quarta-feira, 17 de abril de 2013

Vida Fatal - Capítulo 53


Cena 1/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Noite
ALBERTO: E eu percebi que a Larissa amava o Otávio e decidi abrir caminho para os dois ficarem juntos. Sérgio, eu juro a você que não sabia que sua mãe estava grávida antes de eu abrir esse caminho.
SÉRGIO: Eu não consigo acreditar em você.
ALBERTO: Eu soube da gravidez da sua mãe quando ela já estava namorando o Otávio.
SÉRGIO: E por que você não resolveu assumir a paternidade quando descobriu a gravidez?
ALBERTO: Eu não queria separar a Larissa do Otávio.
SÉRGIO: E você, o que pensa a respeito disso?
OTÁVIO: Eu não penso nada. Eu só sei que essa mentira me fez ganhar um filho, um filho bastante especial para mim.
ALBERTO: E eu estou tendo a chance de conhecer você como meu filho.
SÉRGIO: Com licença. Essa conversa já deu para mim.
(Sérgio sobe as escadas. Otávio levanta-se)
OTÁVIO: Estou indo. Não sei se é o certo a fazer, mas obrigado por me deixar curtir o Sérgio como meu filho durante esses anos.
ALBERTO: O Sérgio sempre será mais filho seu do que meu infelizmente.
(Eles cumprimentam-se. Otávio sai)

Cena 2/ Casa de Paula/ Quarto de Paula/ Interno/ Noite
(Thais, fingindo ser Paula, está na frente do espelho. Luzia entra)
LUZIA: Filha?
THAIS/PAULA: Oi mãe. Tudo bem?
LUZIA: Você deve estar bem melhor do que eu. Não é Thais?
THAIS: O quê? Mãe sou eu, a Paula. A Thais viajou, esqueceu?
LUZIA: Não subestime a minha inteligência, Thais. Eu conheço as minhas filhas do mesmo jeito que me conheço. Eu sei muito bem quem é quem. Cadê a Paula? O que você fez com a minha filha?
THAIS: Eu também sou a sua filha.
LUZIA: Você é um encosto que apareceu na minha vida, uma forma de eu pagar pelos meus piores pecados. Você não vale nada, Thais. Cadê a minha filha?
THAIS: Esquece a Paula. Há essa hora, ela deve estar em um lugar bem longe da gente.
(Luzia começa a segurar Thais pelo braço. Thais empurra Luzia, que cai no chão)
THAIS: Você quer ver a Paula? Tudo bem. Você verá a sua filhinha. Depois não reclama.

Cena 3/ Condomínio Jatobá/ Apartamento de Luciana/ Sala/ Interno/ Noite
JÉSSICA: Isso só pode ser um pesadelo. Eu não posso estar com leucemia.
LUCIANA: Fica calma, meu amor.
JÉSSICA: Calma? Como calma? Minha vida já virou um Inferno só de saber que eu tenho essa doença. Ela vai mudar minha vida demais, madrinha.
LUCIANA: Você é forte e vai superar esse obstáculo.
JÉSSICA: Eu estou pensando em como irei contar para o Bruno. Ele vai me odiar quando souber da doença.
LUCIANA: O Bruno te ama. Ele não vai te abandonar.
JÉSSICA: Será?

Cena 4/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia

Cena 5/ Delegacia/ Cela de César/ Interno/ Dia
(César está sentado. Um guarda abre a cela e coloca Brutus na cela. O guarda sai)
CÉSAR: O que é isso? Eu pensei que essa cela era só minha.
BRUTUS: Calado.
CÉSAR: Calado o quê? Eu mando nessa cela, sacou?
(Brutus pega no colarinho de César)
BRUTUS: Você quer mesmo me desafiar?

Cena 6/ Faculdade/ Laboratório de Química/ Interno/ Dia
PROFESSOR: Não se esqueçam turma. Esse experimento é muito perigoso. A forma certa é você encher o frasco de água e depois despejar o ácido sulfúrico. Caso vocês façam o contrário, é capaz de ocorrer uma explosão, que se entrar em contato com a pele de vocês, fará um grande estrago. Agora, sentem-se em suas cadeiras e arrumem seus instrumentos.
(Todos se ajeitam na sala. Ao fundo, estão Roberta e Carla)
ROBERTA: Já sei o que eu vou fazer.
CARLA: O que você está tramando, hein?
ROBERTA: Já pensou se a Juliana acaba sofrendo um acidente no experimento de hoje?
CARLA: Como assim?
ROBERTA: Eu vou provocar uma explosão na Juliana e você, Carla, vai me ajudar.
(Á frente, estão Jéssica e Juliana)
JULIANA: Eu gostei muito de saber que você viria para a faculdade hoje. Se fosse qualquer outra, teria faltado.
JÉSSICA: O pior é que eu não estou com cabeça para nada, Ju. Eu estou com medo. Muito medo.

Cena 7/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Dia
(A campainha toca e Larissa atende)
LARISSA: Alberto? O que aconteceu? O que você está fazendo aqui a essa hora da manhã?
ALBERTO: Você não sabe o que aconteceu. Ocorreu uma tragédia.
LARISSA: Que tragédia?
ALBERTO: A Karinne foi encontrada morta na casa dela. Ela foi esfaqueada.
LARISSA: Mas como isso aconteceu?
ALBERTO: O corpo está sendo retirado agora da casa dela. Você quer ir até lá?
LARISSA: Claro. Eu quero entender como tudo isso aconteceu.
(Alberto e Larissa saem)

Cena 8/ Mansão Martins/ Externo/ Dia
(O portão se abre e o carro onde estão Larissa e Alberto sai. Adriana, mascarada, ao ver o carro sair, entra no jardim, antes que o portão se feche)

Cena 9/ Faculdade/ Laboratório de Química/ Interno/ Dia
(Em um canto, estão Roberta e Carla)
ROBERTA: Enquanto eu irei colocar esse frasco de ácido sulfúrico em pó na pia, você vai jogar essa amostra de água barrenta na bata da Juliana, ok?
(Roberta entrega o frasco de água barrenta para Carla)
CARLA: Ok.
(Roberta se aproxima da pia. Roberta põe o frasco de ácido sulfúrico na pia e Jéssica vê)
JÉSSICA (para si): Por que a Roberta está colocando ácido sulfúrico em pó na pia? Se a água entrar em contato com o ácido, vai ocorrer uma grande explosão. O que essa maluca está aprontando?
(Carla se aproxima de Juliana. Ela derruba água barrenta na bata de Juliana)
JULIANA: Tá doida, garota? Molhou meu braço e minha bata, percebeu?
CARLA: Desculpa.
JULIANA: Agora, vou ter que ir lavar.
(Carla e Juliana saem em direções contrárias. Em direção a pia, Juliana passa por Jéssica)
JÉSSICA: O que aconteceu com a sua bata, Ju?
JULIANA: A doida da Carla derrubou essa água suja em cima de mim. Olha como ficou minha bata. E meu braço. Todo sujo.
(Juliana se aproxima da pia e Jéssica, ao longe, observa a amiga. Juliana não percebe a presença do frasco de ácido sulfúrico em pó na pia e abre a torneira. A água entra em contato com o ácido e explode, queimando o braço de Juliana. Juliana solta um grito)
JULIANA: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Cena 10/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Dia
(A campainha toca. Raimunda atende)
RAIMUNDA: O que é isso?
(Adriana aponta uma arma para a cabeça de Raimunda)
ADRIANA: Isso é um assalto. Caladinha. Caladinha.
RAIMUNDA: Não faz nada comigo. Pode levar o que quiser, mas não me mata.
ADRIANA: Eu mandei calar a boca.
(Adriana empurra Raimunda no sofá. Ela pega um vaso e atinge a cabeça da empregada, que desmaia. Adriana sobe as escadas)

Cena 11/ Mansão Martins/ Quarto de Larissa/ Interno/ Dia
(Adriana, em todo o momento mascarada, tira uma carta da mochila, que está em suas costas.)
ADRIANA: Essa cartinha vai te colocar na cadeia, Larissinha.
(Adriana coloca a carta dentro de uma gaveta de Larissa e dá uma gargalhada)

Cena 12/ Delegacia/ Interno/ Dia
OTÁVIO: Alguma novidade sobre o assassinato do seu Ramiro?
DELEGADO: Nenhuma. Nenhum depoimento e vídeo que eu já tive acesso apresentam algo novo e estranho.
OTÁVIO: Mas você pensa em parar a investigação?
DELEGADO: Claro que não. Até para mim, descobrir o assassino de Ramiro Albuquerque é bastante importante. Caso eu consiga fechar o caso, me tornarei um dos delegados mais renomados e competentes da Terra.
(Pausa)
DELEGADO: Otávio? Está me escutando?
OTÁVIO: Desculpe seu delegado. Eu estava me lembrando de algo muito estranho que aconteceu na festa.
(INÍCIO DO FLASHBACK – Cena 16, capítulo 29)
OTÁVIO: Algum problema?
RAMIRO: Uma mulher chamada Norma está aqui, disfarçada de garçonete.
OTÁVIO: Mas quem é essa Norma?
RAMIRO: Uma mulher que não poderia aparecer nessa festa e em evento nenhum da minha vida.
(FIM DO FLASHBACK – Cena 16, capítulo 29)
DELEGADO: Norma?
OTÁVIO: Sim. Uma mulher que apareceu de penetra na festa. E pelo o jeito que o seu Ramiro ficou perturbado quando a viu, não sei não. Ela não deve ser coisa boa na vida do seu Ramiro.
DELEGADO: Você sabe onde eu posso encontrá-la?
OTÁVIO: Na verdade, eu não sei quem é ela. A única coisa que eu sei sobre essa tal de Norma é isso.
DELEGADO: Muito estranho. Uma mulher que só o seu Ramiro conhecia aparecer na festa dele e deixá-lo tão perturbado. Tem alguma coisa nessa história. Eu preciso encontrar essa Norma.
OTÁVIO: Bom, delegado, agora eu tenho que ir. Muitas coisas da mineradora para resolver.
(Otávio sai. Malaquias entra)
MALAQUIAS: Alguma novidade?
DELEGADO: Sim. E uma bastante estranha para o meu gosto.
(O telefone toca e delegado atende)
DELEGADO: Alô? O quê?

Cena 13/ Faculdade/ Enfermaria/ Interno/ Dia
JÉSSICA: Como está o braço?
JULIANA: Doendo muito. Como eu fui descuidada, meu Deus. Eu deveria ter verificado que aquele ácido estaria lá, no canto da pia.
JÉSSICA: A culpa não é sua. A culpa é da Roberta.
JULIANA: Como assim?
JÉSSICA: Eu vi a Roberta despejando o ácido na pia. Ela fez aquilo de propósito. Ela queria provocar esse acidente em você.

Cena 14/ Mansão Martins/ Jardim/ Interno/ Dia
(O carro onde estão Larissa e Alberto entra e pára em frente à casa. Eles saem do carro.)
LARISSA: Está na cara que foi a Adriana que matou a Karinne.
ALBERTO: A gente não pode afirmar com toda essa certeza. A Adriana poderia não ser a única que teria motivos para ver a Karinne morta.
LARISSA: Foi ela. Algo me diz que foi ela.
(Larissa abre a porta e ela e Alberto entram. Eles se deparam com a presença da polícia. Raimunda está sentada no sofá)
DELEGADO: Bom dia, dona Larissa. Eu sou o delegado que está cuidando da morte do Ramiro.
LARISSA: Eu sei. Que visita surpresa.
DELEGADO: Surpresa foi a denúncia que eu recebi há pouco tempo.
LARISSA: Que denúncia?
DELEGADO: A que dizia que você matou Ramiro Albuquerque.
LARISSA: O quê? Eu não matei o Ramiro. Eu não matei ninguém.
DELEGADO (mostrando a carta que encontrou nas coisas de Larissa para ela): Nós encontramos essa carta de confissão nas suas coisas. Uma carta provavelmente escrita por você na qual você confessa que matou o Ramiro.
LARISSA: Eu não escrevi carta nenhuma. (abrindo a carta): essa letra não é minha. Eu nunca vi essa carta na minha vida.
ALBERTO: Isso é um absurdo. Raimunda, alguém apareceu aqui, enquanto eu e a Larissa estivemos fora?
RAIMUNDA: A culpa não foi minha. Eu juro.
LARISSA: Como assim?
RAIMUNDA: Uma mulher mascarada apareceu aqui anunciando um assalto. Ela me atingiu com um vaso e eu desmaiei. Quando eu acordei, ela já não estava aqui e também sumiram alguns vasos da senhora. Vasos e peças de decoração.
DELEGADO: E como você sabe que o assaltante era uma mulher?
RAIMUNDA: Por causa da voz.
LARISSA: Delegado, eu não matei ninguém. Essa mulher que apareceu aqui aproveitou a minha ausência para implantar essa carta.
DELEGADO: É muita viagem.
ALBERTO: Mas pode ser a verdade.
DELEGADO: Larissa, você vai prestar esclarecimentos na delegacia. Eu tenho aqui comigo um mandado de prisão preventiva.
LARISSA: Mas eu não escrevi nada disso. Isso é uma armação. Essa letra não é minha.
DELEGADO: Eu mandarei a carta para a perícia. Lá, eles irão verificar se a letra da carta é sua ou não. Mas, por enquanto, você ficará presa na minha delegacia. Malaquias; algeme a Larissa.
LARISSA: Eu sou inocente. Inocente.
(Malaquias algema Larissa)
LARISSA: Eu sou inocente. Acredita em mim, por favor. Acredita em mim.
(Congela em Larissa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário