Estrela do Mar - Capítulo 15

CENA 1: NOITE – VILA DE PESCADORES – CASA DE JULIO – SALA

Danilo está preocupado por não saber onde Estrela está.

CATARINA: Você procurou direito?

DANILO: Claro né. O papai já chegou?

CATARINA: Ainda não

MALENA: Imagina quando ele chegar e encontrar a cozinha queimada e a Estrela desaparecida.

Estrela chega. Danilo corre para abraçá-la, mas ela não corresponde

DANILO: Estrela, onde você estava?

ESTRELA: Por aí

MALENA: Estrela, não faça isso de novo. Ficamos muito preocupados

ESTRELA: Desculpe

DANILO: Eu que peço desculpas

Danilo segura as mãos de Estrela

DANILO: Estrela eu acredito em você

ESTRELA: Mesmo?

DANILO: Sim, eu não sei como aquele fogo se acendeu, mas se você diz que não foi você, eu acredito.

ESTRELA: Obrigada

Estrela abre um sorriso e dá um forte abraço em Danilo

CENA 2: NOITE- RIO DE JANEIRO – CASA DE ARNALDO – SALA

Celine chega e casa. Lurdes a recebe

LURDES: Senhora, que bom que já esta em casa.

CELINE: O Arnaldo está?

LURDES: Não, ele ainda não chegou do escritório.

CELINE: Vou pro meu quarto, não quero ser incomoda por ninguém entendeu?

LURDES: Sim, senhora.

CELINE: Se a Lucrécia, a Angelina ou qualquer uma das minhas amigas ligar você diz que eu ainda não cheguei

LURDES: Pode deixar senhora

Celine sobe para o quarto

CENA3: NOITE -  SÃO PAULO – SHOPPING

Beatriz, Cesar e Carla saem de um cinema no shopping.

CARLA: Esse filme foi muito legal, eu adorei.

CESAR: Quando sair em DVD eu compro para você anjinho

Beatriz olha para Cesar

CESAR: Ah é só um mimo inocente

Carla abraça Cesar

CARLA: Pai, eu te adoro.

CESAR: Eu também. Vamos jantar?

BEATRIZ: Ótimo, estou morrendo de fome.

CESAR: Viu só, você não quis a pipoca.

BEATRIZ: Eu heim! Aquela coisa gordurosa

CESAR: Onde vocês querem comer?

CARLA: Vamos comer pizza?

BEATRIZ: Nem pensar, vamos a um restaurante decente.

CARLA: Ah mãe, eu quero pizza.

BEATRIZ: Não Carla, você vai comer comida de verdade.

Carla fica emburrada

CESAR: Não se preocupe anjo, eu deixo você pedir uma batatinha frita

Carla se anima. Beatriz lança um olhar de reprovação

CENA 4: NOITE – FORTALEZA – CASA DE VALÉRIA – SALA

Jaqueline e Valéria chegam em casa

VALÉRIA: Estou exausta

JAQUELINE: Eu também. E o pior é que todo esse trabalho não deu em nada

VALÉRIA: Definitivamente não tem nenhum documento do Matias ou da oficina na sua casa.

JAQUELINE: Sim, reviramos tudo. Sem nenhum documento como vou poder alugar ou vender o imóvel?

VALERIA: Eu não sei, mas ... Espera ai

JAQUELINE: O que foi?

VALÉRIA: E se os documentos estão na própria oficina? Afinal era lá que ele ficava o tempo todo não era?

JAQUELINE: Claro. Como não pensei nisso antes

VALÉRIA: Então amanhã cedo vamos até procurar

JAQUELINE: Sim. Obrigada, você me animou de novo

VALERIA: Bom, mas agora é melhor eu tomar um banho estou coberta de poeira.

JAQUELINE: Eu também, mas pode tomar o seu primeiro

Valeria segue para o banheiro. Jaqueline continua jogada no sofá.

CENA 5: NOITE – VILA DE PESCADORES – CASA D JULIO – SALA

Todos estão jantando sanduíches na sala

JULIO: Não acredito que tudo isso tenha acontecido enquanto estive fora?

MALENA: Pois é, mas foi um acidente, ninguém teve culpa.

CATARINA: Vamos ficar comendo sanduíches todo dia?

MALENA: Não, precisamos comprar outro fogão, mesmo que seja usado.

JULIO: Eu acho que podemos comprar um novo.

MALENA: Nosso orçamento permite?

JULIO: Sim, mas um modelo barato.

MALENA: Claro

JULIO: Então vamos à cidade amanhã para comprarmos um

CATARINA: Posso ir?

MALENA: Não, você tem aula.

ESTRELA: E eu?

MALENA: Acho melhor não, a cidade é grande e eu ia ter que ficar o tempo de olho em você.

JULIO: Mas ela também não pode ficar aqui sozinha

MALENA: Não, claro que não.

DANILO: Ela fica comigo

MALENA: Mas você não tem que trabalhar na cerca da dona Filomena?

DANILO: Sim, mas a Estrela pode ir junto. Você quer ser minha ajudante Estrela?

ESTRELA: Eu ia adorar

DANILO: Então está decidido.

Catarina aparenta estar emburrada

JULIO: O que foi amor?

CATARINA: Eu queria ir na cidade

MALENA: Já disse que você tem aula, e sei que suas notas não estão boas

JULIO: Na próxima vez você vai Cat.

MALENA: Olha, pra você não ficar chateada, depois da aula você pode ficar na casa da Ana brincando.

JULIO: E eu prometo que te trago chocolate

Catarina fica animada

CATARINA: Tá bom

CENA6: NOITE – RIO DE JANEIRO – CASA DE ARNALDO – QUARTO

Arnaldo entra em seu quarto e encontra Celine deitada

ARNALDO: Celine? O que esta fazendo aqui?

CELINE: Eu moro aqui. Ou será que vocêtambém vai me expulsar de casa?

ARNALDO: Do que esta falando?

CELINE: Você sabe muito bem. Como teve coragem de cancelar meus cartões e meu talão de cheques?

ARNALDO: Do mesmo jeito que você teve coragem de comprar uma passagem e ir a Paris mesmo depois de eu ter contado que estamos a beira da falência.

CELINE: Você não tem noção da vergonha que eu passei. E eu tive que sair escondida, minhas amigas não devem ter entendido nada, preciso arrumar uma ótima desculpa para ela e...

ARNALDO: É só isso com que você se importa? O que ser que suas amigas vão pensar? Você não dá a mínima para mim

CELINE: Isso não é verdade

ARNALDO: É claro que é. Você é fútil Celine, como pude me iludir tanto com você.

Arnaldo sai do quarto irritado.

CENA 7: MANHÃ – FORTALEZA – CASA DE VALERIA – SALA

Maria chega à casa de Valeria. Jaqueline a recebe

MARIA: Bom dia, tudo bem?

JAQUELINE: Tudo, e você?

MARIA: Estou bem, tenho uma ótima noticia para você. Consegui alguém para alugar a oficina do Matias

JAQUELINE: Serio? Isso é ótimo

MARIA: É uma senhora que dá um curso de artesanato para a terceira idade, mas o local onde o curso é dado fica ao lado de uma escola de musica.

JAQUELINE: Já sei, elas estão incomodadas com o barulho?

MARIA:Isso mesmo, principalmente com as aulas de bateria. Por isso elas estão procurando um novo local

JAQUELINE: Então elas encontraram um perfeito, pois a oficina do Matias fica um pouco afastada dos outros comércios. É um local bem silencioso.

MARIA: Falei que a levaria lá no sábado para ela dar uma olhada no lugar, tudo bem?

JAQUELINE: Claro. Isso me dá dois dias para poder deixar o lugar apresentável

MARIA: Foi isso que pensei, por isso marquei no sábado.

JAQUELINE: Perfeito. Eu vou lá daqui para ver se encontro algum documento, e já aproveito para dar uma ajeitada no lugar.

MARIA: Não achou na sua casa?

JAQUELINA: Não, a única coisa que encontramos foi à identidade do Matias.

MARIA: Vai ver ele deixava tudo na oficina mesmo

JAQUELINE: Espero que sim.

CENA 8: MANHÃ – RIO DE JANEIRO – OBRA

Os operários estão trabalhando. Rafael se aproxima do pai

RAFAEL: Essas barras são diferentes das que estávamos usando

MILTON: Eu sei, é que eles trocaram de fornecedor

RAFAEL: O pessoal está reclamando, já estavam acostumados a trabalhar com a outra.

MILTON: Eu também não gostei dessa, na verdade nunca tinha visto essa marca nem sei de onde veio, mas é o que temos

RAFAEL: Então os boatos devem ser verdade mesmo

MILTON: Que boatos?

RAFAEL: Sobre o dono estar com problemas financeiros

MILTON: Ah, deve estar mesmo, mas desde que não mexa no nosso salário isso não é problema nosso.

RAFAEL: Tem razão, vou voltar ao trabalho.

CENA9: MANHA – RIO DE JANEIRO – CASA DE ARNALDO – SALA DE JANTAR

Celine se senta para tomar café da manhã. Lurdes a serve

CELINE: Arnaldo já saiu?

LURDES: Sim senhora. Eu reparei que ele dormiu no quarto de hospedes, vocês brigaram?

CELINE: Eu te devo dar satisfações Lurdes?Que intromissão é essa?

LURDES: Desculpe senhora, às vezes eu falo demais

CELINE: Alguém me ligou?

LURDES: Sim, a dona Lucrécia, mas eu disse que a senhora ainda não tinha voltado de viagem.

CELINE: Ótimo, pode se retirar

Lurdes sai

CENA 10: MANHÃ – SÃO PAULO – SAGÃO DO HOTEL

Beatriz e Carla estão tomando café da manhã. Cesar chega

BEATRIZ: Então conseguiu passagem?

CESAR: Sim, tem uma ponte aérea às quatro da tarde.

BEATRIZ: Só as quatro horas?

CESAR: Foi o que consegui

CARLA: Que bom, assim a gente pode aproveitar bem o dia. Aonde vamos?

CESAR: Aonde meu anjinho quer ir?

CARLA: Eu sempre tive vontade de andar de patins no parque do Ibirapuera, podemos ir?

CESAR: Claro, mas você trouxe os patins?

CARLA: Não, mas sabe os meus patins estão velhos e...

CESAR: Já entendi,você quer patins novos não é?

Carla afirma com cabeça entusiasmada

BEATRIZ: Aff, eu não falo mais nada.

CESAR: Então vamos pro shopping e depois pro Ibirapuera

CARLA: Oba!

CENA 11: MANHÃ – VILA DE PESCADORES – CASA DE JULIO –COZINHA

Estrela acorda e encontra Danilo tomando café na cozinha

DANILO: Bom dia

ESTRELA: Bom dia. Cadê todo mundo?

DANILO: Papai e mamãe foram levar a Catarina na escola e da lá vão para cidade

ESTRELA: Ah é, eles precisam comprar um fogão novo né?

DANILO: Sim, não podemos ficar comendo só pão e biscoito.

Estrela senta-se ao lado de Danilo e ele lhe serve suco

DANILO: Não tem café porque não tinha onde ferver a água

ESTRELA: Tudo bem, eu gosto de suco.

Estrela toma um pouco de suco e morde um pedaço de pão

ESTRELA: Você acreditou mesmo que eu não fui a culpada pelo o que aconteceu né?

DANILO: Claro

ESTRELA: Eu acho que a sua mãe e o seu pai não acreditaram por isso não quiseram me deixar ficar aqui sozinha hoje

DANILO: Não é isso. É que eles se preocupam com você. Quando a gente gosta das pessoas, nos preocupamos com elas.

ESTRELA: E você? Você também se preocupa comigo?

DANILO: Claro

ESTRELA: Então você gosta de mim?

Danilo se aproxima de Estrela

DANILO: Sim, eu gosto muito de você

Danilo e Estrela se olham fixamente

ESTRELA: Eu também gosto muito de você

Danilo e Estrela se beijam