Jogo do Poder - Capítulo 4

Cena 1 / Casa de Glória / Sala / Interior / Manhã

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

Glória está parada em frente à Ana.

Glória – Ana eu não acredito que você foi capaz de roubar...

Ana – Eu não roubei nada dona Glória! Eu ganhei esse anel ontem a noite... Pelo amor de Deus acredita em mim!

Glória – Jonas! Jonas venha até aqui agora!

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Cena 2 / Casa de Glória  / Sala / Interior / Manhã

Ana está em pé chorando.

Jonas – O que houve Glória? Que desespero é esse?

Glória – Foi ela Jonas! Foi ela quem roubou a casa!

Jonas – O que?

Glória – O anel no dedo dela! Meu anel!

Jonas olha para a mão de Ana coloca a mão para trás em um gesto espontâneo.

Jonas pega o telefone.

Ana – O senhor vai ligar para a polícia?

Jonas – É lógico que sim! Está tudo explicado agora: você pede para sair mais cedo, rouba a casa e quando voltamos nunca colocaríamos a culpa em você! Seu plano daria certo se você não fosse burra a ponto de  vir para cá com um anel roubado!

Glória – Você me decepcionou Ana!

Ana – Eu não roubei nada!

Jonas liga para a polícia.

Cena 3 / Mansão Adolfo / Sala / Interior / Manhã.

As malas de Adolfo estão próximas a porta. Pedro entra.

Pedro – Bom dia Lauderes!

Lauderes – Bom dia Pe... Doutor Pedro!

Pedro – Meu tio está?

Adolfo desce as escadas. Pedro olha para cima e sorri.

Pedro – Tio!

Adolfo – Pedro? O que quer aqui? Não precisa me responder, eu sei o motivo!

Pedro  - Estou aqui para prestar minha solidariedade tio, afinal, família é para isso!

Adolfo – Dispenso! Se era só isso, pode ir!

Pedro o encara. Lauderes vira o rosto e sorri.

Cena 4 / Mansão de Adolfo / Sala / Interior / Manhã

Pedro está na porta. Rogério chega.

Rogério – Tudo bom Pedro?

Pedro – Tudo ótimo doutor Rogério, mas eu tenho certeza que vai ficar melhor!

Pedro olha para o tio, vira-se e vai embora.

Cena 5 / Mansão de Adolfo / Sala / Interior / Manhã.

Rogério entra.

Adolfo – Não adianta! Você já tentou ontem e eu lhe disse que nada adiantaria, eu vou e pronto!

Rogério – Eu sei! Não vim aqui pra isso! Você sempre foi uma mula de tão teimoso meu amigo!

Os dois se abraçam.

Adolfo – Então?

Rogério tira da maleta um frasco de comprimidos.

Adolfo – O que é isso?

Rogério – Você vai tomar duas pílulas dessa antes de viajar, vai dormir e só acordar em Belém e depois, tome uma por dia! Vai te fazer bem e combater as tonturas!

Adolfo – Muito obrigado! Eu não sei o que seria da minha vida sem vocês – Olhando para Rogério em seguida para Lauderes – Que cuidaram de mim esse tempo todo! Vocês sim são verdadeiros amigos!

Cena 6 / Mansão de Solange / Sala / Interior / Manhã

Solange – Me acompanha até a casa do Adolfo meu filho?

Henrique – A casa do Adolfo mamãe? Mas fazer o que lá?

Solange – Não há tempo para explicação! Vamos?

Henrique – Eu quero entender o que está acontecendo, desde ontem que você ficou sabendo da doença do Adolfo, você ficou assim!

Solange – Tudo bem, se não quiser ir comigo eu vou sozinha!

Henrique – Você não vai explicar não é?

Solange não responde.

Henrique – Tudo bem vamos!

Henrique pega as chaves do carro.

Cena 7 / Mansão Ludovique / Sala / Interior / Manhã

Leonora olhando para o quadro dos pais.

Leonora – Eu não acredito que o império que eles construíram, desmoronou!

Manoela – Calma mamãe, eu vou salvar a nossa família!

Leonora – Eu não me conformo de ter deixado isso acontecer!

Clésio – Agora não adianta chorar o leite derramado Leonora! Minha filha sente aqui!

Manoela se aproxima do pai.

Clésio – Você tem que jogar pesado para cima do Henrique! Muito pesado!

Manoela – Eu sei o que eu vou fazer pai! Não se preocupe!

Clésio – Me preocupo sim! Ele é a nossa única salvação!

Manoela – Eu sei! Não se preocupe, ele está comendo nas minhas mãos! No jantar de ontem, eu o convenci a me pedir em casamento!

Clésio – Muito bem!

Cena 8 / Casa de Glória / Sala / Interior / manhã

A polícia chega.

Ana chora muito.

Ana – Não fui eu! Acredita em mim dona Glória, pelo amor de Deus! Eu to falando a verdade!

Jonas – Levem essa ladra daqui!

Os policiais levam Ana.

Glória – Ela me pareceu tão sincera!

Jonas – Sincera? Não me diga que está com pena dela? Essa mulher roubou a nossa casa! Reza pra essa ai não ter vendido as outras joias, por que o dinheiro a gente não recupera mais!

Cena 9 / Mansão de Adolfo / Frente / Externo / Manhã

Adolfo entra no carro.

Lauderes – Boa sorte doutor Adolfo!

Adolfo – Cuide de tudo enquanto eu estiver fora!

Rogério fecha a porta do carro.

O carro parte.

Cena 10 / Mansão de Adolfo / Sala / Interior / Manhã

Solange e Henrique entram.

Solange – Bom dia Lauderes? Me diga que o Adolfo ainda está em casa!

Henrique – Bom dia!

Lauderes – Acabou de sair dona Solange!

Solange – Não! Não pode...

Henrique – Mãe? Não acha que agora deve me contar o que está acontecendo?!

Solange não fala nada e volta para o carro.

Henrique – Me desculpe Lauderes! Bom dia!

Henrique vai atrás da mãe.

Cena 11 / Casa de Rogério / cozinha / Interior / Manhã

Rogério entra, larga as chaves do carro. Abre a porta de um armário, tira de lá um pote, dentro do pote uma chave. Ele pega e abre uma porta, escondida atrás de um armário falso. Rogério desce as escadas que levam a um porão.

Cena 12 / Delegacia / Sala do delegado / Interior / Manhã

Delegado – Então a senhora vai continuar negando?

Ana – Eu estou falando a verdade, o senhor tem que acreditar em mim! Eu ganhei esse anel do meu noivo, o senhor pode confirmar!

Delegado – Seu cúmplice!

Ana – não! Eu não roubei anda!

Delegado – Levem-na para a cela!

Cena 13 / Bar / Interior / tarde.

Jorge jogando sinuca.

Homem 1 – E ai Jorjão!

Jorge – Que é? Não tá vendo que eu to ocupado?

Homem 1 – Já soube da sua Ana?

Jorge  larga o taco e olha para o homem.

Jorge – O que tem a Ana?

Homem 1 – Foi presa! Roubou a casa dos patrões!

Jorge – Como é que é?

Homem 2 – Tua vez "meu", joga!

Jorge sai do bar.

Cena 14 / Apartamento de Maria / Sala / Interior / Tarde.

Maria – Ele não quis me receber, leu meu bilhete e não me ligou! Eu tenho que explicar a ele que não fui eu quem espalhou a notícia!

Cícero – Esquece esse velho, logo ele vai bater as botas e não vamos mais precisar ver a cara dele!

Maria – Você escutou o que acabou de dizer Cícero?  É do meu irmão que você está falando! Mais respeito e consideração por tudo que ele fez a você!

Maria sai.

Cícero – E o que ele fez por mim? Me deu um empreguinho xexelento e me joga isso na cara a anos!

Cena 15 / Belém

Cena 16 / Aeroporto Val de Cans / Belém / Interior / Noite.

Adolfo chega a Belém.

Adolfo – Que Deus me ajude!

Cena 17 / Delegacia / Frente / Externo / Noite.

Ana sai na porta Jorge a espera.

Ana – Cretino!

Jorge – Amor eu paguei sua fian...

Ana lhe dá um tapa na cara.

Cena 18 / Delegacia / Frente / Externo / Noite.

Adolfo está em um táxi e passa pela frente da delegacia, ele vê Jorge segurando o braço de Ana. Ela discute com ele.

Adolfo – Para o carro!

O taxista para. Adolfo desce.

Adolfo – Ei o que está acontecendo?

Adolfo se aproxima. Jorge olha para trás e o empurra. Um policial sai na porta. Jorge foge.

Ana – O senhor está bem?

Adolfo – Sim! E você?!

Ana – Estou bem obrigada!

Ana sai andando.

Adolfo – Moça?!

Adolfo vê Ana se afastar.

Cena 19 / Casa de Rogério / Cozinha / Interior / Noite.

Rogério sai do porão com um curativo no rosto.

Rogério – Pelo menos não preciso de ponto!

Cena 20 / Casa de Ana / Sala / Interior / Noite.

Ana chega a casa chorando. Jussara, entra na casa.

Jussara – Ana?

Ana limpando o rosto.

Ana – Oi Jussara!

Jussara – Um fiscal da prefeitura esteve aqui, deixou uma carta aos moradores!

Ana – Carta? Que carta?

Jussara entrega a Ana.

Ana – Desapropriação?

Jussara – Sim! Temos 30 dias para deixar as casas!

Ana – Meu Deus e agora?