segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Estrela do Mar - Capítulo 16




CENA 1: MANHÃ – VILA DE PESCADORES – CASA DE JULIO – COZINHA

Danilo e Estrela acabam de se beijar
ESTRELA: O que você fez?
DANILO: Desculpe, eu, eu... Me desculpe.
ESTRELA: Você me beijou não foi?
DANILO: Sim, você não gostou?
ESTRELA: Gostei. Gostei muito, mas estou confusa.
DANILO: Confusa com o que?
ESTRELA: A Catarina me disse que os namorados se beijam, mas você não é meu namorado, você é o da namorado da Larissa
DANILO: É eu sei
ESTRELA: A gente pode namorar uma pessoa e beijar outra?
DANILO: Bem, teoricamente não, mas...
ESTRELA: Então a Larissa vai ficar brava né?
DANILO: É, se ela souber provavelmente vai ficar muito brava.
ESTRELA: Então não devemos contar?
DANILO: Acho melhor não
ESTRELA: Tá bom, então não contamos.
DANILO: Ótimo. Termina seu café e vamos que tenho muito serviço hoje
Danilo se levanta
DANILO: Vou te esperar lá fora
Danilo sai.
Estrela continua tomando café da manhã

CENA 2: MANHÃ – RIO DE JANEIRO – CASA DE ARNALDO – QUARTO

Celine acorda e vê Arnaldo se arrumando
ARNALDO: Desculpe, não queria te acordar, só vim pegar uma gravata.
CELINE: Tudo bem
Arnaldo segue para porta, mas Celine o chama.
CELINE: Arnaldo, espere.
Arnaldo para
CELINE: Eu... bem eu queria te pedir desculpas. Eu sei que agi como uma menina mimada, não devia ter ido a Paris.
ARNALDO: Você precisa aprender a controlar seus impulsos, e seus luxos
CELINE: Eu sei, será que pode me perdoar?
Arnaldo senta-se na beira da cama ao lado de Celine
ARNALDO: Claro, afinal eu te amo.
CELINE: Eu também te amo
Celine abraça Arnaldo
CELINE: Mas, nós estamos mesmo falidos?
ARNALDO: Praticamente, minha esperança é esse novo edifício,já tenho varias empresas interessada em alugar salas, mas essa etapa da construção é muito desgastante
CELINE: Mas quando o edifício ficar prontovamos nos recuperar né?
ARNALDO: É o que eu espero. Felizmente o engenheiro aceitou trocar os materiais por um mais barato e vai dar uma aliviada no orçamento
Celine se anima
ARNALDO: Mas isso não significa que podemos esbanjar
CELINE: Eu sei, não ia pedir nada.
ARNALDO: Bom, agora eu preciso ir.
Arnaldo se levanta e segue para porta
CELINE: Amor! Quando você acha que poderemos esbanjar um pouquinho?
ARNALDO: Aí Celine, só você mesmo (risos)
Arnaldo sai.

CENA 3: MANHÃ – FORTALEZA – OFICINA

Jaqueline e Valeria chegam à oficina de Matias
VALÉRIA: Nossa que bagunça
JAQUELINE: Não sabia que isso aqui estava tão empoeirado
VALERIA: Quem fazia a faxina aqui?
JAQUELINE: O próprio Matias. Já disse que ele não gostava que ninguém viesse aqui
VALERIA: Sei, tipo aqueles artistas cujo o ateliê é uma zona, mas que ninguém pode arrumá-lo
JAQUELINE: Exatamente, acho que é da bagunça que vem a inspiração para eles criarem (risos)
JAQUELINE: Bem, vamos tentar dar um jeito aqui para o lugar ficar mais apresentável para a futura inquilina.
VALERIA: Sim, e de quebra ainda procuramos os documentos do imóvel.
JAQUELINE: Certo, então vamos tirar tudo o que podemos jogar fora. Tem um quartinho lá trás que ele fazia de deposito, e aposto que está bagunçado também.
VALERIA: Então você arruma aqui e eu vou arrumar o quartinho, assim a gente termina mais rápido.
JAQUELINE: Ok, se achar algum documento me chama.
Valeria segue para o quartinho nos fundos da oficina. Jaqueline começa a puxar algumas caixas empoeiradas.

CENA 4: MANHÃ – VILA DE PESCADORES – RUA

Estrela e Danilo estão indo para a casa de dona Filomena, onde Danilo irá continuar a construção de uma cerca.
DANILO: Você esta tão calada. Ficou chateada pelo o que aconteceu?
ESTRELA: O que aconteceu?
DANILO: O beijo.
ESTRELA: Ah! Não esta tudo bem, é que acho que a Larissa vai ficar muito brava se souber.
DANILO: Por isso combinamos de não falar nada para ela, lembra?
ESTRELA: Sim é melhor, mas eu não sei mentir.
DANILO: Você não precisa mentir, é só não falar nada. Não vai ser difícil vocês quase nem se falam mesmo
ESTRELA: É eu quase nunca a vejo. Ah! Eu a vi ontem
DANILO: Ontem? Onde?
ESTRELA: Em casa. Ela foi te procurar
DANILO: Que horas?
ESTRELA: Deixa eu lembrar.... Acho que foi um pouco antes do almoço. Éfoi sim, eu já tinha chego do médico e sua mãe ainda não tinha voltado com a Catarina
DANILO: Espera. Então foi antes do incêndio?
ESTRELA: Sim um pouco antes
DANILO: Estrela, me conte exatamente o que aconteceu

CENA5: MANHÃ -  PARIS – SHOPPING

Paola e Lucrécia andam pelo shopping
LUCRECIA: Ai ai, é o ultimo dia de compras, amanhã eu volto pro Brasil
PAOLA: Eu volto para Londres hoje à noite
LUCRECIA: Ah, mas Londres é aqui perto você pode vir a toda hora, agora o Brasil é do outro lado do oceano
PAOLA: Verdade. Conseguiu falar com a Celine?
LUCRECIA: Não, eu liguei varias vezes, mas a empregada diz que ela ainda na voltou de viagem.
PAOLA: Será que aconteceu alguma coisa? E ela teve que ir para outro lugar as pressas?
LUCRECIA: Que nada, eu pedi pra secretaria do meu marido investigar na companhia aérea, e ela disse que a Celine desembarcou no Brasil sim.
PAOLA: Então ela não quer falar com você
LUCRECIA: Exatamente, e eu já ate sei o porque.
PAOLA: A conta que você pagou pra ela né?
LUCRECIA: Sim, como se eu fosse ficar cobrando aquela merreca, eu não preciso disso, mas foi uma sacanagem o que ela fez.
PAOLA: Pra você ver que não se pode confiar em ninguém
LUCRECIA: Verdade.
Lucrécia olha o relógio
LUCRECIA: Já passa domeio dia, vamos almoçar por aqui mesmo?
PAOLA: Sim, estou morrendo de fome
Lucrécia e Paola seguem para um restaurante

CENA 6: MANHÃ – VILA DE PESCADORES – RUA

Estrela acaba de contar a Danilo que Larissa foi procura-lo no dia anterior.
ESTRELA: Bom, eu estava na sala tomando leite quente quando a Larissa chegou perguntando por você, e eu disse que você não estava.
DANILO: E ela foi embora?
ESTRELA: Sim. Ah primeiro ela disse que estava com sede e foi na cozinha beber água, depois sim foi embora.
Danilo para de andar e segura o braço de Estrela
DANILO: Está me dizendo que a Larissa entrou na cozinha depois que você já tinha usado o fogão?
ESTRELA: Sim. Danilo por que você esta com essa cara? Eu não estou entendo nada
DANILO: Você é ingênua demais
Danilo começa a voltar
ESTRELA: Aonde você vai?
DANILO: Atrás da Larissa
ESTRELA: E eu? E a cerca da dona Filomena?
Danilo para
DANILO: Tem razão, eu não posso te deixar sozinha.
Danilo volta para o lado de Estrela
DANILO: Além disso,a essa hora a Larissa ainda está na escola.
ESTRELA: Você está nervoso?
DANILO: Não, eu estou bem. Vamos, eu falo com a Larissa mais tarde
Danilo e estrela continuam indo para a casa de dona Filomena

CENA 7: MANHÃ – FORTALEZA – OFICINA  - DEPOSITO

Valeria esta revirando umas gavetas no deposito da oficina. Jaqueline entra correndo segurando um documento
JAQUELINE: Valeria, olha o que eu encontrei.
Jaqueline entrega um documento a Valeria, que observa atentamente.
VALERIA: É uma carteira de motorista do Matias. Eu não sabia que ele dirigia
JAQUELINE: Ele não dirigia mesmo, sempre disse que foi um trauma de infância e que nunca conseguiu pegar no volante.
Valeria olha novamente a careteira
VALERIA: Essa carteira não é dele. Olhe o nome: Fernando Rodrigues Maia
JAQUELINE: Mas veja a foto
Valeria analisa o documento
VALERIA: Parece com o Matias. Será irmão dele? Talvez irmão gêmeo?
JAQUELINE: Acho que não, o sobrenome é completamente diferente, e eu nunca soube que o Matias tinha irmão, muito menos gêmeo.
VALERIA: Você acha que pode ser ele? Um documento falso?
JAQUELINE: Eu não sei. Será que o Matias teria coragem de fazer uma carteira de motorista falsa
VALERIA: Acho que não. Pra que ele faria isso?
O celular de Jaqueline toca. Ela atende
Valeria, continua observando a foto no documento.
Jaqueline desliga o telefone
JAQUELINE: Era a Maria, ela disse que a moça que quer alugar a oficina quer vir hoje à tarde.
VALERIA: Mas ela não ia vir só no sábado?
JAQUELINE: É, mas parece que ela vai ter que viajar na sexta e por isso quer ver a oficina hoje.
VALERIA: Mas não teremos tempo de arrumar tudo
JAQUELINE: Vamos só tirar essas poeira. Se fecharmos o negocio, a gente faz uma faxina geral antes de entregar pra ela.
VALERIA: ok, depois a gente vê esse negocio da carteira.
Jaqueline pega uma vassoura e começa a varrer.
JAQUELINE: Retira esses tapetes pra mim, por favor.
Valeria retira um tapete perto da entrada e coloca na janela
VALERIA: Nossa quanta poeira
Jaqueline continua varrendo
Valeria segue para o tapete que esta nos fundos do deposito
Valeria puxa o tapete, mas ele não sai.
VALERIA: Ai
JAQUELINE: O que foi?
Valeria tenta tirar o tapete de novo, mas não consegue.
VALERIA: Esse tapete não quer sair. Parece que está colado no chão

CENA 8: MANHÃ – SÃO  PAULO – PARQUE DO IBIRAPUERA

Cesar e Beatriz estão sentados em um banco olhando Carla andar de patins
CESAR: Ela é tão linda. E esta crescendo tão rápido.
BEATRIZ: É, fazem dez anos que a adotamos
CESAR: Me lembro do dia em que ela chegou como se fosse ontem, tão frágil e indefesa. Agora esta uma linda flor desabrochando
Cesar olha para Beatriz e percebe que ela está chorando
CESAR: O que foi?
BEATRIZ: Nada, é que vendo a Carla crescendo eu fico me perguntando como a Isabela estará. Se é que ela está viva
Cesar abraça Beatriz
CESAR: Desculpe ter feito você pensar nisso.
BEATRIZ: Eu sei que ela está viva.

CENA 9: MANHÃ – VILA DE PESCADORES – CASA DE DONA FILOMENA – QUINTAL

Danilo e estrela chegam à casa de dona Filomena.
D. FILOMENA: Bom dia meu filho,
DANILO: Bom dia. Essa é Estrela uma amiga
ESTRELA: Olá
D. FILONEMA: Oi, que menina ranzinha, quer um pedaço de bolo minha filha?
ESTRELA: Não, obrigada.
D. FILOMENA: Acha que termina essa cerca hoje?
DANILO: Vou tentar.
D. FILOMENA: Fiquem a vontade, qualquer coisa é só chamar
Dona Filomena entra em casa. Danilo pega umas tábuas e as coloca numa pequena bancada improvisada
Estrela vê um martelo na bancada e o pega, mas o deixa cair.
ESTRELA: Ai
Danilo se assusta.
DANILO: O que foi? Você se machucou?
ESTRELA: Não. É que eu não sabia que isso era pesado. Pra que serve?
Danilo pega o martelo
DANILO: Serve para pregar. Olha essas ferramentas são perigosas, seria bom se você não mexesse e nada.
ESTRELA: Desculpe
Danilo leva Estrela até um banquinho
DANILO: Eu só não quero que você se machuque. Fique sentada aqui enquanto corto as tábuas
Danilo volta para a bancada e pega um serrote. Estrela fica sentada no banco olhando
ESTRELA: Pra que você precisa cortar?
DANILO: Para que a cerca fique toda do mesmo tamanho
Danilo começa a serrar a tábua. Estrela observa
DANILO: Sabe,às vezes eu acho que levo mais jeito com esse tipo de serviço do que pescando e...
Estrela se levanta de repente
ESTRELA: Esse cheiro
Danilo para de serrar
DANILO: O que foi? Que cheiro?
ESTRELA: Esse cheiro. Do que é?
DANILO: Não sei, não estou sentido nada.
Danilo percebe que Estrela está ofegante
DANILO: Estrela o que foi?Você esta passando mal?
ESTRELA: Esse cheiro. Eu conheço esse cheiro

CENA 10: MANHÃ – FORTALEZA – OFICINA -DEPOSITO

Valeria não consegue remover um dos tapetes.Jaqueline larga a vassoura e se aproxima para ajudar a irmã
JAQUELINE: Que estranho, por que o Matias iria colar um tapete no chão?
VALERIA: Eu não sei. Deixa eu tentar puxar do outro lado
Valeria puxa o tapete na direção oposta e ele se levanta junto com um pedaço do chão, que está preso ao resto do assoalho por uma dobradiça.
VALERIA: O que é isso?
Jaqueline fica espantada
JAQUELINE: Parece uma espécie de alçapão.
Valeria e Jaqueline olham para o buraco que se abriu
VALERIA: Você sabia disso?
JAQUELINE: Não. Será que o Matias sabia?
VALERIA: Provavelmente. Foi ele quem colocou esse tapete, provavelmente para esconder esse alçapão.
Valeria observa o buraco
VALERIA: Olha tem umas barras na parede
JAQUELINE: Sim, acho que é uma espécie de escada
VALERIA: Mas o que terá lá em baixo?
JAQUELINE: Só tem um jeito de descobrir
Jaqueline começa a descer. O alçapão se fecha. Jaqueline grita
JAQUELINE: Aiiii

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