segunda-feira, 25 de março de 2013

Fera Solta - Capítulo 6


RECAPITULANDO
(Mangabeira disse tudo que estava preso na garganta para Irineu)
DELEGADA MANGABEIRA - O senhor prefeito é um crápula, não tem respeito pelo seu povo, é ladrão, cadê que Fez alguma coisa pela cidade?
(Já Clarita aceitou Joana novamente no emprego)
CLARITA – Se quiser o emprego de volta, lambe, é pegar ou largar, a escolha é sua!

Cena 01 – Mansão de Kate, Jardim, Noite.
KATE - Vamos marcar o casamento amanhã?
AUGUSTO – Marcar amanhã? Mas já?
KATE – Estou te estranhando, até parece que não quer!
AUGUSTO – Não é isso, é que ta indo tudo tão rápido!
KATE – Eu sou rápida e esse negócio de esperar, não é comigo, não combina, quando eu quero uma coisa, eu vou e faço!
AUGUSTO – É por isso que eu te amo!
KATE – Quer casar comigo ou não?
AUGUSTO – É tudo o que eu mais quero!
KATE – Marcamos amanhã, então?
AUGUSTO – Você sabe que sim!
(Eles se beijam)
KATE – Chato!
AUGUSTO – Você que é a mais chata do mundo!

Cena 02 – Mansão de Kate, Sala, Noite.
(Clarita observa Augusto e Kate pela janela)
CLARITA – Que coisa melosa... Tenho pavor desse romantismo barato, entediante!
JOANA – Falando comigo Dona Clarita?
CLARITA – Por acaso eu tenho algum assunto pra conversar com você criatura?
JOANA – Não!
CLARITA – Pensei que era burra, jamais direcione suas palavras para mim, quando eu quiser, eu vou até sua deprimente pessoa e ordeno algo, vá limpar o chão da cozinha antes que eu a medita por justa causa!
JOANA – Sim, Dona Clarita!
(Joana sai bufando discretamente)
CLARITA – Se fosse uma escrava já estava no tronco, ah, eu ia amar dar as chibatadas!
(Kate entra sorridente)
KATE – Acordada tia?
CLARITA – Estou dormindo, sou sonâmbula!
KATE – Quanto mau humor!

Cena 03 – Rua, Noite.
(Elizabeth caminha de volta pra casa e Paulo a aborda)
PAULO – Sozinha?
ELIZABETH – Que susto! Pensei que fosse um ladrão! É obvio que eu estou sozinha!
PAULO – Posso acompanhar a dama até em casa?
ELIZABETH – Quando cavalheirismo, mas não precisa, ficaria tarde pra você voltar e essa cidade à noite me parece ser perigosa!
PAULO – Eu não tenho medo!
ELIZABETH – Pois bem, saiba que mora no final da rua que dá pra floresta!
PAULO – Vai ser um prazer!

Cena 04 – Prefeitura, Sala do Prefeito, Dia.
(Irineu conversa com Charles e Lucas serve um cafezinho)
IRINEU – Deixe-me ver se entendi, pretende fazer uma novela em Urucubaca? Mas em Urucubaca? Em Urucubaca?
CHARLES – Sim, estou pensando nisso há muito tempo e essa cidade é perfeita pra tal feito!
IRINEU – MAS QUE IDEIA GENIAL!
CHARLES – Acha?
(Irineu se levanta)
IRINEU – Vou te ajudar e me ajudar!
CHARLES – Como?
IRINEU – Eu tenho que me favorecer, as eleições estão chegando e você vai ter o que deseja, Eu espero que não seja um fiasco, eu estou confiando em você!
CHARLES – E como iremos exibi lá?
IRINEU – Deixe comigo, O Prefeito resolve!
CHARLES – Como pretende? É verdade que o povo não tem TV?
IRINEU – TV?
(Irineu cai na gargalhada)

Cena 05 – Casa do Prefeito, Sala, Dia.
(Heleninha abre a porta e fica diante de Kate)
HELENINHA – O que está fazendo aqui?
KATE – Quando eu fico com algo na cabeça e essa coisa fica martelando, não tem nada que me impeça, eu procuro resolver!
HELENINHA – Não temos nada pra resolver!
KATE – Engano seu, com licença!
(Kate entra contra a vontade de Heleninha)
HELENINHA – Eu exijo que se retire de minha casa!
KATE – Antes você vai me responder o que eu quero! O que tem contra mim?
(Heleninha começa a rir)
HELENINHA – Sério isso? Quer mesmo que eu te responda? Pois eu acho você uma vagabunda! Vagabunda!
(Kate no mesmo instante esbofeteia Heleninha)
KATE – Nunca mais ouse repetir o que acabou de dizer!
HELENINHA – Piranha!
(Heleninha tenta retribuir à tapa, mas Kate segura).
KATE – Não gosto de me meter em assuntos que não são meus, mas eu tenho certeza que não sou a vagabunda aqui, passar bem!
(Kate se retira)
HELENINHA – O que está tentando insinuar?

Cena 06 – Delegacia, Sala, Dia.
(Delegada Mangabeira tenta se refrescar com uma pasta de papéis, Clarita entra na sala).
CLARITA – Está sentindo calor, Delegada?
DELEGADA MANGABEIRA – Seu tom não me agradou!
CLARITA – Está um calor insuportável! Minha pele, coitada, sofre!
DELEGADA MANGABEIRA – Veio na minha delegacia pra falar sobre a sua pele? Vamos direito ao assunto!
CLARITA – Serei direta!
(Clarita senta numa cadeira)
DELEGADA MANGABEIRA – Qual é o problema?
CLARITA – Quero que me ajude a acabar com o casamento de seu filho Augusto e minha sobrinha Kate!
DELEGADA MANGABEIRA – Não acredito no que estou ouvindo, o que?
CLARITA – Você ouviu bem, não creio que seu filho vá fazer a minha querida sobrinha feliz, Kate merece um homem que tenha como defendê-la de todos os males!
DELEGADA MANGABEIRA – Eu não vou falar mais nenhuma palavra sobre esse assunto que não me diz respeito, queira se retirar da minha sala, tenho coisas mais importantes para fazer!
CLARITA – Pois saiba, eu farei alguma coisa pra defender a Kate!
DELEGADA MANGABEIRA – Ela já é bem grandinha e sabe o que faz, pense nisso!

Cena 07 – Casa do Prefeito, Quarto, Noite.
(Heleninha faz uma massagem em Irineu)
HELENINHA – Morzin? Posso te pedir uma coisa?
IRINEU – O que você quiser querida, você sabe que te dou tudo!
HELENINHA – Preciso de cinco mil reais!
(Ele vira pra ela)
IRINEU – Cinco mil reais?
HELENINHA – Eu estou precisando renovar o guarda-roupa, o Lucas ta precisando de roupas também, você... Sem falar que estou querendo doar uma boa quantia para uma casa de caridade, você me dá?
IRINEU – Ownnnnn, Heleninha! Que lindo de sua parte, vou te dar sim!
(Ele abre o cofre e lhe dá o dinheiro)
HELENINHA – Eu te amo, morzin!
IRINEU – E você é tudo pra mim!

Cena 08 – Casarão, Noite.
(Elizabeth acende a lareira e Charles chega)
ELIZABETH – Chegou bem na hora, vou servir chocolate quente!
CHARLES – O que deu em você?
ELIZABETH – Comecei a escrever!
(Elizabeth dá uma caneca de chocolate pra ele)
CHARLES – Sério?
ELIZABETH – Quando eu estou triste eu escrevo muito bem, quando eu estou vibrante, eu sou ótima!
(Os olhos de Charles brilham e ele sorri)
CHARLES – Estou muito contente!
(Ela morde os lábios)
ELIZABETH – Essa noite é nossa!
CHARLES – Eu tenho novidades! Consegui ajuda do prefeito, não consigo acreditar que o povo dessa cidade não usa TV, parece que só existe duas, uma na casa da Clarita e outra na do Prefeito, meu deus, que século estamos vivendo?
ELIZABETH – Vou dormir! Você conseguiu quebrar o clima que não tínhamos há muito tempo! Boa noite!
Cena 09 – Estrada, Noite.
(Lucas vem dirigindo na estrada que dá pra Cidade de Urucubaca e vê uma menina estranha andando sozinha, ela desmaia e ele para o carro, ele corre pra socorrê-la, pegando-a e colocando dentro do carro).

Cena 10 – Casas Amarelas, Noite.
(Augusto encontra Heleninha)
AUGUSTO – O que você quer?
HELENINHA – Você sabe que eu te amo!
(Ela tenta beijá-lo, mas ele se afasta).
AUGUSTO – Está louca? Alguém pode ver!
HELENINHA – Ninguém anda a noite pela rua e vem pra esses lados das casas amarelas, atrás da prefeitura é um bom lugar, vamos?
AUGUSTO – Eu não vou com você!
(Heleninha beija Augusto, Clarita passa neste exato momento de carro).
HELENINHA – Quem era?
AUGUSTO – Não deu pra ver!
(Clarita chega à frente de sua casa e abre o portão)
CLARITA – Eu não estou acreditando, O Augusto e a Heleninha? Eu achei que a sorte está do meu lado, vou ter a chance de matar dois coelhos com um tiro só!

A SEGUIR
CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO

(Dona Eulália não aprova o uso da TV)
DONA EULÁLIA – TV é coisa do capeta, quem assiste isso, está condenado, condenado!
(E Clarita quer ajudar Heleninha)
CLARITA - Kate minha sobrinha está noiva do Augusto, bem, eu não sou a favor desta união, Augusto não é pra ela e eu estou aqui pra te ajudar!

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