTÁVIO: Claro.
(Larissa e Otávio saem)

Cena 2/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Dia
(Ramiro e Lucélia entram, com malas na mão.)
CELINA: O que é isso, seu Ramiro?
RAMIRO: Lucélia está se mudando para cá.
CELINA: O quê? Mas não faz nem uma semana que a dona Gisele morreu.
RAMIRO: E daí?
CELINA: O senhor vai deixar que essa mulher se aposse do quarto da dona Gisele, use os móveis dela, deite na cama que ela deitava?
RAMIRO: Agora, a Lucélia é minha mulher.
CELINA: Mas...
RAMIRO: Celina, nunca se esqueça que você é apenas uma governanta. O dono dessa casa sou eu. (para Lucélia): Vamos subir, amor.
(Ramiro e Lucélia sobem as escadas)

Cena 3/ Faculdade/ Sala de aula/ Interno/ Dia
JULIANA: Você está indo muito bem nesses assuntos iniciais da matéria.
SÉRGIO: Eu? Você ta falando sério? Os estudos nunca foram o meu forte.
JULIANA: Palhaço.
(Juliana beija Sérgio. Roberta e Carla entram na sala e vêem a cena)
CARLA: Eu te avisei que não ia ser tão fácil separar esse casal. Olha como eles se amam, como se gostam.
ROBERTA: Eu já entendi, Carla. Estou vendo que terei que me empenhar mais para tirar o Sérgio da Juliana.

Cena 4/ Faculdade/ Campus/ Interno/ Dia
JÉSSICA: Não canso de te agradecer por você ter recuperado minha sacola de doações naquele assalto.
BRUNO: Não foi nada. Quando eu vi aqueles caras te assaltando, eu me senti na obrigação de te proteger. Eu gosto muito de você, Jéssica.
JÉSSICA: Bem, é melhor a gente se apressar para não chegar à sala atrasados.
(Bruno pega no braço de Jéssica)
BRUNO: Espera. Eu queria te dizer que não dá mais para esperar.
JÉSSICA: Como assim?
BRUNO: Eu te amo, Jéssica.
(Bruno beija Jéssica)
BRUNO: Eu estou apaixonado por você.
JÉSSICA: Mas e a Carla?
BRUNO: Nosso namoro não ia bem faz tempo. E você? Não sente nada por mim?
JÉSSICA: Isso responde?
(Jéssica beija Bruno)

Cena 5/ Casa de Paula/ Quarto de Thais/ Interno/ Dia
(Thais entra e abre o notebook, que está em cima da cama. Ela vê as imagens de Paula e Renato transando no quarto)
THAIS (rindo): Esses dois não param. Como é maravilhoso assistir tudo na íntegra.

Cena 6/ Mansão Martins/ Gabinete/ Interno/ Dia
(Otávio e Larissa entram)
LARISSA: Eu queria te pedir desculpas por tudo o que vem acontecendo ultimamente.
OTÁVIO: Eu é que tenho que pedir desculpas. Se eu não tivesse me relacionado com a Adriana, nada disso estaria acontecendo. Mas não se esqueça que a idéia do divórcio foi sua.
LARISSA: Eu sei. Mas eu quero que você entenda que não dava para eu continuar contigo. Sempre que eu olharia para você, eu iria me lembrar da sua traição, da mancha que você causou na nossa história. Eu quero que saiba também que essa separação não significa que eu deixei de te amar. Eu ainda te amo, eu ainda gosto de você, nós passamos momentos inesquecíveis juntos, construímos uma família e ainda sinto que você é o homem da minha vida. Eu vou tentar me controlar quando eu te ver com a Adriana ou qualquer outra mulher, mas esse divórcio foi uma questão de princípios que eu respeito muito.
OTÁVIO: Eu não queria que a nossa história terminasse assim, mas acabou. E eu quero que você saiba que eu estou com a Adriana, porque ela me deixa feliz e eu espero que você entenda isso.
LARISSA: Claro.
OTÁVIO: Era só isso?
LARISSA: Sim.
(Os dois saem do gabinete)

Cena 7/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Dia
(Otávio e Larissa se direcionam ao local onde estavam e a moça assina o divórcio)
ADVOGADO DE LARISSA: O divórcio está oficializado.
(Otávio e Larissa olham-se fixamente)

Cena 8/ Apartamento de Adriana/ Sala/ Interno/ Dia
ADRIANA: A essa hora, eles devem estar assinando a separação. Eu disse a você que eu conseguiria, não disse?
LUCIANA: Mesmo assim, você passou por poucas e boas por causa disso. Mas e depois? Como vai ficar?
ADRIANA: Como assim?
LUCIANA: Abre o jogo com ele antes que seja tarde demais, Adriana. Revele seu passado para o Otávio antes que seja pior.
ADRIANA: Esquece essa droga de passado. Você adora falar do meu, mas não quer que ninguém fale do seu.
LUCIANA: Eu estou tentando resolvê-lo.
ADRIANA: Me engana que eu gosto. Você nunca foi procurar a filha que você abandonou, nunca.
LUCIANA: Isso é problema meu.
ADRIANA: Então, não toque mais no meu passado, se não eu irei te infernizar falando do seu. 

Cena 9/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia

Cena 10/ Áureo Mineração/ Recepção/ interno/ Dia
THAIS: Eu só quero falar com o Renato.
RECEPCIONISTA: Ele proibiu sua entrada.
THAIS: Ele só é um gerentezinho de nada. Que voz ele tem aqui?
(Pedrosa entra)
PEDROSA: O que está acontecendo aqui?
(Thais vira-se para Pedrosa)
THAIS: Esse senhor aqui... ei, eu te conheço.
PEDROSA: Eu também estou me lembrando de você. Foi aquela menina que eu paguei o quiosque uma noite.
THAIS: Isso mesmo. Foi uma espécie de você se retratar por me confundir com uma prostituta.
PEDROSA: O que está acontecendo aqui?
THAIS: Eu quero falar com o Renato, mas esse homem não quer me deixar entrar.
PEDROSA: É por isso que eu estava te achando parecida com alguém. Você é a namorada do Renato, não é?
THAIS: Sou irmã gêmea dela.
PEDROSA: Que exótico. Não se preocupe. Eu vou te mostrar toda a empresa. Pode deixá-la entrar sempre que ela vier.
RECEPCIONISTA: Sim senhor.
(Thais e Pedrosa entram)
THAIS: Não sabia que você trabalhava aqui? Faz parte do operariado também?
PEDROSA: Não. Sou melhor do que isso. Trabalho no setor financeiro da empresa.
THAIS: Uau.

Cena 11/ Lanchonete/ Interno/ Dia
PAULA: Vocês se separaram oficialmente?
LARISSA: Isso. Foi a melhor solução, mesmo eu gostando muito dele ainda.
PAULA: Amiga, eu não entendo esse teu método. Você ama o Otávio e mesmo assim insiste no divórcio.
LARISSA: Se você fosse traída pelo Renato, você saberia como eu estou me sentindo.

Cena 12/ Mansão Albuquerque/ Jardim/ Interno/ Dia
(Lucélia está pegando nas flores, quando é interrompida por César)
CÉSAR: Você gostou mesmo do jardim, hein?
LUCÉLIA: Ele é realmente muito bonito e muito florido também. E você, quem é?
CÉSAR: Prazer. Sou César, o motorista do seu Ramiro. E você deve ser a Lucélia, a nova mulher dele.
LUCÉLIA: Finalmente. (Lucélia ri): Onde está o rapaz que cuida do jardim?
CÉSAR: Ele não apareceu desde a morte da dona Gisele. Eles eram muito apegados, passavam horas conversando na estufa. Ele se chama Farias.
LUCÉLIA: Então, vou entrar.
(César pega no braço de Lucélia)
CÉSAR: Eu sei muito bem que tipo de mulher é você. Reconheço gente como você de longe.
LUCÉLIA: Como é?
CÉSAR: Você não ama o seu Ramiro. Você ama a fortuna dele, não é? Claro. A troco de que você enroscaria seu belo corpo naquela barriga peluda de velho?
LUCÉLIA: Esse tipo de conversa não deve ser discutida aqui no jardim.
CÉSAR: Você tem razão. Vamos terminar essa conversa no meu quartinho? Lá é muito pequeno, mas muito confortável. E a cama, então? Uma beleza.
LUCÉLIA: Eu aceito o convite, mas não por você, e sim pela conversa.

Cena 13/ Mansão Albuquerque/ Quartinho de César/ Interno/ Dia
(Lucélia e César estão nus, transando)
LUCÉLIA: Mal entrei nessa casa, já estou traindo o Ramiro.
CÉSAR: Vai me dizer que essa é a primeira vez que você o trai? Eu tenho certeza que não.
LUCÉLIA: Isso não é da sua conta. Sabia que ele me pediu em casamento?
CÉSAR: E você, obviamente, aceitou. Mas e depois, o que você vai fazer? Matar o velho para usufruir da fortuna dele sozinha?
LUCÉLIA: Se eu o matar agora, as suspeitas recairão sobre mim. É melhor dar um tempo. Pelo visto, você também não gosta do Ramiro?
CÉSAR: E desde quando motorista gosta de patrão? Você acha satisfatório eu levar aquele velho fedorento para tudo quanto é tipo de lugar e receber uma merrequinha como salário? Nada. Eu quero mais, Lucélia. Muito mais.
LUCÉLIA: Você é igual a mim, então. Você está de olho na grana do velho.
CÉSAR: Mas não só para subir na vida como você. Eu quero me apossar da riqueza daquele velho como uma espécie de vingança.
LUCÉLIA: Vingança?
CÉSAR: O cara da jardinagem, o Farias, é meu pai e ele sempre trabalhou para a família da dona Gisele antes mesmo do Ramiro aparecer na vida dela. Meu pai e dona Gisele sempre tiveram uma relação amistosa, mas quando o Ramiro apareceu, essa relação esfriou e tudo por causa dele. O Ramiro achava que meu pai gostava da dona Gisele e passou a vê-lo como um rival.
LUCÉLIA: E?
CÉSAR: E que, quando a Gisele morreu, meu pai suicidou-se. Aquele velho, além de ser culpado pela morte da dona Gisele, matou meu pai também, mesmo sem saber, e é por isso que eu estou aqui. Para vingar a morte dele.
LUCÉLIA: Que história, hein?
CÉSAR: Lucélia, nós somos iguais e estamos atrás dos mesmos objetivos. Você sozinha nunca conseguirá pegar aquela fortuna por inteiro.
LUCÉLIA: Não precisa continuar esse papo, porque eu já sei aonde ele vai chegar. Você quer propor uma parceria entre mim e você para tirarmos todo o dinheiro do Ramiro?
CÉSAR: Esperta. Isso mesmo.
LUCÉLIA: Eu aceito. Mas você vai ter que me dar mais um beijo pela minha bondade.
CÉSAR: Safada.
(César beija Lucélia)

Cena 14/ Rua/ Interno/ Dia
(Larissa está caminhando pela rua. Alguém toca no seu ombro e, assustada, ela vira-se)
ALBERTO: Beleza?
LARISSA: Alberto?
ALBERTO: Vejo que você não se esqueceu do pai do seu filho.
(Congela em Larissa)

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