Continuação
imediata do capítulo anterior.
CENA
1 /CASA DAS POMBINHAS /SALA /INTERIOR /DIA
Afonso
– (irritado) Como é que é, Evandro? Você fugiu?
Evandro
– É pai, mas... /
Afonso
– (irritado) Não quero saber! Vamos embora! Você vai ver quando
chegarmos em casa!
Gregório
– Calma, pai! O Evandro vai explicar...
Afonso
– Não se mete, Gregório! Espero que você também não tenha me
decepcionado!
Gregório
– Não, pai! Fiz tudo direitinho e foi ótimo!
Afonso
– Ainda bem! Pelo menos um de meus filhos é homem!
Evandro
– (tímido) Eu também sou homem, pai!
Afonso
– Cale a boca moleque!
Jussara,
ao ver a discussão que se formou, tenta intervir.
Jussara
– Dr. Afonso, quem sabe ele não gostou da menina. Ou não estava
pronto.
Afonso
– Não se meta dona Jussara! É um assunto de família.
Afonso
puxa Evandro pela orelha e vai em direção ao carro. Gregório segue
os dois sorrindo.
Afonso
– Tchau, dona Jussara! Obrigado por tudo. Até qualquer dia desses!
Jussara
– Tchau, Dr. Afonso! Tchau, meninos!
Gregório
– Tchau, dona Jussara!
CENA
2 /ESTRADA /EXTERIOR /DIA
No
carro, Afonso dá aquela bronca:
Afonso
– (gritando) Que bela merda você fez, hoje, Evandro!
Evandro
– (baixinho) Desculpa, pai.
Afonso
– Se você fosse homem, não me faria passar por essa vergonha!
Evandro
– Só porque eu... /
Afonso
– Não repita, ou eu te largo aqui mesmo, na estrada!
Gregório
escuta tudo, tentando segurar o riso.
CENA
3 /CASA DAS POMBINHAS /QUARTO DE MICHELLI /INTERIOR /DIA
Michelle
está deitada, quando Jussara entra. Michelli levanta.
Michelle
– Dona Jussara, eu... eu... não sei o que aconteceu!
Jussara
– Acho melhor encontrar uma resposta...
Michelle
– Realmente, não entendo. Ele estava um pouco nervoso, mas acho
que era normal. Apesar disso, estava indo tudo bem, até que ele
simplesmente... Fugiu!
Jussara
– Estou de olho em você, Michelle.
Jussara
sai.
Michelle
– (pensando) O que será que aconteceu com aquele menino?
CENA
4 /CIDADE /PLANO GERAL /DIA
Paisagens
da cidade são mostradas ao som de “Michael Jackson – Ben”
Letreiro: Algum
tempo depois...
CENA
5 /MANSÃO FELISBERTO /SALA /INTERIOR/ DIA
Vânia
– (nervosa) Meu Deus, que tenha dado tudo certo...
Vânia
está envolta com seus pensamentos, quando a porta se abre,
assustando-a.
Afonso
entra, com Gregório e Evandro logo atrás.
Vânia
– Afonso! Meninos! Até que enfim vocês chegaram! E aí, como foi?
Tudo bem?
Afonso
– (para os filhos) Vão lá pra cima! Depois quero ter uma conversa
com vocês!
Os
meninos sobem, calados. Evandro à frente, mais rápido.
Afonso
pega um copo e uma garrafa de whisky. Senta-se no sofá e começa a
beber. Vânia fica aflita.
Vânia
– Homem de Deus! Não me deixe nessa agonia! Me diga! Deu tudo
certo? Fale!
Afonso
coloca o copo em cima de uma mesinha.
Afonso
– (irritado) Com Gregório deu tudo certo. Esse é homem igual ao
pai!
Vânia
– Como assim, “com o Gregório”? E o Evandro? O que aconteceu?
Fale, homem!
Afonso
– Aquele seu filho me envergonhou! Mas, ele vai ter o que merece! -
grita
Vânia
– Afonso, por Deus! Nosso filho! Não me deixe mais nervosa, o que
aconteceu?
Afonso
– Sabe o que aquele.../
Vânia
– (corta) Afonso!
Afonso
– Sabe o que ele aprontou?
Vânia
– Fale logo!
Afonso
– Simplesmente fugiu!
Vânia
– Fugiu?
Afonso
explica todo o acontecido.
CENA
6 /MANSÃO FELISBERTO /QUARTO /INTERIOR /DIA
Evandro
deitado em sua cama, triste. Gregório em frente ao espelho lembrando
do que acabou de acontecer.
Evandro
– Gregório! O que você acha que nosso pai vai fazer?
Gregório
– Não sei, Evandro. Você sabe como ele é.
Evandro
– Eu não consegui, Gregório! Não foi culpa minha.
Gregório
– Não entendo como você não quis uma mulher daquelas... Até
parece que você... /
Evandro
– (corta) Cale a boca, Gregório! Eu apenas não tava preparado!
Gregório
– Eu também não, mas aproveitei. E digo mais: foi ótimo!
Evandro
– Nosso pai disse que quer falar com a gente depois. To com medo!
Gregório
– Eu não. Fiz tudo direitinho. Agora, boa sorte pra você, meu
irmão! - ri
Os
irmãos ficam em silêncio por alguns segundos, até que a porta se
abre. Afonso entra, com uma cara séria, assustadora. Gregório e
Evandro se levantam. Evandro com a cabeça baixa.
Evandro
– (baixinho) Vai me bater, pai? Tudo bem, sei que mereço!
Afonso
– Até deveria, pois você merece, pela vergonha que me fez passar
diante das moças!
Gregório
– Vai fazer o que, então, pai? Deixá-lo de castigo?
Afonso
– Não, Gregório. Conversei com sua mãe e ela me convenceu a dar
uma segunda chance.
Evandro
– (aliviado) Segunda chance?
Gregório
– (decepcionado) Segunda chance?
Afonso
– Sim! Amanhã eu e Evandro vamos voltar lá e ai dele se
decepcionar novamente!
Câmera
congela em Evandro assustado.
FIM
DO CAPÍTULO
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