segunda-feira, 16 de abril de 2012

Vale a Pena Relembrar: O Astro

DE :João Victor Gasparini _ @Miriam_Eterna

Vamos dá inicio a uma história envolvente, exotérica e sedutora. “O Astro” foi um grande sucesso da saudosa mestre Janete Clair (Nossa senhora das oito da Rede Globo), exibida no horário nobre entre 6 de dezembro de 1977 à 8 de julho de 1978, num total de 186 capítulos. Através desta novela, Janete Clair deixava de ser apenas uma bem sucedida autora de novelas, para torna-se a melhor noveleira do Brasil. 


Falando astrologicamente e indo de encontro com o tema central, espinha dorsal da novela; “O Astro” nasceu sob o signo de Sagitário (elemento fogo), o mesmo de Francisco Cuoco, protagonista da novela e teve o termino sob o signo de Câncer (elemento água), numa atmosfera repleta de sedução, aventura sofisticada e muito romantismo. 

Grandes acontecimentos e personagens marcantes ficaram responsáveis em produzir uma inesquecível trama. Um dos maiores sucessos de Janete Clair e das 20h na Globo. Cenas marcantes estiveram presentes, como a morte do poderoso empresário Salomão Hayalla (Dionísio Azevedo); a humildade do herdeiro Márcio Hayalla (Tony Ramos) que insistia em viver na pobreza, abrindo mão de toda riqueza, mas que terminava se envolvendo num triangulo amoroso com a determinada Lili (Elizabeth Savalla) e a apaixonada Joselina (Sylvia Salagado). E para fechar com chave de ouro, nada melhor que o romance envolvente entre os protagonistas Herculano Quintanilha (Francisco Cuoco) e a rica e sofisticada Amanda Melo Assumpção (Dina Sfat), além da ambição do astrólogo vigarista, estrela principal da história. 



Herculano Quintanilha vinha de contraste com a maioria dos chamados mocinhos das novelas da época, com exceção de alguns protagonistas mais espertos como Carlão (Francisco Cuoco) de “Pecado Capital (1975/76)”, outra novela de Janete ou Odorico Paraguaçu, de “O Bem Amado (1973)”, entre outros personagens de Dias Gomes que, por sinal, era marido de Janete Clair. O personagem de muita propriedade, foi excelente interpretado por Francisco Cuoco que defendeu muito bem a linha de personagens mais realistas em telenovelas, que surgia em plena década de censura. 



A trama de “O Astro” gira em torno de Herculano Quintanilha (Francisco Cuoco), um mágico e vidente que, de cartomante numa churrascaria, passa a ser o braço direito do libanês Salomão Hayalla (Dionísio Azevedo), importante empresário industrial. O encontro com o poderoso empresário muda para sempre, a vida do ambicioso Herculano, que por sua vez, consegue se aproximar da família Hayalla, passando a exercer influência sobre todos os membros do clã.



A história tem início em 1962, ano da conquista do bicampeonato mundial de futebol pelo Brasil. Herculano Quintanilha e seu companheiro Neco (Flávio Migliaccio) aplicam um golpe na paróquia de Guariba, uma cidadezinha do interior. Neco engana Herculano e consegue fugir com o dinheiro roubado, deixando o companheiro nas mãos da polícia, além de deixá-lo humilhado pelos moradores da cidade. 



Herculano consegue fugir da policia e dos moradores de Guariba que os persegue, abandonando a mulher, Doralice, e o filho Alan. Alguns anos depois, precisamente em 1974, Herculano Quintanilha ganha à vida se fazendo passar por mágico e vidente em uma churrascaria do Rio de Janeiro. Numa de suas apresentações, reconhece entre os clientes o amigo traidor, Neco, de quem novamente se aproxima, porém cheio de mágoa e à espera de uma oportunidade para se vingar. 



Ao mesmo tempo, o poderoso empresário libanês Salomão Hayala lidera o outro núcleo importante de “O Astro”. Em sociedade com os irmãos Samir (Rubens de Falco), Youssef (Isaac Bardavid) e Amin (Macedo Neto) e o amigo Mello Assunção (Hélio Ary), ele comanda seus negócios. 



Casado com a fútil Clô (Tereza Rachel), Salomão Hayalla vive em conflito com seu filho Márcio (Tony Ramos) por ele não se interessar em assumir o comando dos negócios da família, uma frustração para o pai, que sonha vê-lo à frente do império que criara. 



Márcio é um jovem que se diz enviado de São Francisco de Assis e rejeita a riqueza da família. Salomão sempre planejou que o filho tomasse conta de tudo um dia, mas o rapaz não se mostra nem um pouco propenso. Ele é tão alucinado que chega a jogar uma mala de dinheiro, da janela da empresa do pai, causando enorme euforia para todos que passam na rua. Márcio, então, resolve sair de casa, depois de ser internado num hospício, fugir e se desentender mais uma vez com o pai. Nessa fuga, conhece Herculano, que se aproxima aos poucos dos Hayalla, graças a uma de suas clientes, Beatriz, secretária da diretoria do grupo. Influenciado pelo vidente, o jovem Márcio Hayalla, decide assumir sua posição de herdeiro da família Hayala e passa a ocupar seu lugar na diretoria da empresa, levando consigo o amigo Herculano. 



Clô é uma esposa insatisfeita com seu casamento. No decorrer da trama, acaba se envolvendo com Felipe Cerqueira (Edwin Luise).



Na empresa, o falso vidente conhece Amanda (Dina Sfat), engenheira, diretora da construtora de seu pai, a Mello Assunção, e casada com Samir Hayala. Com a morte da mãe, Amanda praticamente criara a irmã mais nova, Jôse (Sílvia Salgado), e é considerada a força da família. Ela valoriza mais o trabalho do que a vida pessoal, mas se envolve com Herculano após se separar de Samir.

Apesar de não acreditar nas previsões de Herculano e de constantemente ridicularizar seu show, Amanda- freqüentadora assídua da churrascaria- não pode mais negar a atração que sente pelo astro. E os dois se aproximam, embora temerosos e conscientes da diferença social.



Outra trama de destaque em “O Astro” é o romance de Márcio (Tony Ramos) e Lili (Elizabeth Savalla). Ele a conhece através de Herculano e se apaixona pela jovem, nascida no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro. Lili é uma moça humilde, que não pensa em depender de homem nenhum para viver. Trabalha na barbearia do cunhado Neco e dirige um taxi nas horas vagas. Simples e batalhadora, ela é cobiçada pelo apaixonado Natal (Carlos Eduardo Dolabella). 


Quando Lili conhece Márcio, está longe de imaginar que aquele jovem maltrapilho é herdeiro de uma imensa fortuna. Por isso, sente-se próxima daquela criatura mística que, como um São Francisco atual, pretende salvar o mundo pregando o amor, a bondade e a justiça.

Porém, não demora muito para Lili descobrir que, ao se aproximar de Márcio, está entrando sem querer numa de cinderela moderna que encontra em seu caminho, um príncipe disfarçado de mendigo. 



Márcio e Lili vivem um conturbado romance e enfrentam a dura oposição da família Hayalla, principalmente de Clô, que deseja ver Márcio casado com Jôse, que é irmã de Amanda e filha mais nova de Mello Assunção. Mesmo sob pressão, Lili engravida de Márcio, onde dá a luz a um garoto. 



No capítulo 42, dá-se a notícia: Salomão Hayalla está morto, seu carro fora encontrado em destroços no Alto da Boa Vista. Depois, descobre-se que, na verdade, ele havia morrido antes, misteriosamente assassinado, e o criminoso planejou tudo para que parecesse um acidente. 


Quem matou Salomão Hayalla? uma pergunta que durou até os últimos momentos de “O Astro”. 


O assassinato manteve o país em suspense durante cinco meses. Somente no último capítulo da novela o assassino foi revelado: Felipe Cerqueira (Edwin Luisi), jovem amante de Clô, esposa de Salomão.



Com a morte do irmão, Samir (Rubens de Falco) acaba se aproximando mais de Clô Hayalla, tornando-se ainda mais forte na direção das empresas. 



O romance de Lili e Márcio, no entanto, não pode ser visto como uma doce história de amor. Mesmo se amando muito, são obrigados a experimentar o gosto amargo de uma separação forçada.


E para que Lili se afaste de Márcio, ninguém trabalha mais do que Clô Hayalla. A ricaça temperamental se desespera, ao perceber que uma mocinha sem eira nem beira pode tomar o seu lugar de centro das atenções da família. E quando sabe que Lili, além de se casar com Márcio, ainda ousa ter um filho dele, colocando-a na detestável posição de avó, entra em pânico e imediatamente trata de planejar contra o romance da moça simples com o filho Márcio. Clô obriga Lili a separar-se de Márcio e pedir o desquite. 



Lili conhece Márcio através de Herculano. Os dois se apaixonam, se casam e só mais tarde ela vai tomar conhecimento da verdadeira identidade do marido. Mas a situação não agrada Herculano, impedido de dominar completamente os Hayalla. A solução é colocar Lili na cadeia, através de um plano em conchavo com Clô Hayalla. Os objetivos de Herculano e Clô são alcançados e Lili culpa Márcio de todo sofrimento que estava passando. 



Embora Herculano Quintanilha não fosse uma pessoa totalmente sem escrúpulos , muitas vezes sua desmedida ambição o leva a se comportar como um verdadeiro mau-caráter. E foi o que aconteceu com a indefesa Lili, que, por obra e graça do maquiavélico astrólogo, se vê atrás das grades.

Sempre de olho no dinheiro dos Hayalla, Herculano Quintanilha não perde oportunidade de agradar a Clô. Por isso, quando a ricaça sugere a ele para tramar um jeito de tirar de vez Lili do caminho de Márcio, o astrólogo não pensa duas vezes de prejudica a vida de Lili.

Financiado por Clô, ele contrata sua ex-partner para colocar alguns relógios de valor na bolsa de Lili e depois acusá-la de roubo. O plano sai perfeito e Lili é levada para cadeia, apesar de seus protestos de inocência. 



Lili grávida, passa mal na prisão de onde é retirada por Clô. Márcio vai a casa dela para tentar uma reconciliação, mas acaba levando uma surra de Natalício. Herculano, por sua vez, começa a sentir remorsos de toda a situação que armou e passa a dar apoio a Lili, que também encontra apoio na mãe.



O plano de acusar Lili de roubo e colocá-la na cadeia, acaba fazendo com que Herculano Quintanilha caia ainda mais nas graças de Clô Hayalla, para satisfação maior do astrólogo vigarista. Silvia (Mirian Palheta) é a secretária de Clô que acaba tirando Lili da cadeia. 



A morte de Salomão Hayalla acaba trazendo muito mais responsabilidades para Márcio, que terá que assumir a administração das empresas do pai. Desde a morte do pai, Márcio não sossegou até descobrir o assassino, fato que acontece apenas no último capítulo da novela. 



Márcio então cumpre os desejos do pai, com remorso: assume a direção das empresas, tendo Herculano como braço direito, e se casa com Jôse. Lili acaba sendo afastada dele por uma trama de Clô, a qual faz a moça passar algum tempo na cadeia, depois de forjar um roubo de algumas joais e colocar a culpa em Lili. Enquanto Herculano galga cada vez mais rápido postos na hierarquia das empresas dos Hayalla, corre a investigação em torno da morte do patriarca. Márcio segue apaixonado por Lili, dividida entre ficar com ele ou casar com Natalício. 



O nascimento de Francisco Hayalla, filho de Márcio e Lili, trouxe grande movimento à trama. Apesar de Lili preferir esconder a criança do pai, com medo das intenções da família dele, Márcio não se conforma com este gesto de Jôse, na sua aproximação casa vez maior com o rapaz, também desejará o filho do homem que ama para criá-lo como seu. 



Diante da atitude de Lili, em pedir o divorcio, Márcio fica ainda mais confuso do que nunca. Sente-se só e perdido por ter que enfrentar a responsabilidade de assumir a direção das empresas deixadas pelo pai. 

Transtornado com tantos problemas, o rapaz encontra em Jôse, sua eterna apaixonada, o apoio que busca. Em pouco tempo, Márcio e Jôse tornam-se marido e mulher. Mas a vida do casal jamais chega a ser um mar de rosas. Torturada pelo ciúme, Jôse transforma o relacionamento dos dois numa desesperada sequencia de crises nervosas de ciúmes, demonstrando ser muito mais frágil e mais doente do que parecia no começo. 

Jôse é insegura no casamento com Márcio, pois sabe que o marido ainda é muito apaixonado pela determinada Lili. O fato de Lili chamar a atenção de todos por ser uma jovem batalhadora, que cria o filho sem um pai e ainda mantém as despesas de uma casa e cuida da mãe, deixa Jôse ainda mais apreensiva. Ela sabe que Lili não faz nada para ter Márcio de volta, porém, a indiferença de Lili faz com que Márcio a admire ainda mais, para desespero de Jôse. Outra angustia, é de não poder engravidar de Márcio e saber que ele tem um filho com a amada Lili. 



Herculano Quintanilha e Amanda, vivem uma difícil relação. Ambos tem um temperamento forte, mesmo se amando com uma paixão fervorosa e uma grande atração. Depois de descobrir todos os golpes de Herculano Quintanilha, Amanda resolve esquecer a decepção, refugiando-se no iate de seu pai. Com casamento marcado e festa programada, Amanda deixa Herculano na mão e não aparece, deixando todos espantados e outros satisfeitos, como seu ex-marido Samir. No entanto, no dia seguinte, Herculano esta à frente da empresa, com mais garra e ressentimento do que nunca. 



Ressentida, Lili decide se vingar de Márcio, já que ele a trocou por Jôse. A perspectiva de um novo marido, no entanto, ainda não passa pela cabeça de Lili. Na festa de casamento de Márcio e Jôse, Lili vê a oportunidade de aparecer ao lado do rico Hernane (Mauricio Barroso), que é apaixonado por ela e apresentá-lo como seu namorado. Mas é ao lado do ex-noivo Natalício (Carlos Eduardo Dolabella) que Lili encontra forças para tentar esquecer o ex-marido de vez. 



O filho de Herculano, Alan (Stepan Nercessian), vai morar com o pai no Rio de Janeiro. Alan ganha na loteria e tenta limpar o nome do pai, usando o dinheiro do premio. Chega no Rio de Janeiro, depois de deixar a cidade de Guariba, na preocupação de que o pai salde a divida com a cidade. 


Alan se apaixona por Amanda e começa a investir na amada de seu pai. Amanda desconfia da paixão de futuro enteado, porém resolve ser indiferente a situação. Mesmo assim, Alan não desiste de um dia poder conquistar o amor de Amanda. 



Herculano, valendo-se de sua alta posição nas empresas, trai a confiança de Márcio e ganha muito dinheiro em transações escusas. O crime do passado em Guariba e os expedientes atuais são descobertos por Samir (empenhado graças ao despeito por Amanda tê-lo trocado pelo "professor" assim como Herculano era chamado), e o falso astrólogo foge mais uma vez. Márcio não tem coragem de denunciar Herculano a policia. Ao mesmo tempo, Herculano revela a Márcio que Clô Hayalla foi a mentora do plano de acusar Lili ter roubado as jóias. No fundo, mesmo tirando proveito de todos, Herculano modificou a vida de muita gente e deu coragem para Márcio mudar a vida e lutar por sua felicidade. 



Desde menina o sonho dourado de Jôse era casar-se com Márcio e, naturalmente, conquistá-lo. Mas, para seu desespero, Jôse só conseguiu realizar parte de seu sonho. Tornou-se a senhora Márcio Hayalla, porém jamais conseguiu o amor do marido. 

Por causa disso, ter um bebê tornou-se uma verdadeira obsessão para ela. No seu sofrimento ela achava que somente dando um filho para Márcio teria meios de conquistar o amor do marido. E foi cheia de esperança que a moça se entregou de corpo e alma ao tratamento médico que lhe daria condições de tornasse mãe.


Mas, infelizmente, o destino de Jôse não era ser feliz ao lado de Márcio, pois de nada adiantou seu sacrifício. Grávida de dois meses, ela sofre uma complicação e é internada às pressas num hospital, com uma intensa hemorragia. Apesar de todo empenho dos médicos, Jôse perde a vida e o bebê que tão ansiosamente esperou. Tudo isto só serve para tornar sua história ainda mais trágica. Afinal, Jôse morre justamente por causa da gravidez que tanto planejou. 



Após a morte da esposa, Márcio Hayalla tem um sentimento de culpa e sua família teme por outro ataque nervoso do rapaz. Ao mesmo tempo, as cobranças dos Hayalla retornam para Márcio que agora se ver solteiro e sozinho. 



A morte de Jôse fez com que mais uma vez a família Hayalla se unisse. Amanda, desolada pela morte da irmã, não encontrou o apoio necessário em Herculano Quintanilha, mais preocupado com os negócios da família. 



A relação de Herculano Quintanilha e Amanda Assupção, era uma das mais neuróticas da história. Amor, concessão, ódio, agressão, tudo se misturando em um processo clinico de destruição. No decorrer da história, chega uma época que parecerá esta surgindo um cessar fogo entre o casal. Um gerente do banco de Guariba chamo Jandiro, envia uma carta comprometedora a Márcio, acusando Herculano de desfalque. Alan e Amanda então se unem para reaver a carta, usando todos os meios possíveis, chegando a roubar as chaves da secretária Beatriz, enganado o viaja das empresas Hayalla, num complô que, antes de tudo, é feito por amor. Isso poderia representar uma reconciliação ou simplesmente mais uma facete do domínio de Herculano exerce sobre Amanda. A mulher mais uma vez situada como propriedade e o filho magoado com o comportamento agressivo do pai.



Na tentativa de restabelecer a paz em sua casa e ter algo de bom que lembre a irmã morta, Amanda resolve adotar uma menina, para preencher o vazio que Jôse deixou. A adoção da menina mostra que Jôse está mais viva do que nunca, representando um pouco de tranqüilidade para o relacionamento agitado de Amanda e Herculano. 



Enquanto Jôse lutava pelo amor de Márcio, Natalício, ex-noivo de Lili, procurava reconquistar o coração da moça, mesmo sem esperanças. E, depois de muitas confusões, acaba reassumindo o compromisso com a ex-mulher de Márcio. Mas a felicidade do açogueiro dura pouco. 


Feliz por conseguir a amada de volta, Natalício decide pagar sua promessa. Ele leva uma grande cruz de madeira, em seu ombro, fazendo o trajeto da casa de Lili até o Hotel Copacabana Palace. Por outro lado, muito enciumada, Tânia (Maria Silva) machuca os pés de Natalício, para que o seu amor não possa cumprir a tarefa. Mas de nada adianta, pois Natalício pega a cruz e cumpre o prometido, conseguindo pagar sua promessa. 



Talvez, Lili tivesse de fato, se casado com Natalício, se Jôse não tivesse morrido. Porém, ao ver seu grande amor viúvo e infeliz, ela não resiste, e acaba voltando para Márcio, deixando Natalício, a ver navios mais uma vez. 



E assim, no final Lili aparece radiante e feliz, ao lado de toda família Hayalla, inclusive de Clô, que, reconhecendo ter perdido a parada, resolve se aproximar da nora.



Depois de muitos atropelos e desencontros, finalmente Márcio, Lili e Chiquinho podem ser felizes juntos, como uma família. Agora com muita coragem, Lili assume o romance inteiramente, sendo capaz de enfrentar as pressões da família Hayalla, principalmente as de Clô. A única coisa que Lili não deixará é perder outra vez o amor de Márcio. 






A foto mostra as três gerações dos Hayalla: Salomão (Dionísio Azevedo), Márcio (Tony Ramos) e Chiquinho (Vivian Scofano). 



Mais tarde, um improvável acaba acontecendo. Herculano descobre quem foi o assassino de Salomão Hayalla e começa a chantageá-lo. Por conta disto, o assassino resolve se vingar no filho do professor, para tentar dar-lhe um cale a boca. Alan acaba sendo assassinado numa emboscada do assassino de Salomão Hayalla e Herculano perde o filho. 


Os assassinos queriam uma lista que estava em poder de Herculano Quintanilha. Sem saber que a lista estava com Márcio Hayalla, resolveram recuperá-la. No desespero, acharam que a única forma de fazê-lo era sequestrando Alan. 



Alan Quintanilha, como qualquer criança, sempre admirou o pai. Ainda mais porque Herculano era uma espécie de mágico, que fazia toda a pequena cidade de Guariba parar para ver suas incríveis façanhas. Mas um dia, sem saber ao certo como aconteceu, Alan viu os amigos do pai, que antes o tinham como ídolo, serem tomados pelo ódio. E viu o pai ser expulso da cidade. E ouviu a população chamá-lo de ladrão. E jurou que um dia limparia o nome de Herculano Quintanilha. 


Rio de Janeiro, muito tempo depois, Alan não havia esquecido seus objetivos em relação ao pai. O dinheiro ganho na loteria esportiva, fez com que Alan procurasse Herculano, para que ele saudasse sua divida com Guariba. O rapaz acabou ficando ao lado do pai. Até que um dia recebe a visita de Amanda que o impressionou bastante. Mas Alan não sabia que ela era namorada do pai e fica muito arrasado quando descobre. A solução adotada pelo jovem apaixonado é torna-se amigo de Amanda, escondendo de Herculano, seus verdadeiros sentimentos.


Amanda se casa com Herculano, e seu relacionamento com Alan se torna ainda melhor. Mas Herculano começa a desconfiar dos sentimentos do filho ao mesmo tempo que Alan começa a descobrir a verdadeira história do pai. Uma das descobertas de Alan, referi-se a uma lista de traficantes que incrimina o bando de Felipe e que está em poder de Herculano. Alan sempre pressentiu que a lista traria problemas, mas Herculano nunca deu ouvidos ao filho. 

Os traficantes começaram a pressionar Herculano, justamente através de Alan. Ouve varias tentativas de recuperar a lista e a primeira delas foi uma surra no rapaz, mas em vão. Herculano não queria deixar sua única arma contra Clô, e continuou a sofrer outras pressões, até mesmo do filho que o aconselhava a devolver a lista de uma vez. O relacionamento dos dois, nesta época, já não andava bem, pois Herculano não admitia seu amor por Amanda. E Alan volta a morar com a mãe em Niterói, apesar de ainda sentir pena de Herculano, que foi abandonado por Amanda.


Aproveitando-se da desproteção de Alan, os bandidos resolvem sequestrá-lo. Quando Alan sai de casa para ir à faculdade, é capturado pela gang. O carro sai em disparada, mas a pasta de Alan fica caída na calçada. De Niterói os bandidos se dirigem para o sitio na estrada do Rio, precisamente em Petrópolis, onde Felipe esteve escondido.


Enquanto isso, Dondinho acha a pasta de Alan e leva para casa de Doralice (Cleyde Blota), que avisa a Herculano. No dia seguinte, os bandidos seguem para um posto de gasolina e obrigam Alan telefonar para o pai, marcando encontro no sitio e pedindo para que Herculano não leve a policia e sim, a lista com os nomes. Herculano vai ao encontro acompanhado de capangas.


Os bandidos planejaram render Herculano, porém, assim que Herculano chega no sitio, Alan, fugindo com os braços amarrados, sai correndo em direção do pai para tentar salvá-lo. Alan acaba caindo no chão, por cima de Herculano e os bandidos atiram o rapaz. Neste momento, os capangas de Herculano saem do carro e começam a travar um grande tiroteio com os traficantes. O tiroteio acaba quando os bandidos fogem ao ver que Dado está ferido. 


Alan é levado ao hospital, onde, o tempo todo, ver Amanda em seus delírios. Internado, Alan confunde a enfermeira com a imagem de Amanda e começa a tratar a profissional com total apego, pensando ser a mulher que ama.



É descoberto o assassino do milionário: Felipe Cerqueira, jovem com problemas com entorpecentes, amante de Clô, que fora humilhado por Salomão e cometera o crime em parceria com o amigo cabeleireiro Henri. 



Ao final da história, Herculano deixa o país, abrindo mão de Amanda, e se torna assessor do governo de um país ditatorial da América Central. Amanda vai ao encontro de Herculano, num país da América Central onde ele exerce função de confiança junto ao velho presidente. À chegada da mulher, Herculano fica muito feliz, mas, a um chamado do presidente, sai, dizendo não demorar. Sozinha, Amanda compreende que o poder é o que de fato importa ao homem a quem ama, voltando ao Brasil e preferindo para sempre perdê-lo. 



Para dar vida ao vidente Herculano Quintanilha, o ator Francisco Cuoco usava turbante e roupas coloridas. A idéia do turbante surgiu quando a equipe gravava o primeiro capítulo da trama. O diretor Daniel Filho achou que faltava algum detalhe para compor o visual do personagem e pediu que cortassem um pedaço da calça de um figurante. Com alfinetes e improviso, surgiu o adereço que viria a caracterizar a imagem do protagonista.

A história de Herculano Quintanilha era baseada na trajetória do ex-ministro do Bem-Estar Social da Argentina, Luiz Lopez Rega, conhecido como “El Brujo”, que tivera grande influência na administração do ex-presidente Juan Domingo Perón. 



Uma ano e meio, antes da estréia de “O Astro”, Janete Clair não poderia imaginar que, ao interessar-se pela vida de Lopez Rega- um ex-ministro do bem estar na Argentina- estaria dando os primeiros passos na criação de um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira.

“Li tudo sobre o Lopez, que achei uma pessoa absolutamente fora do real, um astrólogo sem cultura que conseguiu se tornar ministro. Um mágico e um dominador. E pela primeira vez tive um personagem pronto. Isolado, sem história.”


Na época, Janete estava escrevendo a novela “Duas Vidas” e comentou o fato com Daniel Filho, dizendo que já havia criado um personagem muito forte para uma futura novela. Terminada “Duas Vidas”, ela viajou para Paris, e num determinado momento, lhe veio a inspiração para o restante da trama.

“Pela primeira vez consegui com extrema lucidez, imaginar toda a história. Até o nome: Herculano Quintanilha.”

Mas uma novela, a partir das anotações de um bloco de papel, era uma coisa muito distante para Janete. Porém, um incidente com Gilberto Braga- que havia machucado o braço e seria o autor responsável pela próxima novela das oito da Globo- fez com que Daniel Filho se lembrasse do tal personagem forte, pedindo a Janete Clair que assumisse novamente o horário das oito. O que não foi difícil para a autora.

“Quando você tem a história, as situações vem sempre no momento. É quando surgem os personagens, as maneiras como eles vão entrar, etc.” Logo uma sinopse foi entregue.


Márcio Hayalla foi um personagem que nasceu com muita força, segundo a autora:

“Tinha que ter um jovem ao lado de Herculano, e que fosse conturbado, com problemas existenciais, enfim, um rapaz em crise. Mas por que este rapaz estaria em crise? Foi aí que bolei toda história do Márcio. Seria um rapaz vitima de uma porção de situações, de uma mãe como a Clô, uma infância errada que o levaria a uma crise emocional. Em decorrência do Márcio veio a Lili, assim como do Herculano nasceu a Amanda.”

Com Lili surgiu toda a família da classe média, que era a preferida da autora, que se inspirava em experiências próprias, vividas através de parentes. Da família de Lili apenas Consuelo havia sido gerada há muito tempo. Janete revelou que estava num consultório médico quando se inspirou em Consuelo.


“Uma moça me reconheceu no consultório e disse que sua vida daria uma novela. O marido tinha ido embora, deixando três filhos, e ela se comprometeu a dar a melhor criação possível para eles, para que um dia, quando o marido voltasse, pudesse mostrar a ele, que ela tinha sido mais forte. Aproveitei então a história, apenas modificando a volta do marido, que no caso da moça não aconteceu.”

“As vezes tenho que pensar para escrever uma história, como aconteceu com “Duas Vidas” e “Pecado Capital”. Com “O Astro”, não. Não pedi para a história vir. Ela que pediu. Quem sabe se não foi inspirada pelos próprios astros, como diria Herculano?!

A rica família de Márcio Hayalla, foi inspirada em experiências da autora que tinha descendência árabe. 


“Em Paris, eu havia decidido que a família de Márcio- que Herculano deveria dominar- teria que ser rica e importante. Mas, ao mesmo tempo, eu queria algo bem real, algo em que eu pudesse me basear bastante. Ora, eu não sou rica, mas fui buscar reminiscências dos tempos de infância, quando morava numa colônia árabe e quando meu pai, que era muito bem relacionado, se hospedava comigo em São Paulo na casa de famílias árabes importantes. além do mais, eu quis transmitir toda uma característica da família árabe, em relação aos costumes, a união, etc.”

O nome escolhido por Janete, a principio, teve que ser modificado, pois já havia uma família com o mesmo nome- e dona de uma série de empresas- fixada em São Paulo. Foi feito uma pesquisa para escolher um sobrenome árabe. Nasceram assim os Hayalla.


Para Janete, Herculano é um personagem tão forte e importante que o fez sem fim. Janete ainda dizia que poderia continuar a escrever Herculano, talvez em outra novela, do ponto que parou em “O Astro”. 

“O Herculano é um personagem muito rico e cheio de maus momentos. Mas os bons sentimentos, embora menos atuantes, também existem. Por isso ele me encanta, pois tem uma duplicidade. E ele não faz o mal pelo mal em si. É uma espécie de defesa. Sabe, a história está cheia de Herculano Quintanilha.”

Nem todos os personagens seguiram o destino inicial, traçado na sinopse. Lili, por exemplo, não seria casada com Márcio, apenas teria um filho dele. Jôse é quem seria a verdadeira esposa- já tendo a morte prevista para que Márcio casasse, então, com Lili. Mas a censura não permitiu a situação e o jeito foi casar Lili com Márcio. Mas Janete não esperava que Silvia Salgado levasse o papel da forma que levou, com tanta força de interpretação. 


“Jôse tinha importância- ela nasceu para ser a mulher do Márcio- e confesso que fiquei com muito medo, até então apavorada, a principio, porque Silvia não tinha experiência, nunca tinha feito novelas. Ela tinha sido indicada por Daniel Filho e fiquei preocupadíssima com a capacidade da moça. Mas com a novela já no ar ela foi se superando, até atingir um grau de interpretação incrível, maravilhoso mesmo. E eu tive que reconhecer mais uma vez o olho clinico do Daniel. O descobridor de Silvia Salgado.”


De surpresa em surpresa, Janete chegou a se assustar com a reação do publico, principalmente quanto ao casal Márcio e Lili. 

“O que aconteceu foi que os dois tiveram uma simpatia total do publico e isso eu realmente não esperava. Não esperava a força e devo aos dois isso. Quando chegou a época de separar os dois, tive receio- não das ameaças que recebi, das formas mais diversas- mas a de decepcionar demais o publico. Então consultei, pela primeira vez, o diretor de mercadologia da Globo, encarregado das pesquisas junto ao publico. Homero Y Caza Sanches, o diretor, me mandou seguir em frente e foi uma loucura. As pessoas me telefonavam de todos os cantos do país, escreviam, pediam entrevistas, reclamavam. Mas tudo bem, deu tudo certo.” 

Janete ainda se colocou na posição de telespectadora e sentiu a força dos personagens de “O Astro” através da TV.


“No principio de cada novela há uma expectativa muito grande. É sempre uma experiência nova, e eu fico nervosa como se tivesse escrevendo a primeira. Mas, a partir da novela no ar, comecei a sentir segurança. “O Astro” é a novela de que gosto mais, dentre as tantas que já fiz. E foi uma novela que não me deu muito trabalho, por ser muito rica de situações e de personagens. Ela foi principalmente, muito inspirada- Afirmou Janete Clair, em 1978. 



Além da marcante interpretação de Francisco Cuoco, a novela teve outros destaques, como Tony Ramos. Um dos momentos altos de seu personagem foi à cena em que Márcio, repetindo o gesto de São Francisco de Assis, renega a fortuna de Salomão, despe-se, joga as roupas sobre o pai e sai à rua completamente nu. Foi o primeiro nu masculino da história das novelas brasileiras. 



“O Astro” foi a 25° novela de Tony Ramos, que estreou a carreira artística desde os 14 anos e em 1978 estava completando 16 anos de carreira. Na época, o ator revelou que Márcio Hayalla, seria o seu papel mais marcante em sua carreira. Tony sabia da importância de seu personagem e como atingia grande projeção na novela e na mídia. 

Tony Ramos havia estreado na Globo na novela anterior, “Espelho Mágico”, e foi chamado por Daniel Filho para fazer teste com atrizes novatas que se candidatavam ao papel de Jose. Sílvia Salgado ganhou o papel e Tony, que não estava sendo testado, acabou entusiasmando o diretor com sua interpretação, sendo convidado para emendar uma novela na outra. O ator começou a gravar “O Astro” enquanto “Espelho Mágico” ainda estava no ar.



Dina Sfat não ficou muito satisfeito com seu papel de Amanda, par romântico de Herculano. A atriz não repetiu o sucesso que tinha feito em outras obras de Janete, como “Selva de Pedra”, em que se destacou como a desequilibrada Fernanda, e “Fogo Sobre Terra”, como Chica Martins. “Amanda não foi uma personagem do coração da Janete. Herculano, Márcio e Lili foram”, comparou a atriz. 



Silvia Salgado deixava a novela, logo após gravar a cena de morte de sua personagem Jose. A jovem, esposa de Márcio Hayalla, morria por causa de uma grande hemorragia, decorrente de uma gravidez proibida. Depois de gravar a cena, a atriz se emocionou muito, chegando a revelar que parecia que tinha perdido uma grande amiga, referindo-se a sua personagem. Silva também lamentou a morte de Jose, afirmando que, pelo menos, Janete Clair poderia ter deixado que Jose chegasse a dá a luz a criança que tanto desejava. A atriz também era muito tímida no inicio de carreira. 



Brincadeira de mal gosto! Foi a conclusão que chegaram a direção do “Diário de Pernambuco” a respeito do convite do enterro de Jôse Hayalla, publicado na edição de 27 de maio de 1978. O jornal utilizou grande parte da segunda página do primeiro caderno com o apelo em que Clô, Márcio, Samir e a família Melo Assumpção convocavam o povo pernambucano para comparecer ao sepultamento da personagem no cemitério parque das flores. O problema era que o “Diário de Pernambuco” era considerado o mais importante veículo das emissoras associadas no nordeste e publicou um anuncio de sua maior concorrente, que era a Rede Globo na época. O diretor comercial do jornal acusou a dentista Dulce Mousinho pela brincadeira. 



Um elenco primoroso repleto de grandes interpretações como Eloisa Mafalda (Consolação), Carlos Eduardo Dolabella (Natalício), Ângela Leal (Laurinha) e Flávio Migliaccio (Neco). Sem falar de Samir Hayala (Rubens de Falco), Ida Gomes (Magda), Ênio Santos (Cerqueira), Gleide Blota (Doralice), Heloísa Helena (Beatriz), Stepan Nercessian, Macedo Neto, Sílvia Salgado, Tony Ferreira, Marilena Cury, Marília Barbosa, José Maria Monteiro e tantos outros. 



“O Astro” era a novela do horário nobre da Globo, escrita por Janete Clair, que concorria deliberadamente com “O Profeta”, que por sua vez, era a novela do horário nobre da Rede Tupi, escrita por Ivani Ribeiro. As duas novelas eram exibidas exatamente a partir das 20h, numa briga de foice entre as concorrentes Globo e Tupi. No começo, a novela de Janete Clair não estava com boa audiência, ao contrario de “O Profeta”. Para alavancar a audiência de “O Astro”, Janete então decidiu escrever uma cena em que Lili (Elizabeth Savalla) era presa injustamente, acusada de ter roubado algumas jóias, através de um plano tramado por Clô Hayalla e Herculano Quintanilha. 



Janete Clair só revelou o assassino de Salomão Hayalla no último capítulo da trama, deixando o país inteiro numa grande expectativa. A outora costumava dizer que quando faltava inspiração, lia jornais. E foi em notícias de jornais que ela construiu seu crime de ficção: Quando “O Astro” estava para acabar, a imprensa carioca registrava o assassinato da jovem Cláudia Lessin Rodrigues. Os acusados do crime eram um rapaz viciado em cocaína e seu amigo, um cabeleireiro. Na novela os assassinos foram Felipe Cerqueira, um toxicomâno mau-caráter, e Henri, seu amigo cabeleireiro, o cúmplice. Felipe matou Salomão com uma coronhada de revólver na cabeça,durante o capítulo 42. 

O último capítulo de “O Astro” foi manchete de primeira página de jornal. Três dias antes do final da novela, o Jornal do Brasil deu o furo: "o assassino é Felipe", apesar de terem sido gravados cinco finais diferentes para enganar a imprensa. A escolha do amante da mulher da vítima para ser o assassino decepcionou o público pela obviedade: Felipe sempre fora o principal suspeito. 



Três dias depois de terminada a novela, Carlos Drummond de Andrade escrevia em sua coluna no Jornal do Brasil: “Agora que O Astro acabou vamos cuidar da vida, que o Brasil está lá fora esperando” e apelidou Janete Clair de “A Usineira de Sonhos”. 

Na época em que “O Astro” foi ao ar, foi assinada a lei que regulamentava a profissão de ator no Brasil. A classe artística foi à Brasília, entre, eles, Daniel Filho, que foi recebido pelo então presidente Ernesto Geisel. O presidente perguntou a Daniel: "Diga uma coisa, quem matou Salomão Hayala?". Ele respondeu: "Isso é segredo de Estado, e disso sei que vocês entendem!". 

A importância da novela entre políticos brasileiros era tanta, mesmo em época fervorosa da censura, que repercutiu até numa importante recepção oferecida em Brasília pelo então Ministro das Relações Exteriores, Azeredo da Silveira, ao ex-Secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger. Na hora da novela o salão ficou deserto, pois os convidados foram se reunir na frente da televisão mais próxima para acompanhar a trama. 



A cantora Maria Bethânia era outra que não perdia um capítulo se quer de “O Astro”. Na época, ela exigiu uma televisão no camarim do Canecão, casa de shows carioca onde cumpria temporada, para acompanhar os capítulos antes de entrar em cena. Maria Bethânia também estourava nas paradas de sucesso com a música “Um Jeito Estúpido De Te Amar”, que fazia parte da trilha sonora nacional de “O Astro”, precisamente como tema dos personagens principais Herculano Quintanilha (Francisco Cuoco) e Amanda Assumpção (Dina Sfat). A música também abria o lado (A) do LP de sucesso da novela. 



Um elenco infantil considerado da novela, alegrava os atores nos intervalos das gravações, em especial, Flávio Migliaccio, que sempre brincava com as crianças, talvez relembrando os tempos de Chazan e Xerife. Uma cadela também circulava nos intervalos das gravações e foi adotada por todos. 



José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, lembra Janete Clair referindo-se à abertura de “O Astro”, que mostrava símbolos esotéricos, em especial, a figura de lúcifer com chifres:

"Em O Astro, que começou cambaleante, ela me pediu para tirar da abertura uma imagem que representava o mal. A imagem saiu e a audiência da novela explodiu imediatamente!" 



A atriz Tereza Rachel (que vivia Clô Hayala, uma das protagonistas) sofreu um grave acidente de carro em junho de 1978, precisamente na reta final da novela. O passat da atriz chocou-se contra a lateral de outro carro, capotou quatro vezes e transformou-se num monte de ferragens. Surpreendentemente, a atriz fraturou apenas o tornozelo e ficou com escoriações generalizadas, retornando às gravações dias depois. 



“O Astro” deu continuidade a uma linha de trabalho mais realista desenvolvida por Janete Clair e Daniel Filho a partir de “Pecado Capital (1975/76), com o diferencial de ter alcançado um sucesso fenomenal que a própria autora não iria mais reeditar nos cinco anos que ainda lhe restariam de vida. As novelas seguintes que a autora veio a escrever foram “Coração Alado (1980), Sétimo Sentido (1982) e Eu Prometo (1983)”. 

Foram criados três cenários fixos para as gravações da novela: a mansão dos Hayala, o escritório do Grupo Hayala e o apartamento de Amanda.



“O Astro” sucedeu a novela “Espelho Mágico”, escrita por Lauro César Muniz e antecedeu “Dancin’Days”, outro grande sucesso das 20h na Globo, que foi escrito pelo então estreante no horário nobre, Gilberto Braga. 

“O Astro” foi reapresentada, em compacto de 20 capítulos, entre fevereiro e abril de 1981, às 22h15. A novela foi vendida para diversos países estrangeiros, entre eles Canadá, Portugal e Estados Unidos, onde foi exibida quatro vezes. 



“O Astro” foi refeita como uma mini-novela entre 12 de julho a 21 de outubro de 2011, em comemoração aos 60 da teledramaturgia brasileira. Nesta nova versão, Rodrigo Lombardi vive o ilusionista Guilherme Quintanilha. Outros personagens principais ficaram com Carolina Ferraz (Amanda), Alinne Moraes (Lili), Thiago Fragoso (Márcio Hayalla), Regina Duarte (Clô Hayalla), Daniel Filho (Salomão Hayalla), entre outros. Francisco Cuoco faz uma participação especial vivendo o vidente Ferragus, personagem feito especialmente para o ator e que não existia na versão original. O remake de “O Astro” tem adaptação de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro com direção de Mauro Mendonça Filho. 




Escute a Trilha Sonora Nacional da novela O Astro

Clique na imagem e escute a Trilha Sonora Nacional de "O Astro"

A trilha sonora nacional de “O Astro” é um verdadeiro clássico. Logo no inicio nos deparamos com a musica “Um Jeito Estúpido De Te Amar” na voz de Maria Bethânia, como tema dos protagonistas Herculano (Francisco Cuoco) e Amanda (Dina Sfat). As demais musicas também não deixam nada a desejar, na voz de interpretes maravilhosos como Clara Nunes, Beth Carvalho, Peninha, Vanusa, Emílio Santiago, Djavan, Rita Lee entre muitos outros. 

Outro clássico é a trilha sonora internacional que traz a dançante Don’t Let Me Be Misunderstood da banda Santa Esmeralda, que surgia para contagiar as danceterias do mundo e dar um algo a mais através de sua melodia. Sem duvida, uma das musicas indispensáveis para compor a trilha sonora da novela. O mesmo vale para “Easy” dos Commodores, marcante musica na voz de Laionel Ritchie e que foi tema internacional dos personagens de Francisco Cuoco e Dina Sfat...Haja sedução! “Loneliness” era a instrumental de Joe John Daniel, tema de Márcio e que tocava incessantemente nas cenas do polêmico personagem de Tony Ramos. O LP ainda tinha o Abba com a musica “The Name Of The Game” e muitos, muitos outros grandes sucessos de um ano inesquecível. 


Trilha Sonora Nacional 


01. UM JEITO ESTÚPIDO DE TE AMAR - Maria Bethânia (tema de Amanda)
02. QUE PENA - Peninha (tema de Lili e Márcio)
03. SACO DE FEIJÃO - Beth Carvalho
04. ESTADO DE FOTOGRAFIA - Vanusa (tema de Jôse)
05. NÊGA - Emílio Santiago
06. AS FORÇAS DA NATUREZA - Clara Nunes
07. BIJUTERIAS - João Bosco (tema de abertura)
08. TROCANDO EM MIÚDOS - Francis Hime
09. BOI DA CARA BRANCA - Hélio Matheus
10. AMBIÇÃO - Rita Lee (tema de Herculano)
11. É HORA - Djavan
12. OLHA - Marília Barbosa
13. ENREDO DE PIRRAÇA - Elza Soares
14. MAIS UMA VEZ - Marizinha (tema de Jôse)


Trilha Sonora Internacional 


01. DON'T LET ME BE MISUNDERSTOOD - Santa Esmeralda (tema de Herculano)
02. EASY - Commodores
03. ONLY THE STRONG SURVIVE - Billy Paul
04. FOR ONCE IN MY LIFE - Freddy Cole (tema de Herculano e Amanda)
05. I'M SAGGITARIUS - Roberta Kelly (tema de Herculano)
06. YOU'RE TOO FAR AWAY - David Castle (tema de Herculano e Amanda)
07. LONELINESS - Joe John Daniel (tema de Márcio)
08. WE'RE ALL ALONE - Rita Coolidge (tema de Lili e Márcio)
09. CITATIONS ININTERROMPUES - Café Crème
10. LOVE FOR SALE - Boney M.
11. BIRD SONGS - Chrystian (tema de Lili e Márcio)
12. THE NAME OF THE GAME - Abba
13. DREAMIN'- Liverpool Express (tema de Clô)
14. DESTINY - Julian Grey (tema de Jôse)


Trilha Sonora Instrumental 


LONELINESS - Joe John Daniel (tema de Márcio)
LOVE IS A SIMPLE THING - Joe John Daniel (tema de Amanda)
Sonoplastia: Roberto Rosemberg


A abertura da novela “O Astro”, trouxe figuras exotéricas ao mesmo tempo que Francisco Cuco aparecia entre as imagens. Tudo para proporcionar um clima místico e sedutor, produzido por Hans Donner e sua equipe genial. 




ELENCO

FRANCISCO CUOCO - Herculano Quintanilha
DINA SFAT - Amanda
TONY RAMOS - Márcio
ELIZABETH SAVALA - Lili
DIONÍSIO AZEVEDO - Salomão Hayala
TEREZA RACHEL - Clô
RÚBENS DE FALCO - Samir
CARLOS EDUARDO DOLABELLA - Natal (Natalício)
FLÁVIO MIGLIACCIO - Neco
EDWIN LUISI - Felipe
IDA GOMES - Magda
ÂNGELA LEAL - Laurinha
ELOÍSA MAFALDA - Consolação
STEPAN NERCESSIAN - Alan
SÍLVIA SALGADO - Jôse
ISAAC BARDAVID - Youssef
MACEDO NETO - Amin
HELOÍSA HELENA - Beatriz
ÊNIO SANTOS - Pirilo Cerqueira
HÉLIO ARY - Mello Assunção
THELMA ELITA - Myrian
MARIA HELENA VELASCO - Valéria
CLEYDE BLOTA - Doralice
JOSÉ LUIZ RODI - Henri
MARÍLIA BARBOSA - Mara Célia
MARIA SILVIA - Tânia
REJANE MARQUES - Luísa
TONY FERREIRA - Dr. Gilberto
EDSON SILVA - Almeidinha
PAULO GONÇALVES - Malvino
JUAN DANIEL - Dondinho
MIRA PALHETA - Silvia
LEDA BORBA - Jamile
MARILENA CURI - Nadja
BETINHO - Niltinho
Arturzinho
Dado
CECÍLIA LOYOLA - Nilza
AGUINALDO ROCHA - Dr. Jandir
LUIZ MACEDO - Zeca
CÉSAR AUGUSTO - Joaquim
KLEBER DRABLE
ZÉ PREÁ - mordomo
NEWTON MARTINS - delegado
JOSÉ MARIA MONTEIRO - advogado de Felipe
GONZAGA BLOTA - Dr. Jorge (advogado de Márcio)

e as crianças
LUÍS CARLOS NIÑO - Alan (criança)
CARLOS POYART - Nequinho
MICHELE BULOS - Michele
EDUARDO D'ANGELO - Francisquinho (bebê de Lili e Márcio)
VÍVIAN RENATA LEMOS SCOFANO - Francisquinho (bebê de Lili e Márcio)
DAVI RIBEIRO DA SILVA - Valério (bebê de Laurinha e Neco)

e
AFONSO STUART - presidente do país sul-americano no último capítulo
NESTOR DE MONTEMAR - Padre Laurindo















Fontes:
ARQUIVO MUNDO NOVELAS
Rede Globo
Almanaque da TV Globo
Wikipédia

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