terça-feira, 10 de julho de 2012

Capitulo 17 de Roleta Russa



Cena 1/Mansão de Medeiros/Sala/Interno/Dia
DEBORA: O que? Como você pode fazer uma pergunta dessas, desconfiar de mim, que dei minha vida para essa familia, meu esforço e meu amor para o Antonio.
DIANA: Mas foi muita coincidência
DEBORA: Coincidências existem. E mesmo se eu tivesse matado o Medeiros, o corpo não seria encontrado em nenhum matagal e sim, aqui, na mansão.
DIANA: Você tem razão, minha irmã. Eu é que sou uma retardada em desconfiar de você, logo você, que era a esposa do Medeiros e o amava mais do que qualquer pessoa. Desculpa.
DEBORA: Não sei se estou apta a te desculpar nesse momento. Estou muito magoada com você.
(Debora sai)

Cena 2/Paisagens do Rio de Janeiro/Dia

Cena 3/Quarto de Hotel/Interno/Dia
(Debora entra no quarto, acompanhada de Cleber)
CLEBER: E a policia? Te interrogou?
DEBORA: Não exatamente. Apenas fez umas perguntas básicas, mas disse que depois vai me chamar para depor. (apontando para Cléber): Toma cuidado. Com certeza, eles vão te chamar também.
CLEBER: Fica tranquila. De mim, eles não vão desconfiar.
DEBORA: Falando em desconfiar, você acredita que a Diana, minha própria irmã, perguntou se eu tinha alguma paticipação no assassinato do Medeiros? Eu fiquei chocada.
CLEBER: Sério?
DEBORA: Sim. E eu que pensei que seria uma das últimas a ter um nome inserido em uma lista de suspeitos. O que importa é que eu a convenci de que eu sou inocente. Mas e quanto ao testamento? Já podemos abrir?
CLEBER: Quanto a isso, eu não tenho uma boa notícia pra te dar.
DEBORA: Como assim?
CLEBER: O testamento não pode ser aberto agora. Parece que o Medeiros foi no Tribunal Superior de Justiça e fez um pedido específico para o inquérito de que o testamento só pode ser aberto daqui a 22 anos.
DEBORA: 22 anos? É muito tempo. Não tem como anular esse pedido?
CLEBER: O pior que não. A única coisa que podemos fazer nesse momento é obedecê-lo e esperar esse tempo passar.
DEBORA: Se eu soubesse que as coisas seriam assim, eu não mataria o Medeiros. Afinal, nesse período, ele é mais útil vivo do que morto.

Cena 4/Mansão de Antonio/Sala/Interno/Dia
(Antonio desce as escadas e se depara com Diana, na sala, sentada no sofá)
ANTONIO: Diana? O que você está fazendo aqui? Vai embora da minha casa.
DIANA: Nossa, Antonio. Que forma de tratamento é essa? Para que tanta ignorância?
ANTONIO: Deixa de cinismo. Você sabia esse tempo todo que inha mãe havia levado o Daniel para os EUA e mentiu para mim.
DIANA: Eu não sabia de nada.
ANTONIO: Claro que sabia. Eu sei que você sabia. Não tente me enganar.
DIANA: Antonio, eu menti porque eu prometi para a Yolanda que eu não ia contar para ninguém. Entende isso, por favor.
ANTONIO: Chega. Não quero saber de mais nada. Vai embora.
DIANA: Tudo bem, eu vou. Mas antes vim fazer o que me trouxe de fato até aqui. Avise ao seu pai que o Medeiros morreu.
ANTONIO: Morreu?
DIANA: Sim. Ele foi assassinado. Não sei direito porque. A policia ainda está investigando, mas tudo indica que foi assalto. Licença.
(Diana sai)

Cena 5/Paisagens de Olinda/Interno/Dia
Cena 6/Casa de José/Cozinha/Interno/Dia
(Estão Lucas e Mariana sentados à mesa, e José em pé)
LUCAS: Obrigado por me convidarem para almoçar com vocês.
JOSÉ: Não foi nada. Você é sempre bem vindo nessa casa, Lucas. Bem, vou no mercadinho comprar um refrigerante. Volto em um instante.
(José sai)
LUCAS: Como está?
MARIANA: Bem, na medida do possível.
LUCAS: Conseguindo superar o abandono da sua mãe?
MARIANA: Já se passaram tantos meses, não é? Mesmo assim, não consigo esquecer do que ela fez comigo, com meu pai. Só queria entender os reais motivos que fizeram ela nos abandonar.
LUCAS: Eu não gosto de te ver triste. Quando te vejo chorando, tenho vontade de chorar também. Eu te amo, Mariana.
MARIANA: Eu também gosto muito de você, Lucas. Você é meu melhor amigo.
LUCAS: Você não está entendendo. O amor que eu sinto por você não é aquele amor de amigo. É um amor mais forte, mais intenso. É um amor de namorado, sabe?
MARIANA: Nossa, ninguém nunca falou isso para mim.
LUCAS: Eu te amo, Mariana. Eu te amo do fundo do meu coração.
MARIANA: Lucas, vamos dar tempo ao tempo. Somos apenas crianças. Vamos esperar ver o que a vida reserva para nós dois, tudo bem?
LUCAS: Claro. Eu não quero pressionar ninguém.
(José entra)
JOSÉ: Crianças, o melhor refrigerante de Olinda chegou. Vamos comer?

Cena 7/Mansão de Medeiros/Sala/Interno/Dia
(Debora está sentada no sofá. Nathalia entra correndo e a mãe chama a atenção da filha)
DEBORA: Nath, venha cá. Mamãe precisa te dizer um negócio.
NATHALIA: Diz mamãe.
DEBORA: Você sabe porque o Medeiros não foi te buscar hoje?
NATHALIA: Não, porque?
DEBORA: Filhinha, seu papai morreu. Agora ele está lá em cima, no céu, nos vigiando.
NATHALIA: Morreu? Meu pai morreu e está no céu?
DEBORA: Sim, meu amor.
NATHALIA: Eu não quero meu pai no céu. Eu quero ele aqui, na Terra, comigo. Traz ele de volta, mãe.
DEBORA: Não tem como, meu amor.
NATHALIA: Não quero nem saber. (gritando): Traz ele de volta agora
(Nathalia sai correndo)
DEBORA: Droga. Nada está dando certo. Além de saber que a porcaria do testamento só vai ser aberto daqui a 22 anos, ainda tenho que aguentar a mimação dessa menina. Ódio.

Cena 8/Paisagens de Olinda/Noite
Cena 9/Casa de José/Quarto de Mariana/Interno/Noite
JOSÉ: Gostou da lasanha?
MARIANA: Gostei sim, pai. A melhor lasanha do mundo.
JOSÉ: Então, boa noite, meu amor. Fica bem e dorme com os anjos.
MARIANA: Boa Noite, pai.
(José dá um beijo na testa de Mariana e sai, desligando a luz do quarto. Ao ver o pai sair, Mariana liga o abajur)
MARIANA: Papai do céu, eu sei que pode ser uma loucura que vou pedir ao senhor agora. Depois de tanto tempo, cheguei a uma conclusão de que minha mãe merece ser punida por todos os erros que cometeu comigo e com meu pai. Faça com que ela seja punida. Amém.
(Mariana desliga o abajur)

Cena 10/Mansão de Antonio/Quarto de Antonio/Interno/Noite
(Marieta e Antonio estão dormindo. De repente, Marieta acorda desesperada e se levanta da cama, saindo do quarto)

Cena 11/Mansão de Antonio/Corredor/Interno/Noite
(Marieta caminha pelo corredor e para na ponta da escada)
MARIETA: Mariana, minha filha.
(Marieta cai da escada. A CAM foca no rosto de Marieta)

Cena 12/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Alternando entre Noite e Dia

22 ANOS DEPOIS

Cena 13/Mansão de Antonio/Sala/Interno/Dia
(O telefone atende e Marieta atende)
MARIETA: Alô. Dona Yolanda? Mas é muita audácia sua ligar para cá depois de tantos anos. O que você quer?
YOLANDA(do outro lado da linha): Eu quero falar com o Antonio. Passa o telefone para ele.
MARIETA: Ele não está em casa. Adeus.
YOLANDA(do outro lado da linha): Você não serve para nada, biscateira. Nem para passar um telefone
MARIETA: Biscateira uma pinóia. Você me respeita, sua velha desgraçada.
Cena 14/EUA/Casa de Yolanda/Sala/Interno/Dia
YOLANDA: Velha desgraçada é você, sua cretina.
(Daniel entra)
DANIEL: Vó, que gritaria é essa?

Cena 15/ Mansão de Antonio/Sala/Interno/Dia
MARIETA: Quem disse isso? Que voz grossa é essa?
YOLANDA(do outro lado da linha): Voz grossa?
MARIETA: Não tenta me enganar. Que voz grossa é essa? É o Daniel? Você não vendeu o meu filho, não foi? Essa voz que eu escutei é do Daniel, sua velha nojenta?
FIM DO CAPITULO






Nenhum comentário:

Postar um comentário