quinta-feira, 11 de abril de 2013

Vida Fatal - Capítulo 49


Cena 1/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia

Cena 2/ Restaurante/ Interno/ Dia
ADVOGADO: Aqui estão as papeladas que comprovam que o Guilherme desviava dinheiro da empresa.
OTÁVIO: ótimo. Hoje eu pego aquele desgraçado.

Cena 3/ Casa de Paula/ Sala/ Interno/ Dia
RENATO: Resolvi passar aqui antes de pegar vôo para a empresa.
PAULA: Que bom que você veio. Eu descobri uma coisa recentemente, antes do casamento do Otávio, e quero te contar logo agora.
RENATO: Conta. O que foi?
PAULA: Eu estou grávida.
RENATO: Grávida? Então, quer dizer, que eu vou ser pai?
PAULA: Sim. Você será pai, meu amor. Um ótimo pai.
(Paula e Renato se beijam)
RENATO: O melhor presente que eu poderia ganhar na vida. Obrigado, meu amor.
PAULA: Obrigada você por ter aparecido na minha vida e me fazer, todos os dias, a pessoa mais feliz do mundo.

Cena 4/ Mansão Albuquerque/ Externo/ Dia
(César está rondando a mansão. INÍCIO DO FLASHBACK – Cap. 46, cena 3)
CÉSAR: Estou pensando em roubar a mansão do Ramiro. O que acha?
LUCÉLIA: Você está louco? A polícia está atrás da gente, achando que nós matamos o Ramiro, e você está pensando em roubar a mansão dele?
CÉSAR: Fica calma, que eu estou pensando em fazer isso sem deixar vestígios.
(FINAL DO FLASHBACK)
CÉSAR: Em breve, toda a fortuna de Ramiro Albuquerque será minha.

Cena 5/ Mansão Albuquerque/ Cozinha/ Interno/ Dia
(O telefone toca e Celina atende)
CELINA: Alô? Está sim. Irei passar para ela.
(Celina entrega o telefone para Gonçala)
GONÇALA: Alô. Sim, sou eu. Tudo bem. Daqui a pouco, eu estarei aí. Até mais.
(Gonçala coloca o telefone na mesa)
CELINA: Quem era?
GONÇALA: O delegado que está cuidando do assassinato do seu Ramiro.
CELINA: E o que ele queria?
GONÇALA: Que eu me apresentasse à delegacia. Parece que eu sou suspeita, Celina. Eles estão desconfiando de mim.

Cena 6/ Casa de César/ Sala/ Interno/ Dia
LUCÉLIA: Você quer roubar a mansão hoje a noite?
CÉSAR: Sim. Eu conheço aquela casa como ninguém. Já sei de cor os lugares que eu terei que passar para pegar algumas coisas da mansão.
LUCÉLIA: Não faça isso, César. É muito arriscado.
CÉSAR: Não é nada. Deixe comigo. Eu sei o que eu estou fazendo.
LUCÉLIA: Será que sabe mesmo?

Cena 7/ Condomínio Jatobá/ Apartamento de Luciana/ Sala/ Interno/ Dia
LUCIANA: Você tem certeza que está bem mesmo?
JULIANA: Tenho. Não precisa se preocupar.
LUCIANA: Se eu soubesse que aquela visita iria terminar assim, eu teria evitado.
JULIANA: Ah não, mãe.
LUCIANA: Mãe. Eu adoro quando você me chama de mãe.
JULIANA: Mãe, mãe, mãe.
LUCIANA: Minha filha. Então, eu renovei sua matrícula na faculdade.
JULIANA: Sério?
LUCIANA: Claro. Amanhã mesmo você poderá rever seus amigos. Melhor dizendo, rever o Sérgio. Ele é um garoto bom, que te ama. Eu gostei dele.
JULIANA: Fico feliz por isso. Seria melhor ainda se meu pai pensasse assim.

Cena 8/ Faculdade/ Banheiro/ Interno/ Dia
(Jéssica está mexendo no cabelo. Roberta entra)
JÉSSICA: Resolveu aparecer na faculdade, é?
ROBERTA: Eu não faltei esses dias porque quis. Eu contraí pneumonia, por causa daquele showzinho de espuma e fumaça de extintor que você jogou em mim.
JÉSSICA: Um showzinho, aliás, bem merecido.
ROBERTA: Mas que pôs minha vida em risco.
JÉSSICA: Você fala como se a pneumonia fosse a doença mais grave do mundo. Nada me sai da cabeça que você teve uma simples gripe. Fica falando em pneumonia para me deixar mais assustada.
ROBERTA: Tudo bem. Confesso que eu não tive pneumonia, mas eu gripei sabia?
JÉSSICA: Ninguém morre de gripe, querida.
ROBERTA: Ninguém que não tenha AIDS, você quer dizer.
JÉSSICA: Como é?
ROBERTA: Eu tenho AIDS, Jéssica. E eu não estou mentindo.
(Roberta entrega o exame que fez para Jéssica)
ROBERTA: Olha o resultado: positivo.
JÉSSICA: E por que você está me mostrando isso?
ROBERTA: Para você saber que a brincadeira que você fez contra mim naquele dia, me colocou entre a vida e a morte. Para uma soropositiva, como eu, uma gripe se torna pior do que um infarto. Eu só espero que você tenha a decência de não sair por aí, espalhando uma notícia que só remete a mim.
JÉSSICA: Você está fazendo com que eu me sinta culpada.
ROBERTA: Mas é isso mesmo que eu quero que você se sinta, porque você é culpada. Você tem que levantar as mãos para o céu por não ter acontecido nada de grave comigo, porque, na condição que eu me encontro, com AIDS, com o vírus HIV, se eu estivesse morta, a culpa seria sua. (gritando): SUA. SUA.
(Roberta sai)

Cena 9/ Delegacia/ Interno/ Dia
(Gonçala entra)
GONÇALA: Com licença.
(O delegado faz um gesto para que Gonçala sente-se e ela senta.)
DELEGADO: Gonçala Maria dos Santos, eu recebi um vídeo da festa do Ramiro, você sabia?
GONÇALA: Não senhor.
DELEGADO: E o vídeo mostrava claramente que a senhora foi agredida pelo Ramiro. A senhora confirma?
GONÇALA: Sim senhor. E a agressão da festa foi a última de muitas que eu sofri na mão do seu Ramiro.
DELEGADO: A última. De fato, ela foi mesmo a última. O vídeo também mostra que logo depois da agressão e antes do Ramiro desmaiar durante o discurso que ele estava fazendo, a senhora estava com um frasco de vidro na mão, com um comportamento um tanto suspeito. Onde está esse frasco?
GONÇALA: Eu imaginei que o senhor iria perguntar sobre esse frasco. Ele está aqui comigo.
(Gonçala entrega o frasco para o delegado)
GONÇALA: É o frasco onde eu guardo minhas pílulas para equilibrar a pressão.
DELEGADO: A senhora é doente da pressão?
GONÇALA: Sim. Eu sofro de pressão alta. Depois do tapa que levei, eu fiquei bastante abalada e me tranquei no meu quartinho. Tanto que, no momento do desmaio do seu Ramiro, eu não estava perto da sala e não presenciei o piripaque.
DELEGADO: Mesmo assim, o intervalo de tempo entre a agressão que você sofreu e o piripaque do seu Ramiro foi suficiente para a senhora tentar se vingar do tapa que levou.
GONÇALA: O senhor está dizendo que eu envenenei o seu Ramiro? Isso é impossível. A Celina, minha colega, estava o tempo todo comigo.
DELEGADO: O tempo todo não. Ela não estava com você quando a senhora foi abordada pelo Ramiro. Ela apareceu logo depois da agressão.
GONÇALA: Eu não matei o seu Ramiro. Eu juro.
DELEGADO: Isso aqui é apenas uma investigação. Eu não estou te acusando. Apenas, estou trabalhando com hipóteses. Bom, dona Gonçala, já foi o bastante.
GONÇALA: Obrigada.
(Gonçala sai. Malaquias entra)
MALAQUIAS: Essa daí tem cara de que tem culpa no cartório.
DELEGADO: Não sei Malaquias. Ao mesmo tempo em que ela aparenta inocência, ela também aparenta culpabilidade. 
MALAQUIAS: Sabe o que eu acho, seu delegado? Eu acho que nós precisamos de informações novas.
DELEGADO: Amanhã eu chamarei o Otávio aqui. Conversarei um pouco com ele.

Cena 10/ Áureo Mineração/ Espaço da presidência/ Interno/ Dia
(Otávio chega)
OTÁVIO: O Guilherme está?
ROSE: Sim senhor.
OTÁVIO: Ele está sozinho?
ROSE: Sim senhor. Eu irei avisá-lo que o senhor pretende falar com ele.
OTÁVIO: Não, Rose. Eu pretendo fazer uma surpresa para o Guilherme.
ROSE: Antes de o senhor entrar, eu queria lhe falar uma coisa.
OTÁVIO: Pode falar Rose.

Cena 11/Áureo Mineração/ Sala da presidência/ Interno/ Dia
(Alguém bate na porta)
GUILHERME: Pode entrar.
(Otávio entra. Guilherme vê e levanta-se)
GUILHERME: O que você está fazendo aqui? Eu disse para você não pisar mais nessa empresa. Vai embora.
OTÁVIO: Mas eu preciso falar com você.
GUILHERME: Eu já disse. Vai embora, senão eu chamo os seguranças.
OTÁVIO: Ótimo. Melhor, chama a polícia.
GUILHERME: Polícia?
(Otávio coloca as papeladas na mesa de Guilherme)
GUILHERME: O que é isso?
OTÁVIO: Documentos que provam que você desviava dinheiro da empresa. Isso é crime, sabia?
GUILHERME: Como você conseguiu isso?
OTÁVIO: A fonte é o que menos importa. Esses papéis são suficientes para você mofar na cadeia. E eu faço melhor ainda. Acrescento à pena a sua tentativa de golpe contra mim: contratou uma ex-presidiária para se passar por advogada e me fazer assinar um documento falso que passava todo o patrimônio do seu Ramiro, que, com o testamento, virou meu para o seu nome. Só que o documento é falso. Ou seja, mesmo depois da assinatura, a empresa, a mansão e o dinheiro continuaram sendo meus por direito.
GUILHERME: Blasfêmia. Você não seria capaz de me denunciar assim. 
OTÁVIO: Ah não?
(Otávio pega o celular, disca alguns números e o coloca no ouvido)
GUILHERME: O que você está fazendo?
OTÁVIO: Ligando para a polícia.
GUILHERME: Você vai mesmo me denunciar?
(Otávio, em chamada aberta e no viva voz, coloca o celular na mesa)
OTÁVIO: Denúncia. Por falar nisso, foi você que invadiu o apartamento da Adriana e colocou aquele frasco para me acusar, não foi? Outro crime na sua lista: invasão de propriedade privada.
(Pausa)
OTÁVIO: Parece que o delegado não quer me atender.
(Otávio desliga o telefone)
OTÁVIO: Serei obrigado a agir por conta própria. Portanto, Guilherme, eu te peço educadamente que você saia da minha empresa e desocupe a minha mansão ainda hoje.
GUILHERME: Eu não vou fazer isso.
OTÁVIO: Ok.
(Otávio pega no colarinho de Guilherme)
OTÁVIO: Você não tem escolha. Ou você entrega o meu patrimônio de volta, ou eu te jogo na cadeia, seu rato fedido. E aí, qual vai ser? 
(Congela em Guilherme)

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