quinta-feira, 21 de março de 2013

Fera Solta - Capítulo 4



RECAPITULANDO
(Elizabeth não gostou nada da visita de Clarita)
ELIZABETH – Não está a venda, passar bem, eu ainda tenho muito que arrumar!
(Pedro foi encontrado morto)
KATE – Ele está morto?
(E muitos curiosos querem saber o que houve)
DONA EULÁLIA – Eu ainda não sei de nada, mas não vou ficar sem saber!

Cena 01 – Pensão, Quarto de Joana, Noite.
KATE – Eu não queria que você soubesse por outra pessoa, sei que é muito delicado, mas se eu mesma não te contar agora, você vai ficar sabendo de qualquer forma!
JOANA – Fale logo Kate, estou ficando nervosa!
KATE – É sobre o Pedro!
JOANA – O que tem o Pedro?
(Kate olha nos olhos de Joana que começa a colocar lágrimas para fora)
KATE – Ele...
JOANA – Cadê o Pedro? Onde está o Pedro? Eu quero ver o Pedro!
(Joana sai em direção à rua e Kate vai atrás)
KATE – Ai, meu deus!
JOANA – PEDROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
(Joana passa pelo tumulto de gente e fica diante do corpo do amado, Kate chega em seguida)
DELEGADA MANGABEIRA – Eu sinto muito!
JOANA – NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
(Joana desmaia)

Cena 02 – Prefeitura, Sala do Prefeito, Dia.
(Dona Eulália chega à prefeitura e cumprimenta Lucas, que não diz nada, ela entra na sala do prefeito).
IRINEU – Dona Eulália?
DONA EULÁLIA – Curioso, não é? Seu filho adotado não fala nada!
IRINEU – Dona Eulália, não precisa se referir ao Lucas como adotado, todos sabem dessa história, ele é meu filho!
DONA EULÁLIA – Tudo bem, mas ele não fala nada!
IRINEU – Coitado, depois daquele trauma que teve no passado, nunca mais disse uma palavra!
DONA EULÁLIA – Que trauma!
IRINEU – Mas a senhora não veio aqui pra falar do trauma do Lucas, o que está havendo?
DONA EULÁLIA – Pedro, um dos meus hospedes da pensão, coitadinho, foi encontrado morto!
IRINEU – Como isso aconteceu?
DONA EULÁLIA – Acho que foi uma onça pintada!
IRINEU – Onça? 
DONA EULÁLIA – Pensei que o senhor já sabia!

Cena 03 – Delegacia, Dia.
(Mangabeira recebe o filho e Joana na delegacia)
DELEGADA MANGABEIRA – Como você está mocinha?
JOANA – Eu não sei definir o que estou sentindo, nem acredito que o Pedro morreu!
AUGUSTO – Descobriu alguma coisa?
(Delegada senta na cadeira)
DELEGADA MANGABEIRA – Eu não dormi esta noite para tentar resolver logo isso, eu tenho certeza, o Pedro foi atacado por um animal, mas que animal é esse?
JOANA – Um lobo?
DELEGADA MANGABEIRA – Lobo? Não sei se tem lobos nessa nossa região!
AUGUSTO – Eu ouvi um uivado!
(Joana sai da delegacia aos prantos e contra Kate)
KATE – Ei, como você está?
(Joana abraça Kate)
JOANA – Eu e o Pedro íamos nos casar, já estava tudo certo, tudo planejado, porque ele tinha que morrer?
KATE – Calma, vai tudo ficar bem, eu estou com você!

Cena 04 – Mansão de Kate, Sala, Dia.
(Charles toca a companhia e Clarita vai abrir a porta)
CLARITA – Nessas horas não tem um criado para abrir a maldita porta! Você?
CHARLES – Como vai?
(Charles entra)
CLARITA – Como ousa entrar sem minha permissão?
CHARLES – Olhe aqui minha senhora, sem rodeios porque eu gosto de ir direto ao assunto, tenho pavor de tanta embolação!
CLARITA – Pois diga a que veio!
CHARLES – O que queria ontem na minha casa?
CLARITA – Primeiro que aquela casa está entre os meus terrenos e desde sempre eu queria comprar, até aquela velha morrer, pensei que não tinha parentes e achei que se eu demolisse, não teria problemas, tenho planos, mas infelizmente eu soube que a casa pertence a você!
CHARLES – Não necessariamente minha, a casa é da Elizabeth, minha esposa!
CLARITA – Desculpe-me todo aborrecimento que causei, mas saiba que posso oferecer um bom dinheiro pra ter aquela casa!

Cena 05 – Cemitério, Dia.
(Pedro é levado dentro de um caixão por homens da cidade, Joana chora ao lado de Kate).
PADRE MANOEL – Siga em paz meu filho!
(O padre dá sua benção, Irineu chega).
IRINEU – Antes de mais nada, eu gostaria de dar algumas palavras!
DELEGADA MANGABEIRA – Aposto que vai querer se aproveitar da desgraça alheia para ganhar votos!
(Augusto e Kate se aproximam)
IRINEU – Pedro... Foi um grande homem, o povo de Urucubaca sabe moço trabalhador e honesto...
(Pedro é colocado dentro da cova e Joana joga uma rosa sob o caixão)
JOANA – Eu te amo, Pedro!

Cena 06 – Cemitério, Dia.
(Todos se preparam para ir embora, Delegada Mangabeira vê Irineu se retirando discretamente e vai atrás).
DELEGADA MANGABEIRA – Acha mesmo que há de ter votos com esse teatro?
IRINEU – Já vai começar? Eu não quero me aborrecer!
DELEGADA MANGABEIRA – Nem conhecia o defunto e vem pagar de bom samaritano, que baixeza!
IRINEU – Estou com minha consciência limpa!
DELEGADA MANGABEIRA – Sua consciência nunca foi limpa!
(Ela se aproxima dele que se desequilibra perto de uma cova aberta, puxa o braço dela e eles caem).
AMBOS – AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Cena 07 – Casarão, Noite.
(Charles chega em casa e encontra Elizabeth aflita)
ELIZABETH – Pensei que tu não chegarias nunca!
CHARLES – O que houve?
ELIZABETH – Eu to com medo, não quero ser devorada por um animal como aquele rapaz!
CHARLES – Você não vai ser devorada, o que aconteceu com aquele rapaz foi apenas um incidente, acontece!
ELIZABETH – Eu me recuso a ficar aqui nessa casa sozinha!
CHARLES – Tudo bem, mas toda vez que eu sair...
ELIZABETH – Ainda nem conheci a cidade direito!
CHARLES – Chegamos há poucos dias, vamos ter tempo o suficiente. Eu fui à casa da Clarita!
ELIZABETH – Que?
CHARLES – Não se preocupe, está tudo resolvido, ela só disse que quando quiser vender o casarão, ela paga o que pedirem!
ELIZABETH – Pra que tanto interesse nessa casa velha?
CHARLES – Eu sou esperto , Essa casa deve ter algo de valioso!
ELIZABETH – Será?

Cena 08 – Mansão de Kate, Sala, Noite.
(Kate entra no instante que Clarita desce as escadas)
CLARITA – Então, é isso?
KATE – Isso o que?
CLARITA – Vai casar com aquele Doutorzinho Medíocre?
KATE – Tia, a senhora não devia falar assim do Augusto, eu não permito!
CLARITA – Pois saiba que eu tenho opinião e uso quando achar necessário!
(Kate senta exausta)
KATE – Saiba que não me importo com a sua opinião, respeito à senhora e faço questão de ainda dar alguma explicação!
CLARITA – Eu só quero o seu bem! Querida!
KATE – Eu sei me cuidar e o que é melhor pra mim! Agora eu vou cair na cama, estou cansada!
(Kate sobe e deixa a tia sozinha na sala)
CLARITA – Se ela pensa que vai se casar com o filho da delegadazinha, não conhece minhas artimanhas!

Cena 09 – Casa de Mangabeira, Quarto de Augusto, Noite.
(Augusto entra e se depara com Heleninha sem roupa)
AUGUSTO – Mas o que é isso? Você está louca Heleninha?
HELENINHA – To louca de amor, amor pra te dar!
AUGUSTO – Como você entrou?
HELENINHA – Vamos pular essa parte, agora o que interessa é que você possua o meu corpo!
AUGUSTO – Heleninha!
(Heleninha começa a tirar a camisa de Augusto)
HELENINHA – Não diz não pra mim, eu te imploro!
(Ela toca os peitos dele)
AUGUSTO – Você só pode ta ficando louco, eu também!
HELENINHA – Eu te amo!
(Eles se beijam e começam a fazer amor ali mesmo)

Cena 10 – Cemitério, Noite.
(Irineu reza para que alguém o encontre e o tire da cova)
DELEGADA MANGABEIRA – Desde quando tu sabes rezar?
IRINEU – Eu faço qualquer coisa pra sair daqui!
DELEGADA MANGABEIRA – Espero que funcione, pois eu vou sair é agora, nem que haja um terremoto em Urucubaca!
IRINEU – Mas como?
DELEGADA MANGABEIRA – Eu sou forte e não sou molenga como você, não ficarei aqui mais um minuto!
(Delegada começa a tentar sair da cova, na primeira tentativa ela derrapa).
DELEGADA MANGANBEIRA – Me segura!
(Irineu segura Mangabeira, ela consegue alcançar a parte de cima da cova e fazendo força consegue sair).
IRINEU – Você conseguiu! Agora me tira daqui!
DELEGADA MANGABEIRA – E quem disse que eu vou tirar você?

A SEGUIR
CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO

(Joana fica frente a frente com Clarita)
CLARITA – Quer falar comigo? Por favor, não me venha pedir um bolsa viúva!
(E Heleninha está disposta a separar Augusto de Kate)
HELENINHA – Se ela pensa que vai ficar com ele, está muito enganado!

Nenhum comentário:

Postar um comentário