Continuação
imediata do capítulo anterior.
CENA
1 /MANSÃO FELISBERTO /EXTERIOR /DIA
Ana
percebe que a porta está aberta. Entra correndo e dá um grito.
Todos entram na casa e veem o corpo de Felício no chão da sala,
envolto de uma poça de sangue.
Ana
– (desesperada) Meu Deus! Felício! Não!
Ana
se ajoelha no chão e começa a chorar.
Evandro
– (chorando) Felício, meu amigo! Você sempre esteve ao meu lado.
Fará muita falta!
Yuri
se abaixa e vai colocar a mão no sangue pra confirmar se está
morto. Emiliano interrompe.
Emiliano
– Índio, não faça isso! Vai prejudicar as investigações!
Evandro
– (chorando) Isso mesmo, meu filho!
Yuri
– Mim só queria ver se é sangue! Mim já disse que não é filho
de homem branco! Mim vai embora daqui! Casa de homem branco perigosa!
Emiliano
– É sangue sim. Ele está morto! (gritando) Delegado Confesse?
Yuri
– O que delegado tem que confessar? Mim não entendeu.
O
delegado se aproxima.
Delegado
– É Confécio! Meu nome é Confúcio Confécio da Silva!
Emiliano
– Desculpa, dr. degolado, digo, delegado.
Ana
não consegue parar de chorar. Mariana se aproxima do corpo.
Mariana
– (chorando) Meu pai! O que fizeram com o senhor?
Ana
– (chorando) Ele era tão bom.
Evandro
– Ana, você não conhecia ele a tanto tempo assim quanto eu. Como
pode afirmar isso?
Ana
engasga. O delegado interrompe a conversa.
Delegado
– (gritando) Todo mundo se afastando do corpo! Já chamei reforços
e vamos começar as investigações! (virando-se para Emiliano) Posso
contar com você para ajudar nas investigações, sr... Como é seu
nome mesmo?
Emiliano
– Cachorrinho. Digo, Emiliano Cachorrinho! Pode contar sim,
delegado Confesse o Confuso.
Delegado
– (irritado) Eu já disse que é Confúcio Confécio da Silva!
Agora vamos todos lá para a delegacia. Quero tomar o depoimento de
cada um de vocês.
Mariana
se antecipa.
Mariana
– Eu sei quem fez isso!
Todos
a olham.
Delegado
– Sabe? Quem foi?
Mariana
– Vamos lá pra delegacia que eu conto tudo.
Todos
se dirigem para a delegacia de Cafundonópolis do Norte.
CENA
2 /CASA CACHORRINHO /QUARTO DE EVARISTO /INTERIOR /DIA
Evaristo
está deitado, abatido em seu quarto. Aurélia chega.
Aurélia
– Evaristo, o que houve com você, meu filho?
Evaristo
– Não enche, mãe! Não quero conversar!
Aurélia
– Evaristo, que modos são esses de falar com sua mãe?
Evaristo
– Desculpa, mãe. É que não to bem. Deixa eu descansar um pouco.
Aurélia
– Meu filho, me conte o que houve! Você não é de fazer isso.
Você sempre foi o orgulho dessa família.
Evaristo
– Não foi nada não, mãe.
Aurélia
– Meu filho, você é o mais parecido com sua mãe. Não dê uma de
criança como o traste do seu pai.
Evaristo
– Meu pai não é traste, mãe. Não fala assim dele.
Aurélia
- Não quero falar de seu pai. Quero saber o que houve com você,
meu filho.
Evaristo
levanta, senta na cama, se enche de coragem e confessa.
Evaristo
– Mãe, eu to apaixonado.
Aurélia
– Hahaha. É isso? Que idiotice! Achei que era algo sério.
Evaristo
– É sério, mãe. Você não entende?
Aurélia
– Ah, meu filho. Na sua idade isso é normal. Agora deixa eu ir que
eu tenho mais o que fazer do que ouvir bobagens de jovens. Quando
quiser, traga essa moça aqui em casa para conhecermos. Espero que
seja lá da capital e que tenha posses! Hahaha.
Evaristo
– Mãe, você não se preocupa nem um pouco comigo, né? Não vê
que eu to sofrendo?
Aurélia
– Me preocupo sim, filho! Tanto que quero você casado com uma moça
da capital, de nível!
Evaristo
– (gritando) Não é moça, é moço! Eu to apaixonado por um
colega de trabalho aqui da cidade!
Aurélia
surta.
Aurélia
– O quê? Meu filho é um depravado?
Evaristo
– Não fala assim, mãe. Eu tenho sentimentos.
Aurélia
– Que sentimentos o quê? Cale a boca! Se você continuar com essas
ideias você não é mais meu filho!
Evaristo
– (abatido) Mãe...
Aurélia
– Não me chame de mãe, que eu não criei você com todo amor e
carinho, lhe dei tudo que precisava, mandei você para a capital para
ter uma boa formação pra você voltar assim, afrescalhado! Ah, como
me arrependo de ter te mandado para lá.
Evaristo
– Mãe, para com isso! Eu sou homem! Só estou confuso com meus
sentimentos. Não piora as coisas.
Aurélia
– (gritando) Cala a boca, seu gay! Você não é mais meu filho!
Aurélia
surta e começa a encher Evaristo de tapas. Evaristo apenas se
defende e chora. Nesse momento, Lázaro entra no quarto correndo,
assustado com os gritos.
Lázaro
– (assustado) Evaristo, Aurélia! O que está acontecendo aqui? Que
gritaria é essa?
Aurélia
– É esse... Esse.. Esse seu filho aí afrescalhado!
Evaristo
– (chorando) Não fala assim, mãe.
Aurélia
– Não me dirija a palavra!
Lázaro
– Aurélia, pare com isso! Ele é nosso filho. Se ele é assim,
ninguém tem culpa. O importante é ele ser feliz.
Aurélia
– Ah, então o papaizinho já tava sabendo! Aposto que apóia ainda
as semvergonhices desse aí!
Lázaro
– Sim, tava sabendo e dou todo o apoio para nosso filho! Você
deveria fazer o mesmo!
Aurélia
– Hahaha. Eu apoiar isso? Nunca! É melhor que seu filho saia dessa
casa, pode acabar contaminando meu filho, meu único filho Emiliano.
Lázaro
– (gritando) Cale a boca, Aurélia! Ninguém vai sair dessa casa!
Aliás, se alguém tiver que sair, que saia você!
Aurélia
se assusta com a coragem demonstrada por Lázaro, que sempre foi
submisso.
Aurélia
– Falou o homem da casa! Hahaha. Esqueceu que quem cuida de tudo
sou eu? Porque você é um frouxo e não tem pulso firme para decidir
nada?
Evaristo
– Parem de brigar, por favor!
Lázaro
– Não, meu filho. Sua mãe tem que se colocar no lugar dela.
Aurélia
– No meu lugar? Ok. E o seu lugar é na faxina. Só o que você
sabe fazer! Hahaha.
Lázaro
se irrita, dá um tapa na cara de Aurélia, pega uma vassoura e
entrega para ela.
Lázaro
– Chega! Cansei! Cansei dessa vida, cansei de você! Agora quem
manda aqui sou eu, ouviu bem? E vá você varrer a casa que eu vou
pra prefeitura fazer o que eu já devia ter feito há muito tempo!
Aurélia
e Evaristo ficam sem entender a rebeldia de Lázaro.
CENA
3 /TRIBO NAPOINARA /EXTERIOR /DIA
Luana
está com um sorriso no rosto, observando os pássaros e pensando em
Yuri. Grande Matriarca chega correndo.
Grande
Matriarca – Luana, Luana! Por acaso você viu o Cauã por aí?
Luana
– Mim não viu e nem quer ver, Grande Matriarca. Mim tem medo de
índio Cauã. Mim não confia mais nele.
Grande
Matriarca – Eu sei, Luana! Desde pequeno, Cauã sempre foi assim,
rebelde. Também tenho medo do que ele possa ser capaz de fazer.
Luana
– Mim agora tá preocupada! O que Grande Matriarca acha que índio
Cauã é capaz de fazer?
Grande
Matriarca – Não sei, Luana! Tenho até medo de pensar! Se você
encontrá-lo por aí, me avise! Por favor! Estou com um mal
pressentimento!
Luana
– Que Tupã nos ajude! Mim tá preocupada demais agora! Cacique
Yuri foi pra casa de homem branco e não tá aqui pra defender tribo!
Grande
Matriarca – Mais essa! Já não bastam as preocupações aqui da
tribo!
Luana
– Grande Matriarca acha que homem branco vai fazer mal pra índio
Yuri?
Grande
Matriarca – Não, Luana. Homem branco não é ruim. Fica tranquila!
Luana
– Grande Matriarca ficou preocupada quando falou de homem branco.
Grande
Matriarca – Isso é coisa minha, Luana.
Grande
Matriarca vai para sua oca e Luana fica chorando.
Luana
– (pensando) Tupã, ajuda índio Yuri! Ajuda tribo Napoinara!
CENA
4 /CAFUNDONÓPOLIS DO NORTE /DELEGACIA /INTERIOR /DIA
Delegado
– Muito bem. Estamos todos aqui reunidos. Irei chamar um por um
aqui presente para prestarem depoimento. Aguardem aqui que irei
chamando.
Corte
rápido.
Delegado
– Qual seu envolvimento com a vítima?
Emiliano
- Envolvimento? Nunca me envolvi com ele não. Sou homem!
Delegado
– Ai ai... Dr. Emiliano, para ser mais claro, você conhecia a
vítima, eram amigos?
Emiliano
– Ah sim! Conhecia pouco. O Felício trabalhava na construtora e
quando eu ia lá conversar com o Dr. Evandro, conversava rapidamente
com ele.
Delegado
– E o que você ia conversar com dr. Evandro? Algo relacionado com
a vítima?
Emiliano
– Não. Dr. Evandro me contratou para procurar o filho dele,
desaparecido.
Delegado
– Ok. Parece que não tem nenhuma relação com a vítima mesmo.
Agora a última e mais importante pergunta.
Emiliano
- Diga Dr. Confúcio!
Delegado
– É Confuso! Digo, é isso mesmo! Finalmente você acertou! Haha.
Emiliano
– Hahaha.
Delegado
– Pois bem. O senhor tinha algum tipo de desavença com o seu
Felício?
Emiliano
– Nenhuma. Parecia uma boa pessoa.
Delegado
– Ok. Está dispensado. Inclusive quero que me ajude nesse caso.
Emiliano
– Pode deixar, vou usar meu faro de cachorrinho, digo, de detetive
para ajudar.
Corte
rápido.
Delegado
– Qual seu envolvimento com a vítima?
Yuri
– Mim não sabe.
Delegado
– Você conhecia seu Afonso?
Yuri
– Não. Mim nunca viu homem branco que tava morto.
Delegado
– Ok, está dispensado.
Corte
rápido.
Delegado
– Qual seu envolvimento com a vítima?
Evandro
– Muito bem, seu delegado. Conhecia o Felício desde que era
jovenzinho. Ele era empregado do meu pai.
Delegado
– Muito bem. E como era a relação de vocês?
Evandro
– Sempre fomos muito amigos. Ele era como se fosse um pai pra mim.
Sempre conversamos, ele me dava conselhos, me ajudava. Até esse
tempo todo que minha família passou na capital, eu mantinha contato
com ele. Era um grande amigo.
Delegado
– Ok. E alguma vez você teve algum motivo para não gostar dele?
Digo, houve, por acaso alguma desavença entre vocês?
Evandro
– Nunca! Sempre fomos muito amigos. Sempre fui mais amigo do
Felício do que do meu próprio irmão, pra dizer a verdade.
Delegado
– Muito bem, dr. Evandro. O senhor está dispensado.
Corte
rápido.
Delegado
– Qual seu envolvimento com a vítima?
Ana
– É uma história complicada, delegado.
Delegado
– Tenho todo o tempo do mundo. Conte.
Ana
– Ninguém na cidade sabe, mas eu e Felício eramos mais íntimos
do que se imaginava.
Delegado
– Entendo. Vocês eram amantes, então?
Ana
– Não. Que isso! Sempre fui fiel ao meu marido. Nunca o traí.
Delegado
– Então, o que a senhora quer dizer com “íntimos”?
Ana
– É uma longa história.
Delegado
– Conte.
Ana
– Na verdade, o Felício, além de ser o empregado da família
Felisberto há anos, passou a ser investigador. Nos encontrávamos
para ele me mostrar alguns documentos, algumas fotos, de alguns
crimes que aconteceram no passado.
Delegado
– Por acaso a senhora está me falando daqueles documentos e fotos
que a senhora me trouxe aqui no outro dia?
Ana
– Exatamente.
Delegado
– Provas que o seu marido, Gregório Felisberto, cometeu vários
crimes no passado, contra Karina, dois de seus capangas e a dona
Jussara...
Ana
– Isso mesmo!
Delegado
– E o seu Felício, que conhecia a família Felisberto há muito
tempo, investigou tudo e reuniu as provas.
Ana
– Sim.
Delegado
– E o que a senhora teria a ver com esse caso?
Ana
– Seu delegado, na verdade, meu nome é Ana Michelle. Ninguém sabe
do meu passado. Eu era uma das trabalhadoras da Casa das Pombinhas.
Durante o velório de Karina, eu prometi que ia fazer justiça.
Delegado
– Tudo começa a fazer sentido!
Ana
– Sim. Sempre fui apaixonada por Evandro, mas ele só tinha olhos
para a Jussara e assim foi até hoje. Para ficar perto dele, acabei
me casando com o traste do Gregório. Até que um dia, Felício me
procurou, disse que sabia quem eu era e que tinha provas do
envolvimento de Gregório nos crimes. Então passamos a nos encontrar
frequentemente.
Delegado
– Entendo. Tudo está fazendo sentido. A senhora está dispensada.
Poderei chamá-la novamente para novos depoimentos!
Ana
– Estarei à disposição.
Corte
rápido.
Delegado
– Qual seu envolvimento com a vítima?
Mariana
– Eu era filha dele.
Delegado
– Muito bem. Como era a relação de vocês em casa?
Mariana
– Meu pai era um homem muito bom. Sempre nos demos muito bem.
Delegado
– E nunca brigaram?
Mariana
– Ah seu delegado, quem é que não briga? Ainda mais em família!
Mas eram brigas boas, nada demais. Eu amava meu pai.
Delegado
– Compreendo. E por acaso você sabe se ele tinha inimigos?
Mariana
– Meu pai sempre foi um homem do bem. Sempre foi amigo de todos.
Ah. Teve aquele caso...
Delegado
– Que caso, dona Mariana?
Mariana
– É difícil falar sobre isso.
Delegado
– Por favor, é importante. Vai ajudar nas investigações!
Mariana
– (chorando) Eu fui violentada!
Delegado
– (assustado) Pelo seu pai?
Mariana
– (chorando) Não! Que isso! Meu pai nunca faria uma coisa dessas
com ninguém, ainda mais comigo! Foi o seu Gregório!
Delegado
– Gregório Felisberto! Ele de novo! E o seu pai, ficou sabendo?
Mariana
– Sim. Contei a ele.
Delegado
– E qual foi a reação dele? Imagino que tenha ficado com muita
raiva do dr. Gregório.
Mariana
– Sim! Nunca vi meu pai naquele estado! Ele sempre foi um homem
calmo, mas ele...
Delegado
– Continue! Ele o quê?
Mariana
– (chorando) Ele saiu de casa tomado pela raiva e foi até a mansão
Felisberto para tirar satisfações com seu Gregório!
Delegado
– Você está liberada dona Mariana.
Mariana
– (chorando) – Obrigada!
Corte
rápido.
Delegado
Confúcio Confécio da Silva faz várias ligações e chama reforços
para capturar Gregório.
CENA
5 /FLORESTA /EXTERIOR /DIA
Gregório
e Cauã chegam a um ponto escondido da floresta.
Gregório
– Onde nós estamos? Pra onde você me trouxe, índio?
Cauã
– Mim conhece toda floresta! Aqui difícil de chegar. Homem branco
fica protegido.
Gregório
– Droga! Que lugar horrível!
Cauã
– Homem branco prefere ficar preso feito passarinho?
Gregório
– Claro que não, seu selvagem!
Cauã
– Então bom ficar aí.
Gregório
– Ok. Se não tem outro jeito!
Cauã
– Mim sabe que homem branco não gosta de índio Yuri. Mim não
gosta também.
Gregório
– E não gosto mesmo! Hahaha. Já que você ouviu tudo, já sabe
porquê!
Cauã
– Mim sabe de tudo. Mim tem plano para acabar com tribo e com índio
Yuri.
Gregório
– Conta então, índio!
Cauã
explica o plano para Gregório, que fica cada vez mais animado.
CENA
6 /CEMITÉRIO /DIA
No
momento, está ocorrendo o velório de Felício.
Henrique
– Felício Randone, esse homem tão bondoso, que em sua carreira
terreste só praticou o bem, que agora esteja na tão merecida paz
junto de nosso Deus e de seus anjos! Ai que fome! Digo, descanse em
paz! Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Toca
o celular de Emiliano.
Emiliano
– Alô! O quê? Estou indo pra aí!
Evandro
– O que foi, Emiliano?
Emiliano
– Recebi uma ligação do delegado agora, que recebeu uma ligação,
informando que o seu Gregório está agora na tribo Napoinara,
fazendo os índios de reféns e ameaçando colocar fogo em tudo!
Evandro
– Meu Deus! Minha Jussara!
Ana
– (grita) O quê? Jussara?
Evandro
– (espantado) Você conhece a Jussara?
Ana
– É uma longa história! Depois eu te conto!
Yuri
– Tribo Napoinara correndo perigo? Mim vai correndo pra lá! Mim
vai salvar tribo!
Yuri
sai correndo na frente. Evandro, Ana, Emiliano e o padre Henrique
saem correndo atrás.
CENA
7/ CIDADE /PLANO GERAL /DIA
Paisagens
da cidade são mostradas ao som de “System Of A Down – Lost In
Hollywood”
Letreiro:
Algum tempo depois...
CENA
8 /TRIBO NAPOINARA /EXTERIOR
Cauã
segura Luana. Gregório mantém uma arma apontada para os outros
índios, para não se aproximarem.
Cauã
– (sorrindo) Agora índia Luana vai ser minha!
Luana
(gritando) – Mim solta, Cauã! Mim solta! Mim não quer! Mim é de
índio Yuri!
Cauã
– Índia Luana, fica quieta! Mim vai matar índio Yuri e vai fazer
índia Luana feliz!
Luana
– (gritando) Não! Mim solta! Mim ama índio Yuri e não vai fazer
nada com índio Cauã!
Gregório
se irrita.
Gregório
– Mande essa indiazinha calar a boca! Já não aguento mais!
Cauã
– Mim vai ter índia Luana! Índia Luana vai ser de índio Yuri!
Gregório
– Mate ela de uma vez! Ou leve ela daqui! Já não aguento mais!
Cauã
– Mim vai levar!
Cauã,
segurando Luana se afasta um pouco de Gregório e do restante da
tribo, que está sendo feita de refém. Nesse momento, Yuri chega por
trás de Cauã e lhe acerta um golpe. Cauã cai. Luana se liberta e
corre para os braços de Yuri
Luana
– Índio Yuri! Mim tá salva! Mim tá feliz que índio Yuri chegou!
Yuri
– Índia Luana tá bem! Índio Cauã fez alguma coisa?
Luana
– Mim agora tá bem sim! Índio Cauã mim queria, mas mim é só de
índio Yuri!
Yuri,
até então, não havia visto Gregório com a arma apontada para o
restante da tribo. Ele percebe.
Yuri
– (gritando) O que acontece com tribo Napoinara? Mim vai salvar!
Homem branco não vai fazer nada contra amigos de mim!
Gregório
percebe que Yuri chegou. Vira-se para ele e aponta a arma.
Gregório
– Hahaha. Você deve ser o bastardinho! Chegou seu fim, sobrinho
querido! Hahaha
Evandro,
Ana, Emiliano e padre Henrique chegam.
Evandro
– (gritando) Não! Gregório, não mate ele!
Congela
em Gregório, com a arma apontada para Yuri, sorrindo.
FIM
DO CAPÍTULO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário