quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Roleta Russa - Capitulo 45


Cena 1/ Mansão de Antonio/ Jardim/ Dia
(Antonio sai do carro)
ANTONIO: Marieta, é você?
MARIETA: Sou eu sim, Antônio.
(Antonio abraça Marieta)
MARIETA: Nossa, e eu que pensei que você iria me apedrejar quando descobrisse que estou viva.
ANTONIO: Claro que não. Eu fico feliz, de verdade.
MARIETA: Desculpa por todos os erros que eu cometi com você. Você nunca mereceu isso. Se eu pudesse voltar no tempo, eu evitava esses erros, eu me preocuparia em apenas te fazer feliz.
ANTONIO: Pena que ainda não inventaram essa máquina, né? A Mariana e o Daniel sabem que você está viva?
MARIETA: Sim. Foi um reencontro emocionante. Eu adorei abraçar meus filhos. Bem, mas agora eu preciso ir. A gente se vê.
ANTONIO: Certo. Até mais.

Cena 2/ Mansão de Antonio/ Quarto de Antonio/ Interno/ Dia
DIANA: Pelo visto, você amou reencontrar a Marieta. Se abraçaram e tudo. Só faltou o beijo apaixonado.
ANTONIO: Por favor, Diana. Menos.
DIANA: Menos? Você esqueceu das barbaridades que aquela mulher te fez?
ANTONIO: Não, mas sinto que ela está arrependida. Sem falar que foi ao lado dela que passei o momento mais feliz da minha vida: o nascimento do Daniel.
DIANA: O Daniel é meu filho.
ANTONIO: Não, o Daniel é filho da Marieta. Meu erro foi ter deixado você se apossar dessa idéia de ser mãe do Daniel. Você não passa da madrasta dele.
DIANA: O quê que é, Antonio? Ontem você estava implorando para eu ficar. Agora está me tratando com ignorância. Olha que eu vou embora, hein?
ANTONIO: Vai, Diana. Quer saber de uma coisa? Eu lavo as minhas mãos.

Cena 3/ Tribunal/ Interno/ Dia
AMANDA: Eu sempre fui muito submissa ao Guilherme. Na verdade, ele me obrigou a ser submissa, porque ele não deixava eu sonhar, ser independente, realizar meus desejos. Eu servia apenas para cuidar da Juliana e limpar a casa. Eu precisava ser independente. E para eu alcançar minha felicidade, eu precisava me separar e separei.
GUILHERME: Merítissimo, se a Amanda gostasse realmente da Ju, ela largaria esses sonhos idiotas para ficar com ela, para continuar nosso casamento.
AMANDA: Meritissimo, eu fiquei confusa quando o Guilherme me obrigou a decidir entre minha filha e minha vida. Para eu me sentir completa e feliz, eu preciso dos dois.
GUILHERME: E você pretende sustentar a Juliana como? Você mora em um quartinho de hotel e está desempregada. É claro que eu estou mais apto a ficar com a Ju.
JUIZ: Silêncio. Dona Amanda, como é o Seu Guilherme como pai?
AMANDA: Ele sempre deu amor e carinho para Ju. Mas é um pai muito carrasco. Certo que os filhos precisam de limites, mas eles tem o direito de se sentirem livres e o Guilherme não permite que a Ju sinta essa liberdade.
JUIZ: Bem, agora vamos ouvir Juliana Almeida. Pode entrar.
(Juliana entra)

Cena 4/ Centro de Pesquisas/ Interno/ Dia
(Carlos entra na sala de Antônio e Laila vê. A garota liga para Antônio)
LAILA: Seu Antonio? Oi, aqui é a Laila. O seu Carlos acabou de entrar na sua sala. É melhor o senhor vir.

Cena 5/ Mansão de Débora/ Sala/ Interno/ Dia
NATHALIA: Tia Diana acabou de ligar e ela me trouxe uma bomba. Adivinha o que é?
DIANA: Já estou bem grandinha para brincar de adivinhações, não acha filha?
NATHALIA: O Dani e a Mariana são irmãos. Ou seja, eu nem preciso matar aquela retirante, pois a vida deu um jeito bem inusitado para separar os dois.
DIANA: Estou de saída, filha. Beijos
(Débora passa pelo jardim. Detrás de uns arbustos, sai Leonardo que circula ao redor da mansão. Ele sobe uma escada que dá acesso ao quarto de Débora e entra. Ele vasculha o quarto da moça e acha uma superfície oca no guarda roupa dela)
LEONARDO: Bingo
(Leonardo abre a superfície oca e encontra uma carta. Ele lê)
LEONARDO: Eu não acredito. Nessa carta, a Débora confessa que matou meu pai.

Cena 6/ Quarto de Hotel/ Interno/ Dia
CLEBER: Olha a surpresa que eu trouxe
DEBORA: Gostei de ver
CLEBER: Aqui está a maconha que pediu.
DEBORA: Maravilha. Agora, eu quero ver se o Leonardo dará as caras na audiência.

Cena 7/ Centro de Pesquisas/ Sala de Antonio/ Interno/ Dia
CARLOS: Droga. Já tentei todo tipo de senha, mas nenhuma dá certo.
(PAUSA)
CARLOS: Espera aí. Será que é essa?
(Carlos digita “EU TE AMO MARIETA”. O cofre se abre)
CARLOS: Bingo
(Carlos pega todo o dinheiro do cofre e coloca em uma maleta. Ele deixa um papelzinho cair do cofre e o pega)
CARLOS: Que papel é esse?
(Antonio abre a porta da sala. Carlos se assusta e põe o papelzinho no bolso da calça)
ANTONIO: Eu sabia, seu ladrãozinho de araque.
(Antonio dá um soco em Carlos)

Cena 8/ Tribunal/ Interno/ Dia
JUIZ: Bom dia, Juliana.
JULIANA: Bom dia
JUIZ: Ju, a minha pergunta é bem simples. Com quem você quer ficar?
JULIANA: Com minha mãe.
GUILHERME: O que, filha?
JUIZ: Silêncio, seu Guilherme. Respeite a vontade de sua filha. Porque você quer ficar com sua mãe?
JULIANA: Ela me entende mais, me incentiva, me apóia nos meus sonhos.
JUIZ: E seu pai?
JULIANA: Ele me proíbe de tudo, me submete a ele sempre e me deixa sozinha em casa, a mercê do perigo de um pedófilo que mora perto da gente.
JUIZ, AMANDA, GUILHERME: Pedófilo?
JULIANA: Sim. Ele tentou me abusar uma vez, mas o Leonardo me salvou a tempo. Agora, ele vive me ameaçando, dizendo que vai transar comigo.
AMANDA: Isso é muito perigoso. Meritíssimo, o senhor tem eu fazer alguma coisa para deter esse pedófilo.
JUIZ: Pode ficar tranqüila, que nós faremos. Quando a audiência terminar, irei entrar em contato com uma equipe policial de minha confiança.
RABELO: E quanto as outras audiências?
JUIZ: Não terá outras. Essa é o suficiente para determinar que a Juliana será mais saudável ao lado da mãe. O pai poderá pagar uma determinada quantia de pensão alimentícia.
RABELO: Mas isso é um absurdo. Essa senh...
GUILHERME: Chega, Dr. Rabelo. Agora eu vejo que minha filha será mais feliz ao lado da Amanda. Eu quero que elas fiquem juntas. E eu me disponho a pagar a quantia que for.
JULIANA: Pai
(Juliana abraça o pai)
GUILHERME: E quanto ao pedófilo?
JUIZ: Acabei de falar com a equipe. Eles tem uma estratégia em mente e essa é a que iremos usar par pegá-lo.

Cena 9/ Mansão de Antonio/ Sala/ Interno/ Dia
(Antonio chega em casa, com Carlos ensangüentado)
ANTONIO: Maldito.
(Antonio joga Carlos no sofá)
CARLOS: Você acha que me mete medo com essa valentia toda, seu frouxo?
(Valeria, Diana e Alberto descem as escadas)
VALERIA: Mas o que está acontecendo aqui?
ANTONIO: Seu maridinho é um bandido, um ladrão. Eu o flagrei roubando o cofre do Centro de Pesquisas
VALERIA: O que? Isso é verdade, Carlos?
CARLOS: É verdade sim, mas esse fracote do teu irmão apareceu bem na hora. Eu odeio todos vocês.
VALERIA: Mas...
CARLOS: Principalmente você, Valeria. Eu me casei com você para ter acesso mais fácil ao dinheiro, mas de você eu não consegui nada, nem me satisfazer sexualmente. Que homem quer ter uma baleia em cima dele?
VALERIA: Não estou acreditando nisso. Você é um monstro, Carlos.
(Valeria cospe em Carlos)
CARLOS: Isso. Cospe, bate, me sacrifica.
ANTONIO: Some daqui. Vai embora.
CARLOS: Eu vou. Não precisa me dar mais uma surra, não. Mas antes de sumir, tenho que pegar minhas coisas lá em cima.
VALERIA: No meu quarto você não pisa mais.
(Valeria sobe as escadas)
CARLOS: Vai fazer o que, baleia?
ANTONIO: Não fala assim da minha irmã, marginal.
(Antonio dá mais um soco em Carlos)
ANTONIO: Você vai sumir daqui, nem que seja a base de socos.
(Antonio pega Carlos no colarinho e o derruba no chão. Com o pé, Antonio empurra Carlos para o jardim. Da varanda, Valéria grita)
VALERIA: Olha aqui sua roupa, seu monstro.
(Valeria rasga as roupas de Carlos e joga no chão do jardim)
VALERIA: Desgraçado, monstro, ordinário, bandido. Vá para o Inferno, diabo.

Cena 10/ Casa de Lucidio/ Sala/ Interno/ Dia
(A campainha toca e Lucidio atende)
LUCIDIO: Juliana?
JULIANA: Pare de tentar me seduzir, seu velho nojento. Eu apenas vim aqui para te avisar.
LUCIDIO: Eu sei bem o que você veio fazer aqui. Deixa que meu trato vai ser bem romântico. Não vai doer nada.
(Lucidio agarra Juliana e a leva para dentro de casa. Ele fecha a porta)

Cena 11/ Casa de Leonardo/ Externo/ Dia
(Cleber e Debora saem da casa de Leonardo)
DEBORA: Maconha no seu devido lugar. Agora você vai denunciá-lo. Pegue o telefone.
CLEBER: A pior parte sobra para mim, né?
DEBORA: Claro. Você é o homem da dupla.
CLEBER: Alô, é da policia? Eu gostaria de fazer uma denuncia anônima. É contra um traficante de drogas da favela onde eu moro.
(PAUSA)
CLEBER: O nome do traficante? Leonardo. Ele se chama Leonardo. Vou dar o endereço da casa dele.

Cena 12/ quartinho de Marieta/ Interno/ Dia
MARIETA: Meus filhos, eu chamei vocês aqui, pois eu tenho uma revelação a fazer.
DANIEL: Revelação?
MARIETA: Antes de dizer qualquer coisa, eu quero dizer que tudo o que fiz foi para não perder o seu amor, o seu carinho, Mariana.
MARIANA: Eu não estou entendendo mais nada. Fala logo.
MARIETA: Depois que eu vi como era lindo o amor de vocês dois, eu percebi que eu não poderia estragá-lo.
DANIEL: Como assim?
MARIETA: Meus filhos, vocês não são irmãos.
DANIEL: O que?
MARIETA: É isso mesmo, eu menti. Vocês nunca foram irmãos. E sabem por quê? Porque você, Mariana, não é minha filha biológica. Eu te roubei em uma maternidade.

FIM DO CAPITULO




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