Fim dos Tempos - Capítulo 9

Cena1 - Mansão Truhlar, sala, dia

Henrique: não é isso Hellen. (ele vai até Ianne, pega na mão dela e comunica a todos)... eu e Ianne, descobrimos que nos amamos e estamos juntos, iremos namorar e em breve, nos casar

(Hellen e Ana ficam de boca aberta. Carlos continua sem entender nada. Clarice feliz ao ver a reação de Ana. Maria e Zé surpresos)

Ana: Casar? Mas que fato pavoroso é esse?

Hellen: Vai se casar com essa ai?

(Henrique põe o braço no ombro de Ianne)

Henrique: Futuramente sim, nos amamos e eu acredito que vamos ser muito felizes!

Ana: Você só pode estar louco meu filho, bateu com a cabeça? Eu não aceito que se envolva com esta imunda!

Ianne: Olha lá os modos que você está falalando...

Ana: Eu falo o que eu quiser, essa casa é minha, minha!

(Hellen se aproxima de Henrique)

Hellen: Eu te amo meu amor, vai me trocar por essa coisa ai? E eu?

Henrique: Não há mais eu e você Hellen, há apenas Eu e Ianne! Você tem que aceitar

(Zé  e Maria se olham emocionados e Ianne sorri)

Ana: Mas eu não aceito, eu sou sua mãe e proíbo!

Henrique: Não proíbe coisa alguma!

Cena2 - Hospital, quarto 69,dia

(Uma enfermeira entra no quarto e medica a paciente Vanessa)

Enfermeira: Tome isso! Deve aliviar a dor!

Vanessa: O Carlos ligou?

(Enfermeira balança a cabeça negando)

Vanessa: Maldito, como pode me largar no meu pior momento, mas se eles acham que vão continuar suas vidinhas do jeito que estão, estão enganados!

Enfermeira: Deve descansar!

Vanessa: Meu rosto!

Enfermeira: Não mexa em nada, fique quieta, não quer que melhore?

Vanessa: Eu quero meu rosto de volta!(Grita)

Cena3- Mansão Truhlar, sala, dia

(Carlos se aproxima de Henrique, Hellen encara Ianne e Ana mantém a pose)

Carlos: Pode me explicar isso filho?

Henrique: Pai, é uma história muito longa!

Ana: E o que você faz aqui Carlos? Você não é mais bem-vindo, canalha!

(Carlos volta a olhar pra Henrique)

Carlos: Você não estava noivo da Hellen?

Henrique: Estava!

Hellen: Isso foi uma traição, traição das mais sujas, nunca imaginei que ia fazer isso comigo Henrique!

Henrique: Eu amo a Ianne!

(Henrique beija Ianne)

(Ze e Maria se emocionam mais uma vez e Ana fica chocada com a cena)

Ana: NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! (Grita)

(Todos olham pra Ana)

Ana: Prefiro ver meu filho morto que casado com esta qualquer, fora da minha casa, fora agora!

Ianne: Vamos embora meu amor!

Henrique: Não da mais pra ficar aqui mesmo!

Ana: O que estão esperando? Eu disse pra sair! Lugar de indigentes é na rua...

Maria: Mulher ridícula! Isso não é ser humano, não devia nem viver!

Ze: Salve Iemanjá!

Ana: Espero que algum ônibus atropelem todos vocês! E Henrique, fique sabendo que se você sair por essa porta, não vou mais te considerar meu filho

Henrique: Tudo bem mamãe

(Henrique, Ianne, Maria e Zé saem)

Carlos: Ficou louca?

Ana: Você é o último homem que eu quero ver nessa vida, se não sair da minha casa, chamarei a polícia!

Carlos: Tudo bem, eu saio! Mas antes vou pegar minhas roupas!

(Ana ri)

Ana: Suas roupas? Não tem suas roupas, mandei queimar!

Carlos: Sua louca! Não tem medo das conseqüências que possam te acontecer?

Ana: Está me ameaçando?

Carlos: Não, não sei de nada! Aliás, eu quero é ficar longe de você!

(Carlos sai em direção a porta e Ana olha pra Hellen)

Ana: O que você está fazendo aqui ainda?

Hellen: Ana, minha sogrinha, por favor, eu preciso que me ajude a separar o Henrique e aquela caiçara imunda

Ana: Sogrinha? Você acha que eu vou perder meu precioso tempo me envolvendo em casos de amor, me poupe querida. Fora daqui

Hellen: mas Ana, a senhora disse que gostava de mim

Ana: (ri debochadamente) minha querida, realmente eu sempre te achei a mulher certa pro meu filho: tem uma boa posição social, é bonita, culta... Mas você é uma perdedora, tão perdedora que foi trocada pro uma qualquer de beira de praia. E eu não me envolvo com gente perdedora. Fora daqui, fora

Hellen: (desolada) tudo bem. Eu vou, mas a senhora vai me pagar. Isso não vai ficar assim

(Hellen anda depressa em direção a saída, Ana encara Clarice)

Ana: Vai pra cozinha traste e me deixe sozinha! Antes só que mal acompanhada!

Cena4 -  Hotel furacolândia, quarto de Maria e Zé, tarde

(Henrique instala os pais de Ianne em um quarto)

Henrique: Bem, esse é o quarto de vocês! Espero que gostem!

Maria: Você é um menino de ouro, tudo isso que esta fazendo por mim e pelo Zé, pela minha filha!

Ze: Tenho que concordar com a muié ! Serei grato para todo sempre!

Henrique: Faço tudo de coração!

(Ele entra em seu quarto com Ianne)

Henrique: Esse é o nosso quarto!

Ianne: Muito luxuoso!

Henrique: Você merece mais que isso meu amor!

Ianne: E sua mãe?

Henrique: Não importa, eu te amo e é você que eu quero ficar!

(Henrique e Ianne se beijam)

Ianne: Tenho medo!

Henrique: Medo de que?

Ianne: Medo de tanta coisa, agora tem você na minha vida e eu já sofri tanta coisa que não sei se agüento mais!

Henrique: Eu vou fazê-la a mulher mais feliz desse mundo!

(alguém bate a porta. Henrique abre. Carlos)

Carlos: oi meu filho, vim aqui pra te falar que me hospedei no apartamento ao lado,se precisar, só chamar

Henrique: tudo bem pai

Carlos: mas eu também quero saber dessa historia toda sua, estou sem entender nada até agora. Eu também quero te contar tudo o que aconteceu entre eu e sua mãe. Te pedir desculpas

Henrique: não tem que pedir desculpas... o senhor sabe o que faz e minha mãe, minha mãe é uma louca. Entra ai vai

(Carlos entra e senta numa poltrona e Henrique/Ianne começa a contar tudo oque aconteceu pra ele)

Cena5 - Restaurante, mesa 7, noite

(Cibele janta ao lado de Marcelo)

Cibele: Você é muito galanteador! Os cavalheiros parecem ter entrado em extinção e eu encontro você, rico, bonito, uma coisa rara!

(Marcelo sorri)

Marcelo: Com tantos elogios, nem vou conseguir dormir!

Cibele: Só estou falando a verdade! Sou super sincera!

Marcelo: Sincera e linda!

Cibele: Linda?

Marcelo: Sim, completamente linda!

(Os dois riem)

Cibele: Assim eu fico sem graça!

Marcelo: Não fique (Ele pega na mão dela) é uma pena eu não poder te assumir como namorada

Cibele: Você é dono da revista concorrente da Factos and Factos e eu trabalho lá. Poderia ser demitida, eles poderiam até achar que sou uma espiã sua

Marcelo: mas eu posso te dar um emprego... é, minha empresa é muito chula pra uma jornalista como você né?

Cibele: Marcelo, eu sempre fui sincera com você. Eu sou uma mulher ambiciosa e o que realmente há de melhor pra mim nessa cidade é a Factos and Factos. Mas vamos mudar de assunto,não quero falar de trabalho

Marcelo:  tudo bem, mas só se você me levar pra conhecer o seu apartamento depois que a gente jantar... você prometeu outro dia

Cibele: Hum... tudo bem (os dois riem)

Cena6- Prédio factos and factos, sala de Júlio, noite

(Rebeca senta-se no colo de Julio)

Rebeca: Eu estava morrendo de saudades!

Julio: Eu também! Mas tive aqueles probleminhas que você sabe né!

Rebeca: Sempre problemas, problemas, problemas! Mas eu quero é ficar com você!

(Rebeca levanta e olha pela janela)

Rebeca: Quanto tempo terei que esperar para te ter por completo?

(Julio chega por trás)

Julio: Não vai demorar muito!

Rebeca: Tenho minhas dúvidas!

Julio: Vamos viver o momento!

(Rebeca vira olhando pra Julio)

Rebeca: Eu não quero só viver o momento, eu quero é viver com você por todo o tempo! Eu te amo Julio! Eu sofro todos os dias por ter que esconder isso!

(Julio tasca um beijo em Rebeca)

Cena7 –Casa de Pedro e Pablo, quarto de Pedro, noite

(Pablo entra no quarto do irmão que se arruma)

Pablo: Ui, como tá gatão, hahahaha. Onde vai com toda essa felicidade?

Pedro: vou até a casa da minha patroa

Pablo: mas você não acabou de chegar de lá?

Pedro: eu acabei de chegar de lá como motorista e vou voltar como homem dela

Pablo: você está louco? E a familia dela?

Pedro: ela não tem mais familia. Ela se separou do marido dela

Pablo: sério? Me conta isso direito

(Pedro  conta toda a historia da separação pra Pablo)

Cena8 - Hotel Furacolândia, quarto de Ianne e Henrique, noite

(Henrique se arruma pra sair)

Ianne: Pra onde vai?

Henrique: Eu pedi nosso jantar, mas estão demorando demais! Eu mesmo terei que buscar ou morreremos de fome!

Ianne: Mas e a comida do hotel?

Henrique: Encomendei comida japonesa!

(Henrique beija Ianne e sai)

Ianne: Volta logo!

Cena9-  Hospital, quarto 69, noite

(O médico Hélio Martinez entra no quarto de Vanessa)

Hélio: Boa noite

Vanessa: E o que tem de boa? Eu aqui nessa cama, com esse rosto cortado e sem o meu amor ... como posso estar boa?

Hélio: eu tenho uma noticia boa pra você

Vanessa: diga

Hélio: ainda resta uma esperança pra você. Tem uma chance do seu rosto voltar ao normal

Vanessa: (esperançosa e feliz) então, diga qual é doutor... diga

Cena10 - Mansão Truhlar, sala, noite

(Clarice nessa hora já se recolheu. Ana passeia pela casa e senta-se no sofá)

Ana: Eles pensam que me dobram me deixando sozinha... eu não tenho medo da solidão.

(alguém bate a porta, ela vai atender)

Ana:  Maldita empregada que não serve nem pra atender uma po... Pedro?

Pedro: (já entrando na casa) Oi meu amor

Ana: você está louco? Se a empregada acorda e te pega aqui, vai ser um escândalo

Pedro: ótimo, vai ser a primeira pessoa que a gente vai assumir o nosso amor

Ana: Assumir amor?

Pedro: sim. Você se separou do Carlos, acho que não temos mais o porque esconder

Ana: (ri debochadamente) Ai Pedro, como você é ingênuo

Pedro: Ingênuo? Por que? O que está querendo dizer?

Ana: olha, espera um pouco aqui na sala, vou pegar algo pra você no quarto e já volto.

(Ana sai e Pedro fica sem entender nada, ou pelo menos finge não entender. Ana volta com um envelope na não

Ana: Pegue. Tem uma boa grana ai, vai servir por um bom tempo até...

Pedro: Não estou entendo!

Ana: Está demitido, não preciso mais de seus serviços!

Pedro: Demitido?

Ana: Há muito tempo você começou a ser uma dor de cabeça, está mais que na hora de cortar o mal pela raiz!

Pedro: E nós?

Ana: Nunca houve nós! Você era apenas um objeto que eu usava de vez em quando, achou mesmo que eu gostava de você? (Ela ri) Patético seria se eu fosse apaixonada por um pobretão como você, seria lastimável! Mais lastimável seria se eu assumisse um amor pra sociedade que nunca existiu

PEDRO CONGELA