Cena1 - Hotel, quarto
de Henrique, noite
Hellen: Já que você não vai ser meu, não será de mais
ninguém!
(Hellen aponta uma arma para ele)
Henrique: Hellen, abaixa essa arma. Você não sabe o que você
tá fazendo
Hellen: CALADO. Você me iludiu, acabou com meus sonhos, com
a minha vida. Todo o meu futuro eu imaginei com você e ele simplesmente acabou.
Mas se eu não vou ter futuro, você também não terá
(Hellen prepara o gatilho pra atirar, mas nesse momento
Ianne entra e a ataca por trás. As duas tem uma luta corporal. Ianne tenta
tirar a arma das mãos de Hellen)
Hellen: sua vaca. Eu vou matar ele e você, infeliz
Ianne: você é louca garota. Solta essa arma
(Henrique sem saber o que fazer, pega um jarro que estava
sobre o criado e acerta uma das meninas)
Cena 2 – Igreja,
cerimônia simbólica, noite
Carlos: (avançando sobre Vanessa) saia daqui, agora.
Vanessa: tira essas suas mãos de cima de mim, traste. Aqui é
um local público, você não pode me impedir
Padre: senhora, se contenha. A igreja é um local público e
sagrado. Exigimos respeito
(todos olham pra Vanessa que começa a falar em voz alta)
Vanessa: e por acaso é respeito fazerem uma cerimônia em
homenagem aquela corna que morreu, hein? Vocês deveriam é fazer uma festa, isso
sim
Carlos: cala essa boca.
Vanessa: e você hein Carlos? Me usou e me abandonou. Mas
olha, se você voltar pra mim, eu sou capaz de te perdoar, hein?
(Júlio avança sobre Vanessa e esbofeteia ela)
Júlio: você respeita a alma da minha irmã, tá? Sua vagabunda
Vanessa: Quem você
pensa que é pra me bater seu traste
Padre: por favor senhora, peço que se retire. A senhora está
exaltada e se continuar, terei que tomar medidas drásticas
Vanessa: eu vou mesmo, padre. Já fiz o que tinha que fazer.
Ah Carlos, saiba que eu vou fazer uma cirurgia, vou ficar linda novamente, você
irá correr atrás de mim e eu... e eu vou te esnobar, vou pisar em você, assim
como você tá pisando em mim agora. Até algum dia
(Vanessa sai da igreja, todos voltam aos seus respectivos
lugares)
Padre: continuando a celebração...
Beatriz: (pra Júlio) nossa Júlio. Que babado hein? Não sabia
que você amava tanto sua irmã assim
Júlio: amava sim, apesar de tudo, era minha irmã
Clarice: (pra Carlos) você está bem senhor?
Carlos: sim, estou. Clarice, depois da cerimônia, vamos pra
um restaurante? Preciso distrair um pouco
Clarice: mas senhor, eu sou uma empregada
Carlos: você é mais que uma empregada, é uma amiga. E tá
decidido
Clarice: se é assim... obrigada
Cena3 - Hotel, quarto
de Henrique, noite
Hellen: (acordando depois da pancada) ai... ai minha cabeça
(ela vê Henrique segurando a arma abraçado Ianne). Malditos, eu odeio vocês
Henrique: esculta aqui, você poderia ter nos matado e nesse
momento você poderia tá na cadeia, sua louca
Hellen: você pode ter certeza, que eu estaria feliz na
cadeia, só de saber que eu teria matado vocês dois
Ianne: ah é? Você invadiu o nosso quarto, tentou nos
matar... isso já é suficiente pra você ser presa. Aliás Henrique, é o que a
gente deveria fazer
Hellen: NÃAAAAO, por favor, não.
Ianne: agora você suplica? Quem te viu, quem te vê, hein
Hellen: eu já vi que eu perdi né? Tudo vem, eu vou embora.
To pensando voltar pro Rio de Janeiro, morar com meus pais. O que me prendia
nesse fim de mundo era você Henrique e acabou
Henrique: Hellen, eu acho que é o melhor que você tem a
fazer. Você é bonita, rica... com certeza vai achar alguém que te ame
Hellen: é, tem razão. Obrigada por não me denunciar e
desculpa, eu... eu (Hellen sai do apartamento aos prantos)
Ianne: que louca, hein? Será que ela vai nos deixar em paz
mesmo?
Henrique: Vai... ela esteve em um momento de fúria. Agora
vamos esquece-la. Quero pensar só em você, no nosso filho...
Ianne: awn, seu fofo. Te amo (os dois se beijam)
Hellen: (no elevador, rindo diabolicamente) HAHAHAHAHAHA,
pensam que eu vou aceitar a derrota? Nunca. Vocês não perdem por esperar
Cena4- hospital,
corredor, noite
(Vanessa chega no hospital como se nada tivesse acontecido)
Vanessa: boa noite, doutor Hélio
Hélio: Vanessa? Você tá pensando que isso é o que? Um hotel
onde você entra e sai na hora que quiser?
Vanessa: eu paguei por isso, tá? E depois eu tive que sair
Hélio: e pra isso agrediu uma enfermeira com uma televisão,
roubou as roupas dela. Você poderia estar na cadeia, sabia? Sorte que a
enfermeira que você agrediu passa bem e não quis fazer nenhum boletim de
ocorrência
Vanessa: Quando eu
ficar linda, arranjar um marido rico eu volto aqui e dou uma gratificação pra
ela
Hélio: falando em ficar linda, se apronte.
Vanessa: ui, vai me usar doutor?
Hélio: não. Tá na hora da sua operação. Consegui coloca-la
hoje a noite. É agora ou nunca
Vanessa: ui, me deu um medo agora, mas vamos. Da beleza eu
vim, da beleza sai e pra beleza, voltarei
(Vanessa veste uma roupa cirurgica e com uma maca é levada
pra sala de cirurgia onde ela receberá um novo rosto. A operação tem inicio)
Cena 5 – restaurante,
mesa 11, noite
Garçom: já escolheram
o pedido?
Carlos: sim. Eu vou querer a especialidade da casa mesmo e
um vinho seco por favor
Clarice: e eu vou querer o mesmo, só que no lugar do vinho,
um suco de laranja
(o garçom anota os pedidos e sai)
Carlos: dizem que o mundo vai acabar daqui alguns dias, mas
tenho a impressão que o meu acabou a muito tempo. Tanta coisa acontecendo...
Clarice: não diz isso seu Carlos. O senhor é um homem rico,
inteligente... bonito, com todo respeito. Terá um neto, olha que benção. Nem
tudo é do jeito que a gente queria que fosse, mas o senhor tem cacife para se
reerguer
Carlos: é que as vezes eu penso que isso tudo está
acontecendo por minha culpa. Se eu não tivesse traido a Ana com a Vanessa,
talvez ela estaria viva
Clarice: perai...o senhor acha que a Vanessa que matou dona
Ana?
Carlos: e por que não? Vanessa tava com odio da Ana, porque
foi Ana que cortou o rosto dela. Sem contar que Vanessa nunca aceitou o fato
deu nunca ter terminado meu casamento pra ficar com ela
Clarice: mas olha, enterra essa Vanessa, esquece ela. Quando
a poeira abaixar, vá atrás de um novo amor
Carlos: (rindo) novo amor? Clarice, você tem namorado?
Clarice: (sem graça) eu? Senhor, claro que não. Vivo pro meu
trabalho e pra minha familia
Carlos: engraçado, você trabalha a tanto tempo pra mim e a
gente pouco se conhece. Pelo menos eu te conheço muito pouco
Clarice: mas tem que ser assim né senhor. Eu sou a
empregada, o senhor o patrão
Carlos: você é muito bonita, sabia? Não sei porque não é casada
Clarice: (mais sem graça ainda) que isso, senhor. Eu sou
pobre
Carlos: e dai? Sabe que se você aceitasse, eu até me...
(nesse momento o garçom interrompe os dois, trazendo os
pedidos. Ele sai e deixa um clima romântico no ar)
Cena 6 – comunidade
praiana de furacolândia, casa de Setembrina, noite
(Zé entra pela porta todo molhado)
Maria: Zé, olha sua situação. Você e essa sua mania de
pescar a noite
Zé: o pior que não consegui pegar nenhum peixe
Setembrina: olha o cafezinho que eu acabei de preparar. Toma
um pouco gente
Maria: vai Zé, toma. Depois vai tirar essa roupa, pra não se
resfriar
(Maria, Zé e Setembrina se servem. Depois do primeiro gole,
Maria deixa a xícara cair)
Setembrina: Maria, você tá craque em quebrar xicaras, hein?
Maria: é porque do nada me deu uma sensação ruim. Como se
alguma coisa de ruim fosse acontecer com nossa filha
Zé: que isso mulher... falando nisso, cadê ela?
Maria: ela foi dormir com o Henrique. Os dois reataram. Mas hoje
no começo da noite, a ex dele veio aqui em casa, com uma conversa estranha, com
certeza ela tá aprontando algo
Zé: me conta isso direito mulher
(Maria conta tudo o que aconteceu naquela noite pra Zé)
Cena 7 – Hotel,
quarto de Henrique, dia
Henrique: ai, já amanheceu. Preciso ir trabalhar
Ianne: você precisa mesmo? Tire umas férias, você tá de luto
Henrique: e ficar aqui vai adiantar alguma coisa? Tenho é
que meter a cabeça no trabalho mesmo, assim eu distraio. Você podia passar o
dia aqui, hein? Alias, você e seus pais podiam voltar a morar aqui
Ianne: não sei meu amor. Vamos nos casar primeiro
Henrique: tudo bem... então por que que você não vai pro
centro de astronomia comigo, hein? Assim você já se familiariza com o seu
futuro emprego
Ianne: ta ai, uma boa ideia. Vamos fazer o seguinte, vou até
a comunidade avisar meus pais, sabe como é né? Eles vivem preocupados comigo.
Ai de lá, eu vou pro centro
Henrique: eu te dou uma carona e de lá vamos juntos
Ianne: não precisa meu amor. Eu vou rápido
Henrique: tudo bem então. Te espero lá no centro
(os dois se beijam e ela sai)
Cena 8 – Delegacia,
cela de Cibele, dia
Carcereira: senhorita Cibele, tem visita
(Cibele é conduzida até uma saleta.Pablo)
Cibele: Pablo (os dois se abraçam)
Pablo: que saudades de você
Cibele: você não deveria ter vindo, devia tá curtindo sua
liberdade
Pablo: o mundo lá fora não tem graça sem você
Cibele: você sempre fofo né?
Pablo: fofo, porém nada romântico. Tanto que escolhi uma
delegacia pra te fazer um pedido
Cibele: pedido? Como assim?
Pablo: Cibele... você aceita se casar comigo?
Cena 9 – casa de
Júlio, sala, dia
(Júlio e Beatriz estão de saida. Ele pro trabalho e ela, pro
shopping)
Júlio: você e esse seu vicio de gastar, gastar e gastar...
daqui uns dias, a gente fica fálido
Beatriz: antes viciada em compras do que em drogas né?
(ele abre a porta e dá de cara com Rebeca, que já ia bater a
campanhia)
Júlio: (assustado) o que você quer aqui?
Beatriz: quem é ela meu amor?
Rebeca: bom dia... eu soube que o assistente da Factos and
Factos foi demitido e eu quero preencher a vaga (olhando pra Júlio) pode ser?
Cena 10 – Rua deserta
de Furacolândia, dia
(Ianne, que pegou um caminho mais curto e onde quase ninguém
passa, anda depressa. De repente, um carro a aborda. De lá, uma mulher encapuzada
sai com uma arma. Hellen)
Hellen: PARADA. ENTRA NO CARRO, ENTRA, ENTRA
Ianne: ai meu Deus, o que quer de mim?
Hellen: ENTRA NO CARRO, ANDA GAROTA NOJENTA
(Ianne entra no carro, no banco da frente. Hellen entra e se senta no acento do motorista, aponta a
arma pra Ianne e tira o capuz)
Hellen: Bu, surpresinha
Ianne: você?
Hellen: pensou que eu tinha só aquela arma é? Alias, pensou
que eu já tinha me dado por vencida? Eu vou acabar com você, queridinha.
IANNE CONGELA
Nenhum comentário:
Postar um comentário