Cena 1/
Mansão de Antonio/ Jardim/ Dia
(Antonio sai
do carro)
ANTONIO:
Marieta, é você?
MARIETA: Sou
eu sim, Antônio.
(Antonio
abraça Marieta)
MARIETA:
Nossa, e eu que pensei que você iria me apedrejar quando descobrisse que estou viva.
ANTONIO:
Claro que não. Eu fico feliz, de verdade.
MARIETA:
Desculpa por todos os erros que eu cometi com você. Você nunca mereceu isso. Se
eu pudesse voltar no tempo, eu evitava esses erros, eu me preocuparia em apenas
te fazer feliz.
ANTONIO:
Pena que ainda não inventaram essa máquina, né? A Mariana e o Daniel sabem que
você está viva?
MARIETA:
Sim. Foi um reencontro emocionante. Eu adorei abraçar meus filhos. Bem, mas
agora eu preciso ir. A gente se vê.
ANTONIO:
Certo. Até mais.
Cena 2/
Mansão de Antonio/ Quarto de Antonio/ Interno/ Dia
DIANA: Pelo
visto, você amou reencontrar a Marieta. Se abraçaram e tudo. Só faltou o beijo
apaixonado.
ANTONIO: Por
favor, Diana. Menos.
DIANA:
Menos? Você esqueceu das barbaridades que aquela mulher te fez?
ANTONIO:
Não, mas sinto que ela está arrependida. Sem falar que foi ao lado dela que
passei o momento mais feliz da minha vida: o nascimento do Daniel.
DIANA: O
Daniel é meu filho.
ANTONIO:
Não, o Daniel é filho da Marieta. Meu erro foi ter deixado você se apossar
dessa idéia de ser mãe do Daniel. Você não passa da madrasta dele.
DIANA: O quê
que é, Antonio? Ontem você estava implorando para eu ficar. Agora está me
tratando com ignorância. Olha que eu vou embora, hein?
ANTONIO:
Vai, Diana. Quer saber de uma coisa? Eu lavo as minhas mãos.
Cena 3/
Tribunal/ Interno/ Dia
AMANDA: Eu
sempre fui muito submissa ao Guilherme. Na verdade, ele me obrigou a ser
submissa, porque ele não deixava eu sonhar, ser independente, realizar meus
desejos. Eu servia apenas para cuidar da Juliana e limpar a casa. Eu precisava
ser independente. E para eu alcançar minha felicidade, eu precisava me separar
e separei.
GUILHERME:
Merítissimo, se a Amanda gostasse realmente da Ju, ela largaria esses sonhos
idiotas para ficar com ela, para continuar nosso casamento.
AMANDA:
Meritissimo, eu fiquei confusa quando o Guilherme me obrigou a decidir entre
minha filha e minha vida. Para eu me sentir completa e feliz, eu preciso dos
dois.
GUILHERME: E
você pretende sustentar a Juliana como? Você mora em um quartinho de hotel e
está desempregada. É claro que eu estou mais apto a ficar com a Ju.
JUIZ:
Silêncio. Dona Amanda, como é o Seu Guilherme como pai?
AMANDA: Ele
sempre deu amor e carinho para Ju. Mas é um pai muito carrasco. Certo que os
filhos precisam de limites, mas eles tem o direito de se sentirem livres e o
Guilherme não permite que a Ju sinta essa liberdade.
JUIZ: Bem,
agora vamos ouvir Juliana Almeida. Pode entrar.
(Juliana
entra)
Cena 4/
Centro de Pesquisas/ Interno/ Dia
(Carlos
entra na sala de Antônio e Laila vê. A garota liga para Antônio)
LAILA: Seu
Antonio? Oi, aqui é a Laila. O seu Carlos acabou de entrar na sua sala. É
melhor o senhor vir.
Cena 5/
Mansão de Débora/ Sala/ Interno/ Dia
NATHALIA:
Tia Diana acabou de ligar e ela me trouxe uma bomba. Adivinha o que é?
DIANA: Já
estou bem grandinha para brincar de adivinhações, não acha filha?
NATHALIA: O
Dani e a Mariana são irmãos. Ou seja, eu nem preciso matar aquela retirante,
pois a vida deu um jeito bem inusitado para separar os dois.
DIANA: Estou
de saída, filha. Beijos
(Débora
passa pelo jardim. Detrás de uns arbustos, sai Leonardo que circula ao redor da
mansão. Ele sobe uma escada que dá acesso ao quarto de Débora e entra. Ele
vasculha o quarto da moça e acha uma superfície oca no guarda roupa dela)
LEONARDO:
Bingo
(Leonardo
abre a superfície oca e encontra uma carta. Ele lê)
LEONARDO: Eu
não acredito. Nessa carta, a Débora confessa que matou meu pai.
Cena 6/
Quarto de Hotel/ Interno/ Dia
CLEBER: Olha
a surpresa que eu trouxe
DEBORA:
Gostei de ver
CLEBER: Aqui
está a maconha que pediu.
DEBORA:
Maravilha. Agora, eu quero ver se o Leonardo dará as caras na audiência.
Cena 7/
Centro de Pesquisas/ Sala de Antonio/ Interno/ Dia
CARLOS:
Droga. Já tentei todo tipo de senha, mas nenhuma dá certo.
(PAUSA)
CARLOS:
Espera aí. Será que é essa?
(Carlos
digita “EU TE AMO MARIETA”. O cofre se abre)
CARLOS:
Bingo
(Carlos pega
todo o dinheiro do cofre e coloca em uma maleta. Ele deixa um papelzinho cair
do cofre e o pega)
CARLOS: Que
papel é esse?
(Antonio
abre a porta da sala. Carlos se assusta e põe o papelzinho no bolso da calça)
ANTONIO: Eu
sabia, seu ladrãozinho de araque.
(Antonio dá
um soco em Carlos)
Cena 8/
Tribunal/ Interno/ Dia
JUIZ: Bom
dia, Juliana.
JULIANA: Bom
dia
JUIZ: Ju, a
minha pergunta é bem simples. Com quem você quer ficar?
JULIANA: Com
minha mãe.
GUILHERME: O
que, filha?
JUIZ:
Silêncio, seu Guilherme. Respeite a vontade de sua filha. Porque você quer
ficar com sua mãe?
JULIANA: Ela
me entende mais, me incentiva, me apóia nos meus sonhos.
JUIZ: E seu
pai?
JULIANA: Ele
me proíbe de tudo, me submete a ele sempre e me deixa sozinha em casa, a mercê
do perigo de um pedófilo que mora perto da gente.
JUIZ,
AMANDA, GUILHERME: Pedófilo?
JULIANA:
Sim. Ele tentou me abusar uma vez, mas o Leonardo me salvou a tempo. Agora, ele
vive me ameaçando, dizendo que vai transar comigo.
AMANDA: Isso
é muito perigoso. Meritíssimo, o senhor tem eu fazer alguma coisa para deter
esse pedófilo.
JUIZ: Pode
ficar tranqüila, que nós faremos. Quando a audiência terminar, irei entrar em
contato com uma equipe policial de minha confiança.
RABELO: E
quanto as outras audiências?
JUIZ: Não
terá outras. Essa é o suficiente para determinar que a Juliana será mais
saudável ao lado da mãe. O pai poderá pagar uma determinada quantia de pensão
alimentícia.
RABELO: Mas
isso é um absurdo. Essa senh...
GUILHERME:
Chega, Dr. Rabelo. Agora eu vejo que minha filha será mais feliz ao lado da
Amanda. Eu quero que elas fiquem juntas. E eu me disponho a pagar a quantia que
for.
JULIANA: Pai
(Juliana
abraça o pai)
GUILHERME: E
quanto ao pedófilo?
JUIZ: Acabei
de falar com a equipe. Eles tem uma estratégia em mente e essa é a que iremos
usar par pegá-lo.
Cena 9/
Mansão de Antonio/ Sala/ Interno/ Dia
(Antonio
chega em casa, com Carlos ensangüentado)
ANTONIO:
Maldito.
(Antonio
joga Carlos no sofá)
CARLOS: Você
acha que me mete medo com essa valentia toda, seu frouxo?
(Valeria,
Diana e Alberto descem as escadas)
VALERIA: Mas
o que está acontecendo aqui?
ANTONIO: Seu
maridinho é um bandido, um ladrão. Eu o flagrei roubando o cofre do Centro de
Pesquisas
VALERIA: O
que? Isso é verdade, Carlos?
CARLOS: É
verdade sim, mas esse fracote do teu irmão apareceu bem na hora. Eu odeio todos
vocês.
VALERIA:
Mas...
CARLOS:
Principalmente você, Valeria. Eu me casei com você para ter acesso mais fácil
ao dinheiro, mas de você eu não consegui nada, nem me satisfazer sexualmente.
Que homem quer ter uma baleia em cima dele?
VALERIA: Não
estou acreditando nisso. Você é um monstro, Carlos.
(Valeria
cospe em Carlos)
CARLOS:
Isso. Cospe, bate, me sacrifica.
ANTONIO:
Some daqui. Vai embora.
CARLOS: Eu
vou. Não precisa me dar mais uma surra, não. Mas antes de sumir, tenho que
pegar minhas coisas lá em cima.
VALERIA: No
meu quarto você não pisa mais.
(Valeria
sobe as escadas)
CARLOS: Vai
fazer o que, baleia?
ANTONIO: Não
fala assim da minha irmã, marginal.
(Antonio dá
mais um soco em Carlos)
ANTONIO:
Você vai sumir daqui, nem que seja a base de socos.
(Antonio
pega Carlos no colarinho e o derruba no chão. Com o pé, Antonio empurra Carlos
para o jardim. Da varanda, Valéria grita)
VALERIA:
Olha aqui sua roupa, seu monstro.
(Valeria
rasga as roupas de Carlos e joga no chão do jardim)
VALERIA:
Desgraçado, monstro, ordinário, bandido. Vá para o Inferno, diabo.
Cena 10/ Casa
de Lucidio/ Sala/ Interno/ Dia
(A campainha
toca e Lucidio atende)
LUCIDIO:
Juliana?
JULIANA:
Pare de tentar me seduzir, seu velho nojento. Eu apenas vim aqui para te
avisar.
LUCIDIO: Eu
sei bem o que você veio fazer aqui. Deixa que meu trato vai ser bem romântico.
Não vai doer nada.
(Lucidio
agarra Juliana e a leva para dentro de casa. Ele fecha a porta)
Cena 11/
Casa de Leonardo/ Externo/ Dia
(Cleber e
Debora saem da casa de Leonardo)
DEBORA:
Maconha no seu devido lugar. Agora você vai denunciá-lo. Pegue o telefone.
CLEBER: A
pior parte sobra para mim, né?
DEBORA:
Claro. Você é o homem da dupla.
CLEBER: Alô,
é da policia? Eu gostaria de fazer uma denuncia anônima. É contra um traficante
de drogas da favela onde eu moro.
(PAUSA)
CLEBER: O
nome do traficante? Leonardo. Ele se chama Leonardo. Vou dar o endereço da casa
dele.
Cena 12/
quartinho de Marieta/ Interno/ Dia
MARIETA:
Meus filhos, eu chamei vocês aqui, pois eu tenho uma revelação a fazer.
DANIEL:
Revelação?
MARIETA:
Antes de dizer qualquer coisa, eu quero dizer que tudo o que fiz foi para não
perder o seu amor, o seu carinho, Mariana.
MARIANA: Eu
não estou entendendo mais nada. Fala logo.
MARIETA:
Depois que eu vi como era lindo o amor de vocês dois, eu percebi que eu não
poderia estragá-lo.
DANIEL: Como
assim?
MARIETA:
Meus filhos, vocês não são irmãos.
DANIEL: O
que?
MARIETA: É isso mesmo, eu menti. Vocês nunca foram irmãos. E
sabem por quê? Porque você, Mariana, não é minha filha biológica. Eu te roubei
em uma maternidade.
FIM DO CAPITULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário