quarta-feira, 10 de abril de 2013

Vida Fatal - Capítulo 48


Cena 1/ Apartamento de Adriana/ Sala/ Interno/ Noite
DELEGADO: Qualquer coisa, nós avisaremos à senhorita.
ADRIANA: Ok. Cuide-se, meu amor.
(Otávio, algemado, sai; acompanhado de policiais)
ADRIANA: Alguém armou para cima do Otávio.

Cena 2/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Noite
(A campainha toca e Guilherme atende)
GUILHERME: Juliana?
JULIANA: Oi, pai. 
GUILHERME: Veio pedir abrigo?
JULIANA: Não. Eu já estou muito bem abrigada.
GUILHERME: Por quem?
(Luciana aparece)
LUCIANA: Por mim.
GUILHERME: Então, você encontrou sua mãezinha querida, não é, Juliana?
JULIANA: Encontrei pai. E estou muito feliz por isso.
GUILHERME: Feliz?
JULIANA: Sim. Por que você sempre escondeu a identidade dela para mim?
LUCIANA: Fala a verdade para ela, Guilherme.
GUILHERME: Vai embora, Luciana. Filha, eu sou seu pai e nós sempre fomos felizes juntos. Esquece a Luciana.
JULIANA: Nunca. Ela é minha mãe e é com ela que eu quero ficar.
(Fátima desce as escadas)
FÁTIMA: Ora, ora. Temos visitas?
JULIANA: Volta para teu sarcófago, Fátima. Isso aqui é assunto de família.
FÁTIMA: Ah é? E quem é essa desconhecida?
LUCIANA: Prazer. Sou mãe da Juliana e você é a esposa do Guilherme. Eu apareci no casamento de vocês.
GUILHERME: Fátima, por favor, não se mete.
LUCIANA: Vamos, Guilherme. Conte para a Juliana por que você me obrigou a abandoná-la.
GUILHERME: Eu não obriguei ninguém. Você virou as costas para a nossa filha porque você quis. Melhor, porque você não a ama e nunca a amou.
JULIANA: Eu sei que é mentira, pai. Não banque o cínico e mentiroso para cima de mim. Vamos, me conte.
GUILHERME: Essa mulher fez tua cabeça contra mim, minha pequena. Esqueça a Luciana e fique comigo. 
FÁTIMA: Que ladainha mais idiota. Guilherme, você ainda não percebeu que a sua filha não gosta mais de você? Agora que ela encontrou a mamãe dela, ela pouco está se importando para você.
JULIANA: Eu já disse para você não se meter nesse assunto.
FÁTIMA: Eu me meto, porque eu sou a esposa do seu pai, minha enteadinha.
JULIANA: Não me chama assim.
FÁTIMA: Chamo e baixe o tom comigo.
LUCIANA: EU não admito que você fale assim com a minha filha, sua presidiária de quinta.
FÁTIMA: Eu falo com essa moleca do jeito que eu quiser.
GUILHERME: Não chame a minha filha de moleca.
JULIANA: (empurrando Fátima) Cala essa boca maldita.
(Fátima empurra Juliana, que cai e bate o rosto na mesa de vidro, que se quebra)
LUCIANA: Minha filha.
(Luciana se abaixa e acaricia a cabeça de Juliana, que está com o rosto virado para o chão. Ela vira o rosto ensangüentado para a mãe.)
LUCIANA: Ai meu Deus. Olha o que você fez com a minha filha.
JULIANA: Vamos embora, mãe.
(Luciana segura Fátima pelo colarinho)
LUCIANA: Eu vou acabar com a tua raça.
(Luciana empurra Fátima, que cai no sofá. Luciana dá vários tapas em Fátima. Guilherme segura Luciana)
GUILHERME: Chega. Para com isso.
(Gonçala aparece e leva Juliana para lavar o rosto)
LUCIANA: Cadê a minha filha?
FÁTIMA: Você me paga, piranha.
LUCIANA: Piranha é você, sua vagabunda.
(Juliana aparece, com o rosto lavado)
JULIANA: Vamos, mãe?
LUCIANA: Você está bem, filha?
JULIANA: Sim.
GUILHERME: Filha. 
JULIANA: Nunca mais fale comigo. Eu odeio o senhor e a sua ninfeta. Odeio.
(Juliana sai, amparada por Luciana)

Cena 3/ Delegacia/ Interno/ Noite
DELEGADO: Sente aí.
(Os guardas tiram a algema de Otávio e ele senta. O guarda aparece com um envelope)
GUARDA: O resultado da perícia.
(O guarda entrega o envelope e o delegado abre)
DELEGADO: Desculpe o transtorno, Otávio.
OTÁVIO: O que o resultado diz?
DELEGADO: O veneno encontrado nas suas coisas não era neocicuta. A denúncia foi errada.
OTÁVIO: Não tem problema. Eu juro que aquele veneno não era meu. Implantaram nas minhas coisas.
DELEGADO: Se a sua hipótese estiver correta, a pessoa que colocou o veneno nas suas coisas queria te ver preso.
OTÁVIO: E condenado pelo assassinato.
DELEGADO: Ou seja, a pessoa que fez isso tem culpa no cartório. Ela quis fazer com que você fosse culpado, para que ela não fosse responsabilizada pelo crime.
OTÁVIO: Mas tem um problema, delegado. Parece que a pessoa que tentou me incriminar não sabe qual veneno foi usado para matar o Ramiro, senão ela teria colocado nas minhas coisas o neocicuta e não um veneno qualquer.
DELEGADO: Muito estranho isso. Estranho mesmo.

Cena 4/ Casa de Paula/ Sala/ Interno/ Noite
PAULA: Tadinha da Larissa.
RENATO: Tadinho do Otávio, que se casou com aquela mulher. Nunca fui com a cara dela.
LUZIA: Vocês falam como se a mulher fosse uma criminosa.
PAULA: Ih, mãe. Tem alguns fatos que fazem com que a gente pense isso.
RENATO: A Adriana não é nada diferente da Thais.
LUZIA: Então, essa mulher não presta mesmo. É difícil eu, como mãe, afirmar isso, mas é a verdade.
PAULA: Não fica assim, mãe.
LUZIA: Só espero que, em qualquer lugar que a Thais esteja, ela não fique aprontando para cima de ninguém.

Cena 5/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Noite
(Alberto e Larissa entram)
LARISSA: O Otávio não poderia se casar com ela.
ALBERTO: Não se martirize por isso. Você fez o que podia fazer. Se o Otávio não acreditou, o problema é dele.
LARISSA: Mas ele se casou com a Adriana e eu fico preocupada com isso.
ALBERTO: Eu acho que você está preocupada pelo fato de que você queria estar no lugar da Adriana, naquele altar, vestida de noiva, dizendo sim ao padre.
LARISSA: Não seja ridículo.
ALBERTO: O Otávio está tocando a vida dele em frente. Faça isso você também. Aceita meu pedido de casamento.
LARISSA: Que pedido de casamento?
ALBERTO: O que eu estou te fazendo agora. Você aceita se casar comigo?
LARISSA: Não. Desculpa Alberto, mas casar agora não está entre as minhas prioridades. Vamos continuar do jeito que estamos, tudo bem?
ALBERTO: Se você prefere assim.

Cena 6/ Apartamento de Adriana/ Sala/ Interno/ Noite
ADRIANA: Então, o veneno que encontraram não era um neocicuta?
OTÁVIO: Não. Eu tenho certeza que armaram para cima de mim.
ADRIANA: Mas como?
OTÁVIO: Invadiram o apartamento e colocaram o veneno no guarda roupa.
ADRIANA: E quem faria isso?
OTÁVIO: O Guilherme. O Guilherme faria isso.

Cena 7/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Noite
FÁTIMA: Essa Luciana é um porre. Ela me paga por cada tapa.
GUILHERME: Cala a boca. A Luciana não poderia ter tirado a Juliana de mim. Mas eu vou resgatar minha filha. Ela vai voltar a morar comigo.
FÁTIMA: E como você pretende fazer isso?
GUILHERME: Eu ainda não sei. Mas eu vou tirar a Juliana das asas da Luciana. Isso eu vou fazer, ou eu não me chamo Guilherme Ferraz.
(Congela em Guilherme)

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