Capítulo 003
(10/11/11)
LADO A LADO
Novela de
FELIPE LEIBOLD
Personagens deste capítulo
CAROLINA MÁRCIO RAFAEL
ANA MÁRCIA PABLO
FÁBIO RAIMUNDO
MILTON EDGAR
CÁSSIO NÁDIA
SÔNIA LUANA
GUILHERME LURDES
VALTER EDUARDO
HENRIQUE DOUTOR JORGE
CENA 1/ RODRIGUES/ SALÃO/ INTERNO/ NOITE.
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Milton olhando para Ana e Cássio.
MILTON – (tentando se controlar) Ana. . . Vamos conversar em outro lugar. . . Sozinhos.
Cássio fica assustado. Milton leva Ana pela mão.
CORTA PARA:
CENA 2/ RODRIGUES/ SECRETARIA/ INTERNO/ DIA.
Milton chega com Ana na secretaria.
MILTON – Pronto, aqui num tem ninguém e você pode me explicar por que você chamou um pobre pra cá!
ANA – Será que pra você uma pessoa só pode ser boa se ela tiver dinheiro? Se ela tiver fama? Uma grande empresa?! É isso?!
MILTON – Pra falar a verdade. . . É! Imagina se os Ingleses chegam aqui e veem que minha filha está namorando um pobre?!
ANA – Primeiro, eu não tô namorando o Cássio! Segundo que aposto que eles são muito mais sensatos que você, por isso, não iriam ligar!
MILTON – Menina respeita o seu pai, você sabe do que eu sou capaz!
ANA – Sei mesmo. . . Você é capaz de matar, de maltratar, de ser grosso! Você é capaz de tudo que não seja ser bom, gentil e honesto.
MILTON – Outra coisa, quando é que você conheceu esse vagabundo?
ANA – Em um show. . .
MILTON – Em um show?! Quando você foi a um show?!
ANA – Olha, eu já te falei demais, sobre coisas que não lhe cabem saber!
MILTON – (sussurrando) Mas eu sou um homem de palavras, e você lembra o que eu disse?
ANA – O que?
MILTON – Que se você aparecesse com um pobre aqui. . . . Eu te matava!
Milton pega uma tesoura. E vai para cima de Ana ela grita. Ele coloca a tesoura no pescoço dela.
MILTON – (sussurrando) Você vai morrer cedinho. . . Que pena!
Ana joga Milton pro lado, e sai correndo.
CORTA PARA:
CENA 3/ RODRIGUES/ SALÃO/ INTERNO/ NOITE.
Ana chega chorando. Cássio se preocupa.
CÁSSIO – O que houve?!
ANA – Deixa pra lá, vamos embora.
Cássio e Ana saem.
CORTA PARA:
CENA 4/ RUA/ FRENTE RODRIGUES/ EXTERNO/ NOITE.
Ana e Cássio saindo da Rodrigues.
CÁSSIO – Agora, você pode me falar o que aconteceu?
ANA – Melhor depois Cássio! Acho que agora eu vou pra casa.
CÁSSIO – Não, Ana! Fica aqui! A gente fica fazendo alguma coisa por aí.
ANA – Tudo bem! (Ela esfrega as lágrimas). Obrigada.
CÁSSIO – Por quê?
ANA – Por ficar do meu lado aqui.
CÁSSIO – Que nada, é muito bom ficar do seu lado.
ANA – É uma boa ideia a gente sair mesmo e ficar conversando por aí. Afinal, nós nos conhecemos muito pouco.
CÁSSIO – É verdade. . .
Os dois ficam um tempo se olhando. Até que se beijam.
CORTA PARA:
CENA 5/ RODRIGUES/ SALÃO/ INTERNO/ NOITE.
Guilherme e Henrique conversando. Márcia chega.
MÁRCIA – Deve ter acontecido alguma coisa com o Milton e a Ana lá em cima!
GUILHERME – Mas é óbvio que aconteceu, Márcia!
MÁRCIA – Ô Guilherme, sabe o que eu não entendo? Você é o co-presidente da Rodrigues, e deveria passar mais tempo com o Milton do que com nós, secretários. Mas você faz exatamente ao contrário!
GUILHERME – Claro que não! Eu trato muito de negócios com o Milton, mas não sou que nem ele como pessoa, vocês são muito mais legais.
HENRIQUE – Obrigado pela parte que nos toca.
Todos riem. O celular de Márcia toca.
MÁRCIA – Um minuto. (ela atende o celular) Empresa de Marketing Rodrigues, quem deseja?
CORTA PARA:
CENA 6/ COMUNIDADE/ CASA DE LURDES E VALTER/ INTERNO/ NOITE.
Lurdes sentada no sofá. Valter chega.
VALTER – Lurdes, eu vou lá pra festa da empresa.
LURDES – Tudo bem, querido. Volta tarde?
VALTER – Provavelmente volto sim. Mas já tô atrasado, então vou indo. Tchau.
LURDES – Beijos.
Valter sai de casa. Lurdes checa se ele saiu. Levanta, e vai até a janela. Ele observa Edgar beijando uma mulher, com a janela aberta.
CORTA PARA:
CENA 7/ COMUNIDADE/ CASA DE SÔNIA/ INTERNO/ NOITE.
Sônia em casa, sozinha. Ela está no sofá. Está tudo escuro, apenas com velas acesas. FLASH-BACK já gravado da cena 25 do capítulo1.
EDUARDO – Sônia, você é uma pessoa muito boa, sabia?
SÔNIA – Já me disseram isso, mas eu particularmente acho que eu sou apenas, como qualquer um deve ser.
Sônia sai, deixando Eduardo ali sentado. Fim do FLASH-BACK. CAM volta para cara de Sônia, que sorri.
CORTA PARA:
CENA 8/ RIO DE JANEIRO/ HOSPÍCIO/ EXTERNO/ NOITE.
Imagens do Rio de Janeiro à noite. A imagem para em um lugar, com na frente, escrito: ‘Hospício’.
CORTA PARA:
CENA 9/ HOSPÍCIO/ EXTERNO/ INTERNO/ NOITE.
Doutor Jorge andando pelo corredor do hospício. Ele chega até o quarto 23. Ele abre a porta. É o quarto de Rafael. Ele está dormindo.
Atenção: eles conversam em um tom bem baixo, até mesmo nas falas fortes.
JORGE – Rafael?
RAFAEL – (tenso) Oi.
JORGE – Achava que você estava dormindo.
RAFAEL – Eu tava, até você chegar. . . Doutor Jorge, me responde uma coisa?
JORGE – Claro.
RAFAEL – Quando eu vou sair desse inferno?
JORGE – Aqui não é um inferno!
RAFAEL – Vocês me tratam que nem um bebê.
JORGE – Você precisa de cuidados especiais!
RAFAEL – Mas o único louco aqui é você, até por que se não fosse, não trabalharia num hospício.
JORGE – Você num vai sair daqui tão cedo.
RAFAEL – Por que você faz isso comigo? Eu pareço uma pessoa normal, num pareço louco. Eu tô parecendo bem melhor.
JORGE – Mas você vai ter que continuar aqui, por que/
RAFAEL – (corta) Eu quero dormir, sai do meu quarto, Doutor.
JORGE – Tá bom, eu saio.
Doutor Jorge sai do quarto. Ele fecha a porta. E pensa.
JORGE – (para si) Tá parecendo bem melhor, mas na verdade só tá piorando. Tenho até medo do que ele possa fazer se sair por aí. . .
Jorge sai andando pelo corredor, preocupado.
CORTA PARA:
CENA 10/ VÁRIOS AMBIENTES/ INTERNO/ EXTERNO/ NOITE.
Imagem distorcida de um Homem Misterioso com mala preta, chegando ao hotel de Eduardo. Está chovendo. Outra imagem distorcida de dinheiro voando. E mais uma da cara do homem velho, sorrindo, com uma mala, no meio da chuva.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 11/ HOTEL/ QTO DE LUANA E EDUARDO/ INTERNO/ NOITE.
Eduardo acorda assustado. Luana acorda também, por causa de Eduardo.
LUANA – O que houve amor?
EDUARDO – Nada, é só que eu tive um sonho meio estranho. Eu acho que vou beber uma água lá embaixo e comer alguma coisa.
LUANA – Faz isso sim, você quase não comeu hoje.
EDUARDO – Então já volto.
LUANA – Tá!
Eduardo sai da cama, e sai do quarto. Luana volta a dormir.
CORTA PARA:
CENA 12/ RODRIGUES/ SALÃO/ INTERNO/ NOITE.
Milton chega ao salão, ele vai falar com Márcia.
MILTON – Márcia, os Ingleses deram notícia?
MÁRCIA – Pra falar a verdade, acabaram de ligar avisando que vão atrasar.
MILTON – Ótimo! Será que eles vão atrasar muito?
MÁRCIA – Parece que sim, pelo que ele falou no telefone.
MILTON – Bem, então eu vou pegar umas coisinhas lá em cima que eu esqueci e vou levar pra minha casa. Acha que dá tempo?
MÁRCIA – Se você for rápido, acho que dá sim.
MILTON – Então vou fazer isso.
Milton sai, Valter chega.
VALTER – Você acreditou em alguma palavra dele?
MÁRCIA – O que você tá falando, Valter?
VALTER – Eu tô falando que eu acho que ele não esqueceu nada lá em cima. E também acho que ele num vai pra casa.
MÁRCIA – Se você quer se meter na vida do patrão, pode se meter, mas me tira disso.
Márcia vai embora.
VALTER – (para si) Você engana todo mundo, menos a mim. . . A mim você num engana.
Valter sobe atrás de Milton.
CORTA PARA:
CENA 13/ RODRIGUES/ COFRE/ INTERNO/ NOITE.
Milton chega, olha para os lados, e abre o cofre da empresa.
MILTON – Perfeito! Agora é levar essa belezura pro esconderijo, e me divertir.
Milton ri. Ele pega um pouco do dinheiro, quando Valter chega escondido por trás. Ele sem querer rasteja com seu pé no chão de um jeito que faz barulho. Milton olha pra trás nervoso.
MILTON – Quem tá aí?!
Valter fica com medo.
CORTA PARA:
1º INTERVALO COMERCIAL
CENA 14/ RODRIGUES/ COFRE/ INTERNO/ NOITE.
Continuação imediata da cena 13.
MILTON – Eu devo ter esbarrado em algum lugar.
Milton volta a pegar o dinheiro.
CORTA PARA:
CENA 15/ RODRIGUES/ SALÃO/ INTERNO/ NOITE.
Henrique bebendo muito, e Márcia vendo.
MÁRCIA – Henrique, para com isso. O Milton disse que não quer ninguém enchendo a cara, e além do mais, os Ingleses ainda num chegaram, mas os convidados já tão começando a vir.
HENRIQUE – (um pouco bêbado) Deixa Márcia! Ele ainda vai passar em casa até ele voltar/
MÁRCIA – (corta) Você vai tá totalmente bêbado!
Márcia fica preocupada.
CORTA PARA:
CENA 16/ RUA/ EXTERNO/ NOITE.
Milton andando de carro. Ele para na frente da casa de Carol. Ele sai do carro com um saco. Ele olha debaixo do tapete da casa dela. A chave está lá.
MILTON – (para si) Ela ainda num chegou? Que estranho. . .
Milton olha para os dois lados, pega a chave debaixo da porta de Carol e entra com o saco. Valter está em outro carro, do outro lado da rua vendo tudo.
VALTER – Mas aquela não é a casa do Milton. . .
CORTA PARA:
CENA 17/ HOTEL/ COZINHA/ INTERNO/ NOITE.
Eduardo bebendo água na cozinha. A campainha toca.
EDUARDO – Mas a essa hora da noite?
Ele vai atender.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 18/HOTEL/ HALL/ INTERNO/ NOITE.
Eduardo abre a porta. É Valter.
VALTER – Desculpe a hora, eu até tava com medo de acordar alguém.
EDUARDO – Não, não, tudo bem. Eu já tava acordado mesmo.
VALTER – Bem, eu só vim perguntar se você sabe de quem é essa casa aqui do lado.
EDUARDO – Claro que sei! É da Carolina. Minha (pausa) ex-esposa.
VALTER – (rindo) Que coisa hein! Mas enfim, era só isso mesmo.
EDUARDO – Você me fez uma pergunta, e eu respondi. Então espero que agora você responda a minha também.
VALTER – Qual?
EDUARDO – Por que você queria saber isso?
VALTER – (depois de pensar) Só curiosidade mesmo.
EDUARDO – (desconfiado) Curiosidade? Enfim, boa noite, eu tenho que dormir. Tô cansado.
VALTER – Tudo bem, muito obrigado e desculpa mais uma vez pela hora.
EDUARDO – Nada, tudo bem!
Eduardo fecha a porta. Do lado de fora, Valter sorri.
VALTER – Então quer dizer que tem mais uma envolvida nesse esquema do Milton. . . Carolina. . .
CORTA PARA:
CENA 19/ MODA SHOPPING/ ESCRITÓRIO/ INTERNO/ NOITE.
Carolina olhando pela – ampla – janela de seu escritório na Moda Shopping. Márcio entra.
MÁRCIO – Desculpe Carolina. Mas é só pra avisar que eu vou indo, tá?
CAROLINA – Tá, tudo bem. Eu fecho a loja. E a Olga e o Raimundo já foram?
MÁRCIO – Já foram há muito tempo.
CAROLINA – Bom então, tudo bem, pode ir.
MÁRCIO – (preocupado) O que houve com você, Carolina?
CAROLINA – Como assim o que houve?
MÁRCIO – Você nunca fica aqui até tão tarde assim.
CAROLINA – Ah, hoje me deu vontade de passar um tempo maior aqui na minha loja. Vontade de pensar, e ter algum momento calmo longe daquela vizinhança que só me dá problema.
MÁRCIO – (ri) Então tá! Vou indo. Boa noite.
CAROLINA – Boa Noite, Márcio.
Márcio sai. Carolina fica observando a vista pela ampla janela.
CORTA PARA:
CENA 20/COMUNIDADE/ CASA DE OLGA/ INTERNO/ NOITE.
Olga da janela observa Edgar com uma mulher no quarto. Eles estão se beijando.
OLGA – Finalmente ele num fechou a janela!
Ela vê Nádia, chegando a casa.
OLGA – Ih, ferrou! A Nádia!
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 21/ COMUNIDADE/ CASA DE RAIMUNDO/ INTERNO/ NOITE.
Raimundo vendo Nádia entrando e Edgar se desesperando, pois ouviu o barulho da porta.
RAIMUNDO – Babado fortíssimo! Será que agora, a Nádia descobre o cafajeste que o Edgar é?!
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 22/ COMUNIDADE/ CASA DE LURDES/ LAJE/ EXTERNO/ NOITE.
Lurdes vê Edgar pedindo pra mulher com quem está sair pela janela, ela sai, e Nádia entra no quarto na hora.
LURDES – Algum dia, esse Edgar ainda vai se ferrar! E algum dia, a Nádia vai descobrir que ele trai ela. Ela num merece isso.
Lurdes desce da laje.
CORTA PARA:
CENA 23/ CASA DE REINALDO E VIRGÍNIA/ INTERNO/ NOITE.
Fábio sem ninguém perceber sai. Ele não faz nenhum barulho
CORTA PARA:
CENA 24/ BECO/ EXTERNO/ NOITE.
Fábio chega ao beco, lá tem vários homens. Eles estão fumando drogas. Fábio pede uma, e começa a fumar com todos.
CORTA PARA:
CENA 25/ RODRIGUES/ SECRETARIA/ INTERNO/ NOITE.
Henrique bebendo demais, ele já está muito bêbado. Márcia do seu lado preocupada,
MÁRCIA – Henrique para de beber! Acabei de falar com o Milton ele tá chegando daqui a pouco. E além do mais, já chegou um bando de convidado.
HENRIQUE – (bêbado) A gente tá na secretaria ninguém vai ver a gente.
MÁRCIA – Mas se o Milton chegar, e te ver assim? Ele disse que se alguém enchesse a cara. . . Tava ferrado!
HENRIQUE – Relaxa tá tudo bem! Quer cantar comigo?
MÁRCIA – Que cantar o que Henrique?!
HENRIQUE – Vamos lá, cante!
MÁRCIA – Num vou cantar nada, você que tem que parar de beber!
HENRIQUE – (cantando) Lá, lá, lá, lá, lá, lá!
Henrique bebe de uma vez outra garrafa inteira, e cai no chão desmaiado.
MÁRCIA – Ferrou! Bêbado, desmaiado! E o Milton tá prestes a chegar. (pensa) O que eu faço Márcia? O que eu faço?!
CORTA PARA:
CENA 26/ RODRIGUES/ ARMÁRIO DE FAXINA / INTERNO/ NOITE.
Márcia arrasta o corpo de Henrique desmaiado até o armário de faxina que é bem apertado, ela abre o armário coloca o corpo e fecha.
MÁRCIA – Agora é só pensar em uma desculpa pro Milton.
Márcia sai andando.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 27/ RODRIGUES/ SALÃO/ INTERNO/ NOITE.
Márcia chega ao salão. Ela da de cara com Milton.
MÁRCIA – (assustada) Milton!
MILTON – Oi, Márcia. Pelo visto chegaram muitas pessoas. . .
MÁRCIA – Sim, sim! Desde que o senhor saiu chegaram vários convidados.
MILTON – Que bom isso, eu acabei de cumprimentar alguns.
MÁRCIA – Eu já tinha falado que o senhor estava voltando pra eles.
MILTON – Sim eu sei muito obrigado. Mas vem cá. . . o Guilherme eu já achei ali, mas e o Henrique? Cadê?
MÁRCIA – (nervosa) Henrique? Ele tá. . .
Milton vê os Ingleses chegarem.
MILTON – Os ingleses chegaram! Pega a papelada, eu vou falar com eles.
Milton vai até os Ingleses.
MÁRCIA – (aliviada) Me salvaram! Thank you, England!
Ela sai do salão pra pegar a papelada.
CORTA PARA:
CENA 28/ RIO DE JANEIRO/ EXTERNO/ DIA.
Imagens do Rio de Janeiro amanhecendo. Música de fundo animada.
CORTA PARA:
CENA 29/ RODRIGUES/ ARMÁRIO DE FAXINA/ INTERNO/ DIA.
Henrique acorda tonto, e sai do armário de faxina. Ele sai andando pelo corredor desengonçadamente.
CORTA PARA:
CENA 30/ MODA SHOPPING/ ESCRITÓRIO/ INTERNO/ DIA.
Carolina dormindo no escritório. Ela acorda.
CAROLINA – Ah meus Deus! Eu dormi aqui! (pensa) E eu nem fechei a loja!
Carolina levanta preocupada.
CORTA PARA:
CENA 31/ MODA SHOPPING/ INTERNO/ DIA.
Carolina desce as escadas da loja Moda Shopping. Ela vê Márcio entrando.
MÁRCIO – Carol? Você num fechou a loja?
CAROLINA – Eu acabei dormindo lá em cima!
MÁRCIO – Dormindo?!
CAROLINA – É!
MÁRCIO – Mas como?
CAROLINA – Ué, sei lá eu peguei no sono de repente! Mas enfim, cuida da loja que eu tenho que ir!
MÁRCIO – Tá tudo bem!
Carol sai apressada.
CORTA PARA:
CENA 32/ HOTEL/ HALL/ INTERNO/ DIA.
Sônia limpando a sala. Luana chega.
LUANA – Bom dia, Sônia.
SÔNIA – Bom dia, Luana. Seu Eduardo num acordou ainda não?
LUANA – Não!
SÔNIA – Mas ele sempre acorda bem cedo! Muito mais cedo que a senhora.
LUANA – É por que ontem, ele teve um pesadelo, parece. E foi dormir bem tarde.
SÔNIA – Ah, então é isso mesmo.
Luana pensa.
LUANA – Sônia, eu queria falar uma coisa.
SÔNIA – Fala.
LUANA – Daqui a pouco nós vamos estar falidos! Num vamos nem ter dinheiro pra colocar comida na mesa!
SÔNIA – Realmente há bastante tempo não vem um hóspede que fique muito aqui. Mas pense positivo! Daqui a pouco vão tocar essa campainha, e irá chegar um hóspede que ficará aqui pro resto da vida!
As duas sorriem. A campainha toca.
SÔNIA – (assustada) Será que virei vidente? (ri)
LUANA – Se for a Carolina num deixa entra, hein!
Sônia vai atender a porta. Ela abre. É Pablo.
PABLO – Bom dia, meu nome é Pablo. Eu queria saber se tem algum quarto disponível aqui. . .
Sônia sorri.
CORTA PARA:
CENA 33/ MODA SHOPPING/ INTERNO/ DIA.
Márcio, Olga e Raimundo conversando no balcão da loja.
OLGA – Ela dormiu aqui?!
MÁRCIO – Dormiu!
RAIMUNDO – Mas então ela vai passar aqui hoje?
MÁRCIO – Ela já passou.
RAIMUNDO – Ô bofe, você entendeu! Num se faça de bobo, boy!
Um cliente chega à loja.
MÁRCIO – Eu atendo esse.
Márcio vai até o cliente.
RAIMUNDO – Esse daí ia ser um marido horrível! Eu sinto infidelidade nele!
OLGA – Como assim?
RAIMUNDO – Se fosse casado, ele ia ser que nem o Edgar, ia ficar traindo a mulher toda/
OLGA – (corta) Edgar?! Edgar nosso vizinho?!
RAIMUNDO – É menina!
OLGA – Como você sabe que ele trai a mulher?
RAIMUNDO – (mentindo) O que eu disse isso? Ele num trai não. . .
OLGA – Num me engana Raimundo! Você anda espionando os vizinhos é isso?!
RAIMUNDO – (nervoso) Eu? Espionando? Os vizinhos? Imagina! (gaguejando) Que ideia. . .
Raimundo sai. Olga fica pensativa.
OLGA - E eu que achava que era a única que espionava a vida alheia. (ri)
CORTA PARA:
Carolina andando na calçada. Ela atravessa a rua. Um carro bate nela. Ela cai no chão. Guilherme estava dirigindo o carro. Ele sai do carro e fica desesperado.
GUILHERME – (preocupado) Meu Deus!
FIM DO CAPÍTULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário