terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Vida Fatal - Capítulo 7


Cena 1/ Áureo Mineração/ Sala de Ramiro/ Interno/ Noite
(O celular de Ramiro toca. Ramiro atende)
RAMIRO: Alô.
(pausa)
RAMIRO: Lucélia?

Cena 2/ Casa de Paula/ Suíte de Paula/ Interno/ Noite
(Thais passa as fotos de Renato para o seu celular. Thais beija as fotos de Renato)
PAULA: Thais? Está beijando o quê?
THAIS (escondendo o celular): Eu, beijando? Não, impressão sua. Eu estava cheirando o meu celular.
PAULA: Cheirando?
THAIS: É. Ele caiu na privada. Eu estou verificando se ele não está com o cheiro podre do vaso sanitário.
PAULA: Mas desconfigurou alguma coisa?
THAIS: Não, não. Está tudo bem. 
(Thais sai)
PAULA: Que estranho.

Cena 3/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Alternando entre dia e noite

Cena 4/ Hospital/ Quarto de Sérgio/ Interno/ Dia
(Larissa entra no quarto, com um pacote de pastéis na mão. Sérgio acorda)
SÉRGIO: Mãe? A senhora tinha saído?
LARISSA: Sim. Comprei aqueles pasteizinhos que você adora.
(Larissa entrega o pacote para o garoto)
LARISSA: Fico feliz em ver que você está bem. Não faz idéia do susto que me deu.
SÉRGIO: Já passou, mãe. 
LARISSA: Tenho uma novidade maravilhosa para te dar. Você passou na faculdade, sabia?
SÉRGIO: Sério?
LARISSA: Claro. Amanhã mesmo, irei fazer a sua matrícula.

Cena 5/ Apartamento de Guilherme/ Sala/ Interno/ Dia
(Guilherme está sentado na poltrona. Juliana entra)
GUILHERME: E aí? Fez a sua matrícula?
JULIANA: Fiz.
GUILHERME: Eu sabia que você ia passar. Também pudera, você é a minha filha. Puxou essa inteligência e essa sabedoria de mim. Diferentemente do filho do Otávio, que é um rebelde maluco. O Otávio deve morrer de vergonha daquele menino. Você sabia que ele sofreu um acidente?
JULIANA: Err... Não. Como ele está?
GUILHERME: Está se recuperando maravilhosamente bem. Se tudo dependesse de mim, aquele menino estaria morto ou então, no mínimo, com as duas pernas quebradas.
JULIANA: Como o senhor pode dizer uma coisa dessas? Como pode ser tão inescrupuloso dessa maneira, de desejar um mal como esse para um garoto que não tem culpa de nada, que não fez nenhum mal ao senhor? Eu não posso ser sua filha. Eu que tenho vergonha de ter você como pai.
(Juliana sai)

Cena 6/ Apartamento de Adriana/ Sala/ Interno/ Dia
(Adriana sai da cozinha com uma xícara de café na mão e entrega-a para Luciana, que está sentada no sofá)
LUCIANA: Mas ele disse que não queria mais nada com você?
ADRIANA: Não, mas faz dois dias que ele não aparece aqui. Com certeza, está lá, naquela droga de hospital, paparicando o filho revoltado e a esposa corna mansa.
LUCIANA: Pensa bem, mana. Foi até bom você ter se livrado desse Otávio. Ele é casado, não ia dar certo mesmo. Vai atrás de um solteirão.
ADRIANA: E você acha que é fácil procurar um novinho de 25 anos, rico do jeito do Otávio? Seria uma perda de tempo procurar alguém assim. Eu quero o Otávio.
LUCIANA: Não, minha irmã. Você quer o dinheiro dele.
ADRIANA: Quero mesmo e não nego. Eu vou agir, Lu. Não vou ficar parada vendo aquela família se reerguer novamente. Eu quero ser rica e poderosa, e o Otávio é meu passaporte para isso.
LUCIANA: O que você vai fazer, hein?
ADRIANA: Já pensou, eu e Larissa, amigas íntimas e para sempre?
(Adriana gargalha)

Cena 7/ Mansão Albuquerque/ Quarto de Ramiro e Gisele/ Interno/ Noite
(Gisele está deitada.)
GISELE: Vai sair?
RAMIRO: Vou à empresa.
GISELE: A essa hora da noite?
RAMIRO: Para um empresário de renome como eu, não tenho hora certa para trabalhar e hora certa para descansar.
(Ramiro sai)

Cena 8/ Mansão Albuquerque/ Cozinha/ Interno/ Noite
(Otávio entra.)
OTÁVIO: Boa noite, mãe.
(Celina vira-se para o filho e abraça-o)
CELINA: Meu amor, que saudades.
OTÁVIO: Pois é. Tem tanta coisa acontecendo na minha vida, que demorei para vim lhe visitar. Como a senhora está?
CELINA: Estou ótima, mas quem não deve estar bem é você.
OTÁVIO: Por que a senhora acha isso?
CELINA: A Larissa me disse tudo, Otávio. Disse da crise do casamento de vocês, do seu pedido de divórcio, das desconfianças que ela tem para você ter pedido a separação.
OTÁVIO: Ela disse que eu tenho outra, não disse?
CELINA: Disse. Meu filho, você saiu de mim, eu te coloquei no mundo, eu te conheço como ninguém. Pode se abrir comigo. Você tem outra, não tem? Você está traindo a Larissa, não está?

Cena 9/Hospital/ Corredor/ Interno/ Noite
(Adriana caminha pelo corredor e, propositalmente, esbarra em Larissa)
LARISSA: Poxa, olha pra onde anda.
(Adriana vira-se para Larissa, com os olhos marejados)
ADRIANA: Mil perdões. Eu estou meio aturdida.
LARISSA: Você está bem?
ADRIANA: Não, estou passando por uma barra. Nesse momento, meu único filho está passando por uma cirurgia delicada, com raros índices de sobreviver. Se meu filho morrer, eu morro junto. Ele é a razão do meu viver.
LARISSA: Calma, fica tranqüila. Vai dar tudo certo. Meu filho passou por uma cirurgia recentemente e está tudo bem com ele. Isso vai acontecer com o seu filho também.
ADRIANA: Não, não. Meu filho sofreu um AVC e ele só tem 18 anos. Eu não sei o que eu faço para salvar meu filho. Eu não posso deixá-lo morrer.
LARISSA: Ele não vai morrer. Confia em Deus e nos potenciais dos médicos.
ADRIANA: Que Deus te ouça. Suas palavras aliviam tanto minha dor. Obrigada pela força, minha cara. Como se chama?
LARISSA: Eu me chamo Larissa.
ADRIANA: Prazer. Sou Stela.
(Adriana estende a mão para Larissa, que a cumprimenta)
LARISSA: Muito prazer, Stela.
(Congela nas mãos de Adriana e Larissa)

FIM DO CAPITULO

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