terça-feira, 6 de dezembro de 2011

                                  Marcas do Passado
                                                          Capítulo:07





Cena 1 / Fórum / Interior / Noite.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

Juiz – com sete votos os jurados decidiram que o senhor Felipe Souza é culpado!

As pessoas fazem barulho.

Juiz – Silêncio, por favor, ou serei obrigado a pedir que os senhores se retirem.

Felipe olha o para o advogado.

Felipe – E agora?

Milton – Vamos aguardar a sentença!

Juiz – Sendo assim, pelos atos da lei, o réu Felipe Souza, é culpado, ficando sentenciado a reclusão de 25 anos em regime fechado.

A plateia novamente faz barulho, uns gritam a favor da pena outros contra.
Juiz – Por favor, silêncio! Podem levar o réu direto para a penitenciária!

Após isso, o juiz encerra a audiência.

Marcos olha para Felipe com ar de vitória.

Felipe – Você me paga, pode ter certeza de que eu vou provar quem é o verdadeiro assassino!



Cena 2 / Rua / Rio de Janeiro / Noite.

Leandro – Nossa! Você tá machucada!

Lídia – Não foi nada de mais, afinal eu pulei de um carro, caindo de um barranco, não poderia estar ilesa!

Leandro – Você não pode viajar assim, não vão lhe deixar entrar no avião!

Lídia – Façamos um curativo e eu troco de roupa e pronto, não posso ficar aqui mais tempo!

Leandro – Vamos por carro então Líd...

Lídia – Tereza! Tereza a partir de hoje!

Leandro – Tudo bem, vamos para o carro Tereza!


Cena 3 / Casa de Roberto / Sala / Interior / Madrugada

Roberto – Pode deixar, eu atendo! – olhando para a empregada.

Roberto – Alô?! Sim é o marido dela, ou melhor, o ex-marido!

...

Roberto – Acidente? Mas está tudo bem com ela?

...

Roberto – Carbonizada?

Maira – O que foi papai?

Roberto faz um gesto com a mão para que ela espere.

Roberto – Tudo bem, eu vou para ai!

Roberto desliga o telefone.

Maira – O que foi papai? Por que essa cara?

Roberto – Sua mãe...

Maira – Não! Não quero saber dela!

Maira já da às costas indo em direção ao seu quarto.

Roberto – Sua mãe está morta!

Maira para e se vira para o pai.

Maira – Morta? Morta como? Não...

Roberto – Um acidente de carro,  não sei direito, mas parece que o carro caiu em um barranco e explodiu!

Maira – Não pode ser, por quê? Não papai, me diz que isso é mentira!

Roberto – Tem que ir ao necrotério, para reconhecer o corpo ou sei lá, já que foi carbonizada, não temos como reconhecer!

Maira começa a chorar e senta-se no sofá.



Cena 4 / Aeroporto / Sala de embarque / Interior / Madrugada


Lídia – Agora você tem que ir ao necrotério antes deles, e fazer o reconhecimento, sei lá, diga que você sabe que sou eu e libera o corpo, por que vai que o Roberto decide pedir um exame e descobrem que não sou eu?

Leandro – Vou sim, espero que dê tudo certo!

Lídia – Vai dar! O mais difícil já conseguimos! Agora é só você falar o que combinamos para começarmos de vez a nossa nova vida!

Leandro – Pode deixar, além de ser um excelente artista plástico, também sou bom como ator!

Os dois riem.
No alto chamam os passageiros do voo de Lídia.
Leandro – Vai lá, em dois dias no máximo estaremos juntos novamente!

Os dois se beijam.



Cena 5 / Necrotério / Interior / Madrugada


Roberto – Viemos reconhecer o corpo de Lídia Florence de Albuquerque!

Recepcionista – Só um minuto!

Alguns minutos depois a recepcionista volta

Recepcionista – Senhor, temos um problema, o corpo já foi reconhecido e liberado!

Roberto – Liberado?

Maira – Liberado por quem, se nós somos a família dela!

Leandro – por mim, com ela iria se casar, assim que se divorciasse de você, Roberto!

                                                      Primeiro Intervalo Comercial



Cena 6 / Necrotério / Interior / Madrugada.

Continuação.

Maira e Roberto olham para trás e veem Leandro.

Maira – O que você está fazendo aqui? A culpa disso tudo é sua!

Leandro – Vim reconhecer o corpo da única mulher que amei nesta vida!

Roberto – Saia daqui – virando-se para a recepcionista – Vocês não poderiam deixar esse homem entrar aqui, ele não é da família!

Leandro – Errado Roberto, além de ser seu genro... oficialmente é claro eu e sua esposa íamos nos casar, portanto ninguém melhor que eu para reconhecer o corpo!

Maira – Sai daqui, sai da minha frente, você matou a minha mãe!

Leandro – Não, eu não matei ninguém!

Roberto se aproxima de Leandro e lhe dá um soco.

Leandro com a mão no rosto e um sorriso de deboche.

Leandro – O corpo está neste endereço, não se preocupem, eu não estarei lá!

Roberto – É bom que não apareça!


Dia seguinte.


Cena 7 / Casa de Roberto / Sala / Interior / Tarde.

Roberto – Maira, a partir de agora, é somente eu e você, conto com a sua ajuda, para terminar de criar o Leonardo e a Luana!

Maira – Claro papai, e...

Roberto – E? Fala!

Maira – E o meu filho também!

Roberto – Grávida? Daquele crápula? Mas vocês nem...

Maira – Antes do casamento papai!

Roberto – Criar um filho daquele homem!

Maira – Essa criança, nunca vai saber dessa história e nunca irei contar sobre o maldito do seu pai!


Cena 8 / Aeroporto / Sala de embarque / Interior / Tarde.


Leandro – Meu amor? Embarco em meia hora! Amanha por essas horas estaremos juntos e felizes em New York!

...

Leandro – Vou desligar agora, te amo!


Cena 9 / Presídio / Sala de visita / Interior / Tarde.

Carcereiro – Felipe? Visita para você!

Felipe – Para mim?

O carcereiro leva Felipe até o visitante.
Marcos está parado de costas, quando se vira.

Marcos – Belas acomodações, não acha?

Felipe – O que você quer aqui?

Marcos – Ter certeza de que você está sendo bem tratado!

Felipe – Seu infeliz, por que você fez aquilo? Por que você matou a Lavínia?

Marcos – EU matei? Você fez isso, e vai pagar muito caro, pela morte, pela traição!

Felipe – Seu maldito, você sabe que eu não fiz nada!

Marcos o chama e chega bem perto de seu ouvido.

Marcos – Eu sei, mas a justiça não sabe!

Felipe – Eu vou sair daqui e vou provar que o culpado é você!

Marcos – Você nunca vai sair daqui!

Marcos já vai saindo, mas olha para trás.

Marcos – Quanto ao meu filho com Lavínia, não se preocupe, ele vai saber de toda a história da mãe dele... E do assassino dela!

Felipe – MALDITO!

Cena 10 / Presídio / Cela / Interior / Tarde

Felipe pensa em tudo que viveu com Lavínia e no filho.

Felipe – Eu vou sair daqui! Eu vou provar que não cometi esse crime e vou ter o amor do meu filho! Eu juro! Juro por você Lavínia!


                                               25 ANOS DEPOIS...

NOVA IORQUE


Cena 11 / Apartamento de Andrea / Sala / Interior / Manhã.

Andrea – Eu vou para o Brasil, vou assumir os negócios do meu pai, afinal eu estudei para isso, ele me instruiu a vida inteira para isso!

Perkins – Mas meu querida, será que o “Brazel” não está perigoso ainda?

Andrea – Não importa, o maior sonho do meu pai sempre foi voltar para o Brasil, e voltar pra empresa que ele construiu!

Perkins – Se você achar assim!

Andrea – Eu vou, um dia antes de eles saírem naquele maldito carro, ele me disse que estava fazendo planos de voltarmos ainda esse ano!

Perkins – Mas você não conhecer nada lá!

Andrea – Mas o amigo do meu pai, o Roberto, aquele que toma conta dos nossos bens, ele vai me ajudar!

Perkins – Por falar nisso, ela não depositar o dinheiro que deveria esse mês!

Andrea – Como assim? Deve ter dado algum problema!

Perkins – O primeiro em 25 anos?

Andrea – Ai Perkins, está querendo insinuar o que? Eu confio nele de olhos fechados, aliás, o meu pai confiava nele! Esse homem vai me ajudar muito quando eu chegar ao Brasil!


Cena 12 / Apartamento de Tereza (Lídia) e Leandro / Sala / Interior / Manhã

Tereza – Chegou meu amor?

Leandro – Sim! Estava tratando da nova exposição!

Tereza – Estava aqui me lembrando da primeira vez que nos vimos, e até hoje não sei o que você viu em mim, tinha quase o dobro da sua idade!

Leandro – O amor não tem idade!

Tereza – Você... Você mudou a minha vida, depois daquele dia, eu fui feliz, realmente feliz!

Leandro – E eu consegui realizar meu sonho e de quebra arrumei um mor pra vida inteira!

Tereza – Vamos jantar com alguém hoje?

Leandro – Não, temos que arrumar as malas!

Tereza – Malas?

Leandro – Paris meu amor, Paris!

Tereza – Como não me avisa antes seu cretino!

Os dois se beijam.



Cena 13 / Redação / Sala de Bianca / Interior / Manhã.

Bianca ao telefone.

Bianca – Sim, é meu pai, o que tem?

...

Bianca – Claro, eu vou com certeza, diga a ele que eu chegarei em alguns dias!

Bianca desliga o telefone e liga para a emissora.

Bianca – Oi querido, sou eu! Preciso de um favor!

...

Bianca – Acabei de receber um telefonema do Brasil e meu pai está muito doente, eu preciso voltar!

...

Bianca – Sério? Muito obrigada!

...

Bianca – Se conseguir um voo vou ainda hoje!

...

Bianca – Sério? Pode ser me encaixe nesse!


                                         Brasil / Rio de Janeiro



Cena 14 / Casa de Roberto / Sala / Interior / Tarde.

Maira – Não adianta Amanda, você é muito jovem, para ir a Nova York sozinha!

Amanda – Mãe, muito nova? Eu tenho 24 anos!

Maira – Mesmo assim, eu fico um pouco receosa!

Amanda – Mãe, eu não sou mais uma criança, a muito tempo e tem mais, não vou sozinha, vou com a turma da faculdade, vai ser bom para mim, para minha carreira!

Maira – Sabe que não gosto desse curso!

Amanda – É sei, apesar de nunca ter entendido por que essa implicância com artes plásticas!

Maira – Não é implicância, apenas não gosto e ponto!

Amanda – Por favor, mamãe? Você tem uma semana para pensar!

Maira – Não há...

Amanda – Em uma semana você me da à resposta mamãe!

                                      Segundo Intervalo Comercial

Continuação


Cena 15 / Grupo San Martino / Sala de Roberto / Interior / Tarde

Sérgio – Eu nunca entendi por que meu sogro não mudou o nome do grupo, quando o comprou!

Roberto – Por que, o nome desse grupo já era muito conhecido, o público já o conhecia!

Sérgio – É mas, um Albuquerque seria muito melhor!

Roberto – Realmente seria meu caro, mas infelizmente eu não fundei o grupo, o comprei depois de que ele já havia feito um nome!

Sérgio – E fizeste um excelente negócio!

Roberto – É claro que sim, dediquei minha vida a isso, se não soubesse fazer negócios!

Sérgio – Claro, e quanto ao jantar em minha casa hoje?

Roberto – Impossível, jantarei com os chineses!

Sérgio – Os chineses? Nem sabia que já estavam no Brasil!

Roberto – Chegam hoje à noite!

Sérgio – Posso...

Roberto – Não, você não pode ir junto!

Sérgio – Claro, eu entendo!

Roberto – Não, você não entende, por dentro você está com raiva e querendo que eu morra!

Sérgio – jamais eu lhe...

Roberto – Volte para sua sala Sérgio, eu tenho mais o que fazer!
Sérgio volta para sua sala.

Sérgio – Velho idiota!


Cena 16 / Restaurante de Marcos / Escritório / Interior / Tarde

Marcos – Está perto da data daquele maldito sair da cadeia! Eu tenho que dar um jeito de ele passar mais algum tempo lá dentro!

Ricardo entra no escritório do pai.

Ricardo – Pai? Falando sozinho?

Marcos – O meu amor, não! Pensando alto apenas!

Ricardo – Eu Alice vamos jantar na casa do tio Sérgio, você vem né?

Marcos – Claro, vou deixar o restaurante nas mãos do Mauro!

Ricardo – Vamos agora então? Alice disse que abriu uma loja no shopping e ela quer comprar umas coisinhas pra nós!

Marcos – Coisinhas? E desde quando Alice compra coisinhas?

Os dois riem.
Alice entra.

Alice – Posso saber o que os dois gatos estão falando a meu respeito?

Ricardo abraça Alice.

Ricardo – Nada!!



Cena 17 / Apartamento de Melissa / Sala / Interior / Tarde

Renato – Não adianta a Tatiana nunca vai aceitar que o seu casamento com o Cristian acabou!

Melissa – É, mas era para já ter acostumado, faz mais de sete anos que nos casamos e essa menina insiste em culpar você pelo meu divorcio!

Renato – Mas meu amor, nós sabemos que isso não é verdade e o Cristian também sabe!

Melissa – Bom, vamos dar mais tempo!
Renato – É, ada que o tempo não cure!

Melissa – Eu espero realmente, por que já se passaram sete anos e nada!

Renato – Ela era pequena, é compreensível!


Cena 18 / Grupo San Martino / Sala de Roberto / Interior / Noite.

Roberto – Isso é jeito de entrar na minha sala Leonardo?

Leonardo – Desculpa pai, mas o que eu tenho para falar é muito sério!

Roberto – Então desembucha logo!

Leonardo – Um biscoito da nossa marca, uma criança em São Paulo comeu e corre risco de vida!

Roberto – Como assim risco de vida? Você está louco?

Leonardo – Não, foram feitos testes e acharam um ingrediente que não deveria estar na composição do biscoito!

Roberto – Mais essa agora! Manda a assessora de imprensa se manifestar e mande alguém até essa família, faça tudo que for necessário e mande conferir esse lote, de preferencia tirá-lo de circulação!

Leonardo – Já fiz tudo isso, e mandei retirarem os dois últimos lotes do biscoito também! Por via de duvidas!

Roberto – Não, os dois últimos não Leonardo, somente o que deu problema, o que com certeza já será um belo de um prejuízo!

Leonardo – Fiz e está feito é melhor, imagina se dá mais problemas? E o nome do grupo que está em jogo!

Roberto – Está certo! Traga-me noticias da criança e da assessoria de imprensa!

Leonardo – Claro!

                                     Terceiro Intervalo Comercial



Cena 19 / Restaurante de Marcos / Escritório / Interior / Noite.

Marcos – Eu vou jantar com a família hoje, você toma conta de tudo!

Mauro – Claro, pode deixar comigo!

Marcos – Amanhã tenho que falar com você!

Mauro – Sobre o que?

Marcos – Sobre o meu pesadelo, tá perto daquele infeliz ser solto e eu preciso que ele fique mais um tempinho na cadeia!

Mauro – Claro, e o que pretende fazer?

Marcos – Se fosse para te contar hoje, eu não dizia que ia falar com você amanhã!

Mauro – Está certo nervosinho!

Marcos – Até logo!


Cena 20 / Presídio / Cela / Interior / Noite.

Ferrolho – É meu amigo, falta pouco pra você sair!

Felipe – É, esses dias, parecem ser os maiores que passei aqui dentro!

Ferrolho – Calma, quem aguentou 25 anos, aguenta mais umas semanas!

Felipe – Eu vou aguentar, e quando eu sair daqui, vou provar que foi aquele maldito Marcos quem matou o amor da minha vida!

Ferrolho – E como você vai fazer isso?

Felipe – Eu ainda não sei, mas vou!

Ferrolho – E o seu filho?

Felipe – Ele nem deve saber que existo, e se souber, é a história que o maldito contou!

Ferrolho – Ele vai acreditar em você!

Felipe – Eu sei! Não vai ser fácil! Mas ele vai acreditar!

                                                   Fim do Capítulo

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