segunda-feira, 11 de junho de 2012

Capitulo 1 de Lua Negra

                      



CENA 1: Manhã – Escritório de advocacia – Sala de Suzana

Suzana está sentada trabalhando em seu computador. Ricardo entra e coloca uma pasta em cima da mesa dela.
RICARDO: Você tem um novo caso de defensoria pública
SUZANA: Ah não. Estou cheia de trabalho, não dá para outro advogado pegar o caso? O que me diz do Carlos?
RICARDO: O Carlos está saindo de férias na sexta. Todos os outros já estão super atarefados, tem que ser você mesmo.
SUZANA: Droga. E o que é dessa vez?
RICARDO: Um professor de educação física está sendo acusado de assassinar uma aluna de 14 anos.
SUZANA: Existem provas contra ele?
RICARDO: Nada de concreto, mas tem um vídeo da garota feito horas antes dela ser encontrada morta, onde ela diz estar indo se encontrar com ele. A família dela jura que ele é culpado
SUZANA: Ele está preso?
RICARDO: Sim, acabou de ser decretada a prisão preventiva dele, por isso precisa de um advogado com urgência.
SUZANA: Ele não tem dinheiro para pagar um?
RICARDO: Parece que não
SUZANA: Está bem, fico com o caso.
RICARDO: Boa sorte
Ricardo sai. Suzana pega o telefone e faz uma ligação.
SUZANA: Alô. Glória preciso que você busque o Felipe na escola e o leve para casa ok. Eu sei que prometi levá-lo à feira tecnológica, mas surgiu um imprevisto e não poderei sair cedo. Obrigada.
Suzana desliga o telefone. Pega a pasta e começa a estudar o caso.

CENA 2: Manhã – Casa de William  - Quarto do casal

Lívia está em seu quarto, deitada quando seu marido William entra carregando um bebê.
WILLIAM: Amor está acordada?
LÍVIA: Sim, é impossível dormir com essa dor
WILLIAM: Eu vou levar o Matheus para pegar um pouco de sol na pracinha, não quer vir conosco?
LÍVIA: Não, obrigada
WILLIAM: Amor, você precisa reagir, não pode ficar nessa cama para sempre
Lívia começa a chorar
LÍVIA: Não consigo. Eu quero minha Emily de volta, quero minha garotinha
WILLIAM: Eu também queria que pudéssemos voltar no tempo e tê-la de volta, mas infelizmente isso é impossível.
LÍVIA: Não posso viver sem ela
WILLIAM: Sei que é difícil, mas você precisa ser forte. Ainda temos o Matheus, e ele precisa de uma mãe. Reaja por ele.
Lívia continua chorando
WILLIAM: O Eric foi preso hoje.
LÍVIA: Tomara que ele apodreça na prisão.

CENA 3: Manhã – Escola – Pátio

Felipe sai da sala de aula e encontra Glória, sua babá, no pátio.
GLÓRIA: Oi, como foi sua aula hoje?
FELIPE: Onde está minha mãe?
GLÓRIA: Ela teve um imprevisto no trabalho e não pode vir
FELIPE: Ela ia me levar à feira tecnológica
GLÓRIA: Eu sei, mas vocês podem ir amanhã. Hoje que tal alugarmos uns filmes bem legais?
FELIPE: Não, vamos para casa que tenho uns livros para ler
GLÓRIA: Do jeito que você estuda parece que já está na faculdade. Você tem apenas sete anos, por que não se diverte um pouco?
FELIPE: Temos pontos de vista diferentes sobre o que é diversão.
Felipe entra no carro e coloca o cinto.

CENA 4: Tarde – Delegacia – Sala de visitas

Eric entra na sala de visitas e encontra Suzana.
ERIC: Quem é você?
SUZANA: Sou Suzana Rodrigues. O ministério público me mandou, serei sua advogada de defesa.
Eric senta-se em frente à Suzana. Ela o observa atentamente.
SUZANA: Como sua advogada farei de tudo para livrá-lo ou pelo menos amenizá-lo da pena, mas é fundamental que você seja sincero comigo. Então me diga, você é culpado?
ERIC: Não. Eu não matei aquela garota, não tenho nada a ver com isso
SUZANA: Me fale sobre a Emily. Como a conheceu?
ERIC: Eu a conheci na metade do ano passado quando comecei a lecionar na escola onde ela estudava.
SUZANA: Você é professor de educação física?
ERIC: Sim
SUZANA: Há quanto tempo?
ERIC: Uns quatro anos
SUZANA: O que fazia antes?
ERIC: Isso é um interrogatório?
SUZANA: Responda minha pergunta.
ERIC: Eu trabalhava numa fábrica de plásticos, era ajudante de produção
SUZANA: Onde?
ERIC: Em Vale Verde, é uma cidade pequena que fica a uns 200 km daqui
SUZANA: Sim, já ouvi falar. Você se formou lá?
ERIC: Não. Eu não gostava do trabalho pesado da fabrica, e em Vale Verde não há muitas opções de emprego, então resolvi vir para cá e estudar educação física que é algo que sempre gostei

CENA 5:  Tarde – Casa de William – Quarto do casal

William entra no quarto carregando uma bandeja com um sanduíche e um suco.
WILLIAM: Trouxe um lanchinho para você
LÍVIA: Obrigada, mas estou sem fome
WILLIAM: Mas você vai comer nem que seja um pouquinho.
William coloca a bandeja na cama e entrega o suco a Lívia.
LÍVIA: Falou com o Dr. Augusto? Alguma novidade?
WILLIAM: Continuam fazendo investigações, procurando algum indício do que realmente aconteceu
LÍVIA: O Eric matou a minha filha, foi isso o que aconteceu
WILLIAM: Você sabia que a Emily se encontrava com um amigo virtual?
LÍVIA: Não. Que amigo?
WILLIAM: Não sei direito, mas parece que por mais de uma vez ela se encontrou com esse amigo
LÍVIA: Não sei de nada, desde que esse Eric corrompeu a nossa filha ela não me contava mais nada, mas acho que é normal adolescentes terem amigos virtuais.
WILLIAM: Sim, mas todos os contatos que estavam no computador da Emily eram de pessoas conhecidas da escola ou do bairro. Esse era o único que ninguém sabe quem é
LÍVIA: Pode ser um amigo que ela tenha feito na competição de natação. Como ele se chama?
WILLIAM: Ainda não descobriram o nome verdadeiro, só sabem o nome que ele usava na internet.
LÍVIAL: E qual é?
WILLIAM: Lua Negra.

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