segunda-feira, 6 de maio de 2013

Vida Fatal - Capítulo 66


Cena 1/ Corredor/ Interno/ Dia
ADRIANA: Não. Eu não vou deixar vocês me prenderem nunca.
(Adriana empurra um policial e sai correndo)
DELEGADO: Vocês dois vão atrás dela. Pode deixar. Eu cuido Otávio.

Cena 2/ Outro corredor do prédio/ Interno/ Dia
(Adriana desce as escadas e vê o elevador de serviço abrir. Ela entra e se depara com uma faxineira do prédio. O elevador fecha)

Cena 3/ Térreo/ Interno/ Dia
(Adriana, disfarçada, sai do elevador, passa pela portaria e sai)

Cena 4/ Apartamento de Adriana/ Sala/ Interno/ Dia
(Otávio, que está deitado, abre os olhos e levanta-se)
OTÁVIO: Ai, minha cabeça. Que dor.
DELEGADO: Até que não demorou muito pra você acordar.
OTÁVIO: Delegado Paredes? O que o senhor está fazendo aqui n apartamento da Adriana? Falando nela, cadê a Adriana?
DELEGADO: Você não se lembra de nada, Otávio?
OTÁVIO: Lembro que vim até aqui para falar com a Adriana, nós discutimos e depois, recebi uma pancada na cabeça e desmaiei.
DELEGADO: A Adriana estava tentando te matar, Otávio. A sorte é que eu cheguei a tempo de impedi-la. Eu recebi aqueles documentos que provam que a Adriana era uma estelionatária. O Sérgio me avisou que você veio aqui para se encontrar com ela. Aproveitei a oportunidade e vim até aqui para prendê-la na sua frente.
OTÁVIO: E vocês a prenderam?
DELEGADO: Ainda não. Meus outros dois policiais foram atrás dela e tem uma viatura com outros guardas lá embaixo a espreita. Eu queria mesmo falar com você.
(O delegado entrega um documento a Otávio)
OTÁVIO: O que é isso?
DELEGADO: O resultado da perícia que fizeram naquela carta que encontraram nas coisas da Larissa.
OTÁVIO: Ah, lembro. E que resultado diz?
DELEGADO: A Larissa é inocente. Realmente, ela não escreveu aquela carta. Ela havia sido implantada por alguém. Eu quero que você me diga onde a Larissa está escondida. Eu sei que você sabe onde ela está.
OTÁVIO: Não sei se vai ser uma boa idéia.
DELEGADO: Não se preocupe, Otávio. Isso aqui não é uma cilada para capturar a Larissa. Afinal, eu acabei de dizer que ela é inocente.
Cena 5/ Faculdade/ Corredor/ Interno/ Dia
ROBERTA: Juliana, eu queria te agradecer pela palestra. Acho que ela vai ajudar bastante minha vida daqui pra frente nessa faculdade.
JULIANA: Não precisa agradecer, Roberta. Eu fiz o que deveria fazer.
ROBERTA: Essa palestra me fez perceber o quanto eu fui infantil e idiota com você. Eu queria saber se você é capaz de me perdoar por todas as armações que eu fiz contra você.
JULIANA: Claro que sim. Afinal, eu não fui a única vítima dessa história. Eu te fiz de vítima também, quando eu contei para todos sobre a sua doença.
ROBERTA: Amigas?
JULIANA: Não sei dizer se já nos podemos considerar amigas, mas eu prometo que vou tentar.
ROBERTA: Para mim, isso já é um grande avanço.
(Juliana e Roberta se abraçam)

Cena 6/ Delegacia/ Sala de visitas/ Interno/ Dia
(Thais entra)
THAIS: Não estou acreditando nisso. Depois daquele papelão que você fez na igreja, como você tem coragem de aparecer aqui?
PAULA: Eu quero saber como você está.
THAIS: Eu não quero papo com você, sua descarada. Vai viver tua vidinha e me deixa em paz.
PAULA: Você fala como se não tivesse culpa de nada. Saiba que tudo isso começou por culpa sua. Você achou certo em me dopar, roubar a minha vida, se passar por mim para ter tudo o que é meu?
THAIS: Eu só queria ter uma vida digna aqui.
PAULA: E porque você não construiu a sua própria vida? Você é bonita, inteligente, esperta. Poderia usar essa astúcia para fazer o bem.
THAIS: Quer saber de uma coisa, Paula? Se eu quisesse conselho de alguém, estava sentada no banco de espera de alguma vidente. Agora, cai fora, sai daqui.
PAULA: Já que você prefere assim. Até mais, Thais.
THAIS: Ah, Paula, você quer mesmo me ver feliz? Morre. Você estaria pondo um sorriso enorme no meu rosto.
(Paula sai, enquanto Thais ri)

Cena 7/ Faculdade/ Banheiro/ Interno/ Dia
CARLA: Nunca. Não é porque você virou amiguinha da Juliana que eu vou revelar meu verdadeiro tipo sanguíneo ao Bruno. 
ROBERTA: Carla, você está pondo a vida da Jéssica em risco, caso você continue com essa mentira.
CARLA: Sabe de uma coisa? Eu não estou gostando dessa nova Roberta não. Eu preferia a Roberta de antes. Ela era mais legal, mais interessante. Essa me dá náuseas.
(Carla sai)
Cena 8/ Galpão/ Interno/ Dia
(Otávio entra e Larissa aparece, aliviada)
LARISSA: Que bom que você está bem, meu amor.
OTÁVIO: Ainda bem, não é? A Adriana tentou me matar.
LARISSA: Eu sabia. Aquela angústia que eu estava sentindo não era algo a toa. E ela?
OTÁVIO: Ela não conseguiu me matar. Na hora H, a policia apareceu e ela fugiu.
LARISSA: Vagabunda.
OTÁVIO: Em compensação, eu trouxe uma notícia maravilhosa para você. O resultado da perícia daquela carta que encontraram nas suas coisas saiu. Você é inocente, meu amor.
LARISSA: Ou seja, eu não preciso mais me esconder da polícia, é isso?
(O delegado entra)
DELEGADO: Isso mesmo, Larissa. E estou aqui para mostrar isso a você. Você voltou a ser livre.
LARISSA: Eu disse que eu era inocente e vocês não acreditaram em mim.
DELEGADO: Larissa, a polícia trabalha com fatos, com provas. Bom, Otávio, eu recebi uma ligação agora da minha equipe e parece que a Adriana fugiu para valer.

Cena 9/ Rua/ Interno/ Dia
(Guilherme passeia pela rua e vê, na outra rua, Juliana e Sérgio aos beijos. Guilherme atravessa a avenida e se aproxima dos dois)
GUILHERME: Eu não acredito no que eu estou vendo, Juliana. Você ainda continua namorando esse garoto?
JULIANA: Bom dia, pai.
GUILHERME: Você pode me explicar porque você continua namorando esse moleque?
JULIANA: Esse moleque tem nome, pai. Ele se chama Sérgio. E olha, eu não vou dar atenção a suas provocações, porque eu soube da morte da Fátima. Imagino que o senhor esteja abalado.
GUILHERME: Não tente usar a morte da Fátima para me enrolar, Juliana.
SÉRGIO: Seu Guilherme, o senhor ainda não se tocou que o senhor está sobrando nessa história? Vá viver a sua vida e deixe a nossa em paz.
GUILHERME: A vida da minha filha é a minha vida, moleque. Mas imagino, que você não saiba o que seja isso, sentimento paterno, aliás, você tem dois pais e não teve a chance de receber amor de nenhum. O Alberto, porque preferiu te abandonar e o Otávio, esse porque nunca ligou para você mesmo. Até um copo de cachaça é mais importante do que você, moleque.
(Sérgio dá um soco em Guilherme, que cai na calçada)
SÉRGIO: Cala essa boca imunda, seu verme.
(Sérgio sai e Juliana vai atrás)
GUILHERME: Você vai ver quem é o verme, moleque. Eu não permitir nunca que você namore minha filha. Nunca.

Cena 10/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia

DIAS DEPOIS

Cena 11/ Hospital/ Quarto de Jéssica/ Interno/ Dia
(Estão Sérgio, Juliana, Luciana e Bruno ao redor da cama de Jéssica. Todos estão cantando parabéns para Jéssica)
SÉRGIO, JULIANA, LUCIANA E BRUNO: É big, é big, é big. É hora, é hora, é hora. Ratimbum. Jéssica, Jéssica, Jéssica. Viva a Jéssica. Viva.
(Todos batem palmas)
JÉSSICA: Ai, gente, muito obrigada. Eu não sei o que eu seria sem vocês.
BRUNO: Espera que ainda tem o bolo.
(Bruno pega o bolo e o coloca nas pernas de Jéssica)
BRUNO: Então, meu amor, faz um pedido e assopra as velinhas.
(Jéssica fecha os olhos e, depois de um tempo, assopra as velas)
LUCIANA: Parabéns, minha afilhada predileta.
JÉSSICA: Obrigada gente. Obrigada mesmo, de verdade.
SÉRGIO: Não vai revelar o pedido que você fez, Jéssica?
JULIANA: Ela não pode dizer, senão o pedido não se realiza.
JÉSSICA: Mesmo assim, eu faço questão de revelar. Na verdade, eu não pedi nada. Eu agradeci. Agradeci por ter vocês na minha vida, por me tratarem com amor e carinho e por estarem do meu lado nesse momento, que está sendo o mais difícil da minha vida. E, se duvidar, o último por qual eu irei passar.
BRUNO: Não fala isso, Jéssica. Ainda virão muitas coisas boas na tua vida. Acredita em mim. Eu não vou deixar você morrer. Acredita na força do amor.
JÉSSICA: Eu acredito.
LUCIANA: Vamos comer logo esse bolo, antes que ele se estrague. E então, de quem vai ser o primeiro pedaço?
JULIANA: Claro que vai ser pra mim.
LUCIANA: Para você, por quê? Eu sou a madrinha dela, querida.
BRUNO: E eu sou o namorado. Mereço esse primeiro pedaço mais do que vocês duas.
SÉRGIO: Eita que esse bolo está mais disputado que o prêmio da lotérica.
(A conversa continua em fora de áudio)

Cena 12/ Mansão Martins/ Jardim/ Dia
(Otávio entra no carro, abre o portão automático e sai. Antes de o portão fechar, Adriana entra)

Cena 13/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Dia
(A campainha toca e Raimunda atende)
RAIMUNDA: Adriana? Vai embora. Some daqui.
ADRIANA: Sai da minha frente.
(Adriana estapeia Raimunda, que cai. Adriana pega um vaso e atinge a cabeça da empregada, que fecha os olhos e fica desacordada)
ADRIANA: LARISSA, LARISSA, CADÊ VOCÊ, SUA DESGRAÇADA? APARECE. EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ.
(Larissa aparece na escada)
LARISSA: Adriana?
ADRIANA: Aí está você, sua desgraçada.
LARISSA: Vai embora daqui. Some da minha casa.
ADRIANA: Olha como o mundo dá voltas. Há uns meses atrás, foi você que invadiu meu apartamento e me deu um tapa na cara. Hoje, sou eu, que invadi sua casa.
LARISSA: E você pretende fazer o quê? Me dar uma surra?
ADRIANA: Não. Dar surra é para os fracos. Eu prefiro matar.
(Adriana saca um revólver)
LARISSA: Adriana, abaixa esse revólver.
ADRIANA: Está com medo de mim, Larissa? Logo você que sempre fez a brava, a valente, a corajosa?
LARISSA: Eu não estou brincando. Se você não abaixar essa arma agora, eu vou ligar para a polícia.
ADRIANA: E você acha que polícia me mete medo? Antes de ela aparecer, eu já terei te matado há tempos. Se você não tivesse investigado o meu passado e estragado o meu plano, nós não estaríamos passando por isso agora.
(Larissa se aproxima de Adriana)
LARISSA: Para com esse joguinho agora.
ADRIANA: Agora você vai pagar caro com isso. Eu vou acertar essa bala bem no meio do seu peito. E isso vai ser agora.
(Adriana dispara. A bala atinge o ombro de Larissa, que cai, desacordada. - OBS: Adriana não sabe que a bala atingiu o ombro de Larissa. Ela pensa que a bala atingiu o peito – Adriana se aproxima de Larissa e se agacha próxima a ela)
ADRIANA: Triste fim.
(Larissa, de repente, abre os olhos e envolve sua mão no pescoço de Adriana)
LARISSA: Pensou que seria assim tão fácil me matar, Adriana?
(Congela em Adriana)

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