sábado, 8 de dezembro de 2012

Seis Pontos de Um Segredo - O Julgamento






Anteriormente em Seis Pontos de Um Segredo:
Felipe resolve apostar na loteria e convida os amigos, que relutam, mas acabam aceitando, para a surpresa deles, os números apostados são sorteados. No dia seguinte, Após a comemoração Felipe encontra Samuel Morto...

Cena 1 / Apartamento de Samuel e Felipe / Quarto de Samuel / Interior / Manhã
Felipe assustado acaba pegando a faca.
Felipe – Eu tenho que ligar para policia!
Ele corre até a sala, quando pega o telefone a campainha toca. Ele nervoso larga o telefone e vai atender. Ao abrir a porta encontra os amigos, que sorriem, mas param abruptamente.
Cristina – Felipe o que é isso na sua roupa?
O rapaz se olha e percebe que está todo ensanguentado.  Ele não consegue responder, apenas aponta para o quarto. Wagner e Conrado correm.
Lisa -  que aconteceu? Por que você está assim? Cadê o Samuel?
Eliana – Calma gente, ele ta nervoso, da um tempo pro menino responder!
Cristina – Vamos Felipe, eu to assusta!
Felipe ameaça falar, mas é interrompido pela volta de Conrado e Wagner a sala.
Conrado – Você esfaqueou o Samuel!
Cristina – O que? Do que vocês estão falando!
Felipe – Não, eu não fiz nada!
Wagner – Como não? Você ta aqui todo sujo de sangue e o Samuel tá lá no quarto morto, com o rosto todo desfigurado!
Felipe – Não fui eu, eu acordei e quando fui ao quarto dele, ele estava assim!
Conrado – E por que você não chamou a policia?
Felipe – Não deu tempo, eu tava ligando quando vocês chegaram!
Wagner – Mentira, você matou ele e ia fugir com o dinheiro do prêmio!
Felipe – Não! Eu nunca faria isso! Vocês sabem que eu não faria isso!
Lisa – O dinheiro muda as pessoas!
Felipe – Não! Eu não! Diz para eles Cristina, diz que eu não fiz isso!
Conrado – Então cadê o bilhete?
Felipe – Deve estar nas coisas dele!
Wagner – Vamos procurar!
Eliana – Não gente, nós não podemos mexer em nada, temos que chamar a policia!
Cristina – Me diz que você não fez isso?
Felipe – Eu não fiz, eu preciso que você, que vocês acreditem em mim!
Conrado – A única coisa em que eu acredito é que você o matou por causa do prêmio!
Lisa – A policia já esta vindo!

Cena 2 / Apartamento de Felipe / Interior / Manhã
A policia entra.
Policial – Onde está o corpo?
Conrado – No quarto, primeiro a direita!
Felipe – Não fui eu!
Wagner – Então quem foi? Você não viu nada, não tem sinal de arrombamento...
Cristina – Chega! A policia é que vai investigar não vocês!
Conrado – Eu só quero saber onde está o bilhete!
Lisa – Onde você colocou Felipe?
Felipe – Vocês me viram entregar o bilhete pro Samuel ontem à noite!
O policial volta a sala.
Policial – Alguma ideia de quem ou por que fizeram isso com esse rapaz?
Conrado – Foi o Felipe! Ontem  a noite nós ganhamos na loteria e o Samuel ficou com o bilhete, agora ele ta morto e o bilhete sumiu!
O policial olha para Felipe sujo de sangue.
Policial – Nós vamos investigar e até segunda ordem, você está preso!
Felipe encara os amigos. Conrado abraça Cristina.

DIAS DEPOIS

Cena 3 / Delegacia / Cela / Interior / Tarde
Cristina para em frente à cela. Felipe se aproxima, os demais presos assoviam.
Felipe – Qualquer um deles pode duvidar de mim, mas você não!
Cristina – Tudo indica que foi você, todas as provas apontam para você! O sangue na sua roupa, as suas digitais no corpo do Samuel, na faca, tinha sangue dele no seu quarto!
Felipe – Não fui eu, alguém armou para mim!
Cristina – Fala a verdade, não mente mais, a sua pena vai ser reduzida!
Felipe – Eu to falando a verdade, vocês estão me condenando por um crime que eu não cometi!
Cristina – Felipe não adianta negar!
Felipe – Você não acredita não adianta! Sai daqui... Eu pensei que pudesse contar com você!
Cristina abaixa a cabeça e sai. Felipe senta e chora.

Cena 4 / Delegacia / Saguão / Interior / Tarde
Conrado – Finalmente essa mulher veio reconhecer o corpo do filho!
Cristina entra no saguão chorando. Wagner aponta para ela, Conrado caminha em sua direção.
Conrado – Como você está?
Cristina – Acabada! Eu não acredito que ele tenha feito isso!
Conrado – Mas fez, todas as provas levam a ele!
Cristina – E agora?
Conrado – Agora ele vai pagar por esse crime!
Wagner – Como podemos nos enganar tanto com ele?
Conrado – Como a Lisa disse, o dinheiro muda as pessoas!
Cristina – Vocês falaram que a mãe do Samuel veio reconhecer o corpo?
Conrado – Sim, alguém da família tinha que reconhecer, e também só se ele tinha uma marca de nascença ou algo assim, por o rosto? O rosto o Felipe destruiu!
Wagner – Conrado!
Conrado – Desculpa!
Cristina – Vamos embora?
Conrado – Eu te levo!
Eles estão saindo, Conrado coloca o braço por cima de Cristina.

Meses depois
Cena 5 / Fórum / Sala de Audiência / Interior / Manhã
Cristina – Como passou rápido o tempo!
Eliana – Quantos anos será que ele vai pegar?
Lisa – Espero que prisão perpetua!
Cristina – Não fala assim!
Conrado -  Não vejo a hora de sair essa sentença!
Wagner – Aquele que chegou é a mãe do Samuel!
Os cinco a olham. A mulher os encara.
Eliana – Ela parece bem calma para quem acabou de perder o filho!
Wagner – Verdade!
O juiz entra. Todos ficam em pé.
Conrado – Vai começar!
O juiz senta-se.
Juiz – Sentem-se! Felipe Saldanha, qualificado nos autos, foi denunciado pelo Ministério público por que no dia 25 de abril de 1987, por volta das 3 horas da madrugada  em seu apartamento , nesta cidade, teria praticado de homicídio triplamente qualificado pelo meio cruel, utilização de meio que impossibilitou a defesa do ofendido e por motivo torpe contra Samuel Noronha. Esta corte da inicio a sua sessão chamando o réu Felipe Saldanha e o promotor de Justiça Roberto Boese.
Felipe caminha algemado até o banco do interrogatório.
Roberto – O senhor reconhece essa faca?
O promotor mostra a faca para ele, em seguida para os jurados e para o público.
Felipe – Sim!
Roberto – Vejam senhores, ele vem negando em todos os depoimentos que tenha sido o assassino de Samuel, mas reconhece a faca!
Felipe – Eu não matei o Samuel, essa faca era de nossa casa!
Roberto – Vejam, esse faca era de nossa casa, é evidente que o senhor Felipe Saldanha usou este instrumento para tirar a vida do então amigo, por causa do bilhete premiado, que ficará com ele e que desapareceu logo após a sua morte!
Felipe – Eu não fiz nada!
Ele grita, o Juiz bate o martelo.
Juiz – Controle-se, por favor!
Roberto – Se o senhor não é o assassino, como suas digitais estão na faca que tirou a vida de Samuel?
Felipe – Eu encostei nela sem querer, quando o encontrei caído no chão do quarto!
Roberto – Há ele encostou na faca! O senhor não imaginou que isso deixaria suas digitais na faca?
Felipe – Eu nem pensei nisso, eu queria ver se o meu amigo estava vivo, se eu podia ajudá-lo!
Roberto – Claro, claro e por que, quando viu que ele estava morto, demorou mais de uma hora para chamar a policia? Ou melhor, um de seus amigos chamou a policia!
Felipe – Eu estava ligando quando eles chegaram e ai se formou uma confusão! O senhor acha que se eu o tivesse matado por causa desse maldito dinheiro eu não teria fugido?
Roberto – Não fugiu, por que não deu tempo, por que seus amigos chegaram antes!
Ricardo – Protesto meritíssimo, o promotor não está levando em conta que os autos apontam a morte de Samuel como às 3 horas da madrugada, das três até sete ele teria quatro horas para fugir, o que não aconteceu, por que ele não é culpado.
Juiz – Protesto aceito!
Roberto – Que seja então me responda o senhor Felipe, por que não fugiu?
Felipe – Por que eu não o matei!
Roberto – Vejam senhores jurados, ele insiste em dizer que não matou Samuel, mesmo a arma do crime tendo suas digitais, sua roupa estar cheia de sangue, não ter sinal de arrombamento no apartamento, enfim... Eu fico por aqui meritíssimo!
Cena 6 / Sala de Audiência / Tarde
Conrado – Acho que ele está ferrado!
Cristina – Se ele confessasse as coisas seriam melhor!
Juiz – Doutor Ricardo, o réu é seu!
Ricardo se aproxima de Felipe.
Ricardo – Como era sua relação com Samuel?
Felipe – Ele era o meu melhor amigo, foi meu primeiro contato desde que cheguei na cidade, tanto que morávamos juntos!
Ricardo – Alguma vez brigaram? Desentenderam-se?
Felipe – Não, nunca!
Ricardo – E de quem foi a ideia do bilhete ficar com Samuel?
Felipe – Minha, ele era responsável, organizado, honesto, não havia ninguém melhor que ele para guardar o bilhete!
Ricardo – Vejam senhores jurados, Felipe teve a ideia de Samuel ficar com o bilhete, se ele quisesse fugir com o dinheiro, por que ele deixaria o bilhete com outra pessoa, sendo que ele teve a ideia da aposta? Podia simplesmente exigir ficar com o bilhete!
Na plateia.
Conrado – Daqui a pouco é a nossa hora!
Wagner – É... Eu só quero que esse cretino diga onde está o bilhete!
Cristina – Shiu!
Ricardo – Sem mais para o momento meritíssimo!
Juiz – Vamos às testemunhas, chamo primeiro: Marieta Noronha, mãe da vitima.
A mãe de Samuel senta-se.
Roberto – A senhora sabe nos dizer se seu filho tinha alguma inimizade? Alguém que pudesse lhe fazer mal?
Marieta – Não! Meu filho era um ser único, era amigo de todos, não fazia mal a ninguém, se dava bem com todos!
Roberto – E sobre Felipe? Como era a relação dele com seu filho?
Marieta – O Samuel reclamava muito da bagunça do Felipe, fora isso, nada de mais!
Roberto – Ele declarou aqui que era o melhor amigo do seu filho, isso procede?
Marieta – Acredito que não, meu filho nunca o apresentou a mim!
Roberto – Quando foi a última vez que a senhora falou com ele?
Marieta – Na noite do crime, ele me ligou contando que eles haviam ganham na loteria, mas que temia, por ter sido ele o escolhido para ficar com o bilhete premiado... Acho que ele pressentiu!
Roberto – Sem mais meritíssimo!
As demais testemunhas depõem.

Cena 7 / Sala de Audiência / Interior Tarde
Juiz – Faça suas considerações finais senhor Felipe Saldanha
Felipe – Senhores Jurados, eu poderia dizer mil coisas, ficar aqui falando e falando, tentando provar a minha inocência, mas tudo que devia ser dito, já foi dito, eu digo a vocês que eu sou inocente, e caso estejam pensando em me condenar, saibam que estarão acabando com a vida de um inocente e deixando o verdadeiro assassino a solta.
Juiz – Os jurados podem se retirar. Voltamos em seguida!

Cena 8 / Fórum / Saguão / Interior / Tarde
Cristina – O que você acham que vai acontecer com ele?
Wagner – A estudante de direito aqui é você!
Conrado – Eu tenho certeza que ele vai ser condenado!
Lisa – Eu espero que isso aconteça!
Eliana – E a mãe dele hein? Tão fria ao falar sobre filho!
Wagner – Ela deve estar em estado de choque né?
Cristina – Vamos entrar que daqui a pouco eles vão dar a sentença!
Conrado – Vamos!

Cena 9 / Fórum / Sala de Audiências / Interior / Noite
Juiz – Os jurados votaram em Felipe Saldanha como culpado, assim sendo, frente a todas as considerações, majoro a pena-base para o réu, em relação ao crime de homicídio praticado por ele, qualificado por ter sido cometido por motivo torpe, usando meio cruel, e de recurso que dificultou a defesa da vitima, fixo uma pena de 24 anos, seis meses e 28 dias em regime fechado.
Felipe – Meu Deus!
Ricardo – Calma, a gente ainda pode recorrer!

Semanas Depois

Cena 10 / Casa de Conrado / Sala / Interior / Manhã
Conrado – Então ficamos sem o prêmio!
Cristina – E sem dois amigos!
Wagner – Sem um amigo, o Felipe não era nosso amigo!
Lisa – Realmente, ele é um assassino cruel!
Eliana – E vai pagar por isso!
Cristina – É triste saber que me envolvi com ele, que eu...
Conrado – Vamos mudar de assunto!
Solange – Liguem a televisão!
Conrado – O que foi?
Solange liga o aparelho.
TV: Após o julgamento do bilhete, como ficou conhecido o julgamento de Felipe Saldanha, o prêmio de 130 milhões foi sacado ontem a tarde segundo informações da loteria, um dia antes do vencimento do prêmio. Agora fica uma pergunta no ar, se Felipe matou Samuel, e ele esta preso, quem retirou o prêmio? Teria a justiça cometido uma injustiça?
Cristina – Retiraram o prêmio?
Todos se olham.
Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário