quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CAPÍTULO 5: DOIS AMORES ( de Vitor Rodrigues)

Cena 1/IGREJA/INTERNO/DIA

GUILHERME: Aceito
AMANDA: Que tragam as alianças.
      À medida que a CAM vai se distanciando, os convidados vão sentando e as portas da Igreja fecham-se.

Cena 2/PAISAGENS DO RIO DE JANEIRO

Cena 3/BOATE/INTERNO/NOITE

         Adriana e Otávio estão dançando uma música eletrônica agitada. A CAM frisa os passos de cada personagem.
ADRIANA (cansada): Ai, eu vou parar um pouquinho. Não agüento mais dançar.
OTÁVIO: Já cansou? É fraquinha mesmo!
ADRIANA: Vou tomar um refri. Com licença.

Cena 4/BOATE/EXTERIOR/NOITE

ADRIANA: Nossa, dançamos demais.
OTÁVIO: É verdade! Sabe Adriana, estava pensando em uma coisa que você me disse e agora vejo que você está certa. A Larissa marcou muito a minha vida, mas não posso viver mais assim, sofrendo, angustiado. Tenho que tocar para frente, dar rumo a minha vida, conhecer novas pessoas e é baseado nisso que te pergunto. Aceita namorar comigo?
ADRIANA: Claro que aceito. Claro. (risos)
         O casal se beija.
         Lentamente, a CAM vai se afastando do casal e mostrando o céu, se interpondo em dia e noite.

20 ANOS DEPOIS...

        Durante esses 20 anos ocorre o casamento de Adriana e Otávio, a gravidez e o parto da moça. Paralelamente, é mostrado o crescimento de Juliana e Sérgio, dando a entender que ambos se envolverão no futuro. Após esse paralelo, é mostradas cenas de Otávio e Adriana brigando e se distanciando. Acontece o mesmo com Amanda e Guilherme.
          Depois é mostrado o tráfego intenso das ruas e o aeroporto principal do Rio.

Cena 5/AEROPORTO DO RIO/INTERNO/DIA

         A CAM mostra uma mulher de costas saindo de um compartimento carregando suas malas. Ela para no meio do aeroporto e tira o seu celular da bolsa. Disca um número e coloca o telefone próximo ao ouvido. No momento em que ela começa a falar, a moça vira-se para a câmera. É Larissa.
LARISSA: Tia, cheguei!

Cena 6/AEROPORTO DO RIO/INTERNO/DIA

LARISSA (sentando-se): Não precisa tia. Deixa que eu pego o táxi, viu?
...
LARISSA: Não se preocupa. Eu ainda sei andar pelo Rio. Não precisa ficar preocupada. Em cinco minutinhos estou aí. Beijos.
        Larissa pega as suas malas e vai para a entrada do aeroporto. Lá pega um táxi.

Cena 7/CASA DE CELINA/INTERNO/DIA

             Celina está bordando e balançando em sua cadeira. Quando a campainha toca, ela se direciona a porta e atende:
CELINA: Larissa, minha sobrinha.
LARISSA: Oi tia. Não disse que eu sabia ainda andar no Rio?
CELINA: É.
               As duas riem.
CELINA: Bem, deixe suas malas aqui. Senta um pouco. Deve estar cansada da viagem, acertei?
LARISSA: Um pouco.
CELINA: Onde está Ana? Não veio?
LARISSA: Não tia. Preferiu ficar em uma casa de repouso lá em Salvador.
CELINA: Por quê? Eu tenho um cantinho aqui para ela.
LARISSA: A senhora sabe como é sua irmã. Depois da morte do papai, ela ficou tão angustiada. Preferiu ficar em Salvador mesmo. Cadê a Cassandra?
CELINA: Viajou para Porto Alegre a estudo e não volta tão cedo. E você, minha sobrinha, por que veio? Por que não ficou com sua mãe na Bahia?
LARISSA: Tia, eu nasci aqui, cresci aqui, amadureci aqui. Eu me sinto mais viva aqui, entende? Sem falar que vim para cá por outro motivo mais importante.
CELINA: Qual?
LARISSA: Recuperar o amor da minha vida. Reconquistar o Otávio e ser feliz ao lado dele.

Cena 8/PAISAGENS DO RIO DE JANEIRO
            São mostradas cenas de uma empresa em diversos ângulos.

Cena 9/CERON COSMÉTICOS/INTERNO/DIA
              Otávio está gerenciando o trabalho dos fabricantes e lojistas da Ceron.
OTÁVIO: Isso Leandro, parabéns!
OTÁVIO: Maravilha Daisy. Continue assim!
OTÁVIO: Ótimo Diogo.
              Otávio se direciona para a ala dos lojistas quando seu telefone toca. É Adriana, sua esposa.
OTÁVIO: Adriana, por que está me ligando? Não posso falar agora. Estou trabalhando.
ADRIANA: Desculpa, amor. Só queria propor uma coisinha para você.
OTÁVIO: Que coisinha?
ADRIANA: Que tal almoçarmos fora hoje?
OTÁVIO: Adriana, não posso. Ainda tenho que assinar umas papeladas, mandar algumas solicitações de fabricação de cosméticos.
ADRIANA: Tudo bem. Desculpa por atrapalhar o seu precioso trabalho.
       
Cena 10/ BRECHÓ/ INTERNO/ DIA

             Adriana abaixa o telefone. Cirilo, seu colega de trabalho e melhor amigo, intervém.
CIRILO: Dri, que carinha é essa?
ADRIANA: Problemas, Cirilo. Problemas.
CIRILO: Todos os seres humanos têm problemas, mas os seus, amiga, não são normais. Que tal torrarmos os nossos cartões de créditos no shopping? Vai ser o máximo.
ADRIANA: Não estou afim.
CIRILO: E se formos para uma festinha? Estou louco pra arranjar um gato.
ADRIANA: Festinha? Claro que não.
CIRILO: E o que você quer pra deixar essa carinha mais UP? Quer sorvete? Deixa que o amiguinho aqui paga.
ADRIANA: Que porcaria de sorvete, Ci? Eu quero atenção, carinho, amor do meu marido.
CIRILO: Amiga, teu marido é um tudo, mas é difícil. Como é que você agüenta, hein?
ADRIANA: A pessoa que ama agüenta tudo.
CIRILO: Olha chegou uma cliente. Muda essa cara e coloca um sorrisinho angelical no rosto.
    Cirilo e Adriana vão atender a cliente.

Cena 11/CASA DE CELINA/INTERNO/DIA

CELINA: Você não esqueceu mesmo esse rapaz não é?
ADRIANA (começando a chorar): Não. Ele foi tudo para mim, tia.
CELINA: Então boa sorte, minha sobrinha linda. Não duvido nada que o rapaz já esteja casado com família formada.
ADRIANA: Tia, eu posso estar sendo até egoísta, mas eu não estou nem aí se ele está casado ou não. Ele é o homem da minha vida e meu destino é ficar com ele, custe o que custar.
CELINA: Mudando de assunto, você vai se manter como aqui no Rio?
ADRIANA: Não se preocupa. Eu vou ajudar a senhora com as despesas da casa. Vou trabalhar, mas vai ser bem difícil arranjar um emprego com o curso na qual me formei. Moda.
CELINA: Não entendo muito disso não é filha, mas eu tenho uma colega que é dona de uma loja de roupas no shopping e ela está justamente precisando de uma vendedora que entende dessas coisas de moda. Você é a melhor indicada para esse emprego.
ADRIANA: Tia, então me faz um favor. Conversa com ela sobre isso?
CELINA: Claro minha querida, não precisa se preocupar.

Cena 12/CERON COSMÉTICOS/INTERNO/DIA

     A CAM frisa a porta da sala de Guilherme, que é o principal negociante da empresa. Ele está na sala com seu cúmplice, Pedrosa.
GUILHERME: Alguma novidade sobre essa empresa?
PEDROSA: Nenhuma. Por que a pergunta? Era para ter?
GUILHERME: Não. Perguntei por força da curiosidade. Você sabe que estou agora puxando o saco do tio Ramiro pra ver se ele me promove para o novo vice-presidente da empresa?
PEDROSA: E você acha que isso vai dar algum resultado?
GUILHERME: Sei lá. Você sabe que meu tio adora se sentir o superior.
PEDROSA: é, mas ele é osso duro de roer.
GUILHERME: Osso duro de roer é o Otávio. Ainda não me conformo dele estar trabalhando aqui. Esse idiota sempre esteve no meu caminho. Primeiro na faculdade, agora na empresa.
PEDROSA: Por que você não o demite?
GUILHERME: Ainda não. Antes de realizar essa proeza, quero humilhá-lo bastante. Deixá-lo acuado. Falando nele, vá ver o que ele está fazendo. Qualquer falha é uma pedra preciosa pra mim.

Cena 13/ALA DOS LOJISTAS/ CERON COSMÉTICOS/ INTERNO/ DIA

     Otávio está orientando os funcionários.
OTÁVIO: Josias, não é melhor você mudar a forma como você ajeita os cosméticos na vitrine? Coloquem-nos em uma forma que encante o cliente.
JOSIAS: Pode deixar, vou colocar minha criatividade para funcionar.
                Outra funcionária chama Otávio. Ambos começam a conversar, quando são interrompidos por um som: Josias derrubou um cosmético.
JOSIAS: Meu Deus. Desculpa seu Otávio. Não foi minha intenção. Escorregou da minha mão e caiu.
OTÁVIO: Não tem problema, Josias. A gente substitui por outro cosmético.
                Pedrosa assiste a cena, sem ser visto.

Cena 14/ SALA DE GUILHERME/ CERON COSMÉTICOS/ INTERNO/ DIA

GUILHERME (surpreso): Derrubou o cosmético da linha que eu criei? Não acredito. Chama o Otávio aqui, Pedrosa. Quero saber direitinho essa história.

Cena 15/ SALA DE RAMIRO/ CERON COSMÉTICOS/ INTERNO/ DIA

             Ramiro está pensativo na sua sala, quando entra Rose, a secretária.
ROSE: Com licença, seu Ramiro. Aqui está mais algumas solicitações de fabricação de cosméticos para o senhor assinar.
RAMIRO: O que está acontecendo, Rose? Todos os dias você me entrega essas benditas solicitações.
ROSE: É o Otávio, o gerente, que manda.
RAMIRO: Vou dar uma olhada e depois mando para a sala de testes.
ROSE: Com licença
             Quando Rose sai, o telefone de Ramiro toca. É Lucélia, sua esposa.
RAMIRO: Diga Lucélia.
LUCÉLIA: Amorzinho, eu quero te avisar que vou sair com uma amiga e não devo almoçar em casa hoje. Tudo bem para você?
RAMIRO: Quem é essa amiga?
LUCÉLIA: A Vivian. Aquela loira, alta, que nós encontramos no shopping um dia desses.
RAMIRO: Ah sim sei. Tudo bem, meu amor. Beijos
LUCÉLIA: Beijinhos.
          Lucélia guarda o celular dentro da bolsa e fala para Pedro, o motorista.
LUCÉLIA: Agora vamos fazer nossa festinha particular.

Cena 16/ CASA DE CELINA/ INTERNO/ DIA

       Celina está ao telefone.
CELINA: Certo, Jurema. Vou avisá-la. Obrigada.
       Celina abaixa o telefone.
CELINA: Larissa ande aqui, por favor.
LARISSA: Chamou tia?
CELINA: Chamei. Acabei de falar com minha amiga, aquela que tem a loja de roupas no shopping, e ela disse para você passar lá amanhã, porque ela quer entrevistá-la.
LARISSA: Sério, tia? Nossa. Tomara que eu consiga o emprego.
CELINA: Você vai conseguir, eu sei que vai.

Cena 17/SALA DE GUILHERME/ CERON COSMÉTICOS/ INTERNO/ DIA

OTÁVIO (chegando à sala de Guilherme): O que quer comigo Guilherme?
GUILHERME: Seu Guilherme para você
OTÁVIO: Diga o que quer.
GUILHERME: Eu soube que um funcionário derrubou um cosmético da linha que eu criei no chão. É verdade?
OTÁVIO: é sim
GUILHERME: E o que você fez?
OTÁVIO: Eu disse para ele não se preocupar. Que existem mais de 100 produtos iguais àqueles cosméticos no estoque.
GUILHERME: E daí? Representa um cosmético a menos da Ceron no mercado. E eu não estou a fim de ter prejuízo devido um ato incompetente do seu funcionário.
OTÁVIO: E o que você propõe?
GUILHERME: Naturalmente, o seu funcionário não tem condições financeiras para repor um cosmético daquele naipe.
OTÁVIO: Verdade.
GUILHERME: Então você repõe.
OTÁVIO (surpreso e furioso): Não reponho mesmo. Não há precisão disso.
GUILHERME: AH, mas você vai repor sim.
OTÁVIO: E quem vai obrigar? Você?



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