terça-feira, 24 de julho de 2012

Capitulo 27 de Roleta Russa


Cena 1/ Posto médico de Olinda/ Interno / Dia
MARIANA: Mas isso é muito sério. Doutor, eu vou levar meu pai para Recife agora. Tem como vocês arranjarem uma ambulância para levá-lo até lá?
DOUTOR: Claro.
MARIANA: Obrigada. Por enquanto que o senhor arranja, vou passar na casa de uma amigo meu. Eu volto em um instante.

Cena 2/ Casa de Lucas / Interno / Dia
(Mariana bate na porta e Lucas atende)
LUCAS: Amor, que saudades de você.
(Lucas beija Mariana)
MARIANA: Lucas, o assunto é sério. Eu irei ter que voltar para Recife.
LUCAS: Como assim? Você acabou de chegar de Recife, já quer voltar?
MARIANA: Meu amor, meu pai está muito mal. Eu vou a Recife para ele fazer uns exames. Tudo indica que meu pai está com câncer.
LUCAS: Câncer? Mas já está confirmado?
MARIANA: É por isso que os exames têm que ser feitos em Recife o mais rápido possível. Estou com muito medo do resultado. Se o meu pai realmente estiver com câncer, eu não vou ter estrutura suficiente para agüentar tudo sozinha. Vai comigo para Recife, Lucas? Por favor.
LUCAS: Claro que vou. Não vou te abandonar em um momento tão difícil como este. Só vou arrumar uma malinha para ajeitar minhas coisas.
MARIANA: Obrigada, Lucas. Arruma tuas coisas que é o tempo que eu volto ao hospital. Estou te esperando lá, ok?
LUCAS: Certo. Te amo.
(O casal se beija. Mariana sai)

Cena 3/ Paisagens do Rio de Janeiro / Dia
Cena 4/ Quarto de Hotel/ Interno/ Dia
(Cléber e Débora entram no quarto)
CLEBER: Qual é o motivo do encontro?
DÉBORA: O testamento, claro. Eu não admito que o Leonardo receba parte da fortuna do meu marido e você sabe disso.
CLEBER: E...
DEBORA: E que eu arrumei uma solução para esse impasse.
(Debora pega um presente que está na cama e entrega para Cleber)
DEBORA: Abre.
(Cleber abre o presente e se surpreende)
CLEBER: Um revólver?
DEBORA: Isso mesmo. É com esse revólver que você irá matar Leonardo Alcântara

Cena 5/ Mansão de Antonio / Quarto de Valéria / Interno /Dia
VALÉRIA: Carlos, porque está todo arrumado?
CARLOS: Vou trabalhar.
VALÉRIA: Trabalhar, meu amor? Hoje?
CARLOS: O único que está de folga do trabalho hoje é seu irmão, porque casou. Mas eu tenho que está lá, dando duro.
VALÉRIA: Se você quiser, eu peço para o Antônio t dar folga também.
CARLOS: Nem pense nisso. Não quero ser taxado pelo Antonio de folgado ou coisa parecida. Eu já sei que ele não vai com minha cara. Você fazer um pedido desses, só vai piorar minha situação. Beijos.
(Carlos beija Valeria na testa e sai)

Cena 6/ Studio Design / Sala de Guilherme / Interno / Dia
(Ronaldo entra na sala)
RONALDO: Me chamou?
GUILHERME: Sim, Ronaldo. Hoje a Studio Design teve o prazer de receber sua primeira cliente para uma sessão fotográfica e não é nada menos de Sabrina Peixoto, a socialite mais influente do Rio de Janeiro.
RONALDO: Que maravilha, seu Guilherme.
GUILHERME: E você foi agraciado por fotografá-la. A sessão vai ser na própria casa dela.
RONALDO: Que honra.
GUILHERME: Boa sorte

Cena 7/ Centro de Pesquisas / Sala de Antonio / Interno / Dia
(Não há ninguém na sala. Carlos entra e vai em direção ao cofre)
CARLOS: Uma ótima oportunidade para descobrir de vez a senha desse cofre.
Cena 8/ Mansão de Sabrina / Sala / Interno / Dia
(Sabrina está sentada no sofá, folheando uma revista. A campainha toca)
SABRINA: Venância, a campainha. Venha atender.
(Venância aparece, abre a porta, deixa Ronaldo entrar e sai)
RONALDO: Com licença. Bom dia.
SABRINA: Bom dia
RONALDO: Prazer. Eu sou Ron...
SABRINA: Dispenso apresentações. Você é o Ronaldo, o fotógrafo da Studio Design.
RONALDO: Isso mesmo.
SABRINA: Vamos ao meu atelier. Lá ficaremos mais a vontade.
(Sabrina sai e Ronaldo a segue)

Cena 9/ Mansão de Sabrina / Atelier / Interno / Dia
(Sabrina e Ronald entram no atelier)
RONALDO: Seu atelier é perfeito.
SABRINA: Eu sei disso. Eu gostei de você, Ronaldo. Vou pedir ao Guilherme para que você seja meu fotógrafo particular.
RONALDO: Que honra, dona Sabrina. A senhora costuma fotografar aqui?
SABRINA: Fotografar? Eu? Meu amor, eu não fotografo, eu sou fotografada. Aprenda isso.
RONALDO: Desculpe. Como a senhora gostaria de ser fotografada?
SABRINA: Nua. Eu quero posar inteiramente nua.
RONALDO: Nua?

Cena 10/ Mansão de Antonio / Sala / Interno / Dia
(Diana desce as escadas e esbarra com Daniel)
DANIEL: Eu queria falar com você mesmo, Diana. Eu estou muito feliz com seu casamento. Desejo muita alegria e felicidade a você e ao meu pai.
DIANA: Obrigada, Dani. Eu que fico feliz por saber que meu enteado está feliz com esse casamento.
DANIEL: Eu queria te fazer um pedido. Você sabe que sempre tive uma certa ausência de uma figura materna. Nunca teve uma mulher que eu pudesse chamar de mãe. Se não fosse incômodo, você gostaria de ser minha mãe?
DIANA: Claro, Daniel. Nossa, que felicidade. Estou muito feliz com isso. Aceito sim, com o maior prazer. Eu também não sei se você sabe, mas não posso engravidar e sempre tive esse sonho de ter um filho. A partir de hoje, você ganhou uma mãe e eu ganhei um filho.
DANIEL: É isso aí, mãe.
(Emocionados, Daniel e Diana se abraçam)
Cena 11/ EUA / Calçada / Dia
(Nathalia está andando pela calçada, furiosa)
NATHALIA: O Daniel pensa que um pedido de desculpas vai resolver nossa situação. O pior de tudo é que estou sem dinheiro para voltar ao Brasil. Ódio de vida.
(Nathalia atravessa a rua sem olhar e um carro a atinge. Nathalia é atropelada)

Cena 12/ Paisagens de Recife/ Dia
Cena 13/ Hospital de Recife / Sala de espera / Interno / Dia
(Lucas está sentado. Mariana está andando de um lado para o outro)
LUCAS: Calma, meu amor. Os exames já estão sendo feitos. Vai dar tudo certo.
(O médico se aproxima do casal)
MÉDICO: Vocês são os responsáveis pelo paciente José Ferraz, correto?
MARIANA: Sim, eu sou a filha dele.
MÉDICO: Bem, os exames já foram feitos e nós já temos um diagnóstico pronto.
MARIANA: E aí, doutor?
MÉDICO: Os exames confirmaram que o paciente tem câncer nos ossos.
MARIANA: O quê? Câncer?
(Mariana abraça Lucas)
MÉDICO: O câncer nos ossos é o câncer mais raro e mais perigoso de todos. Infelizmente, a situação que seu pai se encontra é gravíssima. Não há nada que possamos fazer. Lamento
MARIANA: Mas e as sessões de quimioterapia ou radioterapia?
MÉDICO: Não resolvem. Infelizmente, nós não podemos fazer mais nada quanto a seu pai.
MARIANA: Eu posso vê-lo?
MÉDICO: Claro. Ele ainda não sabe da doença, mas está acordado e consciente.

Cena 14/ Hospital de Recife / Quarto de José / Interno / Dia
(José está deitado numa cama. Mariana entra)
MARIANA: Oi pai. Tudo bem?
JOSÉ: Tudo péssimo, minha filha. Não adianta me esconder. Eu sei o que está acontecendo. Eu tenho câncer nos ossos, é isso?
MARIANA: Vamos esquecer isso por enquanto, pai.
JOSÉ: Não tente me esconder. Eu ouvi duas enfermeiras comentando sobre minha situação. Eu estou ciente de tudo.
MARIANA: Eu prometo ao senhor que irei fazer o impossível para curá-lo viu? Não vou deixar você morrer.
JOSÉ: Não faça nada, Mari. Não tem mais jeito. No meu caso, é só esperar e morrer.
MARIANA(lacrimejando): Não fala isso, pai.
(José dá um leve sorriso para a filha e os dois começam a chorar. José inicia uma tosse seguida de sangue)
MARIANA: Pai, o senhor está tossindo sangue. Vou chamar o médico.
(José segura a mão de Mariana)
JOSÉ: Não filha. Deixe-me tossir. Eu sinto que a morte está chegando.
MARIANA: Não está. Isso é impressão besta.
JOSÉ: Filha, me promete uma coisa? Vai atrás da Marieta no Rio de Janeiro. Luta pelos teus direitos como filha.
MARIANA: Por que isso agora, pai? Nós nunca precisamos de nada daquela mulher.
JOSÉ: Faz isso por mim, minha filha. Me promete isso.
MARIANA: Pai.
JOSÉ: Por favor
(José tosse mais sangue e começa a sentir dificuldade para respirar)
JOSÉ: Pega aquele jornal que está em cima da mesa.
(Mariana pega o jornal e entrega para José)
JOSÉ: Está vendo essa mulher aqui? É ela, Mari. É a Marieta. É a sua mãe. Você vai atrás dela no Rio. E esse homem de terno e gravata que está ao lado dela, é o marido que ela arranjou. Foi por ele e pelo dinheiro dele que ela nos abandonou. Mas ele não sabe que você existe, ele não sabe que a Marieta teve uma filha antes de se envolver com ele. Chegue lá com muita cautela. Faça isso por mim, minha menina. Promete para mim?
MARIANA: Prometo, pai. Eu vou atrás dela sim.
JOSÉ: Estou mais aliviado. Obrigada por ser minha filha, viu?
MARIANA: Eu que agradeço por ter tido um pai maravilhoso como o senhor. Eu te amo, pai.
(José dá uma respiração ofegante e definitiva)
JOSÉ: Fica com Deus, Mariana. Ele sempre estará abençoando seu caminho, filha. Eu te amo.
(José fecha os olhos e morre. O aparelho indica a falência cardíaca de José e Mariana se desespera)
MARIANA: Pai, fala comigo, faz algum movimento, diz alguma coisa, abre esses olhos. Pai, não faz isso comigo, não me deixa. (gritando) PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI
(Mariana joga o jornal que José estava segurando no chão e põe sua cabeça sobre a barriga dele)
MARIANA: Pai, eu te amo muito.
(Duas enfermeiras e o médico entram na sala)
MÉDICO: Sai daí, garota.
(Mariana sai e o médico tenta reviver José, mas é em vão)
MÉDICO: Seu pai faleceu. Meus pêsames.
(Mariana cai no chão, chorando. Ela olha para o jornal e fixa na foto de Marieta)
MARIANA: Tudo isso é culpa sua. Eu prometi e vou cumprir. Eu vou te achar nem que seja no Inferno.
(A CAM foca na fotografia de Marieta)
FIM DO CAPITULO

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