sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

ESTRELA DO MAR – CAPITULO 39

CENA 1: TARDE – PETROPOLIS – SITIO

Milton se aproxima de Estrela com o facão.
ESTRELA: Por favor, eu não quero morrer
Milton segura Estrela, ergue o facão e corta as cordas que a prendem
MILTON: Suma daqui
ESTRELA: O que?
MILTON: Vá embora antes que eu me arrependa. 
Estrela olha assustada para Milton
MILTON: Siga o rio e você encontrará uma estrada, peça carona e volte pra cidade.
ESTRELA: Obrigada eu...
Milton grita
MILTON: Vá logo
Estrela sai correndo pela mata.

CENA 2: TARDE – PETROPOLIS – SITIO – CASA

O carro de Cesar estaciona em frente a casa do sitio. A policia já esta no local
CESAR: Então?
POLICIAL: Não tem ninguém na casa
BEATRIZ: Oh meu Deus!
POLICIAL: Mas eles estiveram aqui. Tem um carro lá atrás e achamos o celular da garota no quarto
DANILO: O que faremos agora?
POLICIAL: Estamos fazendo uma busca pelas proximidades. O carro do Milton ainda esta aqui, o que significa que não  foram longe
CESAR: Vamos ajudar nas buscas
BEATRIZ: Vou também
CESAR: Não. De jeito nenhum você vai entrar no mato, quero que fique aqui na casa com os policiais.
BEATRIZ: Mas...
CESAR: Não discuta
BEATRIZ: Esta bem, eu acho mesmo que só iria atrapalhar. 
Beatriz abraça Cesar
BEATRIZ: Trás a minha filha de volta para mim
CESAR: Vou trazer
Cesar e Danilo correm para o interior da mata a procura de Estrela.

CENA 3: TARDE – RIO DE JANEIRO – AEROPORTO

Diogo chega ao aeroporto e segue para o balcão de compra de passagens.
DIOGO: Boa tarde. Qual o próximo voo para os Estados Unidos?
A atendente olha no computador
ATENDENTE: Temos um voo que sai às dez da noite
DIOGO: Hummm
Diogo fica pensativo
ATENDENTE: Vai querer?
DIOGO: Não. E para Europa? Tem algum voo para Europa saindo agora?
A Atendente olha desconfiada para Diogo.
ATENDENTE: Temos um para Paris às sete da noite. Londres às cinco e...
Diogo interrompe
DIOGO: Qual o próximo voo da companhia?
ATENDENTE: Para onde exatamente o senhor quer ir?
DIOGO: Só quero saber qual é o próximo voo
ATENDENTE: Vai sair um em meia hora para o México
DIOGO: Perfeito vou querer uma passagem de primeira classe
A atendente executa a compra. Diogo pega a passagem e sai.
A atendente chama o segurança da companhia.
ATENDENTE: Fique de olho naquele cara
SEGURANÇA: Por que?
ATENDENTE: Achei ele meio suspeito. Veio comprar uma passagem, mas não sabia pra onde. O que ele queria era sair do país.
SEGURANÇA: Acha que ele pode estar fugindo de alguma coisa?
ATENDENTE: Era o que parecia.
SEGURANÇA: Vou ficar de olho, mas acho que é melhor avisar a policia federal
ATENDENTE: Sim, vou fazer isso.
O segurança sai, e fica observando Diogo aguardando o embarque.

CENA 4: TARDE – RIO DE JANEIRO – DELEGACIA DE POLICIA

Rogério esta prestando depoimento ao delegado.
ROGÉRIO: Então mandamos um office boy levar os pedidos de compra para o César assinar. As primeiras páginas eram da empresa que já estávamos acostumados a comprar, mas as páginas do meio era da outra.
DELEGADO: E ele não olhou todas as páginas antes de assinar?
ROGÉRIO: Não. Tomamos cuidado de levar os documentos pouco tempo antes dele sair para o aeroporto. Ele estava com pressa e não ia perder tempo olhando todas as páginas
DELEGADO: Essa viagem também foi armada por vocês não é?
ROGÉRIO: Sim, tínhamos que tirar o César da cidade para que o material pudesse ser descarregado sem problemas. O Diogo falou com um amigo empresário em São Paulo e ele ligou para o César querendo contrata-lo para o projeto de um shopping.
DELEGADO: Mas esse projeto nunca existiu. O Cesar não desconfiou?
ROGERIO: Acho que ele ficou meio irritado afinal a empresa pediu uma reunião de emergência e quando ele chegou, descobriu que o projeto ainda era apenas uma ideia.
Rogerio toma um gole de água
ROGERIO: Mas também tivemos sorte
DELEGADO: Sorte?
ROGERIO: Sim, logo após voltar de São Paulo o César teve que viajar, acho que para Fortaleza, por um problema particular e não teve tempo de ir à obra
DELEGADO: Quer dizer que o César não descobriu a troca dos materiais até acontecer o acidente?
ROGERIO: Exatamente. Eu não sei exatamente do que se tratava, mas sei que ele estava com problemas particulares que o deixaram muito ocupado.
O escrivão digita todas as declarações de Rogerio.

CENA 5: TARDE – PETROPOLIS – SITIO – MATA

Estrela está caminhando na beira do rio.
ESTRELA: Aí, será que falta muito para chegar a tal estrada. Estou cansada.
Começa a chover
ESTRELA: Que droga.
Estrela corre para dentro da mata e encontra uma grande árvore.
Estrela se abriga embaixo da árvore
ESTRELA: Acho melhor esperar um pouco, quem sabe a chuva não passa.
Estrela se senta embaixo da árvore.

CENA 6: TARDE – RIO DE JANEIRO – DELEGACIA

Rogerio continua conversando com o delegado
DELEGADO: O que sabe desse Milton, o mestre de obras?
ROGERIO: Era um bom funcionário, mas meio esquentado. Foi algumas vezes na empresa afirmar que não ia tolerar uma redução nos salários e até ameaçou fazer greve.
DELEGADO: Ele não percebeu a troca de materiais?
ROGERIO: Percebeu sim. E ficou muito irritado, porque tentou varias vezes falar com Cesar, mas não conseguiu. Como eu disse o Cesar estava com problemas particulares.
DELEGADO: Então o Milton já estava com uma certa raiva do Cesar antes do acidente?
ROGERIO: Não sei se raiva, mas ele estava muito irritado com ele sim.
DELEGADO: O filho do Milton foi uma das vitimas do acidente não é?
ROGERIO: Sim, era um ótimo rapaz, tinha acabado de entrar para faculdade. O Milton acusa o Cesar pela morte do filho.
Um policial entra
POLICIAL: Com licença senhor. Recebemos uma ligação do aeroporto, parece que o Diogo está tentando embarcar para o México
DELEGADO: Impeça isso imediatamente.

CENA 7: TARDE – PETROPOLIS – SITIO – MATA

Os policiais, Cesar e Danilo correm pela mata procurando Estrela e Milton. 
Danilo chama pela garota
DANILO: Estrela. Estrela se estiver me ouvindo responda
Danilo percebe um movimento dos policiais a sua direita
POLICIAL: Aqui, aqui na beira do rio
Danilo e Cesar correm até a beira do rio
DANILO: Acharam ela?
Danilo e Cesar chegam a beira do rio e encontram sangue pelo chão
DANILO: Não, não
CESAR: Meu Deus!
Cesar vê os policiais em volta de uma arvore. Ele se aproxima lentamente.
César vê o corpo de Milton no chão coberto de sangue. Seus pulsos estão cortados e um facão está a seu lado.
Danilo se aproxima
DANILO: É o Milton?
CESAR: Sim.
POLICIAL: Tudo indica que foi suicídio.
Cesar nota uma foto de Rafael no peito de Milton
CESAR: Acho que ele não suportou a morte do filho
DANILO: Mas e a Estrela? O que ele fez com ela?
Os policiais notam a corda amarada da arvore
POLICIAL: Acho que ela estava presa aqui
CESAR: Será que ela conseguiu fugir?
POLICIAL: Esperamos que sim. Vamos continuar as buscas.
Dois policiais continuam com o corpo de Milton. Os outros correm pela mata com Danilo e César.

CENA 8: TARDE – RIO DE JANEIRO – AEROPORTO

Diogo esta na fila do embarque.  A passageira à sua frente tem um problema no passaporte e atrasa tudo.
DIOGO: Que droga. Justo quando chega a minha vez, a fila empaca
Diogo esta impaciente. Ele sente alguém colocando a mão em seu ombro.
Diogo vira-se e dá de cara com um policial
POLICIAL: O senhor está preso
DIOGO: O que? Não, é um engano
POLICIAL: Por favor nos acompanhe
Diogo é levado pelos policiais. Todos na fila observam assustados.

CENA 9: TARDE –PETROPOLIS – SITIO – MATA

Estrela está sentada em baixo de uma arvore quando escuta a voz de Danilo a chamando.
Estrela se levanta e começa a gritar
ESTRELA: Danilo? Danilo é você?

CENA 10: TARDE- PETROPOLIS – SITIO – MATA

Danilo escuta a voz de Estrela
Danilo corre para dentro da mata abandonando o grupo.
DANILO: Estrela, onde você está?
Danilo corre desesperadamente
DANILO: Estrela fala comigo
Danilo escuta a voz dela novamente e tenta seguir o som

CENA 11: TARDE – PETROPOLIS – SITIO – MATA

Estrela para de escutar a voz de Danilo
ESTRELA: Danilo? Danilo responda
Estrela decide voltar para a margem do rio.
ESTRELA: Danilo estou perto do rio
A chuva diminuiu um pouco, mas deixou a margem toda cheia de lama
Estrela escuta a voz de Danilo a chamando e grita
ESTRELA: Siga o rio
Estrela fica na beirada do rio esperando Danilo. 
O chão lamacento sede e Estrela cai na água
Danilo chega e vê Estrela caindo no rio. Danilo grita
DANILO: Estrela
A correnteza do rio está forte por causa da chuva e Estrela é arrastada.

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