quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ESTRELA DO MAR – CAPITULO 27

CENA 1: TARDE – RIO DE JANEIRO – OBRA DO EDIFICIO GOLTZ 

Milton acaba de ver o prédio desabar
MILTON: Meu deus!
Milton corre até a obra. Ele vê vários operários correndo e muita poeira.
 Milton nota que  muitos operários estão ensangüentados e se desespera.
MILTON: Rafael, Rafael
Milton procura desesperadamente pelo filho
MILTON: Rafael onde você está?
A poeira está muito espessa e Milton não consegue se aproximar mais. 
Os operários continuam saindo, alguns carregados pelos companheiros. Milton olha em volta a procura de Rafael
Ouve-se o barulho da sirene dos bombeiros chegando.

CENA 2: TARDE – RIO DE JANEIRO – AEROPORTO - CAFETERIA

Cesar e Beatriz estão na cafeteria.
BEATRIZ: Está na quase na hora do nosso vôo. É melhor a gente ir fazer o check in
CESAR: Sim, vou pagar a conta
Cesar se levanta e segue até o balcão da cafeteria. 
Cesar olha para a televisão que está mostrando o plantão de emergência
NOTICIÁRIO DA TV: Um edifício em construção acaba de desabar no centro da cidade. Ainda não temos informações sobre vitimas ou sobre as causas do acidente, tudo que se sabe é que o edifício pertence ao grupo Glotz.
Cesar fica pálido. Beatriz se aproxima
BEATRIZ: Querido, já pagou a conta? É melhor irmos
CESAR: Olha a TV
Beatriz  presta atenção no noticiário
BEATRIZ: É o prédio do Arnaldo?
CESAR: Sim, eu não sei como isso foi acontecer. Preciso ir para lá imediatamente
BEATRIZ: Mas e a viagem? Temos que buscar a Isabela
CESAR: Me desculpe, mas não posso sair do Rio agora, eu sou o engenheiro responsável por essa obra.
BEATRIZ: Mas querido...
CESAR: Vai você, conforme for eu vou amanhã.
BEATRIZ: Está bem, me mantenha informada
Beatriz segue para a fila do check in
Cesar sai do aeroporto apressado.

CENA 3: TARDE – CIDADE DE CAMOCIM – RUA

Estrela e Danilo passeiam de mãos dadas pela rua
ESTRELA: Essa cidade é tão grande, tem tanta coisa diferente, coisas que eu nem sei o que são
DANILO: E olha que essa é uma cidade pequena.
ESTRELA: Pequena?
DANILO: É sim, uma vez quando eu era pequeno fui até Fortaleza, a capital do nosso estado. Aquilo sim é uma cidade grande, tem muito movimento e prédios enormes
ESTRELA: Nossa, deve ser legal, mas assustador
DANILO: É no inicio impressiona, mas depois a gente acaba se acostumando
ESTRELA: Você não tem vontade de sair da vila  morar numa cidade grande?
DANILO: Não sei, às vezes eu quero isso sim, mas sempre penso em ter que deixar meus pais, porque eu sei que meu pai jamais ia querer sair da vila, ele adora aquele lugar.
ESTRELA: Mas agora você deixou eles, deixou por minha culpa
DANILO: Você não tem culpa de nada. E eu não os deixei, é só uma situação temporária
ESTRELA: Então vamos voltar para a vila?
DANILO: Sim, mas ainda não sei quando
ESTRELA: Vou ficar feliz de estar onde você estiver
Danilo e Estrela continuam o passeio.

CENA 4: TARDE – RIO DE JANEIRO – CASA DE ARNALDO – SALA

Celine chega em casa e encontra um lindo buque de flores na mesa. 
LURDES: Entregaram essas flores agora pouco. São para senhora
Celine pega o cartão das flores e lê
LURDES: São do doutor Arnaldo?
CELINE: São sim
LURDES: Ele a ama muito
CELINE: Eu também o amo, mas não entendi esse selo no cartão
LURDES: Que selo?
Celine mostra o cartão a Lurdes
CELINE: É uma imagem das praias do caribe, mas isso não faz parte do cartão, foi colado aqui.
LURDES: Vai ver que foi o senhor Arnaldo quem colou
CELINE: Mas porque? Será que .... Oh meu Deus!
Celine fia animada
LURDES: O que foi?
CELINE: Acho que significa que faremos uma viagem para o Caribe. Certa vez comentei com ele que gostaria de uma segunda lua de mel no Caribe, será que é isso?
LURDES: É acho que é isso sim
CELINE: Vai ser ótimo. Estou tão feliz
Celine sobe cantarolando para o seu quarto

CENA 5: TARDE  - CIDADE DE CAMOCIM – RODOVIARIA

Catarina e Denise desembarcam do ônibus na rodoviária
DENISE: E agora?
Catarina pega a nota fiscal
CATARINA: Precisamos chegar nesse endereço, a casa do amigo do Danilo fica ao lado dessa loja
DENISE: Como você sabe que o Danilo esta lá?
CATARINA: Bem, na verdade eu não tenho certeza, mas é o mais provável pois o Danilo não tem mais nenhum amigo fora da vila
DENISE: Espero que você esteja certa. Vamos logo que já está anoitecendo
Catarina e Denise saem da rodoviária

CENA 6: TARDE – RIO DE JANEIRO – EMPRESA GOLTZ – SALA DE ARNALDO

Diogo entra correndo na sala de Arnaldo
DIOGO: Senhor, é verdade o que esta passando no noticiário?
Arnaldo aparenta estar muito nervoso
ARNALDO: Sim, acabei de confirmar. Como isso aconteceu?
DIOGO: Eu não sei, estava indo tudo certo
ARNALDO: Vamos para lá imediatamente. Ache o engenheiro agora.
Arnaldo sai da sala muito nervoso
Diogo pega o telefone para ligar para Cesar
Rogério entra
ROGERIO: Viu o que aconteceu no edifício?
DIOGO: sim, estou tentado falar com o Cesar
Rogério aparenta estar desesperado
ROGERIO: Será que isso tem a ver com a troca do material? O Cesar tinha dito que esse material mais barato não era indicado para uma obra desse tamanho
DIOGO: Não sei, mas se for isso a culpa é do Cesar, foi ele quem autorizou a troca dos materiais
ROGERIO: Não, você sabe que fomos nós quem mudamos os papeis
Diogo se aproxima de Rogério
DIOGO: Presta atenção, as notas estão assinadas pelo Cesar, se ele foi enganado ou não ninguém pode provar. Por isso, aconselho que fique tranqüilo e de bico calado
ROGERIO: Você vai deixar ele ser responsabilizado por uma coisa que nós fizemos?
DIOGO: O que você quer? Assumir a culpa? 
ROGERIO: Não, mas...
DIOGO: Siga meu conselho e haja naturalmente, não tem porque alguém desconfiar da gente. Fique calmo
Diogo sai. Rogério aparenta estar incomodado com a situação

CENA 7: TARDE – RIO DE JANEIRO – OBRA DO EDIFICIO GOLTZ

Os bombeiros continuam trabalhando no resgate dos operários. Milton está apreensivo procurando por Rafael.
Arnaldo chega e vai falar com o chefe dos bombeiros
ARNALDO: Como estão as coisas?
BOMBEIRO: Ainda tem alguns operários soterrados. Até agora encontramos quinze corpos e vários feridos
ARNALDO: Estou arruinado.
Arnaldo vê Cesar acompanhando as buscar e vai ate ele
ARNALDO: Como explica esse acidente?
CESAR: Também estou tão surpreso quanto você. Temos que esperar a pericia.
ARNALDO: Se foi erro humano, se prepare para enfrentar as conseqüências, você é o responsável pela obra
Arnaldo olha furioso para César.

CENA 8: NOITE – FORTALEZA – DELEGACIA – SALA DO DELEGADO RAMIREZ

Beatriz entra na sala do delegado Ramirez
BEATRIZ: Boa noite, acabei de desembarcar e vim direto para cá. Onde está minha filha?
RAMIREZ: Desculpe senhora, eu acho que me precipitei em ter ligado para a senhora
BEATRIZ: Como assim? Não e diga que a menina que encontraram não é a Isabela
RAMIREZ: Não sei, a garota sumiu
BEATRIZ: Como assim sumiu?
RAMIREZ: Pelo o que sabemos ela estava com uma família de pescadores em uma vila do interior, mas sumiu com o filho do casal. A policia esta atrás deles
BEATRIZ: Oh meu deus, eu vim com tantas esperanças.

CENA 9: NOITE -  CIDADE DE CAMOCIM -  CASA DE VINICIUS  – SALA

Danilo está na sala assistindo tevê, quando escuta a campainha
DANILO: Será que o Vinicius esqueceu a chave?
Danilo abre a porta e leva um susto.
DANILO: Catarina? Denise? O que vocês estão fazendo aqui
CATARINA: Por que você fugiu? Cadê a Estrela?
Catarina e Denise entram
DANILO: Como descobriram onde eu estava?
CATARINA: Isso não vem ao caso. A Estrela está aqui?
DANILO: Sim. Está tomando banho
DENISE: Desculpe, isso tudo é culpa minha, eu não devia te falado nada
DANILO: Você não tem culpa de nada Denise, a culpa é toda da Larissa e eu te agradeço muito por ter me contado o que ela fez, do contrario, a Estrela estaria num abrigo agora
CATARINA: Vocês precisam voltar imediatamente.

CENA 10: NOITE – CIDADE DE CAMOCIM – CASA DE VINICIUS – CORREDOR

Estrela sai do banho e escuta a voz de Catarina. Ela se aproxima da porta da sala, mas pára ao ouvir a menina dizendo que eles precisam voltar. 
Estrela fica parada ouvindo a conversa

CENA 11: NOITE – CIDADE DE CAMOCIM  – CASA DE VINICIUS – SALA

DANILO: De jeito nenhum. Se voltarmos vão levar a Estrela
CATARINA: Papai e mamãe estão presos
DANILO: O que?
CATARINA: Eles estão sendo acusados de seqüestro. 
DENISE: E também estão atrás de você.
CATARINA: Vocês precisam voltar
Danilo aparenta estar confuso
DANILO: Eu nãos sei o que fazer. Se voltar vão levar a Estrela
CATARINA: Mas se você não voltar, papai e mamãe ficarão presos. Você entende o que está acontecendo? Daqui a pouco eu é que vou parar num abrigo.
DANILO: Não posso fazer isso com a estrela, não posso entregá-la.

CENA 12: NOITE – CIDADE DE CAMOCIM  – CASA DE VINICIUS  – QUARTO

Estrela entra correndo no quarto com os olhos cheios de lagrimas. 
Ela pega um pouco de dinheiro na mochila de Danilo e o celular dele.
 Estrela sai pela janela.

CENA 13: NOITE – RIO DE JANEIRO -  OBRA DO EDIFICIO GOLZ

Milton continua acompanhando o trabalho dos bombeiros. Ele vê um rapaz saindo dos escombros numa maca e o reconhece
MILTON: Meu filho. É o meu filho
Milton corre até o rapaz, mas um bombeiro o segura
BOMBEIRO: Calma, senhor
MILTON: Ele é meu filho. Como ele está?
BOMBEIRO: Precisa ser levado para o hospital, lá te darão mais informações
Os bombeiros colocam Rafael na ambulância junto com outros feridos. 
BOMBEIRO: O senhor terá que ir de carro, a ambulância já esta cheia
MILTON: Certo, encontro vocês no hospital.
Milton corre para pegar seu carro

CENA 14: NOITE – CIDADE  DE CAMOCIM  – CASA DE VINICIUS – SALA

Catarina e Denise tentam convencer Danilo a voltar para casa
CATARINA: Não acredito que você vai deixar nossos pais presos
DANILO: Claro que não. Mas deve haver outro jeito
DENISE: Por que não chama a Estrela e decidimos juntos, ela tem o direito de opinar
DANILO: Esta bem. Vou ver se ela saiu do banho
Danilo sai
CATARINA: Meu irmão está irreconhecível
DENISE: Ele ama muito a Estrela e quer protegê-la a todo custo
CATARINA: Eu também quero protegê-la, mas não a custa da liberdade dos meus pais
Danilo volta assustado
DANILO: A Estrela sumiu

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