CENA 01 / EXTERIOR / JARDINS
DO ÉDEN / TARDE
Continuação
imediata do capítulo anterior
Waleshka
se levanta dos destroços e assusta os bombeiros que estão trabalhando ali. Um
deles, joga um extintor de incêndio em cima dela.
BOMBEIRO
– Assombração! A defunta voltou do inferno!
WALESHKA
– E se não me deixar passar, eu te jogo no meu lugar.
Waleshka
passa pelos destroços e segue seu caminho sem encostar-se aos bombeiros. Em
seguida, ela passa por todos que estão do lado de fora do condomínio, que estão
estupefatos.
MORADOR
1 – Não é aquela perua que morreu?
MORADOR
2 – Gente, mas a cor da pele dela... Está rosa-choque!
Waleshka
ouve o comentário e se vira para os moradores.
WALESHKA
– É bronzeamento artificial, querido.
Em
seguida, o morador desmaia e ela ri da desgraça. Sob as vistas de todos,
Waleshka segue seu caminho.
CORTA
PARA:
CENA 02 / INTERIOR /
HOSPITAL / TARDE
Jussara,
Terezinha, Hermélia, Petrus e Pomba-Gira chegam ao hospital, prontos para fazer
seus exames de check-up. Jussara está com uma peruca vermelha e um óculos
gigantesco, já Petrus, colocou uma barba postiça e lentes azuis, enquanto
Hermélia está vestida de freira, assim como Pomba-gira está de padre;
Terezinha, por sua vez, está com uma peruca que vai até o joelho. Entra
narrativa:
“Todos estão vestidos assim porque estão com medo de serem presos. Cada
um tem seus motivos. Quem acompanhou a novela, sabe.”
JUSSARA
– Mas como nós vamos fazer os exames vestidos desse jeito? Parecemos uma banda
de rock.
PETRUS
– Guerreiros celtas, isso sim.
HERMÉLIA
– Eu já não falei que eu tenho um amigo que trabalha aqui no hospital?! Falei
com ele hoje de manhã e ele vai nos
atender. Precisávamos nos vestir assim para ninguém pegar a gente.
Pomba-Gira
vê Sandra sentada em uma cadeira do hospital, bastante aflita com a situação em
que se encontra.
POMBA-GIRA
– Aquela não é a tal de Sandra, Jussara?
Jussara
vê a “mãe” e corre para o seu lado. Sandra leva um susto quando percebe que é
Jussara que está ao seu lado e começa a chorar.
SANDRA
– Lisandra! Digo, Jussara!
JUSSARA
– A senhora pode me chamar do que quiser... Mas, antes me explique: o que está
fazendo aqui? Cadê o Eclésio?
SANDRA
– Ele foi atropelado por um caminhão e agora está agora em coma.
JUSSARA
– Meu Deus! A culpa é toda minha!
Jussara
começa a chorar e Sandra a abraça.
SANDRA
– Lógico que não, minha filha! Todos nós sabemos como ele é ciumento... Aliás,
por que estás vestida que nem uma
prostituta?
HERMÉLIA
– (se intrometendo) É que a gente tá escondido num puteiro.
Sandra
olha para Hermélia, vestida de freira e dizendo que está escondida num puteiro.
SANDRA
– Puteiro santo esse... (P/ POMBA-GIRA) E esse? Quem é? O cafetão?
HERMÉLIA
– Amiga, paga uma penitência pra ele que tu vai querer pecar todos os dias!
Jussara
fica da cor da peruca.
POMBA-GIRA
– Modéstia parte, eu rezo a missa direitinho.
TEREZINHA
– Que isso, gente? Nem nos bordeis de Paris o negócio é tão baixo nível assim!
Jussara, Lisandra, seja o nome que
for, não quero ficar aqui por muito tempo. Cadê esse tal amigo da Hermácia?
PETRUS
– É Hermélia.
TEREZINHA
– Tanto faz! Quero ir embora daqui!
CORTA
PARA:
CENA 03 / INTERIOR / CABARÉ
DO CANIL / PALCO / TARDE
Norma
com as suas meninas.
NORMA
– Vamos lá, meninas! No três, quero todas vocês dançando e tirando a calcinha,
ok? Então, vamos lá. Um, dois,
três.
Na
hora em que Norma grita o “três”, as portas do cabaré explodem e uma ventania
calorenta invade todo o local. As prostitutas caem do palco e Waleshka aparece,
vermelha, na frente de Norma. Norma está espantada. Em seguida, a vilã vai
andando em direção à cafetina e segura o seu pescoço, a fim de estrangulá-la.
WALESHKA
– (demoníaca) Onde eles foram?
NORMA
– (sem ar) Eu... Não... Sei...
Waleshka
aperta mais.
WALESHKA
– ONDE ELES ESTÃO?
NORMA
– Pro... Hospital... Olegário Maciel...
Waleshka
enforca Norma até a morte. As prostitutas começam a gritar.
WALESHKA
– Que é? Todo mundo sabe que a Norma morre no final.
Em
seguida, mata as prostitutas com um olhar e vai até o hospital.
CORTA
PARA:
CENA 04 / INTERIOR /
AEROPORTO / TARDE
Lucília
está caminhando com as suas malas quando bandidos invadem o aeroporto e rendem
todos ali. Um deles, pega Lucília como refém e atira para cima.
LUCÍLIA
– Por favor, tenha piedade!
BANDIDO
– Cala a boca, senão morre!
Lucília
grita de desespero e leva um tiro no peito.
CORTA
PARA:
CENA 05 / INTERIOR /
HOSPITAL / QUARTO DE ECLÉSIO / COMECINHO DE NOITE
Eclésio
está sob a cama de hospital, em coma e respirando com a ajuda de aparelhos. Ele
abre os olhos e dá um discreto sorriso, porém não há nenhuma enfermeira dentro
do quarto.
CORTA
PARA:
CENA 06 / INTERIOR /
HOSPITAL / SALA DE ESPERA / COMECINHO DE NOITE
Hermélia
está andando de um lado, aflita com a demora do amigo médico. Todos percebem
que não vai dar em nada essa eterna espera e Terezinha se levanta.
TEREZINHA
– Não posso viver aqui com essa peruca de Pocahontas! Esse teu amigo médico não
vem tão cedo, adeus.
POMBA-GIRA
– (discretamente) É verdade, Hermélia... Esse cara nos deu um bolo.
Endolino
entra com uma perna de pau junto com seus soldados.
ENDOLINO
– Não deu, não! Olha ele aqui!
O
amigo médico de Hermélia é jogado para frente, todo amarrado.
ENDOLINO
– Peguem os subversivos!
O
soldados (que são MUITOS, UMA TROPA INTEIRA) vai pra cima de todos que estão
ali. Hermélia, Terezinha, Pomba-gira, Sandra, Petrus e Jussara correm da
ditadura. As portas do hospital explodem e Waleshka aparece.
WALESHKA
– Deixa que eu ajudo, delegado.
FIM
DO PENÚLTIMO CAPÍTULO
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