terça-feira, 25 de dezembro de 2012

ESTRELA DO MAR – CAPITULO 36

CENA 1: NOITE – PETROPOLIS – SÍTIO – CASA

Milton e Estrela entram na pequena casa do sítio. Estrela começa a espirrar
MILTON: É, está um pouco empoeirado.
ESTRELA: Há quanto tempo ninguém vem aqui?
MILTON: Não sei. O meu cunhado sempre vem com os filhos no verão, tem uma cachoeira maravilhosa lá na frente.
Estrela observa o lugar.
ESTRELA: Por que estamos aqui?
MILTON: Porque eu preciso pensar. Venha
Milton pega o braço de Estrela e a leva até um quarto.

CENA 2: NOITE – PETROPOLIS – SITIO – CASA – QUARTO

Milton leva Estrela ao quarto
MILTON: Você fica aqui, até eu decidir o que vou fazer
Milton sai e tranca a porta com a chave. Estrela começa a bater na porta
ESTRELA: Por favor não me deixa presa. Eu não gosto de ficar presa.
Estrela começa a chorar e ouve o grito de Milton
MILTON: Cala a boca.
Estrela vai até a janela, mas percebe que ela tem grades e está trancada com um cadeado.
Ela se  joga na cama, e percebe que tem alguma coisa em seu bolso.
ESTRELA: O meu celular. Tinha me esquecido que estava com ele
Estrela pega o celular e o liga.
ESTRELA: Tem um monte de ligações do Danilo. Por que eu sempre me esqueço de ligar essa coisa.
Estrela percebe que a bateria do celular está no fim.
ESTRELA: Que droga. Além de esquecer de ligar e também sempre me esqueço de carregar isso.
Estrela anda pelo quarto procurando sinal para fazer uma ligação.

CENA 3: NOITE – RIO DE JANEIRO – CASA DE CESAR – QUARTO

Beatriz está deitada. Cesar entra com uma bandeja
CESAR: Trouxe o seu jantar, já que você não quis descer.
BEATRIZ: Não estou com fome
CESAR: Precisa se alimentar
BEATRIZ: Quero a minha filha. Por que isso teve que acontecer? Justo agora que a encontrei, não posso perde-la de novo
CESAR: Não vamos perde-la. A policia vai encontra-la você vai ver
BEATRIZ: Tem alguma noticia?
CESAR: Ainda não. A policia foi atrás do irmão e da irmã do Milton, que moram em São Paulo, mas parece que ninguém tem noticias dele.
BEATRIZ: Se soubessem também não falariam. Quero dizer, não iam entregar o próprio irmão
CESAR: Não se preocupe, mais cedo do que imagina vamos ter a Estrela aqui conosco de novo.
BEATRIZ: Deus te ouça
CESAR: Agora tente comer um pouquinho.

CENA 4: NOITE – FORTALEZA – CHURRASCARIA BOI  ESPETADO

A churrascaria tem uma banda tocando ao vivo, e um pequeno palco onde algumas pessoas estão dançando. Kaio vai até Jaqueline.
KAIO: Vamos dançar?
JAQUELINE: Eu não sei dançar
KAIO: Eu também não, mas e daí? 
Jaqueline fica em duvida
KAIO: Olha pra aquele pessoal na pista, você acha que algum deles realmente dança bem?
JAQUELINE: É, tem razão. Eles são péssimos
KAIO: Mas estão se divertindo
JAQUELINE: Está bem. Você me convenceu, mas não reclame se eu pisar no seu pé
Kaio e Jaqueline seguem para a pista de dança de mãos dadas. Alguns dos alunos reparam
ROBSON: Está explicado porque a Jaqueline sempre tirava nota 10
CLARA: Deixa de ser maldoso. A Jaqueline tirava 10 porque é muito boa. E a proposito, eles formam um casal lindo.
Clara observa Kaio e Jaqueline dançando.

CENA 5: NOITE – ÔNIBUS

Danilo está adormecido no ônibus indo para cidade. O celular dele começa a tocar, mas está na mochila e ele não escuta.

CENA 6: NOITE – PETROPOLIS – SÍTIO – CASA – QUARTO

Estrela tenta ligar para Danilo, mas ninguém atende.
ESTRELA: Onde você está Danilo? Eu estou com medo
Estrela tenta ligar de novo, mas novamente ninguém atende.
ESTRELA: Melhor ligar para casa
Estrela liga para sua casa. Ela escuta dois toques e depois um barulho apitando
Estrela olha para o celular e vê que ele desligou
ESTRELA: Não, por favor celular, aguenta mais um minutinho.
Estrela liga o celular. Ele acende, aparece a imagem de uma pilha vazia, e o aparelho desliga.
ESTRELA: E agora? O que eu faço?
Estrela volta a chorar

CENA 7: MADRUGADA – CIDADE DE CAMOCIM – RODOVIARIA

Danilo desembarca na rodoviária de Camocim. Vinicius está o esperando.
VINICIUS: E aí cara, como está?
DANILO: Preocupado com a Estrela. Obrigada por ter vindo, eu nem sei como vou te agradecer. Conseguiu o carro?
VINICIUS: Sim, um colega da faculdade me emprestou. Vamos logo que a estrada para Fortaleza é longa e sua passagem para o Rio está marcada para as 10 da manhã
DANILO: Acha que dá tempo de chegarmos em Fortaleza?
VINICIUS: Sim, de madrugada não tem trânsito, vamos chegar lá por volta das oito meia ou nove horas.
DANILO: Beleza, então vamos logo. Não podemos perder tempo
Danilo e Vinicius entram no carro e partem para Fortaleza.

CENA 8: MANHÃ – RIO DE JANEIRO – EMPRESA GOLTZ – SALA DE DIOGO

Rogerio entra na sala de Diogo
DIOGO: Quantas vezes eu te disse para bate antes de entrar. Que droga.
ROGERIO: Você viu o que aconteceu com a filha do César?
DIOGO: O que? Ah! Está falando da garota que o Milton sequestrou? É eu vi na tevê.
ROGERIO: E você diz isso assim? Na maior tranquilidade?
DIOGO: Queria que eu dissesse como? Eu nem conheço a tal garota
ROGERIO: Eu também não a conheço, mas me sinto culpado pelo o que aconteceu. O Milton quis se vingar do Cesar porque acredita que foi ele o responsável pelo acidente na obra, mas nós sabemos que não foi.
DIOGO: Eu não sei de nada. Agora, se você vai começar com esse papo de novo é melhor dar o fora daqui. Estou cheio dos seus sentimentalismos
ROGERIO: Ok. Eu não sei porque ainda perco o meu tempo com você.

CENA 9: MANHÃ – FORTALEZA – AEROPORTO

Danilo e Vinicius chegam ao aeroporto de Fortaleza.
DANILO: Que horas são?
VINICIUS: Oito e quarenta. Dá tempo de tomarmos um café
DANILO: Ótimo, meu estomago está roncando.
Danilo e Vinicius seguem para uma lanchonete no aeroporto

CENA 10: MANHÃ – FORTALEZA – AEROPORTO – LANCHONETE.

Danilo e Vinicius seguem para o balcão da lanchonete
DANILO: Um misto quente e um suco de laranja
Danilo abre a mochila para pegar o dinheiro, e aproveita para pegar o celular.
Danilo pega seu lanche e segue para a mesa. Vinicius vai logo atrás.
Danilo olha o celular e vê varias chamadas perdidas
DANILO: Olha, a Estrela tentou me ligar ontem a noite
VINICIUS: Então já a encontraram?
DANILO: Não sei, acho que sim né
VINICIUS: Liga pra casa dela para saber
DANILO: É vou ligar.

CENA 11: MANHÃ – PETROPOLIS – SÍTIO – CASA – QUARTO.

Milton entra no quarto onde deixou Estrela. A menina ainda está dormindo.
MILON: Ei, acorde
Estrela abre os olhos
ESTRELA: Onde estou?
MILTON: Trouxe seu café da manhã. 
Estrela olha para uma bandeja com algumas goiabas, bananas e um suco que parece ser de laranja
MILTON: Não tem nada na cozinha e aqui não tem comercio, então tive que colher essas frutas no pomar
ESTRELA: Eu gosto de fruta
MILTON: Ótimo. Come aí, que depois eu volto.
Milton sai e tranca Estrela novamente.
Estrela lega uma banana e segue para a janela. Ela observa o sitio, um lugar enorme com muitas arvores, a maioria frutíferas. Estrela observa algumas vacas ao longe e acha tudo muito interessante. 
Estrela olha para a mesinha onde colocou seu celular na noite anterior. Ela pega o , mas não consegue liga-lo. Ela olha pelo quarto.
ESTRELA: Ia ser sorte demais encontrar um carregador por aqui.
Estrela pega outra fruta, senta-se perto da janela e fica observando a paisagem.

CENA 12: MANHÃ – CASA DE CESAR – SALA

O Dr. Soarez chega para falar com Cesar
CESAR: Olá doutor. Alguma novidade sobre a minha filha?
DR. SOAREZ: Não. Sobre a menina não, mas descobri que aquele grupo que te chamou para ir à São Paulo nunca teve a intenção de construir um shopping, eles nem tem capital  para isso.
CESAR: Então minhas suspeitas estavam certas. O que queriam era me afastar do Rio
DR. SOAREZ: Exatamente
CESAR: Descobriu alguma ligação entre essa empresa e a Goltz?
DR. SOAREZ: Com a Goltz exatamente não, mas com um funcionário de lá sim. Um tal Diogo Gonçalves conhece?
CESAR: Sim, é o braço direito de Arnaldo
Joyce entra segurando o telefone
JOYCE: Com licença senhor. Tem um menino no telefone, ele disse ser amigo da Estrela e queria saber se ela já foi encontrada.
CESAR: Ora, diga a verdade. Ainda não temos noticias, mas a busca continua.
JOYCE: Eu disse isso senhor, e ele disse que recebeu uma ligação dela ontem a noite
CESAR: O que?
Cesar arranca o telefone das mãos de Joyce
CESAR: Alô. Quem está falando. Espero que não seja nenhum trote.

CENA 13: MANHÃ – RIO DE JANEIRO – EMPRESA GOLTZ – SALA DE ARNALDO

Arnaldo entra em sua sala e Rogerio está lá esperando por ele
ARNALDO: O que faz aqui?
ROGERIO: Preciso falar com o senhor e é urgente
ARNALDO: Não me diga que temos mais problemas?
ROGERIO: Bem, o senhor não, mas o Diogo e eu sim. Nós fizemos uma coisa horrível, eu estou profundamente arrependido
ARNALDO: Esta me assustando. O que vocês fizeram?
ROGERIO: Nós... bem... nós forjamos os documentos para que o César assinasse a autorização para a compra dos materiais, mesmo sabendo que não era o material adequada para a obra

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